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Compreender a prescrição de psicofármacos na atenção primária a saúde Aula teórica 4 - 09/02 - Rogério Stefany Margini – T52 FMIT – IESC V Modelo biomédico: “o estudo da medicina deve ser centrado na doença de forma individual e concreta”. A doença é considerada um processo natural, biológico. O social, coletivo, o público e a comunidade não contam para o ensino médico e não são considerados implicados no processo de saúde-doença. Modelo biopsicossocial e espiritual: surgiu em 1.980. Trata a espiritualidade como algo vertical (eu com deus), o restante é algo horizontal (eu com a natureza, eu com outras pessoas etc). PSICOFÁRMACOS - são os mais utilizados nas Esfs e UBS. Os agentes comunitários da saúde sabem muito mais sobre o paciente do que os próprios médicos e enfermeiros. É mais comum a procura de mulheres do que homens em situações psicossociais. Apresenta como grande problema a banalização, pois o médico da saúde da família dificilmente conseguirá resolver o transtorno mental. - não são apenas os pacientes com transtornos mentais que buscam os psicofármacos. - qualquer interferência dos neurotransmissores irá gerar um rebaixamento ou euforia, o que gera um comportamento e uma emoção em cima disso. - são substâncias que exercem ação preferencialmente no SNC. - conceito muito amplo: inclui analgésicos, anestésicos e antipiréticos. - conceito mais limitado: compreende aquelas substâncias que alteram as funções superiores do SNC, reduzindo as alterações decorrentes. CLASSES Antidepressivos →Depressão: é um transtorno mental mais comum. →Tratamento: psicoterapia, fármacos, ECT. →Neuroquímica: serotonina, dopamina e noradrenalina são os neurotransmissores com maior envolvimento. →Tipos: - citalopram: é usado em tratamentos de longo prazo para prevenir a recorrência de novos episódios depressivos em pacientes que tem depressão recorrente. Age no SNC corrigindo a diminuição da concentração de serotonina. - fluoxetina: medicamento utilizado para depressão, além da ansiedade, estresse, síndrome do pânico, etc. Age diminuindo a taxa de remoção da serotonina na fenda sináptica, local onde o neurotransmissor exerce suas funções. →Fatores a considerar na escolha do antidepressivo: · Perfil (estilo de vida) do paciente · Segurança hepática/renal/cardiovascular; · Interações medicamentosas e efeitos colaterais; · Curso da doença (evolução natural); · Comorbidades; · Gravidez no quadro; · Natureza do agente; · Custo da medicação; · Satisfação com o tratamento (tolerabilidade); · Eficácia. Ou seja, deve-se realizar uma história biográfica do paciente, a partir de um acolhimento com uma abordagem comunicacional. No caso dos antidepressivos, como a pessoa já está para baixo, devido a uma baixa concentração de neurotransmissores, a atuação do remédio será aumentar esses na fenda sináptica, ou reduzir a sua receptação, aumentando nos dois casos sua concentração. O resultado final será aumentar o humor do paciente, por meio de neurotransmissores excitatórios. Ansiolíticos Fármacos utilizados no tratamento da ansiedade, reduz sintomas ou intensidade das crises. →Tipos: - diazepam: indicado para alívio sintomático da ansiedade, tensão e outras queixas somáticas ou psicológicas associadas com a síndrome de ansiedade. Pode também ser útil como coadjuvante no tratamento da ansiedade ou agitação associada a desordens psiquiátricas. - clonazepam: é um remédio utilizado para transtornos psicológicos e neurológicos, como crises epilépticas ou ansiedade, devido à sua ação anticonvulsivante, relaxamento muscular e tranquilizante. - bromazepan: indicado o tratamento de ansiedade e agitação associadas e transtornos psiquiátricos, como transtornos do humor e esquizofrenia. Hipnóticos Fármacos que causam sonolência e facilitam o início e manutenção do sono. → Pequenas doses – sedação – sensação de bem estar, relaxamento. → Doses maiores – hipnose – causa sono. → Dose ainda maiores – anestesia cirúrgica. Ansiolíticos e hipnóticos causam depressão no SNC. Quando o medicamento é depressor, ele reduz a atividade do cérebro, por meio de neurotransmissores inibitórios. O paciente está mais agitado que o normal, com isso o remédio irá permitir uma maior concentração de GABA para redução dos neurotransmissores naturais. Benzodiazepínico: potencializam o efeito do neurotransmissor GABA no receptor GABAA, o que irá resultar em propriedades sedativas, hipnóticas (indutoras de sono) e ansiolóticas (diminuição da ansiedade). Ansiedade patológica É um quadro gerado quando não consegue resolver esses sintomas. Sendo um desagradável estado de tensão, apreensão ou inquietude. Parece originar-se de alguma fonte desconhecida. - Fobias específicas; - Fobia social; - Pânico; - Estresse pós-traumático; - TOC. Transtorno mental TOC É um transtorno de ansiedade caracterizado por pensamentos recorrentes e desagradáveis (obsessões) e comportamentos repetitivos ritualizados (compulsões), voltando para a redução do desconforto associado a tais pensamentos. Estudos estimam que no Brasil existem entre 3 a 4 milhões de pessoas com esse quadro. → Medicamento: - clomipramina: atua presumivelmente facilitando a neutransmissão de serotonina e noradrenalina. Esquizofrenia É uma doença mental crônica, que não tem cura e deve ser tratada durante toda a vida do paciente para melhorar a sua qualidade de vida. O esquizofrênico tem dificuldade em interpretar a realidade e discernir o que é real e o que não é. Os sintomas da doença, além de prejudicar as relações interpessoais do paciente, também podem limitar a sua capacidade de executar atividades cotidianas. → Manifestações clínicas: - Positivo (pensamentos e comportamentos anormais): delírios/alucinações, distúrbio do pensamento, comportamentos/condutas estereotipadas, ocasionalmente episódios violentos. - Negativas (ausência de respostas comuns): isolamento social, embotamento afetivos, déficits da função cognitiva, introversão. → Principais medicamentos: Sintomas positivos: haloperidol (haldol), clorpromazina. Sintomas negativos: olanzapina, quetiapina, risperidona. Álcoolismo É uma doença primária crônica, onde ocorre uma alteração no comportamento devido a atuação no sistema límbico e núcleo acumbens. Apresenta forma progressiva e fatal e é uma doença incurável. Alterações orgânicas: redução do volume cerebral, dilatação dos ventrículos, espaçamento das meninges, redução da substância branca, síndrome de Wernicke-Korsakoff, palagra. Alterações cognitivas: suicídio, comportamento sexual de risco, negação/ego. Alterações cognitivas: suicídio, comportamento sexual de risco, negação/ego. → Medicamento: - Dissulfiram: interfere no mecanismo hepático do álcool, gerando uma inativação da enzima acetaldeído-desidrogenase, o que irá impedir a conversão do acetaldeído. Drogas →Cocaína: > a liberação e prolonga o tempo de atuação dos neurotransmissores dopamina, noradranalina e serotonina. Medicamentos: topiramento e modafinil. →Maconha: tetra-hidrocarbinol – THC- psicoativo do SNC; prazer, euforia, aumento do apetite, alteração da percepção, vontade de rir. Neurotransmissor dopamina. Medicamentos: fluoxetina e buspirona, que tentam reduzir os sintomas de abstinência. →Crack: subproduto da cocaína. Medicamentos: risperidona, topiramato ou modafinil, que tentam amenizar os sintomas de abstinência.
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