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DIREITO AUTORAL x OBRA INVISÍVEL (escultura imaginária) – Corpus Mechanicum O Conceito básico de direito autoral são os direitos que todo criador de uma obra intectual tem sobre sua criação. De acordo com o artigo 5°, inciso XXVII, da Constituição Brasileira/88: “aos autores pertence o direito exclusivo de utilização, publicação ou reprodução de suas obras”, ou seja, obra intelectual seria toda aquela que se resulta da criação do intelecto (ser humano), que se envolve de inventividade, originalidade e caráter único, modelada sobre qualquer suporte. Dito isto, a lei de Direitos Autorais (n°9.610/98), dispõe ao longo dos seus artigos que, é uma obrigação básica que a obra tenha o mínimo de originalidade, para que reste cristalino que há contribuição pessoal e criativa do criador. Não importando o tamanho, utilidade ou qualidade da obra, contanto, que haja algum tipo de contribuição do mesmo. Sendo assim, podemos começar a perceber a conexão entre uma obra invisível e uma obra de direito autoral. Em seu artigo 7°, a lei dispõe que: “são obras intelectuais protegidas as criações do espírito, expressas por qualquer meio ou fixadas em qualquer suporte, tangível ou intangível, conhecido ou que se invente no futuro”, com isso, não se pode desconsiderar ou anular um objeto/obra simplesmente por não conseguir ser visto. Pois, nele há a conexão criador-obra mencionada no art.5° da CF/88, totalmente original e com o objetivo econômico ou social, em suma é um bem, uma obra que é entendida como de existencia abstrata ou ideal, mas valorado economicamente (art.5°, inciso XXVIII, da CF/88). Vejamos que, ao final tudo é uma questão de pespectiva. Quando o francês Claude Monet pintou a Catedral de Rouen no século 19, o mesmo fez as pinturas sob luminosidade de diferentes horários do dia, fazendo com que, a percepção do lugar começaria a ser essencial na compreensão daquilo que se vê. O criador italiano Salvatore Garau, ao meu entendimento seguiu a mesma linha do francês, uma vez que propositalmente (ou não), intitulou a obra como “eu sou”. Ou seja, o que sou? O que você quer que eu seja? E qual seria a sua percepção ao olhar pra mim?. O mesmo diz que, a obra é especial justamente por não conter manifestação física, logo, a obra é como quem a ver quer (provocando a imaginação) e ela pode também estar onde quiser. Por fim, pode-se perceber com clareza que, a qualidade imaterial da criação intelectual, para fins de proteção legal, é irrelevante o seu meio de exteriorização.
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