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FUNGOS ENDÊMICOS: Paracoccidioides brasiliensis, Histoplasma capsulatum, Coccidioides posadasii. FUNGOS OPORTUNISTAS: Aspergillus fumagatus, Candida albicans, Cryptococcus neoformans, Pneumocytis jirovecii. PARACOCCIDIOIDOMICOSE (BLASTOMICOSE SUL-AMERICANA): É uma infecção fúngica sistêmica causada pelo fungo dimórfico Paracoccidioides brasiliensis. A paracoccidioidomicose primária ocorre, geralmente, em pessoas jovens, como um processo pulmonar autolimitado. A reativação de uma lesão quiescente primária pode ocorrer anos depois, resultando em doença pulmonar progressiva com ou sem envolvimento de outros órgãos. Forma aguda: cerca de 3-5% dos casos, vista em crianças e adultos jovens. Linfoadenomegalia generalizada e hepatoesplenomegalia. Apresenta febre, adinamia (fraqueza muscular) e perda de peso. Forma crônica: forma mais comum. Acomete os homens, com incidência entre 30-50 anos. Apresenta tosse, expectoração, febre, dispneia, emagrecimento, ulcera de pele e lesões vegetantes. DIAGNÓSTICO: Estabelecido pela demonstração das células leveduriformes características no exame microscópico do escarro, lavado broncoalveolar, raspados ou biópsias de úlceras, pus drenado de linfonodos, líquido cefalorraquidiano ou tecido. Achados histológicos: granulomas, cavidades, infiltração inflamatória alveolar e ao longo dos septos interlobulares e fibrose. TRATAMENTO: O itraconazol é o tratamento de escolha para a maioria das formas da doença e geralmente deve ser dado por, pelo menos, 6 meses. As infecções mais graves ou refratárias podem requerer terapia com anfotericina B lipídica acompanhada por terapia com itraconazol ou sulfonamida. O fluconazol tem alguma atividade contra este organismo, embora recaídas frequentes tenham limitado sua utilização no tratamento dessa doença. Muda de forma de acordo com a temperatura (dimórfico). Placas ulceradas no palato. A: Placas granulomatosas, crostas avermelhadas. B: Formas leveduriformas com brotamentos múltiplos pequenos. EXAME DE IMAGEM: RX E TOMOGRAFIA DE TÓRAX: Nódulos e massas com ou sem escavação (60-90%) Micronódulos, nódulos centrolobulares e opacidades ramificadas (20-60%) Espessamento dos brônquios e do interstício peribroncovascular; Opacidade em vidro fosco (30-60%) e consolidação (10-30%) Opacidades reticulares e bandas parenquimatosas. Distorção parenquimatosa, bronquiectasias de tração; Aumento irregular do espaço aéreo = enfisema paracicatricial (50-60%) Sinal do halo e sinal do halo invertido (geralmente tipo nodular e irregular) Espessamento pleural (20-40%) Linfonodomegalias mediastinais e hilares. Achados envolvem todos os lobos. DIAGNÓSTICO DIFERENCIAL: Nódulos escavados: tuberculose, histoplasmose, embolismo séptico, metástases. Nódulos e espessamento intersticial: tuberculose, silicose, sarcoidose, metástases. Opacidades e escavação: tuberculose, histoplasmose, metástases, embolismo séptico, aspergilose semi-invasiva. Sinal do halo invertido: PNM em organização (aspecto liso) e menos comum tuberculose e sarcoidose (aspecto nodular). HISTOPLASMOSE: A via normal de infecção a ambas as variedades da histoplasmose é por inalação dos microconídios, que um após outro germinam em leveduras dentro do pulmão e podem permanecer localizados ou disseminados hematogenicamente ou pelo sistema linfático. Os microconídios são fagocitados rapidamente pelos macrófagos e neutrófilos pulmonares, e parece que a conversão é a forma parasitária de levedura intracelular. DIAGNÓSTICO: Pode ser feito pelo exame micológico direto, cultura do fungo no escarro, medula óssea ou outro material clínico, e por sorologia, incluindo a detecção do antígeno no sangue e na urina. A fase leveduriforme do organismo pode ser detectada no escarro, lavado broncoalveolar, sangue periférico, medula óssea e tecido corado com corante Giemsa, GMS ou PAS, secreção traqueobrônquica, ou material de biópsia. Reação de cadeia em polimerase (PCR), sorologia (Radioimunoensaio, Elisa, imunodifusão em gel e fixação de complemento). TRATAMENTO: Visto que muitos pacientes com histoplasmose se recuperam sem terapia, a primeira decisão deve ser se a terapia antifúngica é necessária. Alguns pacientes imunocompetentes com infecção mais grave podem exibir sintomas prolongados e podem se beneficiar do tratamento com itraconazol. Em casos de histoplasmose pulmonar aguda grave, com hipoxemia e síndrome do desconforto respiratório agudo, a formulação lipídica da anfotericina B deve ser administrada seguida de itraconazol via oral para completar um curso de 12 semanas. A histoplasmose pulmonar crônica também justifica o tratamento, pois é sabido que ela progride se não for tratada. O tratamento é recomendado com anfotericina B lipídica seguida de itraconazol por 12 a 24 meses. Histoplasmose. A e B: Pápulas e nódulos disseminados com escamo crostas em paciente com Aids. C: Numerosas leveduras dentro das células gigantes e também macrófagos dérmicos. D: Os microrganismos são destacados com uma coloração preta metenamina de Grocott (detecta fungos – em verde). EXAME DE IMAGEM: DIAGNÓSTICO DIFERENCIAL: Nódulo pulmonar com densidade de partes moles: carcinoma broncogênico, tuberculose carcinoide, tuberculoma, hamartoma, meta pulmonar. Nódulo pulmonar com foco de calcificação: TB, hamartoma, meta pulmonar (osterossarcoma, condrossarcoma). Consolidação: PNM, TB. Padrão miliar: TB, criptococose, coccidiodomicose, meta pulmonar (carcinoma papilífero de tireoide). Mediastinite fibrosante: TB, doenças autoimunes, radioterapia. COCCIDIOIDOMICOSE: DIAGNÓSTICO: Esférulas maduras, repletas de endósporos no escarro, lavado brônquico, líquido cefalorraquidiano, ou material de biópsia, ou na detecção de anticorpos. EXAME DE IMAGEM: ACHADOS NA IMAGEM RX E TC: Nódulo sólido, de 1-3 cm e com margens lisas, lobulares ou espiculadas. Cavidade geralmente arredondada, bem circunscrita, com 2-4 cm e paredes finas. Múltiplos nódulos e cavidades pulmonares. Padrão nodular miliar. Consolidação crônica progressiva com lesões escavadas Linfonodomegalias mediastinais e hilares (em menos de 25%). Derrame pleural (em menos de 25%). DIAGNÓSTICO DIFERENCIAL: Consolidação pulmonar focal ou multifocal aguda: pneumonia bacteriana. Nódulo: Tuberculoma, histoplasmoma, carcinoma. Múltiplos nódulos e cavidades pulmonares: embolismo séptico, e metástases, granulomatose com poliangiite (Wegener) Nódulos miliares: tuberculose, criptococose, histoplasmose, metástases pulmonares (carcinoma papilífero de tireoide). Consolidação crônica progressiva com escavações: tuberculose, histoplasmose, paracoccidioidomicose. ASPERGILOSE: Aspergillus fumagatus. Inalação dos microrganismos no ambiente. Acomete e indivíduos com anormalidades pulmonares subjacentes (bronquiectasias, cavidades), imunocomprometido e com hipersensibilidade. DIAGNÓSTICO: Sorológicos, cultura, histopatológico, métodos moleculares, bioquímicos e antigênicos complementados por exames de imagem. TRATAMENTO: O tratamento quase sempre envolve a administração de corticosteroides junto com higiene pulmonar. A profilaxia de pacientes de alto risco (neutropênicos) geralmente é realizada pela administração de um azol ativo contra fungos filamentosos (itraconazol, posaconazol, voriconazol). O tratamento antifúngico específico da aspergilose invasiva na maioria das vezes envolve a administração de voriconazol ou uma formulação lipídica da anfotericina B; isavuconazol foi liberado recentemente pela Food and Drug Administration americana para o tratamento de aspergilose invasiva. Esforços para diminuir a imunossupressão e/ou reconstituir as defesas imunitárias do hospedeiro são importantes, assim como a ressecção cirúrgica do tecido infectado, se possível.A ressecção de aspergilomas só é considerada em casos de hemoptise grave. ASPERGILOMA: Emaranhado de hifas fúngicas, fibrina, muco e resto celulares. Imunocompetentes com cavidades ou bronquiectasias decorrente de tuberculose, sarcoidose ou espondilite anquilosante. Mas pode ocorrer em qualquer doença pulmonar cística. Maioria é assintomático. Hemoptise (+ frequente, pode ser fatal) Diagnóstico :achados sorológicos (95% de sensibilidade) e radiológicos. Culturas de escarro 50% positivas. ACHADOS RADIOLÓGICOS DA BOLA FÚNGICA: Massa/nódulo ou opacidade contendo espaços aéreos no interior de uma cavidade pulmonar, bronquiectasia ou cisto. Sinal do crescente aéreo. Massa /nódulo tipicamente muda de posição em imagens obtidas em decúbitos diferentes. Espessamento focal da parede de uma cavidade. Espessamento pleural adjacentes a cavidade. EXAME DE IMAGEM: ASPERGILOMA BRONCO PULMONAR ALÉRGICA (APBA): Reação de hipersensibilidade ao Aspergillus. Em indivíduos asmáticos (maioria) e fibrose cística (poucos). ACHADOS CLÍNICOS E LABORATORIAIS DA ABPA: Sintomas de asma, dispneia, febre baixa e escarro com coloração castanha, às vezes, tampões de muco. Eosinofilia em sangue periférico e no escarro > 1.000/mm3. IgE sérica > 1.000 IgE específica para Aspergillus fumagatus Histologia específica em fragmentos obtidos por broncoscopia. RADIOGRAFIA E TOMOGRAFIA: Inicial: focos migratórios e transitórios de consolidação + infiltração eosinofílica do parênquima pulmonar. Com a progressão da doença há dilatação brônquica e impactação mucoide podem ser observadas opacidades ramificando-se em Y ou V (dedo de luva). Impactação mucoide com densidade elevada (30%) na TC decorrente do depósito de sais de cálcio. Bronquiectasia varicosa e cística segmentar (central) na TC. Acomete mais os lobos superiores. Espessamento de paredes brônquicas. Nódulos centrolobulares e opacidades centrolobulares lineares ou ramificadas (aspecto de árvore em brotamento) na TC. Atelectasia. Padrão de atenuação e perfusão em mosaico na inspiração e aprisionamento aéreo à expiração. EXAME DE IMAGEM: Diagnóstico diferencial: Bronquiectasia cilíndrica e impactação mucoide em asma não associada a ABPA, fibrose cística, aspergilose invasiva das vias aéreas, granulomatose broncocêntrica. ASPERGILOSE PULMONAR ANGIOINVASIVA: Infiltração tecidual pelo Aspergillus. Invasão de pequenas artérias necrose do parênquima pulmonar acometido e hemorragia no parênquima adjacente. Acomete tipicamente pacientes imunocomprometidos. ACHADOS CLÍNICOS E LABORATORIAIS: Febre, tosse e dispneia. A maioria tem neutropenia e plaquetopenia, que impossibilita a bx pulmonar. Lavagem broncoalveolar é geralmente negativa. Diagnóstico presuntivo, muitas vezes baseado na presença de neutropenia grave, febre e nódulos pulmonares com sinal do halo na TC. Opacidade nodulares de limites imprecisos na radiografia. Nódulos circundados por halo de atenuação em vidro fosco que traduz hemorragia “sinal do halo”. Identificado na fase inicial. Consolidação cuneiformes com base pleural. Nódulos escavados com o “sinal do crescente aéreo”. Achado mais tardio. Os nódulos com sinal do halo e consolidações cuneiformes com base pleural representam áreas de necrose pulmonar. EXAME DE IMAGEM: DIAGNÓSTICO DIFERENCIAL: Nódulos escavados: embolismo séptico, granulomatose com poliangiite (Wegener), metástase, nódulo necrobiótico. Sinal do halo: mucormicose, candidíase, pneumonia por CMV ou por varicela, paracococcidioidomicose, nódulos hemorrágicos de origem não infecciosa (granulomatose com poliangiite, granulomatose eosinofílica com poliangiite, metástase hemorrágica como angiosarcoma e coriocarcinoma, adenocarcinoma, linfoma e sarcoidose. ASPERGILOSE INVASIVA DAS VIAS AÉREAS: Histologicamente: presença de Aspergillus além da membrana basal da via aérea. Pode ser encontrada extensão para o parênquima adjacente. Pode manifestar como traqueobronquite aguda, bronquiolite ou broncopneumonia. Ocorre nos pacientes imunocomprometidos com neutropenia grave. Achados clínicos e laboratoriais: Tosse, febre, dispneia, neutropenia e plaquetopenia (maioria dos pacientes) e lavagem broncoalveolar geralmente positiva. TC: Nódulos centrolobulares e padrão de árvore em brotamento nos lobos inferiores e na língula. Diagnóstico diferencial: Bronquiolite e broncopneumonia. ASPERGILOSE NECROTIZANTE CRÔNICA: semi invasiva. Infecção indolente, lentamente progressiva. Com inflamação granulomatosa, necrose e fibrose. Acomete pacientes com imunossupressão leve (idosos, diabéticos, uso de corticosteroides), DPOC, tuberculose, fibrose pulmonar, pneumoconiose e indivíduos de meia idade e idosos. ACHADOS CLÍNICOS, LABORATORIAIS E IMAGEM: Sintomas inespecíficos como tosse, expectoração purulenta e hemoptise. Consolidações parenquimatosas uni ou bilaterais, geralmente em lobos superiores, cavidades de paredes espessas. Aspergiloma no interior de lesão escavada (50%), espessamento pleural adjacente. EXAME DE IMAGEM: CANDIDÍASE: Geralmente por Candida albicans. São saprófitas humanos habituais (TGI e mucocutâneo). No pulmão em pacientes imunocomprometidos (hemopatias malignas, quimioterapia, transplantados, grandes queimados). ACHADOS: Tosse, expectoração purulenta e hemoptise. Muitos pacientes têm comprometimento de outros órgãos (fígado, baço e rins). RX opacidades nodulares de 1-3 cm e áreas unilaterais ou bilaterais de consolidação subsegmentar ou segmentar. TC nódulos pulmonares com e sem halo de vidro fosco (sinal do halo) e focos lobulares, subsegmentares ou segmentares de opacidades em vidro fosco ou consolidação. EXAME DE IMAGEM: DIAGNÓSTICO DIFERENCIAL: Causas de nódulos pulmonares com ou sem halo de atenuação em vidro fosco. Focos lobulares, subsegmentares ou segmentares de opacidades em vidro fosco ou consolidação: aspergilose angioinvasiva, brocopneumonia. Aparência clínica, exame microscópico direto e cultura. Infecções hematologicamente disseminadas e candidemia difícil de diagnosticar unicamente em achados clínicos. O diagnóstico laboratorial envolve a procura de material clínico apropriado, seguido de exame microscópico direto, cultura e aplicação (cada vez mais) análise molecular, antigênica e proteômica. TRATAMENTO: Infecção mucosa e cutânea: antifúngicos tópicos e sistemicamente ativos incluem azóis (itraconazol, fluconazol, miconazol, muitos outros), polienos (anfotericina B e nistatina). Candidíase invasiva e candidemia: administração oral ou intravenosa, dependendo do agente antifúngico e gravidade da doença e/ou imunossupressão; azóis (fluconazol, voriconazol, posaconazol, isavuconazol), equinocandinas (anidulafungina, caspofungina, micafungina), formulações de anfotericina B (desoxicolato e formulações lipídicas), flucitosina. Infecções da mucosa ou cutâneas podem ser tratadas com medicamentos tópicos diversos, sob a forma de cremes, loções, pomadas e supositórios contendo vários agentes antifúngicos à base de azóis (Tabela 61-1). A terapia sistêmica oral dessas infecções pode ser realizada tanto com fluconazol quanto com itraconazol. CRIPTOCOCOSE: Criptococcus neoformans: imunocomprometidos. Criptococcus gatti: imunocompetentes. C.neoformans. Encontrado em todo mundo, excreta de pombos e ocos de árvores. 80% em pacientes do SIDA, e também doença de Hodgkin, LES, corticosteroides. Predileção ao SNC, podendo acometer também pele e pulmão. C.gatti em regiões tropicais e subtropicais (Austrália, África e Américas). Associado a eucaliptos. Infecção é geralmente limitada aos pulmões, mas podem ter massas inflamatórias (criptococomas) e sequelas neurológicas. A criptococose é comumente adquirida pela inalação de células de C. neoformans e C. gattii em aerossóis encontrados no ambiente.A partir dos pulmões, o fungo se dissemina em geral para o sistema nervoso central (SNC) e produz a doença clínica em indivíduos suscetíveis. Raramente, a criptococose cutânea primária pode ocorrer também após inoculação transcutânea. ACHADOS CLÍNICOS E LABORATORIAIS: Meningite, meningoencefalite associado a alta positividade nos exames do líquor e hemocultura. Infecção pulmonar assintomática ou com pneumonia aguda com febre, tosse produtiva e dor torácica. Histologia (coloração Gomori-Grocott, mucicarmim de Mayer). IMAGEM: Nódulo solitário ou nódulos múltiplos, massa pulmonar. Nódulo ou massa escavada (mais em jovens). Nódulos miliares (doença disseminada). Consolidação focal multifocal. Linfonodomegalia. DIAGNÓSTICO DIFERENCIAL: Nódulo solitário: infecção (tuberculose, histoplasmose), neoplasia (carcinoma, carcinoide, hamartoma, metástase). Massa pulmonar e consolidação: neoplasia pulmonar, granulomatose com poliangiite, pneumonia bacteriana. Nódulos miliares: tuberculose, histoplasmose, metástases pulmonares (carcinoma papilífero de tireoide). Pode apresentar-se como um processo pneumônico, ou (mais comumente) como infecção do SNC. O diagnóstico pode ser feito por hemocultura, líquido cefalorraquidiano (LCR) ou outro material clínico. O exame microscópico do LCR pode revelar células de levedura em brotamento encapsuladas características. Meningite criptocócica: diagnóstico através da detecção do antígeno polissacarídeo no soro ou LCR. TRATAMENTO: A meningite criptocócica e outras formas disseminadas são universalmente fatais se não tratadas. Terapia antifúngica: anfotericina B (desoxicolato ou formulação lipídica) mais flucitosina seguida de terapia de manutenção/consolidação com fluconazol (preferencial) ou itraconazol. Controle eficaz da pressão do SNC e síndrome inflamatória de reconstituição imune (SIRI) cruciais para o tratamento bem-sucedido de meningite. Simultaneamente à administração imediata de uma terapia antifúngica apropriada, o controle efetivo da pressão do SNC e síndrome inflamatória de reconstituição imune (SIRI) são cruciais para um tratamento efetivo da meningite por Cryptococcus. Todos os pacientes devem receber anfotericina B associada à fluocitosina ativamente por 2 semanas (terapia de indução), seguidas de 8 semanas de consolidação com fluconazol oral (recomendado) ou itraconazol. Pacientes com AIDS geralmente exigem terapia de manutenção com fluconazol ou itraconazol por toda a vida. PNEUMOCYSTIS JIROVECII (PNEUMOCISTOSE): É um organismo que acomete quase exclusivamente pacientes debilitados e imunossuprimidos, em especial aqueles com infecção por HIV. É a micose oportunista mais comum em indivíduos com AIDS; entretanto, sua incidência diminuiu consideravelmente nos últimos anos com o uso de terapia antirretroviral extremamente ativa. Apesar de ter sido considerado por vários anos um parasita protozoário, evidências moleculares e genéticas o classificam entre os fungos ACHADOS CLÍNICOS: Febre, dispneia, tosse com secreção. Pode ser aguda ou meses. Diagnóstico confirmado pela identificação de Pneumocystis no escarro, em lavado brônquico ou biópsia. ACHADOS DE IMAGEM: Opacidades com atenuação em vidro fosco bilaterais, difusas. Padrão de pavimentação em mosaico. Opacidade geralmente bilaterais e simétrica. Pode ser esparsa, peri hilar ou central e predominar nos lobos superiores. Cistos (pneumatoceles). Consolidação, espessamento septal. Pneumotórax unilateral ou bilateral, geralmente associado a pneumoceles. EXAME DE IMAGEM: DIAGNÓSTICO DIFERENCIAL: Padrão de atenuação em vidro fosco: pneumonia por CMV, SARA, toxicidade pulmonar medicamentosa, pneumonia intersticial não específica, pneumonite por hipersensibilidade, hemorragia pulmonar, proteinose alveolar. Padrão de atenuação em vidro fosco com lesões císticas: pneumonia intersticial linfocítica e pneumonite de hipersensibilidade (cistos esparsos randômicos ou com predomínio nos lobos inferiores). Padrão de pavimentação em mosaico: pneumonia por CMV, SARA, hemorragia pulmonar, proteinose alveolar, pneumonia lipídica. O diagnóstico de infecção por P. jirovecii é quase completamente baseado no exame microscópico do material clínico, incluindo o lavado broncoalveolar (LBA), a escovação brônquica, o escarro induzido e a biópsia pulmonar transbrônquica ou aberta. TRATAMENTO: Basicamente, utiliza-se sulfametoxazol-trimetoprim, tanto para profilaxia como no tratamento. Terapias alternativas com pentamidina, trimetoprim-dapsona, clindamicina-primaquina, atovaquona e trimetrexato têm sido utilizadas em pacientes com AIDS.
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