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ABORDAGEM CLINICA - AUTOESTIMA - MONTEIRO 2019

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Volume 23, N. 2, pp 160 - 178, Jul/Dez, 2019. 
160 
Perspectivas em Psicologia, Uberlândia, vol. 23, n. 2, pp. 160 - 178, Jul/Dez, 2019 – ISSN 2237-6917 
 
ABORDAGEM CLÍNICA PERANTE DESEQUILÍBRIO DA AUTOESTIMA 
 
Suze Martins Franco Monteiro 
Claudiane Aparecida Guimarães 
(Universidade de Uberaba – UNIUBE – Uberaba – MG) 
 
 
Resumo 
Esse artigo objetivou verificar a contribuição das diversas psicoterapias na restauração da 
autoestima disfuncional. Nessa perspectiva, foi realizada uma revisão literária sistemática 
destacando os seguintes pontos: o desenvolvimento da autoestima depende do quanto o sujeito 
foi impactado pelas suas experiências e de como ele dá significado a elas; as crenças que o 
indivíduo tem sobre si mesmo vão determinar como ele se relaciona consigo mesmo, com o 
outro e com o mundo; todos nós estamos em constantes transformações, sendo assim, cada um 
pode modificar-se e mudar o rumo de sua própria vida. Nessa pesquisa ficou evidente a 
importância da intervenção psicoterápica na reconstrução da autoestima, utilizando como 
principais métodos: a estratégia de reprogramação de crenças disfuncionais fundamentada na 
linha cognitivista, e a interação verbal e afetiva entre terapeuta e cliente. 
Palavras chave: autoestima; crenças; psicoterapia. 
 
Abstract 
Clinical Approach of Self-Esteem Instability 
This article aimed to analyze the contribution of diverse psychotherapies to restore 
dysfunctional self-esteem. It was carried out a systematic review of studies in which the 
following points have been highlighted: the development of self-esteem depends on how much 
the individual has been impacted by his/her experiences and how he/she gives meaning to them; 
beliefs that individuals have about themselves will determine how they relates to themselves, 
to the other and to the world; we are all in constant transformations, so each individual can 
change the course of his/her life. Based on methods such as the reprogramming strategy of 
dysfunctional beliefs based on the cognitive thought and the verbal and affective interaction 
between therapist and client, it was evident the importance of psychotherapy intervention in the 
reconstruction of self-esteem. 
 
Key words: self-esteem; beliefs psychotherapy. 
 
Introdução 
 
A autoestima envolve as crenças e 
opiniões que internalizamos sobre nós 
mesmos como intrinsecamente bons ou 
maus em alguma dimensão de nossa 
personalidade e/ou competência (Branden, 
1998). Esse construto é desenvolvido em 
SUZE MARTINS FRANCO MONTEIRO, CLAUDIANE APARECIDA GUIMARÃES 
 
161 
Perspectivas em Psicologia, Uberlândia, vol. 23, n. 2, pp. 160 - 178, Jul/Dez, 2019 – ISSN 2237-6917 
nossas relações familiares e sociais, 
principalmente durante a nossa infância. 
Entretanto, como afirmam Silva & Marinho 
(2008), nem sempre essas relações 
fornecem feedbacks positivos a nosso 
respeito e, à medida que vamos crescendo, 
poderemos ser afetados pela forma como 
aprendemos a nos ver. Para que tenhamos 
uma boa qualidade de vida é importante que 
nosso autoconceito esteja equilibrado, já 
que esse afeta de maneira significativa o 
modo como nos relacionamos conosco, 
com o outro e com o mundo. 
Segundo Branden (1998), a forma 
como nós nos percebemos determina o 
quanto seremos capazes de manter relações 
saudáveis, o quanto estaremos preparados 
para lidar com as adversidades da vida e o 
quanto seremos criativos, bem-sucedidos, 
flexíveis e resilientes. O valor que 
acreditamos possuir enquanto pessoa, as 
nossas crenças e a forma como nos sentimos 
afeta todos os aspectos de nossa vida. 
Pessoas com a autoestima 
equilibrada viabilizam possibilidades para 
serem mais felizes, elevam seu bem-estar e 
as suas competências, ao passo que os 
indivíduos que têm sentimentos de menos 
valia, culpa e incapacidade trilham 
caminhos da derrota e do negativismo 
(Lucas, 2012). 
Segundo Hay (2001), cada vez que 
um indivíduo tem um pensamento negativo 
sobre ele mesmo, seu amor próprio sofre um 
enorme abalo e com isso tende a se 
desvalorizar ainda mais. 
Consequentemente, de acordo com Possatto 
(2017), acaba sempre agindo contra si de 
maneira subliminar, como uma forma de 
autopunição. Welles & Marwell (1976) 
apontam claramente essa associação entre 
baixa autoestima e abuso de drogas, 
gravidez precoce, fracasso escolar, 
violência, delinquência e suicídio. 
Uma autoestima rebaixada denuncia 
uma estrutura extremamente frágil e 
magoada, o que muitas vezes origina 
comportamentos auto-sabotadores, 
desânimo, crença de não merecimento, 
culpa e inadequação (Branden, 1992). Esse 
sentimento de desvalia, como observou 
Gaulejac (2006) contribui para o aumento 
da probabilidade de que o indivíduo desista 
de seus objetivos por lhe faltar confiança 
necessária, ou vergonha, para lutar em prol 
daquilo que almeja. 
Conhecimentos da neurociência 
esclarecem que a baixa estima reforça um 
conjunto de redes neuronais especializadas 
na leitura da rejeição, desqualificação e 
insucesso que, por sua vez, conduz a uma 
incapacidade de gerar cursos de ação para a 
solução. As experiências de fracasso 
reforçam-se a si mesmas, confirmando a 
auto crença invalidante (Lucas, 2012). 
 ABORDAGEM CLÍNICA PERANTE DESEQUILÍBRIO DA AUTOESTIMA 
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Perspectivas em Psicologia, Uberlândia, vol. 23, n. 2, pp. 160 - 178, Jul/Dez, 2019 – ISSN 2237-6917 
Em razão do sentimento de desvalia 
e inabilidade instalados, a pessoa passa a 
agir dentro de um círculo vicioso em que 
um comportamento inadequado gera uma 
resposta negativa que gera uma atitude de 
auto depreciação e que novamente leva a 
um comportamento inadequado (Martins, 
2005). Essa premissa também foi apontada 
por Skinner (1991) quando afirmou que se 
as pessoas que não conseguem 
desempenhar bem aquilo que fazem, podem 
perder a fé em si mesmas. 
Ao contrário de quem sofre com a 
baixa autoestima, o indivíduo egóico, que 
“se acha demais”, dificilmente enxerga 
problemas nas suas percepções e ações. 
Segundo Kernberg (citado por Silva, 2003), 
em grau muito extremo, desenvolve uma 
personalidade vaidosa, narcisista, 
arrogante, egocêntrica e prepotente. O 
indivíduo assim, como observou Volp 
(apud Mariani, 2008), acredita que é muito 
especial e mais importante que os outros, e 
como consequência, não consegue lidar 
com frustrações do mundo real. 
Se o outro não o satisfaz, se não é 
espelho daquilo que almeja, se tenta opor-
se às suas vontades e ameaça sua 
autoestima, ele o aniquila. O terreno é 
propício para preconceitos, fanatismos e 
violência. Sentimento exagerado de estima 
por si mesmo gera egocentrismo, 
intolerância, sedução, desprezo e apatia 
pelo coletivo, buscando apenas a própria 
vantagem e só necessitando do outro como 
instrumento de confirmação do próprio eu 
(Freud, 1914-1916; Galindo, 2015). 
Não há como negar que a qualidade 
da autoestima é determinada pelas crenças 
que o indivíduo tem sobre si mesmo. A 
proposta desse trabalho é verificar como a 
psicoterapia pode restaurar a autoestima 
disfuncional considerando a influência 
dessas crenças no desenvolvimento do 
autoconceito, com intuito de esclarecer: 1) 
quais os fatores que influenciam no 
desenvolvimento da autoestima, 2) as 
características da autoestima rebaixada, 
suas causas e manifestações e 3) as 
características da autoestima exacerbada, 
suas causas e manifestações, assim como 
dispor as contribuições que a psicoterapia 
pode oferecer na restauração da autoestima 
disfuncional. 
A escolha pelo tema surgiu através 
da percepção do quanto esse constructo é 
um importante indicador de nossa saúde 
física-psíquica-emocional, e que um 
desequilíbrio nesse pode refletir em todos 
os aspectos de nossa vida, comprometendo 
a qualidade de nossos relacionamentos e 
nosso bem estar pessoal. Essa percepção 
impulsionou o desejo de conhecer sobre asintervenções que podem trazer maior 
qualidade de vida aos pacientes. 
 
SUZE MARTINS FRANCO MONTEIRO, CLAUDIANE APARECIDA GUIMARÃES 
 
163 
Perspectivas em Psicologia, Uberlândia, vol. 23, n. 2, pp. 160 - 178, Jul/Dez, 2019 – ISSN 2237-6917 
Metodologia 
 
O presente artigo assenta-se como 
uma revisão bibliográfica sistemática da 
língua portuguesa, desenvolvida a partir de 
livros, artigos científicos, periódicos e sites 
acadêmicos da área da psicologia, tendo 
como pilar obras de importantes autores 
como Nathaniel Branden, Frederick Perls, 
Aaron Beck entre outros, que serão 
utilizados como referência para se pensar 
esse tema em questão. 
A pesquisa, desenvolvida no 
período de março de 2017 a janeiro de 2018 
pretendia fazer uma revisão literária de 
trabalhos publicados nos últimos cinco anos 
(de 2012 a 2017), porém, devido a escassez 
de material encontrado, esse intervalo de 
tempo precisou ser ampliado. Foram 
selecionados ao todo 46 textos, sendo 36 
livros e 10 artigos. As bases utilizadas 
foram Scielo (Cientific Eletronic Libray 
Online), Medline e Google Acadêmico a 
partir das palavras-chave: autoestima, baixa 
autoestima, complexo de inferioridade, 
autoestima exacerbada e narcisismo. 
Para selecionar este material as 
seguintes etapas foram seguidas: 
1º - Problematização: A autoestima 
desequilibrada interfere negativamente em 
todos os âmbitos da vida do ser humano. 
Sendo assim, considera-se crucial que os 
profissionais da saúde mental tenham 
conhecimento sobre o método mais 
eficiente e eficaz no reequilíbrio desse 
construto. 
2º- O primeiro passo para o estudo desse 
tema foi buscar definir conceitos sobre 
autoestima, baixo autoestima, autoestima 
exacerbada/narcisismo, suas causas e 
manifestações, através de uma revisão 
bibliográfica sistemática da língua 
portuguesa. 
3º-Foram analisados livros, artigos 
científicos, periódicos e sites acadêmicos da 
área da psicologia que tratam sobre os 
temas acima citados. 
4º-O critério para a escolha do material foi 
que as publicações estivessem datadas dos 
últimos cinco anos. 
5º-O critério acima mencionado não pôde 
ser seguido por falta de publicações 
recentes sobre o tema. Sendo assim, esse 
intervalo de tempo precisou ser ampliado 
para quatorze anos. 
6º-As palavras chaves utilizadas para a 
pesquisa foram: baixa autoestima, 
autoestima, autoestima exacerbada, 
narcisismo. 
7º-Para averiguar como as psicoterapias de 
cunho verbal podem interferir na 
restauração desse construto, foram 
estudadas obras e artigos acadêmicos de 
neurociências. 
8º-Para a análise de como e qual método 
psicoterápico tem alcançado maior êxito na 
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restauração da autoestima , foram feitos 
estudos comparativos com esse enfoque, 
entre as abordagens: Psicanálise, Gestalt 
Terapia, Terapia Humanista, Terapia 
Cognitiva-Comportamental. 
 
Fatores que influenciam no 
desenvolvimento da autoestima 
 
Segundo Cukier (1998, p. 28), “uma 
criança não nasce com a autoestima e nem 
noção alguma do seu valor pessoal”. O 
indivíduo se ama e se respeita quando se 
percebe amado e respeitado, assim como se 
menospreza quando se sente rejeitado ou 
excluído. A criança busca o seu autovalor 
no seu meio social, e por não conseguir 
distinguir entre o que é próprio dela e o que 
é do outro, ela irá se ver e se sentir de acordo 
como é vista e tratada pelas suas figuras 
parentais. 
De acordo com Perls (1979), se a 
criança não for valorizada, não se valorizará 
e crescerá sentindo-se envergonhada, 
culpada e inferior. Esse autor ainda afirma 
que se na infância a pessoa não se sentir 
amada, não desenvolverá a sua capacidade 
de se amar. Por outro lado, segundo Galindo 
(2015) se a criança for excessivamente 
amada e mimada, desenvolverá uma atitude 
egóica e narcisista diante da vida, 
acreditando ser muito especial e 
merecedora de todos os privilégios, 
buscando apenas tirar vantagens, usando o 
outro como instrumento de confirmação de 
si própria. 
A partir desse pressuposto pode-se 
dizer que o desenvolvimento saudável ou 
patológico do indivíduo depende do quanto 
ele é afetado pelas experiências e de como 
ele dá significado a elas. Cukier (1998) 
acrescenta que a forma concreta da criança 
pensar a leva a acreditar em tudo que ouve 
e vê, e dessa forma constrói uma 
autoimagem com base naquilo que dizem 
que ela é. Se os pais lhe atribuem adjetivos 
pejorativos tais como: teimosa, burra, feia e 
má, ela toma isso como verdade e passa a se 
ver como tal. 
Segundo Perls (2002), a crença que 
a pessoa traz consigo desde a infância de ser 
inferior, principalmente por ter sido 
rejeitada, faz com que ela se sinta insegura 
a respeito de sua capacidade e aceitação 
social, tornando-se vigilante em relação a 
seus próprios comportamentos e 
acreditando que todos a observe de forma 
crítica e punitiva. Esse autor dá a essa 
sensação de ser inadequado e alvo de 
julgamentos, o nome de “consciência 
constrangida de si mesmo”. 
O ambiente repressor que propiciou 
o desenvolvimento de um sentimento de 
menos valia na pessoa, ainda nas primeiras 
fases de sua vida, fica tão incrustado dentro 
dela que ela não consegue ver nenhum 
SUZE MARTINS FRANCO MONTEIRO, CLAUDIANE APARECIDA GUIMARÃES 
 
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Perspectivas em Psicologia, Uberlândia, vol. 23, n. 2, pp. 160 - 178, Jul/Dez, 2019 – ISSN 2237-6917 
ambiente como menos hostil e diferente 
daquele e também não consegue se ver de 
outra forma senão aquela já conhecida, que 
é a de uma pessoa indigna (Steinem, 1992). 
Para Vieira (2017), as crenças que o 
indivíduo tem sobre si mesmo vão 
sentenciar desde seu valor próprio até a sua 
autoimagem e todos os seus resultados e 
comportamentos. Assim, em todos os 
âmbitos de sua vida, de uma maneira mais 
ou menos similar, ele adota a postura que 
melhor se adapta a cada situação, de forma 
a lhe causar o menor desconforto e 
sofrimento possível. Desde muito cedo cria 
os comportamentos defensivos e, muitas 
vezes, em razão do sentimento de menos 
valia instalado e da consequente falta de 
habilidade de se relacionar, passa a agir 
dentro de um círculo vicioso em que uma 
conduta inadequada gera uma resposta 
negativa que gera uma atitude de 
autodepreciação, que novamente leva a um 
comportamento disfuncional. Segundo 
Geaquinto (2013), esse ciclo reforça a ideia 
que a autoestima, por um lado influencia as 
nossas atitudes e, por outro, se nutre dessas 
mesmas atitudes. 
De acordo com Guilhard (2000, 
citado por Brandão, 2002), a “autoestima se 
desenvolve quando os pais têm como 
prioridade o filho e não os comportamentos 
do filho”. As expectativas parentais e do 
grupo social estimulam a criança a percorrer 
metas inconscientes de resultados e 
desempenhos, e na tentativa de 
corresponder a essas expectativas, ela 
obriga-se a ser e a ter, num estado de temor 
e vergonha quando não consegue 
corresponder ao ideal almejado. Cada 
decepção inconsciente fortalece a baixa 
autoestima, aumentando a culpa e o medo 
de ser humilhada, reprovada, rejeitada e 
excluída. 
Contudo, não podemos perder de 
vista que existem inúmeros outros fatores 
que desconstroem o equilíbrio biopsíquico 
do indivíduo, produzindo baixa autoestima, 
como: doenças mentais, transtornos de 
humor bipolar, as perdas ao longo da vida, 
neuroses, transtornos de personalidade, 
histórias de vida trágica, perdas de entes 
queridos em idade prematura, maus tratos, 
abuso físico e sexual, privação afetiva, 
famílias disfuncionais, baixo desempenho 
acadêmico, frustrações repetidas, estados 
patológicos clínicos, depressão, ataques de 
pânico e vários outros que desestabilizam o 
psiquismo e fazem com que o sujeito se 
sinta à mercê decondições incontroláveis, 
tanto internas quanto externas. De acordo 
com Abreu & Roso (2012), experiências de 
fracasso e perdas na vida, estruturam 
personalidades derrotistas, negativistas e 
descrentes, propensas a sofrer de ansiedade 
social em função do perigo de ameaças 
constantes. 
 ABORDAGEM CLÍNICA PERANTE DESEQUILÍBRIO DA AUTOESTIMA 
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Perspectivas em Psicologia, Uberlândia, vol. 23, n. 2, pp. 160 - 178, Jul/Dez, 2019 – ISSN 2237-6917 
 
Características da autoestima rebaixada, 
suas causas e as suas manifestações 
 
Para Ackerman (1986), a família é o 
núcleo de desenvolvimento e experiência 
onde acontecem situações de realização e 
fracasso, saúde e enfermidade. A forma de 
reagir ao meio e o conceito que o indivíduo 
tem a respeito de si mesmo dependem de 
suas vivências e das situações 
experimentadas desde a mais tenra idade. 
De acordo com Douglas (1996, p.189), 
“para ter uma autoestima elevada, a criança 
precisa da aprovação dos pais desde os 
primeiros dias de vida e para sempre”. A 
criança que tenha sido amada, considerada 
em suas qualidades, potenciais e 
competências, tenderá a ter uma autoestima 
positiva. A criança humilhada, criticada, 
mal-amada e punida tenderá a basear seu 
autoconceito na opinião dos demais durante 
toda a sua vida, e terá muita dificuldade 
para aceitar-se como é. 
O ambiente familiar pode ter um 
impacto profundo, tanto para o bem 
como para o mal. Os pais podem 
alimentar a autoconfiança e o auto 
respeito ou colocar obstáculos 
medonhos que impedem o aprendizado 
dessas atitudes. Podem colaborar no 
surgimento de uma autoestima 
saudável ou fazer tudo que se possa 
imaginar para sabotar esse 
crescimento. (Branden, 1998, p. 25) 
Perls (1979) afirma que se a pessoa 
não tem disponível a capacidade de se amar, 
se rejeita, projetando o amor no meio 
externo. A partir de então, faz tudo para 
tornar-se amada pelo outro, tornando-se 
dependente da aprovação alheia. Branden 
(1998, p.131) acrescenta: “desde muito 
cedo nos ensinam que a virtude consiste não 
em honrar as necessidades, os desejos e as 
mais elevadas possibilidades do ser, mas em 
satisfazer as expectativas dos outros”. 
Dessa forma, como afirma Possatto (2017), 
pessoas com baixa autoestima acabam 
sempre agindo em desfavor de si mesmas. 
Quanto mais nos rendemos ao medo da 
desaprovação, mais perdemos o 
respeito por nós mesmos e mais 
desesperados nos tornamos para obter a 
aprovação de qualquer um. Existe um 
vácuo... que deveria estar sendo 
ocupado pela autoestima. Quando 
tentamos ocupá-lo com a aprovação 
alheia, o vácuo aumenta ainda mais e 
fica mais intensa a fome de aceitação e 
aprovação. (Branden, 1998, p 74) 
Segundo Geaquinto (2013), quando 
a autoestima está rebaixada a tendência é o 
indivíduo ser pouco exigente com o que dá 
SUZE MARTINS FRANCO MONTEIRO, CLAUDIANE APARECIDA GUIMARÃES 
 
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Perspectivas em Psicologia, Uberlândia, vol. 23, n. 2, pp. 160 - 178, Jul/Dez, 2019 – ISSN 2237-6917 
para si mesmo e com o que recebe do meio 
em que vive. A falta de autoconfiança e de 
merecimento de ser amado e respeitado 
leva-o a sentir medo de errar e fazer feio nas 
relações sociais. O sentimento de 
inadequação frente a ambientes e pessoas 
não costumeiras faz com que ele se retraia 
diante de toda figura de autoridade e evite 
relações mais autênticas. De acordo com 
Sheeham (2005), os indivíduos com baixo 
autoconceito estão mais predispostos a 
encarar as coisas pelo lado pessoal e 
interpretar as atitudes dos outros como 
ataques. Anseiam por aprovações, mas não 
se acham merecedores. 
A baixa autoestima se faz 
acompanhar de mazelas que interferem no 
comportamento do indivíduo de diversos 
modos e uma delas é a vergonha de se 
expor, reivindicar, de se afirmar e interagir 
(Yontef, 1998). As pessoas com autoestima 
rebaixada tendem a se afastar do convívio 
social por culpa, inadequação, apatia e 
medo. Segundo Lucas (2011), esse 
comportamento é reforçado pelo 
sentimento de desvalia que ativa um 
conjunto de redes neuronais especializadas 
em captar sinais exteriores e memórias que 
se associam a experiências de rejeição, 
desqualificação e insucesso. 
Homero (1997, citado por Santos, 
2006) afirma que pessoas com baixa 
autoestima evidenciam autoconfiança 
reduzida, tornando-se insegura e 
apresentando assim uma incompetência 
generalizada que se manifesta em todos os 
âmbitos de sua vida. O sentimento de menos 
valia atua como um imobilizador das ações 
espontâneas do indivíduo, reduzindo sua 
vitalidade e prejudicando o seu adequado 
funcionamento na busca da satisfação de 
suas necessidades dificultando, dessa 
forma, seu progressivo e sadio 
autodesenvolvimento (Martins, 2005). 
Geaquinto (2013) enfatiza que com 
a autoestima rebaixada, a probabilidade de 
que o indivíduo desista de seus objetivos é 
praticamente certa pois lhe faltará a 
confiança necessária para produzirem todo 
o esforço que poderiam em prol daquilo que 
almejam. Os desafios se tornam gigantescos 
quando a autoestima está em desequilíbrio. 
No entanto, de acordo com Lucas (2011), 
muitas pessoas tem autoestima baixa, 
sobretudo porque enraizaram o hábito de se 
colocarem numa posição de inferioridade e 
autocomiseração. Esse autoconceito 
negativo inibe a capacidade de gerar 
estratégias que viabilizam soluções. Essas 
experiências de fracasso reforçam-se a si 
mesmas, fazendo crescer uma espiral de 
auto crença invalidante. 
De acordo com Branden (1992), 
uma autoestima enfraquecida inibe a 
relação com o mundo e impede muitas 
vezes de tirar prazer e gratificação com as 
 ABORDAGEM CLÍNICA PERANTE DESEQUILÍBRIO DA AUTOESTIMA 
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experiências vividas. Esse achatamento na 
valorização pessoal denuncia uma estrutura 
emocional extremamente frágil, magoada e 
pouco organizada, o que muitas vezes 
origina pessimismos, negatividade, 
descrença, auto sabotagem, sentimento de 
incompetência e depressão. 
A autoestima negativa ou pensamento 
negativo, focalizando sempre os pontos 
fracos da pessoa, contribuem para a 
imagem de sua inferioridade. Esta, por 
sua vez, suscita emoções negativas 
como tristeza, raiva, frustrações, 
inveja, ciúme e medo. Todas estas 
emoções contêm elementos destrutivos 
que podem criar depressão mental. 
Internalizadas, a raiva e outras emoções 
contribuem para o excesso de 
utilização de neuro-hormônios do 
cérebro, como serotonina e a 
norodrenalina. Da depressão mental 
resulta a depressão física, que por sua 
vez, contribui para o desenvolvimento 
de moléstia como: dor de cabeça, 
úlceras estomacais, colite e outros 
relacionados com nossas emoções. 
(Douglas, 1996, p. 11). 
Wells & Marwell (1976) 
constataram que problemas sociais 
contemporâneos como drogadição, 
alcoolismo, gravidez precoce, crimes 
violentos, fracasso escolar e delinquência 
estão frequentemente associados a esse 
construto. De acordo com Gottman (1997, 
p. 31), “há cada vez mais provas de que 
crianças que se sentem amadas e apoiadas 
pelos pais estão mais protegidas contra o 
comportamento anti-social, o vício das 
drogas a atividade sexual precoce e o 
suicídio na adolescência”. 
Lucas (2011) esclarece que as 
pessoas que têm sentimentos de menos 
valia, culpa e incompetência percorrem 
caminhos que levam a derrota e ao 
negativismo. Indivíduos assim focam tanto 
a sua incapacidade que ficam impedidas de 
desenvolver os seus pontos fortes e se 
superar. A tendência a valorizar as 
dificuldades e os próprios defeitos contribui 
para que se percebam como fracassados e 
insuficientes, o que consequentemente os 
impulsionam cada vez mais para o sinistro. 
Além dos problemas biológicos, não 
consigo pensar em uma única 
dificuldade psicológica, da ansiedade e 
depressãoao medo da intimidade ou do 
sucesso, ao abuso de álcool ou drogas, 
as deficiências na escola ou no 
trabalho, ao espancamento de 
companheiros e filhos, as disfunções 
sexuais ou a imaturidade emocional, ao 
suicídio ou aos crimes violentos, que 
não esteja relacionada com uma 
autoestima negativa. De todos os 
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julgamentos que fazemos, nenhum é 
tão importante quanto o que fazemos 
sobre nós mesmos. (Branden, 1998. p. 
9) 
Características da autoestima exacerbada, 
suas causas e manifestações 
 
De acordo com Gikovate (1978), ao 
contrário de quem sofre com a baixa 
autoestima, o indivíduo que possui uma 
imagem idealizada de si mesmo 
dificilmente percebe falhas em suas ações. 
Esse é o caso de pessoas com autoestima 
exacerbada com traços narcísicos de 
personalidade, pois se acham superiores 
demais. Este autor afirma também que tais 
criaturas passam a maior parte do tempo se 
elogiando e louvando as coisas que fizeram, 
até mesmo aumentando a importância dos 
feitos. 
Segundo Kernberg (citado por 
Silva, 2003), o excesso de estima por si 
próprio pode contribuir para que a pessoa se 
torne individualista, arrogante, narcisista, 
egocêntrica, prepotente, invejosa e com 
sentimentos de grandiosidade. Indivíduos 
assim, como afirma Volpi (citado por 
Mariani, 2008), acreditam que são muito 
especiais e mais importantes que os outros 
e, consequentemente, não conseguem lidar 
com as frustrações do mundo real, não 
tolerando derrota, perda ou ofensa à sua 
vaidade. Freud (1914-1916) acrescenta 
dizendo que se o outro não o satisfaz se não 
é espelho daquilo que almeja se tenta opor-
se às suas vontades e ameaça de alguma 
maneira a sua auto-validação, ele o aniquila. 
O terreno é propício para preconceito, 
fanatismo e violência. 
O narcisista depende dos outros para 
validar sua autoestima. Ele não pode 
viver sem um público admirativo. Sua 
aparente liberdade de laços familiares e 
de pressões institucionais não o libera 
para ficar sozinho ou glorificar- se de 
sua individualidade. Ao contrário, 
contribui para a sua insegurança, que 
ele só poderá superar vendo o seu “ego 
grandioso” refletido nas atenções dos 
outros ou ligando-se àqueles que 
irradiam celebridade, poder e carisma. 
(Lasch, 1983, p.30-1) 
Gikovate (1978) conclui que 
pessoas narcísicas não têm nenhum 
interesse verdadeiro pelo outro. Querem ser 
amadas e receber, mas não amam e não 
querem dar nada. Seus favores envolvem 
sempre uma segunda intenção. Elas só 
pensam em si mesmas. Sentem que 
merecem ter mais do que os demais. 
Centram-se em si em detrimento do bem 
social. Nunca reconhecem a sua culpa ou 
admitem os seus erros. Usam de todos os 
recursos possíveis para inverter a situação e 
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fazer a vítima parecer vilã. O mais 
importante para elas é ter a razão em tudo e 
fazer prevalecer as suas opiniões. Samel 
(2005) acrescenta dizendo que pessoas com 
essa característica de personalidade exibem 
atitudes centralizadoras, são egocêntricas e, 
na maior parte das vezes, estão imersas em 
seu próprio eu. 
Rosenfeld (1988) classificou 
indivíduos narcísicos “de pele fina” e de 
“pele grossa”. Estes foram caracterizados 
por autoconfiança marcante, magnificência 
e insensibilidade apesar de se comportarem 
de forma cativante, enquanto que aqueles 
são extremamente vulneráveis à críticas ou 
a qualquer ameaça à sua autoestima. 
Embora tentem se ver como melhores do 
que os outros, se ressentem imensamente 
com as desaprovações sofridas, oscilando 
entre autoestima inflada e esmorecida, o 
que muitas vezes gera depressão, ansiedade 
e insegurança. 
Lasch (1983) afirma que a mídia 
intensifica os sonhos narcisistas de fama e 
glória, o que contribui para aumentar a 
obsessão por fantasias de sucesso e poder, 
bem como a intolerância ao fracasso e às 
perdas. As propagandas investem nos 
indivíduos, lustrando o seu ego e tratando-
os como onipotentes e merecedores da 
satisfação de todos os seus desejos. A 
compra compulsiva tem crescido 
vertiginosamente pois as pessoas recorrem 
ao consumo exagerado com a intenção de 
exibir sua imagem narcísica. Muitos 
querem parecer muito melhores do que são 
fisicamente, intelectualmente e 
financeiramente, aspirando elogios e 
atenção. 
A autoestima grandiosa está 
intimamente relacionada com o narcisismo. 
Kohut (citado por Fuks, 2003) compreende 
as perturbações narcísicas como 
mecanismos de defesa que podem surgir 
por duas vias. A primeira acontece quando 
há um retrocesso da libido narcísica ao 
próprio ego, devido a ruptura ou falta de 
relação segura em uma idade precoce. Essa 
perda prematura desse objeto de amor 
constitui um trauma que abala a autoestima 
e desestrutura o funcionamento psíquico, 
principalmente quando não há figuras 
idealizadas que possam substituir e 
devolver o objeto perdido. 
A realidade só pode ser investida se 
possibilitar alguma forma de prazer e 
satisfação. Inversamente, a tendência a 
desprender-se do outro, a aniquilá-lo na 
sua vida psíquica, manifesta-se quando 
a realidade se torna traumática para o 
sujeito, fonte de frustrações e de ódio. 
(Fuks, 2003, p.1) 
Para Deretti (2008), o déficit de 
amor constrói um ego constantemente 
ameaçado pela desintegração e por uma 
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sensação de vazio interior. De acordo com 
Holmes (2001) quando o ambiente externo 
desenvolve egos fracos e é gerador de 
sofrimento, frustrações e dor, um dos 
caminhos alternativos é o indivíduo 
direcionar sua libido para seu próprio eu, 
buscando satisfazer a si mesmo e a tornar-
se ególatra para assim encobrir seu 
sentimento de insignificância. Como o 
deslocamento da libido para o ego se deve à 
ausência de reconhecimento do outro 
durante o desenvolvimento, mais tarde o 
indivíduo irá a procura desse 
reconhecimento que esteve ausente em 
estágios mais precoces, buscando 
incansavelmente atrair a admiração externa 
(Azevedo, 2007). 
A segunda via, de acordo com 
Kohut (citado por Fuks, 2003), é a total 
satisfação das necessidades narcísicas da 
criança, não abrindo espaço para a 
frustração que potencializa o 
desenvolvimento e possibilita o contato 
desta com a realidade. Freud (1914-1916) 
refere-se a essa posição em que a criança é 
colocada como: “sua majestade o bebê”. 
Nesses moldes, os pais estimulam em seus 
filhos uma imagem idealizada e, a partir de 
então o bebê, guiado pelo instinto de 
autoconservação, procura agradar e 
satisfazer o outro para o sustento de sua 
autoestima e a validação de sua identidade 
(Macedo, 2005). 
Contudo, de acordo com 
McCullough Jr. (2014), o excesso de mimos 
por parte das figuras parentais acaba 
contribuindo para que o indivíduo não 
desenvolva suas competências e tolerância 
a contrariedades ao longo de sua vida. Esse 
fator, somado a angústia de insuficiência 
em relação aos ideais internos de perfeição 
e as exigências impostas pelo meio, faz com 
que o sujeito manifeste comportamentos 
agressivos ou de fuga diante de situações 
que diminuem o seu domínio (American 
Psychology Association, 2000). Quando a 
realidade externa não é eficaz na construção 
de um Eu e de uma representação de si 
segura e confiante, as relações que o sujeito 
terá no futuro ficam comprometidas. Para 
Bergeret (1988), essa vulnerabilidade do 
ego faz com que o sujeito busque relações 
onde se sinta poderoso para assim suprir a 
sua fraqueza e sentimentode não ser nada, 
alojados em seu inconsciente. Esses 
relacionamentos são vividos de uma forma 
dependente em que a angústia narcísica 
constitui um medo de perder o amor e a 
proteção do objeto. 
Assim, quer pelas carências na 
satisfação das necessidades narcísicas ou 
pela satisfação exagerada, a ponto do 
sujeito perder o contato com o real e com a 
sua essência, o indivíduo tende a investir 
sua libido em seu próprio ego para lidar com 
a angústia de perda da identidade sentida no 
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contato com a realidade (Kohut, citado por 
Fuks, 2003). 
 
Abordagem clínica para o desequilíbrio da 
autoestima 
 
De acordo com Kelly (citado por 
Fadiman & Frager, 2004), as pessoas 
possuem permanente capacidade de 
modificarem a si mesmas, reconstruindo-se 
dentro da realidade flexível e criativa do 
mundo em constante transformação uma 
vez que estão abertas a questionamentos e 
reconsiderações que possibilitam 
reinterpretar o sentido de sua existência a 
qualquer momento. Assim, o tratamento da 
autoestima disfuncional tem como objetivo 
levar o cliente a reformular conceitos sobre 
si próprio, de forma a possibilitá-lo 
encontrar alternativas de comportamento 
mais gratificante, ou por outra via, quando 
o terapeuta auxilia o paciente a encontrar 
outras formas de se comportar, sabendo-se 
que alterando o que se faz, altera-se o que 
se sente. Como afirma Skinner (1991, p. 48-
49), “o modo mais efetivo de restaurar a 
crença em si mesmo é, com certeza, 
restabelecer sucessos, talvez à custa de 
simplificar contingências de reforçamento”, 
pois, alterando-se o que se faz, altera-se o 
que se sente. 
As abordagens psicoterapêuticas, de 
acordo com Beck (2011), têm um valor 
significativo não só por reduzirem o 
sofrimento psíquico de maneira rápida 
como também por ajudarem as pessoas a se 
manterem bem após o término desse 
processo. Considerando que o sistema de 
memória é a base de toda psicoterapia, o 
tratamento psicoterápico, segundo 
Landeira-Fernandez & Cruz (1998), atua 
em determinados circuitos neurais, 
alterando-os de forma intensa e 
permanente, pois o cérebro é “plástico” e se 
modifica de acordo com as experiências. 
Como esclarece esse autor, a interação 
verbal entre clínico e paciente possibilita a 
construção de novas estruturas de adaptação 
mental em substituição aos mecanismos 
psicológicos doentios. 
Estudos bibliográficos 
evidenciaram que há uma gama de recursos 
e técnicas psicoterápicas que visam 
desmontar o sentimento de desvalia e a 
necessidade exacerbada de aprovação por 
parte do outro. Contudo, pesquisas apontam 
que a abordagem terapêutica utilizada pelo 
profissional da saúde mental importa menos 
para a eficácia do tratamento que a relação 
que esse estabelece com seu cliente. 
Segundo Jung (1966), não importa se o 
paciente passou por um tratamento 
psicanalítico ou uma outra abordagem 
psicoterapêutica, no final do processo o 
resultado é muito parecido, ou seja, em 
eficácia, abordagens distintas não fazem 
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diferença alguma entre si. Tendo em pauta 
essa premissa, para a reformulação da 
autoestima, de acordo com Silva & Marinho 
(2002), alguns aspectos relacionais devem 
ser considerados mais atentamente 
considerando que o cliente pode vir a se 
sentir muito inadequado quando for 
confrontado com sua necessidade de 
mudança. Entre alguns aspectos 
importantes, o primeiro a ser enfatizado, de 
acordo com esses mesmos autores, é a 
relação de respeito e aceitação. Todos 
necessitam sentirem-se valorizados, 
compreendidos e aprovados para que 
desenvolvam a confiança necessária em si 
mesmos e assim possam aceitar o desafio 
que uma reestruturação comportamental 
exige. 
Outra particularidade desses 
clientes relaciona-se a resistência às 
intervenções. Não podemos perder de vista 
que o terapeuta está lidando com 
comportamentos fortemente arraigados e 
que proporcionam certo grau de segurança 
aos pacientes, mesmo que os façam sofrer. 
Nesse sentido, algumas estratégias 
sabiamente escolhidas ajudam a 
“desconstruir” essas resistências, tais como: 
1) demonstrar afeto sincero aos pacientes; 
2) ser um bom ouvinte; 3) realizar treinos de 
habilidades, instrumentalizando-os para 
lidar com a realidade e assim sair de suas 
limitações e condicionamentos; 4) ajudá-los 
a se autoconhecer, esclarecendo o impacto 
que suas crenças têm sobre seus 
sentimentos e suas atitudes, a fim de 
promover a reformulação de conceitos e 
valores distorcidos; 5) auxiliá-los a quebrar 
esquemas e a tomarem em suas mãos a 
mudança de suas vidas, assumindo as suas 
próprias responsabilidades; 6) incentivá-los 
a apreciarem o seu valor e a sua importância 
de forma sensata, aceitando-se como são 
verdadeiramente, sem culpas. É 
fundamental ainda que o terapeuta busque 
histórias de sucesso de seus clientes, 
valorizando suas ações bem-sucedidas para 
fortalecer sua autoconfiança e motivá-los 
para a ação. (Silva & Marinho, 2002; 
Wright, Basco & Thase, 2008). 
Variadas circunstâncias internas e 
externas, bem como inúmeros transtornos 
mentais podem desestabilizar o indivíduo 
ocasionando baixa autoestima. Assim, é 
importante adaptar o tratamento ao 
diagnóstico causal. De acordo com a causa, 
uma determinada conduta terapêutica deve 
ser aplicada para a que se possa alcançar o 
equilíbrio bio-psico-emocional do paciente. 
No entanto, como afirma Abreu & Roso 
(2012), nunca podemos perder de vista que 
técnicas e métodos psicoterápicos dão um 
impulso necessário para a reorganização de 
hábitos, porém, o maior fator motivador da 
mudança por parte do cliente, é o vínculo 
entre ele e seu psicoterapeuta. Somando a 
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isso está a habilidade do profissional da 
saúde mental em despertar em seu paciente 
o desejo de ver-se com seus próprios olhos, 
responsabilizando-se por quem 
verdadeiramente é, e pelo que atrai para a 
sua vida. 
 
Considerações Finais 
 
Para que tenhamos uma boa 
qualidade de vida é importante que a 
autoestima esteja equilibrada, já que essa 
está intimamente associada à forma como 
nos relacionamos, à confiança em nossa 
capacidade de enfrentar os desafios do meio 
externo e à percepção de nosso valor 
pessoal. O quanto nos estimamos, o quanto 
acreditamos em nosso potencial e o quanto 
nos respeitamos influencia diretamente no 
nosso sucesso, nos nossos fracassos e na 
nossa compreensão de mundo. 
Esse construto pode interferir em 
nossas condições de saúde afetiva, social e 
psicológica. Dessa forma, se por ventura 
sofrer um desequilíbrio por fatores 
intrínsecos ou extrínsecos a nós, certamente 
todos os aspectos de nossa vida ficarão 
comprometidos. 
Essa observação embasou a 
premissa de que é fundamental termos a 
oportunidade de resgatarmos em nós a 
nossa essência, dissolvendo as crenças 
distorcidas construídas ao longo de nossa 
existência para nos libertarmos de padrões 
de comportamentos disfuncionais. 
Considerando que todos nós estamos dentro 
de uma dinâmica existencial de constantes 
transformações, cada um pode modificar-se 
e mudar o rumo de sua própria vida. Nesse 
sentido, o processo psicoterapêutico é de 
grande importância por nos possibilitar 
repensar, questionar e elaborar, de forma 
racional, princípios gerais de valor que 
ajudem a estabelecer juízos críticos sobre a 
realidade e nosso próprio “Eu”. 
O processo de reformulação da 
autoestima envolveuma análise da história 
do cliente, reconstrução de crenças 
arraigadas, treino de habilidades para lidar 
com o ambiente, reforçamento positivo, 
entre tantas outras estratégias ajustadas a 
cada indivíduo, com o intuito de quebrar as 
resistências à mudança; contudo, o maior 
motivador é a relação de confiança e 
aceitação entre terapeuta e paciente. A 
forma como o cliente é recebido, ouvido, 
tratado e considerado pelo seu clínico 
interfere sumariamente no resultado do 
processo psicoterápico. 
A busca de auxílio através da 
psicoterapia possibilita ao paciente a 
modificação de padrões de relacionamentos 
inseguros e instáveis de seu passado. Cabe 
ao profissional, portanto, zelar por uma 
atmosfera de apoio, respeito e empatia. O 
vínculo desenvolvido entre psicoterapeuta e 
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o seu cliente é extremamente importante e, 
quanto mais rápido esse vínculo for 
construído, mais rápido ele responderá ao 
tratamento. 
É importante destacar que para se 
chegar a essa conclusão, uma ampla 
pesquisa bibliográfica foi realizada, 
contudo, como são escassos os materiais 
disponíveis no Brasil sobre o tema 
proposto, considera-se importante a 
continuação de novas pesquisas e estudos 
sobre o assunto uma vez que abriria novas 
oportunidades de trabalho para os 
profissionais da psicologia. Certamente os 
resultados do estudo sobre o assunto 
propiciarão o desenvolvimento de 
informações úteis tanto para a área da 
ciência da psicologia e de outras disciplinas 
quanto para a comunidade em geral.
 
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As autoras: 
 
 
Suze Martins Franco Monteiro graduada em Psicologia pela Universidade de Uberaba (1989-1993). Especialista 
em Intervenção familiar e de casal na abordagem sistêmica (2001-2004), Especialista em Psicopedagogia 
pela Universidade Federal de Uberlândia (2002-2003), Especialista em Educação Especial pela Fundação 
Carmelitana Mário Palmério (2006). Especialista em Terapia Cognitiva e Comportamental pelo Instituto de 
Psicologia e Controle de Stress Marilda Novaes Lipp (2018). Atualmente é professora na Carmelitana Mário 
Palmério (Fucamp), ambos na cidade de Monte Carmelo MG. E-mail: drsuzemartins@gmail.com 
 
Claudiane Aparecida Guimarães possui graduação em Psicologia pela Universidade Federal de Uberlândia 
(2007). Mestre em Psicologia como Profissão e Ciência na Pontifícia Universidade Católica de Campinas-
SP (2010) na linha de pesquisa de prevenção e intervenção terapêutica. Especialista em Terapia 
Comportamental Cognitiva pelo Instituto de Psicologia e Controle do Stress (2012). Formação em 
Tanatologia pela Rede Nacional de Tanatologia (2013). Doutora em Psicologia como Profissão e Ciência na 
Pontifícia Universidade Católica de Campinas-SP (2015), tendo realizado Doutorado Sanduíche na 
Universidade de Lisboa/Portugal. Docente na Universidade de Uberaba (UNIUBE) e na Faculdade Santa 
Rita de Cássia (IFASC) nos cursos de Psicologia. E-mail: claudianeguimaraes@yahoo.com.br 
 
 
Recebido em: 26/09/2018. 
Aprovado em: 30/12/2019. 
 
 
 
mailto:claudianeguimaraes@yahoo.com.br

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