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Câmpus de Três Lagoas
 
 
DISCIPLINA: - Tópicos de Análise Linguística 
Docente: Taísa Peres de Oliveira 
 
Discente: Daniel Fernandes De Paula Pereira 	 	Data do envio: 28/09/2.021 
 
O ser humano é considerado um ser social, pois em todas as culturas, dificilmente, o homem viverá isoladamente, portanto, o mesmo depende de um semelhante para sua sobrevivência plena. Assim, em toda sua vida, recebe influências diretas da cultura, assimilando aspectos e maneiras de comunicação, essas características são influenciadas pelo meio em que ele está inserido, meio no qual está em constante transformação linguística, sejam essas mudanças nas esferas regionais, municipais ou até mesmo continentais. 
Buscando compreender os conceitos de língua e linguagem, surge em 1920, por Saussure, a ciência denominada linguística. Posto isso, ao longo do tempo o estudo linguístico começa a ganhar novas abordagens e métodos teóricos, dentre essas concepções há a linguística cognitiva, que tem bases nas relações cognitivas entre o indivíduo falante e o mundo social, logo, compreendendo a comunicação em termos linguísticos. 
Nos estudos da comunicação se encontra uma definição acerca do signo linguístico (significante e significado), respectivamente, significante é a expressão (som, letras ou símbolos) e significado é o conceito, parte inteligível (ideia – abstração), estes formam o signo linguístico. Para mais, a linguística cognitiva traz um conceito sobre esse molde.
Mais especificamente, a Linguística Cognitiva assume que toda a linguagem é acerca do significado e o significado é perspectivista (não reflete objetivamente o mundo, mas modela-o, constrói-o de determinada maneira ou perspectiva e, assim, de muitas perspectivas diferentes), enciclopédico (intimamente associado ao conhecimento do mundo e, por isso mesmo, não autónomo nem separado de outras capacidades cognitivas), flexível (dinâmico e adaptável às mudanças inevitáveis do nosso mundo e das nossas circunstâncias) e baseado na experiência e no uso (na nossa experiência individual corpórea ou biológica e na nossa experiência coletiva, social e cultural e, sempre, na experiência do uso atual da língua). ( Soares da Silva, 2008, p. 190)
Dado esse enquadramento, os estudos cognitivistas compreendem que significante e o significado são processos cognitivos associados a linguagem, dado que a construção (formulação abstrata) do significado assim como a mensagem da significância, estão ligados a estrutura internacional que o indivíduo foi capaz de moldar.
Segundo Martelotta e Palomanes (2009) – “De um modo geral, a proposta cognitivista leva em conta aspectos relacionados a restrições cognitivas que incluem a captação de dados da experiência, sua compreensão e seu armazenamento na memória”. Neste contexto, o cognitivista aborda a linguagem como uma conexão da experiência humana com o mundo, as estruturas linguísticas se baseiam no conhecimento empírico do indivíduo falante e de seu receptor, consequentemente compreendendo as unidades linguísticas como manifestações cognitivas de categorizações e processamentos de experiências. A linguística cognitiva nega a capacidade da linguagem autônoma, ela defende que a linguagem e cognição são integradas no contexto do uso da língua. 
A Gramática de uma língua constitui um conjunto de princípios dinâmicos os quais, nas palavras do linguista Ronald Langacker, se associam a rotinas cognitivas que são moldadas, mantidas e modificadas pelo uso. Mais do que isso, para os cognitivistas, a comunicação é uma atividade compartilhada, ou seja, implica uma série de movimentos feitos em um conjunto pelos interlocutores em direção a compreensão mútua. Isso quer dizer que a significação é negociada pelos interlocutores em situações contextuais específicas, o que torna possível que os elementos linguísticos se adaptem às diferenças e intenções comunicativas, apresentando flutuações de sentido, como, por exemplo, as que caracteriza as metáforas. (Martelotta e Palomanes, 2009, p. 179) 
 
Deste modo, os significados que estão por trás das estruturas linguísticas depende da vivencia internalizada do falante. Salientando Bybee (2016) - “Propusemos que a gramática fosse pensada como uma organização cognitiva de experiências com a língua”. Portanto, a gramática é entendida por conceptualizações, sendo o significado perspectivado, ou seja, não reflete objetivamente o mundo real, mas sim a concepção construída do indivíduo falante, assim como sua interpretação dependerá do conhecimento de mundo do receptor. 
 
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 
Bybee, joan L. Língua, uso e cognição/joan Bybee: tradução Maria Angélica Furtado da Cunha; revisão técnica Sebastião Carlos Leite Gonçalves. - São Paulo Cortez, 2016. 
Martelotta, M. V.; Palomanes, R. Linguística Cognitiva. In: Martelotta, M. V. et al. Manual de Linguística. São Paulo: Contexto, 2009, p. 177-192. 
Soares, A. Os estudos de Linguística Cognitiva do Português - Revista Portuguesa de Humanidades | Estudos Linguísticos, 2008.

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