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ANÁLISE COMPORTAMENTAL DO PSICOPATA COM PERFIL NARCISISTA NO ÂMBITO ORGANIZACIONAL

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UNIVERSIDADE DO EXTREMO SUL CATARINENSE - UNESC 
 
CURSO DE PSICOLOGIA 
 
 
 
 
 
 
GABRIEL DE SOUZA 
 
 
 
 
 
ANÁLISE COMPORTAMENTAL DO PSICOPATA COM PERFIL NARCISISTA 
NO ÂMBITO ORGANIZACIONAL 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
CRICIÚMA 
2021
 
GABRIEL DE SOUZA 
 
 
 
 
 
 
 
ANÁLISE COMPORTAMENTAL DO PSICOPATA COM PERFIL NARCISISTA 
NO ÂMBITO ORGANIZACIONAL 
 
 
 
 
Trabalho de Conclusão de Curso, 
apresentado para obtenção do grau de 
Psicólogo no curso de Psicologia da 
Universidade do Extremo Sul Catarinense, 
UNESC. 
 
Orientador: João Luiz Brunel 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
CRICIÚMA 
2021
 
GABRIEL DE SOUZA 
 
 
 
 
 
 
 
ANÁLISE COMPORTAMENTAL DO PSICOPATA COM PERFIL NARCISISTA 
NO ÂMBITO ORGANIZACIONAL 
 
 
 
 
Trabalho de Conclusão de Curso aprovado 
pela Banca Examinadora para obtenção do 
Grau de Psicólogo, no Curso de Psicologia 
da Universidade do Extremo Sul 
Catarinense, UNESC, com Linha de 
Pesquisa em Saúde e Processos 
Psicossociais. 
 
 
 
Criciúma, 22 de junho de 2021 
 
BANCA EXAMINADORA 
 
 
 
Prof. Me. João Luiz Brunel 
Universidade do Extremo Sul Catarinense - UNESC – Orientador 
 
Profª. Meª. Rosimeri Vieira da Cruz de Souza 
Universidade do Sul de Santa Catarina - UNISUL 
Profª. Meª. Cibele da Silva Lucion 
 Universidade do Extremo Sul Catarinense - UNESC 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Dedico – me a este trabalho, pois, frente a todos 
os desafios vividos em minha jornada 
acadêmica, persiste, enfrentei e superei meus 
medos para o êxito do mesmo. Ao meu 
orientador, que conduziu o trabalho com 
paciência e dedicação, sempre disponível e 
disposto a compartilhar todo o seu amplo 
conhecimento. 
 
 
AGRADECIMENTOS 
 
Agradeço afetuosamente a minha família, amigos e colegas de trabalho, 
que de forma direta ou indiretamente me auxiliaram e contribuíram para o êxito 
deste trabalho, em especial a minha ex-chefe pela inspiração do tema, a minha 
avó Terezinha que sempre manteve – se ao meu lado; ao meu companheiro 
Higor, pelo apoio incondicional de sempre; a minha mãe Sandra, pela inspiração 
diária e ao professor João Luiz Brunel, que acompanhou e orientou o projeto, 
dando todo o suporte e ensinamentos necessários. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
"Somos feitos de carne, mas temos de viver 
como se fôssemos de ferro." 
Sigmund Freud 
 
 
“Psicopatas não vão ao trabalho, eles vão à 
caça” 
SILVA, 2014, p.102. 
 
 
 
RESUMO 
O psicopata é conhecido por possuir um comportamento nocivo podendo trazer 
implicações no âmbito organizacional. O objetivo central deste trabalho é 
analisar as repercussões psicossociais que este apresenta no âmbito 
organizacional. Para a realização da análise utilizou-se a revisão de literatura de 
cunho exploratório por meio de livros, artigos e monografias de autores que 
abordam a temática, para compreender as características do narcisismo no 
psicopata corporativo. Sob essa ótica, esse perfil inerente, é muito mistificado 
sob o olhar leigo das corporações. As exigências das empresas e da sociedade 
atual, está favorecendo para o crescimento deste perfil, tornando- os efetivos. 
Quando o psicopata é identificado, já percebesse o vasto dano deixado no meio 
corporativo, dano esse podendo ser mensurado através do turnover e 
absenteísmo. 
 
 
Palavras – chave: Psicopatia. Psicopata corporativo. Comportamento. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
SUMÁRIO 
 
1 INTRODUÇÃO .............................................................................................. 10 
1.1 TEMA ..................................................................................................... 11 
PROBLEMA ..................................................................................................... 11 
OBJETIVOS ..................................................................................................... 11 
1.4. Objetivo Geral ........................................................................................... 11 
1.4.1 Objetivos Específicos .............................................................................. 11 
2 METODOLOGIA ..................................................................................... 12 
2.1 PROCEDIMENTOS E INSTRUMENTOS DE COLETA DE DADOS .......... 12 
2.2 CRITÉRIOS DE INCLUSÃO ................................................................... 12 
2.3 CRITÉRIOS DE EXCLUSÃO .................................................................. 13 
2.4 AMOSTRA .................................................................................................. 13 
3 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA ..................................................................... 14 
3.1 PSICOPATIA E TRANSTORNO DE PERSONALIDADE ANTISSOCIAL .. 14 
3.2 CONCEITO DE ORGANIZAÇÃO ............................................................... 16 
3.3 CARACTERÍSTICAS NARCISISTAS NO ÂMBITO ORGANIZACIONAL ... 17 
3.4 ASPECTOS COMPORTAMENTAIS DO PSICOPATA NO ÂMBITO 
ORGANIZACIONAL ......................................................................................... 18 
3.5 PSICOPATA NO AMBIENTE ORGANIZACIONAL .................................... 23 
4 APRESENTAÇÃO E ANÁLISE DE DADOS .................................................. 25 
4.1 PERFIL DO PSICOPATA NO ÂMBITO ORGANIZACIONAL ..................... 25 
4.2 CARACTERÍSTICAS DO NARCISISMO NO PSICOPATA 
ORGANIZACIONAL ......................................................................................... 26 
4.3 REPERCUSSÕES DO PSICOPATA NO ÂMBITO ORGANIZACIONAL .... 27 
5 CONCLUSÃO ................................................................................................ 30 
REFERÊNCIAS ................................................................................................ 31 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
10 
 
 
1 INTRODUÇÃO 
 
Tendo em vista que o ambiente organizacional é constituído por pessoas 
de uma diversidade cultural, e que, apresentam características comportamentais 
que refletem diretamente na parte processual do seu trabalho, onde buscam – 
se conquistar seu espaço e fazer sua carreira dentro da empresa, a pesquisa 
visa identificar de forma específica, as características comportamentais de um 
perfil psicopático narcisista. 
A demanda da pesquisa surgiu através da necessidade de explorar mais 
o perfil de um psicopata narcisista dentro da área organizacional, pois, ao longo 
de toda a trajetória acadêmica, estuda – se inúmeras patologias de forma mais 
ampla, visando identificar os prejuízos cognitivos e sociais, possíveis causas e 
tratamentos, sem o apresentar em uma situação cotidiana. 
O psicopata é conhecido por possuir um complexo distúrbio de 
personalidade e é definido como alguém com comportamento assertivo e 
extremamente extrovertido. Existem alguns tipos de perfis de psicopatia, porém, 
a pesquisa visa investigar e analisar com o enfoque no perfil narcisista. 
Todos encontram – se vulneráveis a um psicopata, pois ele pode se 
apresentar de forma charmosa e com personalidade marcante, cheio de 
encantos e inteligência, esses sujeitos em geral tem uma carreira de sucesso, 
costumam conquistar as pessoas logo no primeiro contato, sempre com bons 
argumentos, tendem a ter uma presença relevante e envolvente, sempre 
deixando uma boa impressão por onde passam, até que seja revelada a sua 
verdadeira identidade. Possui comportamento determinado e focado, 
apresentando uma forte característica de analisar profundamente as pessoas 
para usar a seu favor. 
Mesmo o psicopata apresentando características marcantes, ainda pouco 
se sabe do comportamento do mesmo. Sendo assim, a pesquisa busca 
identificar os princípios comportamentais da psicopatia no âmbito organizacional.11 
 
1.1 TEMA 
Análise comportamental do psicopata no âmbito organizacional. 
 
PROBLEMA 
Quais são as implicações psicossociais que o Psicopata apresenta no âmbito 
organizacional? 
 
OBJETIVOS 
 
1.4. Objetivo Geral 
Pesquisar os princípios comportamentais da psicopatia no âmbito 
organizacional. 
 
1.4.1 Objetivos Específicos 
 
● Identificar o perfil do psicopata no âmbito organizacional; 
● Compreender as características do narcisismo no psicopata 
organizacional; 
● Verificar as repercussões do psicopata no âmbito organizacional. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
12 
 
2 METODOLOGIA 
 
Para a realização da pesquisa utilizou - se da revisão de literatura que 
permite identificar, conhecer e acompanhar o desenvolvimento de determinado 
campo de conhecimento, sendo assim, aderiu – se dos conceitos da pesquisa 
bibliográfica que tem como objetivo reunir as informações e dados que serviram 
de base para a construção da investigação a partir do tema. Para isso, dispuser 
de fontes secundárias, como artigos, livros e monografias, obtendo o conteúdo 
necessário para a execução deste trabalho. 
A abordagem qualitativa tem como identidade o reconhecimento da 
existência de uma relação dinâmica entre o mundo real e o sujeito, de uma 
interdependência viva entre sujeito e objeto e de uma postura interpretativa, 
constituindo-se como um campo de atividade que possui conflitos e tensões 
internas (RAMIRES; PESSÔA, 2013). 
 
2.1 PROCEDIMENTOS E INSTRUMENTOS DE COLETA DE DADOS 
 
Por meio de levantamentos na base de dados: Scientific Eletronic Library 
Online (SciELO), Google Acadêmico, Science.gov e Biblioteca Digital de Teses 
e Dissertações (BDTD). Foram utilizados como ferramenta de coleta de dados, 
por meio de busca como: Psicopata corporativo. As informações foram buscadas 
por meio de artigos, livros e monografias que abordam o comportamento do 
psicopata nas organizações. 
 
2.2 CRITÉRIOS DE INCLUSÃO 
 
A partir dos artigos relacionados ao tema de interesse, fez se necessário 
buscar fundamentações adequadas para a realização da natureza bibliográfica 
do trabalho. Tendo como finalidade, apresentar conteúdos referentes aos 
objetivos específicos: Identificar o perfil do psicopata no âmbito organizacional, 
compreender as características do narcisismo no psicopata organizacional e 
verificar as repercussões do psicopata no âmbito organizacional. O 
procedimento de coleta de dados envolveu a pesquisa em livros, artigos e 
monografias. Foram selecionados artigos em língua portuguesa e um livro em 
língua inglesa. 
13 
 
 
2.3 CRITÉRIOS DE EXCLUSÃO 
 
Foram excluídos os estudos que não estavam relacionados ao 
comportamento do psicopata no âmbito organizacional e os que tinham 
conteúdos repetitivos. 
 
2.4 AMOSTRA 
 
Quanto à amostra, os artigos selecionados foram por meio do tema 
referido, por meio de uma seleção dos artigos, livros e monografias encontradas 
nos bancos de dados. Selecionando somente os artigos que fazem jus ao tema 
proposto. Os arquivos utilizados possuem um período que varia entre 2000 e 
2019, sendo eles os mais atualizados até então encontrados. Devido a repetição 
de conteúdo, foram utilizados quatro livros, três monografias e onze artigos. 
 
Foram usados para a pesquisa os seguintes descritores: Psicopata - Psicopata 
Corporativo – Comportamento – Liderança - Narcisismo. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
14 
 
3 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA 
 
3.1 PSICOPATIA E TRANSTORNO DE PERSONALIDADE ANTISSOCIAL 
 
Segundo o DSM – 5 (2014), a psicopatia é classificada como Transtorno 
de Personalidade Antissocial (TPAS), tende a apresentar uma alta 
potencialização na arte da manipulação e falsidade, apresentando também uma 
aparência sedutora e marcante, tendo sempre bons argumentos e falas que 
enaltecem sua inteligência, não apresenta empatia. 
De acordo com o DSM - 5 (2014), os critérios diagnósticos para TPAS 
são: 
Critérios Diagnósticos para 301.7 Transtorno da Personalidade 
Antissocial (F60.2) 
A. Um padrão difuso de desconsideração e violação dos direitos das 
outras pessoas que ocorre desde os 15 anos de idade, conforme indicado por 
três (ou mais) dos seguintes: 
 1. Fracasso em ajustar-se às normas sociais relativas a 
comportamentos legais, conforme indicado pela repetição de atos que 
constituem motivos de detenção. 
 2. Tendência à falsidade, conforme indicado por mentiras repetidas, 
uso de nomes falsos ou de trapaça para ganho ou prazer pessoal. 
3. Impulsividade ou fracasso em fazer planos para o futuro. 
4. Irritabilidade e agressividade, conforme indicado por repetidas lutas 
corporais ou agressões físicas. 
5. Descaso pela segurança de si ou de outros. 
6. Irresponsabilidade reiterada, conforme indicado por falha repetida em 
manter uma conduta consistente no trabalho ou honrar obrigações financeiras. 
7. Ausência de remorso, conforme indicado pela indiferença ou 
racionalização em relação a ter ferido, maltratado ou roubado outras pessoas. 
B. O indivíduo tem no mínimo 18 anos de idade. 
 C. Há evidências de transtorno da conduta com surgimento anterior 
aos 15 anos de idade. 
 D. A ocorrência de comportamento antissocial não se dá 
exclusivamente durante o curso de esquizofrenia ou transtorno bipolar. 
15 
 
Para Soeiro; Gonçalves (2010 (apud Costa 2019), os traços de 
personalidade referem-se a relações interpessoais defeituosas ou uma 
incapacidade fundamental para amar ou para estabelecer amizades 
verdadeiras, inexistência de intuição própria, ausência de culpa ou vergonha e, 
por último, uma fachada de competência e maturidade que mascaram uma 
inconsistência geral e a incapacidade para ser digno de confiança. 
As características que evidenciam o perfil dos psicopatas são: charme 
superficial, inteligência, não sentem se nervosos em nenhuma ocasião, não 
confiam em ninguém, são desleais, não sofrem delírios ou outros sinais de 
pensamento irracional, não sentem remorso, incapazes de aprender com as 
experiências vividas, não sentem amor, compaixão ou afeição a nenhuma 
pessoa ou animal (GENOVEZ; LEMOS; SARDINHA, 2019). 
Segundo Silva (2014 apud TURRIONI; SILVA, 2016), existem dois tipos 
de psicopatas, sendo um deles o que comete os crimes hediondos e tem ações 
de crueldade, subjugando suas vítimas a dor, terror e sofrimento. Assim, como 
também se tem o psicopata que encontra – se no ambiente organizacional, com 
ações dissimuladas, pronto para fazer o que for preciso para atingir seus 
objetivos e metas, de forma fria e calculista. 
De acordo por Sina (2017), muitas vezes as pessoas confundem a 
psicopatia com a sociopatia, e mesmo que ambos sejam classificados como 
TPAS e apresentarem características parecidas, não são iguais. O sociopata é 
capaz de sentir culpa e remorso, são menos organizados e possuem mais 
propensão a cometer crimes espontaneamente, tornando – se mais explosivos, 
são capazes de formar ligações emocionais profundas, como com amigos e 
familiares. 
Diferentemente do psicopata, que não apresenta nenhum tipo de 
vínculo emocional, total desprezo pelas pessoas, falta de empatia e de sentir 
culpa ou remorso, sendo frios e mantendo sempre o controle emocional e físico. 
O psicopata é um sujeito “egocêntrico, grandioso, arrogante, enganador, 
manipulador, superficial, insensível, impulsivo, que busca sensações extremas, 
que prontamente viola normas e obrigações sociais, sem qualquer sentimento 
de vergonha, culpa ou remorso” (HARE; NEUMANN, 2005, p. 57, apud COSTA, 
2019). 
16 
 
Segundo Hare (1991, apud GENOVEZ; LEMOS; SARDINHA, 2019), as 
principais características de um psicopata são a falta de empatia, não 
sentimento de culpa, mentiras, trapaças, manipulações, dificuldade em cumprir 
normas sociais e impulsividade, sendo que o mesmo que não é considerado 
um TPAS, apresenta características mais amplas como além da falta de 
empatia, arrogânciae vaidade excessiva, assim fica claro que indivíduos que 
apresentam TPAS têm maior predisposição a psicopatia. 
 
3.2 CONCEITO DE ORGANIZAÇÃO 
 
Organização empresarial, é quando um grupo visa de forma específica 
um objetivo, sendo composta de funções e com uma estrutura organizacional 
hierárquica, legal e que pode ter ou não fins lucrativos, sendo pautada pela 
lógica e pela racionalidade, garantindo que os processos de gestão ocorram 
com clareza e transparência. (BONDARIK; CARVALHO; PILATTI, 2005), as 
organizações empresariais são, portanto, consideradas essenciais para a 
existência em sociedade e para o desenvolvimento humano. Não poderíamos 
imaginar uma sociedade complexa como nos é apresentada à sociedade 
ocidental ou mesmo considerar a existência de uma cultura ocidental sem a 
existência das organizações empresariais. 
De acordo com Balducci; Kanaane (2007, apud TURRIONI; SILVA, 
2016), o clima organizacional é um reflexo da junção entre a cultura 
organizacional e os valores individuais dos colaboradores. Organizações com 
clima organizacional negativo e inadequado sofrem problemas, tais como, baixa 
motivação, depressão, apatia, sentimentos que podem prejudicar a saúde física 
e mental do colaborador levando a queda de produtividade, por isso, a 
necessidade de manutenção do clima positivo. 
Segundo Torres (2012), às organizações não funcionam sozinhas, 
necessitam das pessoas para dirigi-las, impulsioná-las e dinamizá-las. As 
organizações dependem das pessoas e estas constituem a unidade básica das 
organizações. No entanto, a variabilidade humana é enorme e cada pessoa é 
um fenômeno multidimensional, sujeito à influência de muitas variáveis. 
À medida que as organizações aumentam os recursos, o número de 
pessoas e os níveis hierárquicos também aumentam sendo diretamente 
17 
 
proporcional o distanciamento entre as pessoas. Esta distância pode despoletar 
o aparecimento de um conflito entre os objetivos pessoais e organizacionais, 
havendo diminuição de interações diretas entre o topo e a base da pirâmide. 
São cada vez mais complexas, sistemas vivos em constante dinâmica, segundo 
Chiavenato (2004, apud TORRES 2012). 
Sendo assim, o clima e a cultura organizacional estão diretamente 
ligados e relacionados com a produtividade dos colaboradores, assim como 
também com a saúde emocional e física, sendo um reflexo da junção entre a 
cultura organizacional e os valores individuais dos colaboradores (TURRIONI; 
SILVA, 2016). 
De acordo com a compreensão da personalidade psicopática e do que 
se trata uma organização, é perceptível que empresas que possuem o clima e 
a cultura de intrigas, que não possuem, missão, visão e valores bem definidos, 
assim como também que não pautam sua ética perante os colaboradores, que 
mascaram os assédios morais e não cobram postura adequada de seus 
profissionais, tendem a tornar fácil a atuação do psicopata corporativo 
(TURRIONI; SILVA, 2016). 
Segundo Sina (2017), as políticas de crescimento empresarial baseadas 
na teoria que os fins justificam os meios, as empresas com fraca estruturação 
administrativa, filosófica e ética tendem a fomentar as atitudes psicopáticas e 
supervalorizar colaboradores que surgem com soluções mágicas, capacidade de 
persuasão, controle das emoções e indiferença aos sentimentos alheios, 
características que aos psicopatas são inatas. 
 
3.3 CARACTERÍSTICAS NARCISISTAS NO ÂMBITO ORGANIZACIONAL 
 
O narcisismo é caracterizado pelo indivíduo com excesso do apreço de 
si mesmo, onde tendem a ter um padrão comportamental invasivo e de 
grandiosidade, com necessidade de admiração e falta de empatia. O sujeito 
com esse transtorno apresenta um sentimento grandioso de sua própria 
importância; superestimar suas capacidades e exageram suas realizações, 
parecendo orgulhoso ou arrogante. As características-chave do narcisista são, 
portanto: exibicionismo, vaidade, arrogância e autossuficiência, Raskin; Terry, 
(1988, apud COSTA, 2019). 
18 
 
O narcisismo é compreendido como o estágio no qual as pulsões 
parciais, até então isoladas reuniram-se numa unidade e simultaneamente 
acharam o ego como objeto. Segundo Freud (1914), o estado da libido deveria 
aplicar-se com exclusividade a expressão que Jung usa indiscriminadamente: 
introversão da libido. Os argumentos de Freud (1914), se baseiam numa ideia 
de aparelho psíquico regido pelo Princípio de Prazer que funciona sob a 
prerrogativa de um escoamento de excitação. 
Costa (2019), No entanto, o narcisismo vem sendo definido por um 
colapso entre uma identidade grandiosa e uma insegurança dissimulada. O 
narcisista parece enaltecer suas competências, mesmo quando se pode 
verificar que há um exagero. Seu reforço parece ser mais motivado por uma 
satisfação do ego do que por ganhos instrumentais ou materiais, como ocorre 
com o psicopata e com o maquiavélico. As características-chave do narcisista 
são, portanto: exibicionismo, vaidade, arrogância e autossuficiência, Raskin; 
Terry (1988, apud COSTA, 2019). 
De acordo com o DSM V (2014), às pessoas com esse transtorno creem 
ser superiores, especiais ou únicas e esperam que os outros as reconheçam 
como tal. Podem sentir que são somente compreendidas por outras pessoas 
especiais ou de condição elevada, e apenas com elas devem se associar, 
podendo atribuir qualidades como “únicas”, “perfeitas” e “dotadas” àquelas com 
quem se associam. 
Quando encontrados os traços narcísicos no líder em um âmbito 
organizacional, é perceptível tamanho crescimento hierárquico em pouco 
tempo. Sendo esse crescimento dado, devido ao seu poder de persuasão, 
manipulação e a necessidade de poder, onde, dedicam – se meticulosamente 
ao trabalho, visando sempre suas metas e objetivos pessoais, deixando seus 
momentos de “lazer” de lado em busca de um resultado mensurável e 
esplêndido (COSTA, 2019). 
 
3.4 ASPECTOS COMPORTAMENTAIS DO PSICOPATA NO ÂMBITO 
ORGANIZACIONAL 
 
Os psicopatas quando encontrados no âmbito organizacional, 
geralmente são identificados por apresentarem altos níveis de assertividade e 
19 
 
baixos índices de atenção, sendo-os vistos com simplicidade, altruísmo, 
complacência e modéstia, e buscam excitação nas atividades, refletindo 
positivamente em alta competência nas organizações, ordem, esforço e 
autodisciplina, assim como também, estilo de apresentação, criatividade, bom 
pensamento estratégico e capacidade de comunicação(SILVA, 2014, apud 
COSTA, 2019). 
Para Sina (2017), o cenário organizacional é favorável para pessoas 
com personalidade psicopática, eles buscam posições de liderança que 
oferecem bons salários, status e poder. Em um primeiro momento agem de 
forma habilidosa buscando contato com colegas que possam lhe trazer algum 
tipo de vantagem, depois de forma cínica disputam o poder sem qualquer 
escrúpulo e ética. 
Demolinari (2010) Os psicopatas costumam agir com muita habilidade 
no contexto empresarial. O número de psicopatas burocratas em cargos de 
liderança ou de “colarinho branco” é significativo. Um estudo feito por Babiak 
Hare (2006), demonstrou as táticas utilizadas por esses indivíduos para entrar 
no meio corporativo, com ações clínicas, inescrupulosas e antiéticas na disputa 
de cargos, salários e poder. Esse plano pode ser resumido em cinco etapas: 
Etapa I – Ingresso na empresa 
Essa fase corresponde às entrevistas, em que o psicopata mostra-se 
seguro, cativante e assertivo. Utiliza de todo seu potencial sedutor para atingir 
o objetivo único de impressionar o entrevistador e se parecer com uma pessoa 
perfeita para aquele cargo. 
 Etapa II – Avaliação do ambiente 
 Uma vez empregado, o psicopata procura descobrir, de forma rápida, 
quem tem voz ativa na empresa; quem são as pessoas que podem influenciar, 
ou seja, faz cuidadosamente o mapeamento do ambiente. Depois, constrói 
relações pessoais, por vezes até íntimas, com funcionários influentes.Etapa III – Manipulação 
 De modo intencional, o psicopata espalha falsas informações para que 
seja visto de forma positiva perante a chefia, enquanto os demais sejam vistos 
de maneira negativa. Semeia desconfiança entre funcionários, fazendo o jogo 
da manipulação em que coloca um contra o outro, falando mal e difamando. 
20 
 
Mantém, com os demais, contatos individuais isolados e evita situações de 
reunião onde precisaria se posicionar perante o grupo. 
Etapa IV – Confrontação 
Depois de usar as pessoas em benefício de sua ascensão, o psicopata 
abandona aqueles que não podem ser mais úteis aos seus interesses; porém, 
estrategicamente, antes de abandonar, em geral, ele humilha suas vítimas. 
Dessa forma, as pessoas que foram exploradas são as que menos se dispõem 
a revelar sua experiência. 
Fase V: Ascensão 
Depois de colocar líderes e chefias uns contra os outros, e tirar proveito 
dessa situação, o cenário está vulnerável e propício para o golpe, que vem de 
forma quase natural. Nesse momento, geralmente o psicopata toma o lugar do 
seu superior, que costuma ser demitido ou rebaixado de cargo ou de função, 
(BABIAK; HARE, 2006). 
Quando encontrados em altos cargos, os psicopatas buscam lacunas 
nas leis para evitar e/ou reduzir impostos, sendo que sempre que for possível, 
tentam manipular os preços em busca de benefício próprio, sem preocupar – 
se com investidores e empregados. Geralmente envolvem as corporações em 
que estão empregados com práticas ilegais como com a parte financeira, 
contábil e administrativa, podendo vir a ter implicações futuras. São capazes de 
mentir e manipular em busca do atingimento de suas metas e objetivos 
pessoais, são extremamente articulados, podendo fraudar documentos, notas 
fiscais, e até mesmo cometer fraude absoluta contra a empresa com a qual 
presta serviço (COSTA, 2019). 
Os psicopatas estão sempre buscando os cargos como de liderança, 
gerência, diretoria, e isso se dá pois estão sempre na busca insaciável de poder, 
seja ele perante algo ou alguém. Quando o psicopata traz as características 
narcisistas no âmbito organizacional, eles tendem a trazer características como 
a inovação, a habilidade para atrair seguidores, a condução do negócio para 
ganhar poder e glória, sendo essa a imagem que traduz a concepção de 
grandes líderes, e que são elementos que podem torná-los bem-sucedidos no 
ambiente organizacional. Os altos traços de Narcisismo são mais evidentes em 
executivos que cometeram crimes do colarinho branco (SILVA, 2014, apud 
TURRIONI; SILVA, 2016). 
21 
 
As características de um psicopata podem ser facilmente confundidas 
com as necessidades impregnadas na empresa, pois, como possuem um grau 
de assertividade focado em resultados, uma agressividade para tomadas de 
decisões impopulares, habilidade para atuar sob fortes pressões, entre outras 
características que tornariam o candidato ideal para uma vaga de liderança, 
gestão ou cargo que possui um certo grau hierárquico maior (D’SOUZA et al., 
2019). 
Segundo Costa (2019), o psicopata apresenta uma forte característica 
de delegar funções as quais exigem um trabalho mais pesado, investimento de 
tempo e necessidade real de dedicação, e isso se dá pela sua facilidade de 
persuadir, onde, com isso consegue mascarar – se e manipular os diversos 
níveis de organização, aparentando assim, que é um profissional dedicado, e 
consequentemente tendo mais tempo hábil para planejar seus objetivos. 
Sendo assim, para o psicopata não existe nada que sirva de empecilho 
para burlar regras, roubar e ou desmoralizar pessoas para conseguir seus 
objetivos, ele fará o que for necessário e sempre com um sorriso no rosto, 
preocupando – se apenas com a sua imagem, pois precisa estar acima de 
qualquer suspeita. Demolinari (2010), após tantas demonstrações de afeto, fica 
quase impossível não se render ao seu encanto. Aos poucos, o psicopata vai 
se infiltrando na vida de uma pessoa, fazendo parte do seu círculo de amizades, 
frequentando sua casa e aproveitando cada informação enquanto aguarda 
silenciosamente o momento do ataque. Estas são as premissas de um 
psicopata: seduzir, jogar e atacar. 
O psicopata que exerce uma função de liderança é uma pessoa que 
pode estar perfeitamente integrada às condições organizacionais da 
contemporaneidade. Sua aparente motivação, capacidade de assumir riscos e 
esconder habilidosamente suas fraquezas faz com que ele não apenas seja 
confundido com um líder eficaz (BABIAK; HARE, 2006), mas também que 
algumas de suas características sejam valorizadas no ambiente corporativo em 
geral. 
Sina (2017), os bancos são locais para o desenvolvimento dessa 
devastadora doença, já que os funcionários lidam com o poder que o dinheiro 
dá. Ou seja, os psicopatas quando citados no âmbito organizacional, sempre 
estará em destaque o seu desejo incontrolado pelo poder, assim como a sua 
22 
 
necessidade de competitividade, pois assim pode trabalhar com os seus jogos 
psicológicos e exacerbar toda a sua vaidade. 
Um ambiente em que os psicopatas gostam de transitar também, são 
as empresas que estimulam a concorrência entre os funcionários, trazendo 
assim, um ótimo cenário para o surgimento de novos predadores a fim de 
poderem chegar aonde querem. Sina (2017), o jogo do psicopata se alicerça na 
autopromoção baseada no esforço alheio, ou seja, subir a qualquer preço, nas 
costas de suas vítimas, sendo eles desprovidos de remorso, culpa e ou 
sentimento de empatia. 
Os comportamentos que podem gerar conflitos dentro de um ambiente 
organizacional, se tornam propícios para que o psicopata desenvolva suas 
atitudes. Ou seja, ele vai utilizar da discórdia e do desconforto encontrado no 
ambiente, para arrumar lacunas onde ele possa se promover em cima, 
excluindo que tais comportamentos negativos possam interferir na vida pessoal 
ou até mesmo no ambiente organizacional de terceiros. Os psicopatas são 
extremamente articulados, precisos e agem friamente em busca de suas 
satisfações pessoais (SILVA, 2008). 
Ou seja, os psicopatas além de terem todo o seu poder de persuasão, 
eles utilizam de seus conhecimentos da manipulação para sempre falarem o 
que as pessoas querem e precisam ouvir, se tornando verdadeiros predadores 
em busca de seus objetivos, sendo assim, uma arma letal para o ambiente 
social em que convive. Ele é portador de uma maldade nociva, ou seja, ele sabe 
que está fazendo o mal, e faz isso de propósito, não precisando chegar à 
fatalidade de alguém, mas prejudicando – a de forma severa e diversificada. 
Para Babiak Hare (2006), os indivíduos com personalidade psicopática 
têm a cognição intacta, ou seja, têm plena ciência dos seus atos e sabem 
exatamente que estão infringindo regras sociais, para ele a deficiência dessas 
pessoas está no campo das emoções. 
Para Silva (2014, apud TURRIONI; SILV, 2016), baseada na escala de 
Hare discorre sobre algumas características consideradas chave e que 
sinalizam a personalidade psicopática: 
 Características relacionadas aos sentimentos e aos relacionamentos 
interpessoais: superficialidade e eloquência; egocentrismo e megalomania; 
23 
 
ausência de sentimento de culpa; ausência de empatia; mentiras, trapaças e 
manipulação; pobreza de emoções. 
 Características relacionadas ao estilo de vida e ao comportamento 
antissocial: impulsividade; autocontrole deficiente; necessidade de excitação; 
falta de responsabilidade; problemas comportamentais precoces; 
comportamento transgressor. 
Ou seja, o psicopata possui um padrão de vida transgressora que 
comumente é confundida de forma equivocada com os outros criminosos, 
porém, o que lhe diferencia dos demais criminosos, é a característica marcante 
de não sentir emoções, assim como também, o não sentimento de culpa, 
remorso entre outras características já citadas. 
 
3.5 PSICOPATA NO AMBIENTE ORGANIZACIONAL 
 
Segundo TurrioniSilva (2016), o psicopata corporativo para atingir seus 
objetivos não mede consequências e nem tão pouco se preocupa em manter 
uma postura positiva diante dos colegas que ele julga não mais precisar em sua 
escalada rumo ao topo. O psicopata corporativo não considera dificuldade usar, 
manipular, jogar uns contra os outros, humilhar e trapacear, para ele o 
importante é a ascensão e o poder, com esse comportamento inescrupuloso 
eles influenciam negativamente o clima organizacional, causando danos muitas 
vezes irreversíveis a equipe e a empresa. 
Sendo assim, é perceptível que pessoas com características 
psicopáticas existentes no âmbito organizacional, causam transtornos e através 
de atitudes antissociais e antiéticas buscam alcançar altos cargos, a falta de 
empatia e a facilidade em manipular e intimidar colegas são suas maiores 
armas. Segundo Clark (2011, apud TURRIONI; SILVIA, 2016), quando o 
psicopata é identificado, geralmente já houve danos à equipe, ao clima 
organizacional, a empresa como um todo e reverter esses danos, e essa é 
tarefa extremamente complexa. 
Em uma linguagem mais empresarial, as consequências do psicopata 
no âmbito organizacional se tornam visível quando há certos conflitos em que 
a gestão de pessoas consegue captar como indicadores de um clima negativo 
podendo citar: turnover alto, absenteísmo, conflitos, reclamações no serviço 
24 
 
médico. “psicopatas não vão ao trabalho, eles vão à caça” (SILVA, 2014, p.102, 
apud TURRIONI; SILVA, 2016). 
Psicopatas corporativos têm sido caracterizados como oportunistas, 
egocêntricos, manipuladores e cruéis, ainda que também sejam 
autossuficientes, ambiciosos e encantadores Boddy, 2005 (apud CAMPELO; 
SOUSA, 2016). Para Babiak Hare (2006), são profissionais que usam diversas 
formas de manipulação, deixando marcas negativas em seus contatos 
profissionais. 
Costa (2019), diz que o psicopata corporativo pode até atingir cargos 
elevados e ser bem-sucedido profissionalmente, mas aqui se defende uma 
concepção da condição como essencialmente patológica e com presença de 
comportamento anti social, embora não necessariamente de natureza 
criminosa. Apesar de ser uma questão relevante, que causa estragos 
financeiros e emocionais na vida de muitas pessoas, os estudos sobre 
psicopatia corporativa e liderança organizacional ainda são bastante limitados, 
especialmente fora da América do Norte e, sobretudo, no Brasil. 
Sendo assim, é perceptível que a presença de um psicopata no 
ambiente organizacional tende a trazer malefícios à corporação. Tendo em vista 
uma perspectiva humanizada, a falta de empatia, união, comprometimento, 
ética e o individualismo do psicopata, auxilia para um ambiente organizacional 
de intrigas, mentiras, corrupções e manipulações. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
25 
 
4 APRESENTAÇÃO E ANÁLISE DE DADOS 
 
A seguir será apresentada a análise de dados feita através dos 
documentos obtidos para a execução do trabalho, trazendo os objetivos 
explorando os conceitos e a didática dos estudiosos que apresentam um 
conhecimento mais aprofundado frente ao tema. 
Sendo utilizados os autores: Babiak; Hare (2006); Genovez, Lemos; Sardinha, 
(2019); D’souza et al. (2019); Mecler, (2015); Campelo; SousA (2016); Silva 
(2008); Turrioni; Silvia (2016); Demolinari (2010). 
 
4.1 PERFIL DO PSICOPATA NO ÂMBITO ORGANIZACIONAL 
 
Segundo Costa (2019), o psicopata corporativo mente, explora e 
manipula os outros, o que não reflete um funcionamento cognitivo e psicossocial 
saudável e gera consequências desastrosas para o ambiente organizacional. 
Babiak; Hare (2006), trazem que sua aparente motivação, capacidade de 
assumir riscos e esconder habilidosamente suas fraquezas, faz com que ele não 
apenas seja confundido com um líder eficaz, mas também que algumas de suas 
características sejam valorizadas no ambiente corporativo em geral. 
Demolinari (2010), traz que habitualmente, as pessoas tendem a associar 
psicopata e assassino em série, quando a maioria deles sequer é fisicamente 
violenta, seu objetivo pode ser apenas a busca do dinheiro, poder, fama ou, 
simplesmente, um cargo de visibilidade dentro de uma organização, sentindo-se 
atraídos exatamente pelo moderno, aberto e flexível mundo corporativo. Os 
psicopatas costumam agir com muita habilidade no contexto empresarial. O 
número de psicopatas burocratas em cargos de liderança ou de “colarinho 
branco” é significativo. 
De acordo com Silva (2014, apud TURRIONI; SILVA, 2016), na ânsia de 
crescimento em curto espaço de tempo, algumas empresas perdem seus 
alicerces morais, e tendem a valorizar pessoas com características 
inescrupulosas, para a autora, existem empresas e instituições psicopáticas. 
(MECLER, 2015), traz que no ambiente corporativo, o sujeito com essa faceta 
tem tudo para fazer sucesso. É carreirista e pode passar por cima do que é de 
quem for preciso para chegar ao topo. Marqueteiro por natureza, ninguém vende 
26 
 
tão bem o próprio peixe quanto ele. Na hora de apresentar um projeto, 
impressiona por fazer os outros acreditarem que aquela é “a” ideia é que só ele 
é capaz de realizá-la. 
Demolinari (2010), ressalta a ausência de medo e de consciência que faz 
com que a personalidade psicopática seja tão ardilosa. Essas características 
credenciam esses indivíduos à infração de normas externas sem qualquer culpa 
ou escrúpulos. Babiak; Hare (2006, p. 256), afirmam que: “O clima empresarial 
de hoje, acelerado, competitivo e muitas vezes caótico, promove o estímulo que 
os psicopatas buscam e dá cobertura suficiente para seu comportamento 
manipulativo e abusivo”. 
Sendo assim, é compreensivo que o psicopata possui um perfil 
transgressor e manipulador, o qual visa exclusivamente seus objetivos, não 
apresentando ter medo e ou empatia, caso seja necessário mentirá, enganará, 
irá fraudar documentações e prejudicar severamente a vida de outrem. 
 
4.2 CARACTERÍSTICAS DO NARCISISMO NO PSICOPATA 
ORGANIZACIONAL 
 
Hare 1970 (apud Costa 2019), traz como relação entre a psicopatia e o 
narcisismo, a frieza na forma em que age, seja ela comportamental quanto 
emocional, assim como também, problemas de autocontrole (impulsividade), 
sendo peculiar ao psicopata a imprudência e a busca por sensações. Segundo 
(GENOVEZ; LEMOS; SARDINHA, 2019), o indivíduo psicopata é extremamente 
inteligente, apresenta se de forma atraente, não possui delírios, é autoconfiante 
em suas palavras, possui egoísmo exagerado, incapaz de seguir um plano de 
vida, tendo uma vida sexual desenfreada. Ou seja, para o psicopata não importa 
a consequência que levará seus atos no fim, não há sentimento de culpa. 
estudos sobre os traços de Narcisismo apontam que a visão, o carisma, 
a inovação, a habilidade para atrair seguidores, a condução do negócio para 
ganhar poder e glória e a imagem que traduz a concepção de grandes líderes 
são elementos que podem torná-los bem-sucedidos no ambiente organizacional 
(D’SOUZA et al., 2019) 
Podendo assim, partir de um pressuposto de que quanto o psicopata 
encontra – se no ambiente organizacional e apresenta tais traços do narcisismo, 
27 
 
apresentará também, esta conduta de autovalorização, uma capacidade 
intensificada na conquista de altos cargos, assim como também, no poder de 
sedução, manipulação. Segundo D’Souza et al, (2019), a autoridade, a 
autossuficiência e a superioridade são positivas para o desempenho 
organizacional, além de elementos cognitivos como inteligência, criatividade, 
competência e capacidade de liderança. 
Mecler (2015), traz como resposta que o narcisista, de maneira bem 
simples, é aquele cidadão que chega e pergunta: “Sabe com quem está 
falando?” É alguém que se considera acima do bem e do mal, tão especial que 
não precisa seguir regras. Para o indivíduo narcisista, a recompensa é o 
privilégio de conviver com ele. Uma pessoa com estilo narcisistase vangloria do 
que fez e do que imagina ter feito. Tem propensão a viver no mundo da 
imaginação, onde a glória, a fama e o reconhecimento fazem parte do cotidiano. 
Seu currículo narrado será sempre melhor do que o real: qualquer pequeno feito 
ganha ares de vitória épica. 
O narcisista é sempre rodeado de muitas pessoas, mantendo um grupo 
de influência devido a seu carisma, porém, seu afeto é sempre voltado para 
algum interesse próprio, buscando sempre extrair algo que vá se beneficiar. 
Segundo Mecler (2015), quem convive com um narcisista deve manter o pé firme 
na realidade e entender que o indivíduo com esse estilo não escolhe um ou outro 
para demonstrar seus traços patológicos de personalidade. Ele não reconhece 
suas dificuldades, por isso fica indignado quando alguém sugere qualquer 
tratamento. Além disso, mesmo se reconhecesse a necessidade de se tratar, 
não haveria ninguém à altura para desempenhar esse papel. 
As características e comportamentos apresentados por este perfil, tendem 
a trazer grandes e severas consequências negativas ao ambiente organizacional 
assim como também, para as pessoas que os rodeiam, pois, fazem com que 
prejudiquem a relação entre empresa e funcionários. 
 
4.3 REPERCUSSÕES DO PSICOPATA NO ÂMBITO ORGANIZACIONAL 
 
O psicopata no âmbito organizacional, possui uma característica de se 
camuflar como um bom profissional, sendo ágil, sagaz, comprometido, e com o 
lado racional extremamente aguçado. De acordo com Sina (2017), as empresas 
28 
 
constituem cenário favorável para ação desses indivíduos que se sentem 
atraídos por cargos de liderança e poder, eles usam as atividades profissionais 
para manipular e controlar as pessoas em função dos seus objetivos. 
A presença de um psicopata no ambiente de trabalho, não é fácil de ser 
identificada, pois, ele possui um forte domínio no que diz respeito a manipulação. 
Para Sina (2017), o cenário organizacional é favorável para pessoas com 
personalidade psicopática, eles buscam posições de liderança que oferecem 
bons salários, status e poder. Em um primeiro momento agem de forma 
habilidosa buscando contato com colegas que possam lhe trazer algum tipo de 
vantagem, depois de forma cínica disputam o poder sem qualquer escrúpulo e 
ética. 
O psicopata traz fortes características de sedução, buscando construir relações 
com os colegas influentes dentro da empresa, manipulando pessoas e fatos, de 
forma camuflada e disfarçado de amigo. De acordo com Silva (2008), na ânsia 
de crescimento em curto espaço de tempo, algumas empresas perdem seus 
alicerces morais, e tendem a valorizar pessoas com características 
inescrupulosas, para a autora, existem empresas e instituições psicopáticas. 
Segundo Campelo;Sousa (2016), os psicopatas corporativos podem ser 
compreendidos como pessoas manipuladoras que procuram apenas o benefício 
próprio para que, de forma impiedosa, alcancem seus objetivos, sem qualquer 
preocupação com o próximo. 
o psicopata semeia a discórdia entre colegas, espalhar falsas notícias, 
usa os colegas como ferramentas da sua estratégia de ascensão; na fase da 
confrontação o psicopata abandona as pessoas que considera não ter mais 
utilidade em sua estratégia e passa a humilhá-las, essa é a arma para que esses 
colegas fragilizados se mantenham em silêncio sobre o que sabem a respeito 
dele; na fase de ascensão, o psicopata alcança seus objetivos e obtém a posição 
desejada dentro da empresa, geralmente através de demissões e rebaixamento 
de cargo de seu antigo chefe (TURRIONI; SILVA, 2016). 
 Ainda por Turrioni; Silva (2016), a cultura e o clima organizacional estão 
diretamente relacionados com a produtividade dos colaboradores, com a saúde 
emocional e física. O psicopata corporativo para atingir seus objetivos não mede 
consequências e nem tão pouco se preocupa em manter uma postura positiva 
diante dos colegas que ele julga não mais precisar em sua escalada rumo ao 
29 
 
topo. Daynes (2012, apud TURRIONI; SILVA, 2016), afirma que de forma 
dissimulada o psicopata corporativo pode roubar a carteira do colega, invadir 
computadores, falar mal do colega para o chefe, analisar cada membro da 
equipe para obter vantagem da pessoa certa. 
Segundo Silva (2008), as políticas de crescimento empresarial baseadas 
na teoria que os fins justificam os meios, as empresas com fraca estruturação 
administrativa, filosófica e ética tendem a fomentar as atitudes psicopáticas e 
supervalorizar colaboradores que surgem com soluções mágicas, capacidade de 
persuasão, controle das emoções e indiferença aos sentimentos alheios, 
características que aos psicopatas são inatas. 
Sendo assim, de acordo com Turrioni; Silva (2016), quando o psicopata 
é identificado, já percebesse o vasto dano deixado no meio corporativo, dano 
esse podendo ser mensurado através do turnover e absenteísmo. Demolinari 
(2010), o psicopata não atua sozinho, ele precisa de uma vítima, escolhida com 
muito critério a partir de uma sensibilidade sofisticada; psicopatas são expert 
em selecionar bem suas vítimas. Assim, tornando – se perceptível que são 
inúmeras as repercussões deste perfil em um âmbito organizacional. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
30 
 
5 CONCLUSÃO 
 
Portanto, conclui – se que o comportamento do perfil estudado, é nocivo 
e hostil, afeta a empresa e todo o meio envolvido. Sob essa ótica, as exigências 
das empresas e da sociedade atual, estão favorecendo ainda mais para a 
proliferação deste perfil, o qual se desvincula da realidade vital dos que estão ao 
seu redor. 
Mesmo que pouco explorado, esse perfil existe e pode ser encontrado 
em qualquer lugar. A exploração do tema veio para desmistificar a imagem de 
psicopata assassino e que só se encontra em filmes e histórias, um psicopata 
não necessariamente precisa matar para ser um psicopata. Entendendo – se 
que o mesmo pode prejudicar severa e gravemente outrem, sem chegar a uma 
fatalidade, ação a qual pode ser demonstrada em um comportamento de 
manipulação, agressão verbal, física e atitudes negligentes. 
Vale salientar que não existe uma produção tão extensa que aborde o 
tema, tornando os que se encontram repetitivos, o qual se tornou dificultoso para 
a exploração de algo novo. Sendo assim, fica como sugestão a pesquisa de 
novos conteúdos para a atualização dos bancos de dados, pois algo que aborde 
este tema tende a se tornar enriquecedor para futuras pesquisas que seguem a 
mesma temática. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
31 
 
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