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Direitos individuais e coletivos 4: Da inviolabilidade

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D. Constitucional III | Maria Eduarda Q. Andrade 
 
 
 
 
 8. Liberdade de intimidade, vida privada, honra e imagem 
das pessoas. 
 
Disposto no art. 5º, inciso X da CF: são invioláveis a intimidade, a vida privada, a honra e 
a imagem das pessoas, assegurado o direito a indenização pelo dano material ou moral 
decorrente de sua violação. 
 
® Referem-se tanto a pessoa física, quanto jurídica. 
® Abrange à necessária proteção à própria imagem frente aos meios de comunicação 
em massa: radio, TV, jornais... 
® Pessoa Jurídica pode sofrer dano moral? Sim, súmula n. 227 STJ. 
 
Intimidade X vida privada 
 
Apresentam grande interligação. 
 
Intimidade relaciona-se às relações subjetivas e de trato íntimo da pessoa, suas relações 
de amizade, familiares. 
 
Vida privada envolve todos os demais relacionamentos humanos, inclusive os objetivos, 
relações comerciais, de trabalho, de estudo... 
 
No âmbito familiar, os direitos à intimidade e vida privada devem ser interpretados de 
uma forma mais ampla, levando-se em conta as delicadas, sentimentais e importantes 
relações familiares, à margem de restrições e intromissões. 
 
Já nos casos daqueles que exercem vida política ou ainda, os artistas e pessoas que 
expõem sua vida nas mídias sociais, dito como “influencers”, devem ser interpretadas de 
forma mais restrita. 
® Há a necessidade de uma maior tolerância quanto ao ferimento das inviolabilidades 
à honra, à intimidade, à vida privada e à imagem, pois estão constantemente sendo 
expostos na mídia. 
® Entretanto não afasta a proteção constitucional contra ofensas desarrazoadas, 
desproporcionais, entre outros. 
® Princípio da razoabilidade. 
 
Direitos e deveres Individuais e Coletivos 
D. Constitucional III | Maria Eduarda Q. Andrade 
 
9. Inviolabilidade domiciliar 
 
Disposto no art. 5º, inciso XI da CF: A casa é asilo inviolável do indivíduo, ninguém nela 
podendo penetrar sem o consentimento do morador, salvo em caso de flagrante delito 
ou desastre, ou para prestar socorro, ou durante o dia, por determinação judicial” 
 
® A inviolabilidade domiciliar engloba a tutela da intimidade, da vida privada, da 
honra, bem como a proteção individual e familiar do sossego e tranquilidade. 
 
Aqui no D. Constitucional, o termo domicílio tem amplitude maior. Não sendo somente a 
residência da pessoa, mas também, a habitação com intenção definitiva de 
estabelecimento. 
 
® Domicílio é todo local, delimitado e separado, que alguém ocupa com 
exclusividade a qualquer título, inclusive profissionalmente. 
 
® Pelo conceito do STF, domicílio abrange até mesmo o local onde exerce a profissão 
ou a atividade, desde que constitua um ambiente fechado ou de acesso restrito ao 
público. Ex. escritórios profissionais 
 
Ou seja, SEM o consentimento do morador só poderá entrar no domicílio: 
 
1. Por determinação judicial: somente durante O DIA; 
2. Em caso de flagrante delito, desastre, ou para prestar socorro: durante o dia ou à 
noite. 
 
O que deve ser entendido por dia ou noite? 
 
O dia começa a partir das 6:00 horas da manhã, e a noite a partir das 18:00 horas. 
 
Celso Mello, utiliza um critério físico-astronômico: a aurora e o crepúsculo. 
 
Importante: O STF firmou a seguinte tese: “a entrada forçada em domicílio sem mandado 
judicial só é lícita, mesmo em período noturno, quando amparada em fundadas razões, 
devidamente justificadas a posteriori, que indiquem que dentro da casa ocorre situação 
de flagrante delito, sob pena de responsabilidade disciplinar, civil e penal do agente ou 
da autoridade, e de nulidade dos atos praticados”. 
 
® Não é admitido violação de domicílio por decisão administrativa ou parlamentar, 
pois a possibilidade de invasão domiciliar, durante o dia, sujeita-se a denominada 
D. Constitucional III | Maria Eduarda Q. Andrade 
 
cláusula de reserva jurisdicional, que diz ser de competência exclusiva do Poder 
Judiciário. 
 
® Inviolabilidade de domicílio e fisco: Nem a Polícia Judiciária e nem a administração 
tributária podem, afrontando direitos assegurados pela Constituição da República, 
invadir domicílio alheio com o objetivo de apreender, durante o período diurno, e 
sem ordem judicial, quaisquer objetos que possam interessar ao Poder Público. 
 
10. Sigilo de correspondência e comunicações 
 
O art. 5º, inciso XII, dispõe: é inviolável o sigilo da correspondência e das comunicações 
telegráficas, de dados e das comunicações telefônicas, salvo, no último caso, por ordem 
judicial, nas hipóteses e na forma que a lei estabelecer para fins de investigação criminal 
ou instrução processual penal”. 
 
Além da proteção ao sigilo da correspondência, há proteção ao sigilo de 3 formas de 
comunicações: 
1. Telegráfica 
2. De dados 
3. Telefônica. 
 
® A lei menciona somente a hipótese de violação do sigilo para interceptação 
telefônica, entretanto, entende-se que nenhuma liberdade individual é absoluta. 
® Pode ocorrer a interceptação das correspondências e comunicações telegráficas e 
de dados se estivem sendo utilizadas como instrumento de práticas ilícitas. 
® STF: possibilidade de interceptação de carta de presidiários pela adm. 
Penitenciária. 
 
¨ Sigilo de correspondências: 
 
Como regra, o sigilo de correspondência é inviolável, salvo nas hipóteses de decretação 
de estado de defesa e de sítio, quando poderá ser restringido (arts. 136, §1º, I, “b” e 139, 
III). 
 
Não é um direito absoluto e poderia, de acordo com a circunstância do caso concreto, ser 
afastado, por exemplo, na interceptação de uma carta enviada por sequestradores. 
 
¨ Possibilidade de interceptação telefônica: 
 
É a captação e gravação de conversa telefônica, no mesmo momento em que ela se 
realiza, por 3º pessoa sem o conhecimento de qualquer dos interlocutores. 
D. Constitucional III | Maria Eduarda Q. Andrade 
 
 
A própria CF abriu uma exceção para a possibilidade de violação das comunicações 
telefônicas, desde que presente os 3 requisitos: 
 
1. Ordem judicial: expedida pelo juiz competente, em decisão fundamentada. 
2. Com o fim de investigação criminal ou instrução processual penal; 
3. Nas hipóteses e na forma que a lei estabelecer. 
 
® Pode ser utilizado como prova emprestada, em outro processo como o processo 
civil, por exemplo, desde que não ocorra o desvio de finalidade, simulação ou 
fraude no curso da investigação. 
 
® Lei nº 9.296/ 96: interceptações telefônicas 
 
O art. 1º dispõe que a interceptação telefônica dependerá de ordem judicial, expedida 
pelo juiz competente para a ação principal, em decisão devidamente fundamentada que 
demonstre sua conveniência e indispensabilidade. 
 
® O texto constitucional consagra a necessidade de respeito ao princípio do juiz 
natural. 
 
® Entretanto, é possível relativizar a regra de competência prevista no art. 1º da lei de 
interceptação. Sendo autorizado por juiz diverso do juiz competente. 
 
® Somente será possível a autorização para a interceptação telefônica quando o fato 
investigado por punido com RECLUSÃO. 
 
Importante: não desautoriza a utilização, como meio de prova, de eventuais gravações 
relacionadas com crimes apenados com detenção, desde que conexos como o objeto 
principal da investigação e obtidas no mesmo procedimento. 
® Feito o pedido de interceptação de comunicação, que conterá a demonstração de 
que sua realização é necessária à apuração de infração penal e indicação dos meios 
a serem empregados. 
 
® O juiz terá o prazo máximo de 24 horas para decidir, indicando a forma de execução 
da diligência, que não poderá exceder o prazo de 15 dias, renovável por igual 
tempo uma vez comprovada a indispensabilidade do meio de prova. 
 
® Há circunstâncias onde a indispensabilidade desse meio de prova possibilitará 
sucessivas renovações (por exemplo: combate ao tráfico de ilícito de 
entorpecentes), desde que, a cada nova renovação o magistrado analise 
D. Constitucional III | Maria Eduarda Q. Andrade 
 
detalhadamente a presença dos requisitos e a razoabilidade da manutençãodessa 
medida, sob pena de inversão dos valores constitucionais. 
 
Gravação clandestina X interceptação Telefônica 
 
A GRAVAÇÃO CLANDESTINA é a captação ambiental ou telefônica (gravação de áudio e 
vídeo) de conversa pessoal, realizada por um dos interlocutores no mesmo momento em 
que a conversa se realiza. Sem conhecimento dos demais. Ou então, pelo fato do 
desconhecimento por parte do indivíduo, interlocutores ou grupo de pessoas, de que sua 
voz ou imagem estejam sendo captadas e registradas. 
® Gravações sub-reptícia; interpolações; 
 
Já interceptação telefônica ocorre a captação e gravação da conversa sem que os 
interlocutores tenham conhecimento. Exige-se ordem judicial para valer como prova, para 
fins de investigação criminal ou instrução processual penal, vide art. 5º, XII, CF. 
 
® Alguns sustentam que a gravação clandestina viola à intimidade e à privacidade 
(art. 5º, X). 
® O SFT tem decidido que a gravação por um dos interlocutores, sem conhecimento 
do outro, quando ausente causa legal de sigilo ou de reserva da conversação NÃO 
é considerada prova ilícita. 
 
¨ Crime-achado: 
 
Trata-se de uma excepcionalidade na utilização dos dados obtidos mediante 
interceptação telefônica fora das hipóteses restritas de sua decretação. 
 
® Limitação subjetiva: descoberta de novos partícipes; 
 
® Limitação objetiva: crime-achado e investigações diversas. 
 
® O crime-achado é a hipótese que ocorre quando são decretadas interceptações 
telefônicas pela autoridade policial competente, e no curso de sua efetivação, 
outras infrações penais são descobertas. 
 
Somente deverá ser considerada lícita se, além de presentes todos os requisitos 
constitucionais e legais na decretação da interceptação telefônica original, não se verificar 
nenhuma hipótese de desvio de finalidade ou mesmo simulação de fraude para obtenção 
da mesma. 
 
D. Constitucional III | Maria Eduarda Q. Andrade 
 
Exemplo: realização de um simulacro de investigação em crime apenado com reclusão 
somente para obtenção de ordem judicial decretando interceptação telefônica, porém, 
com o claro objetivo de descobrir e produzir provas em crimes apenados com detenção. 
 
¨ Sigilo de dados: Sigilo bancário e fiscal 
 
A inviolabilidade do sigilo de dados, disposto no art. 5º XII complementa a previsão ao 
direito à intimidade e a vida privada, conforme o art. 5º, X da CF. 
 
® Ambas as previsões são de defesa da privacidade regidas pelo princípio da 
exclusividade, o qual pretende assegurar ao indivíduo. 
 
A defesa da privacidade deve proteger o homem contra: 
 
® A interferência em sua vida privada, familiar e doméstica; 
® A ingerência em sua integridade física ou mental ou em sua liberdade intelectual e 
moral; 
® Os ataques à sua honra e reputação; 
® Sua colocação em perspectiva falsa; 
® O uso de seu nome, identidade e retrato; 
® Espionagem e espreita; 
® Intervenção de correspondência; 
® A má utilização de informações escritas e orais; 
® Transmissão de informes dados ou recebidos em razão de segredo profissional. 
 
Além dessas, há a proteção das informações fiscais e bancárias, sejam constantes nas 
próprias instituições financeiras, sejam na Receita Federal ou organismos do Poder 
Público. 
 
Importante: as informações relativas ao sigilo fiscal somente poderão ser devassadas em 
caráter excepcional e nos estritos limites legais, pois as declarações prestadas para fins de 
imposto de renda revestem-se de caráter sigiloso. 
 
® Mas, por motivos excepcionais justificam a possibilidade de acesso por terceiros, 
havendo necessidade de autorização judicial, devidamente motivada no interesse 
da Justiça. 
 
Importante: Os sigilos bancário e fiscal somente poderão ser expedidos de forma 
EXCEPCIONAL por ordem judicial fundamentada ou de Comissões Parlamentares de 
Inquérito e excepcionalmente pelo MP, desde que presentes os requisitos razoáveis. 
 
D. Constitucional III | Maria Eduarda Q. Andrade 
 
1. (OAB/ 2010) alternativa: As comissões parlamentares de inquérito poderão 
determinar a quebra do sigilo bancário sem a interferência do Poder Judiciário, 
desde que o façam de forma fundamentada. 
 
2. (CESPE/2012- agente de polícia/ AL): A jurisprudência do STF entende que o sigilo 
bancário é protegido constitucionalmente. Dessa forma, o acesso a dados 
bancários somente pode ser feito por determinação judicial ou requisição da 
autoridade policial. 
 
Resposta: Errado, trata-se de reserva da jurisdição, o acesso aos dados bancários 
não poderá ser requisitado por autoridade policial, mas APENAS por autoridade 
judicial. 
 
Resumo: quebra de sigilo bancário e fiscal 
 
Quem pode? Juiz, CPI (federal/estadual) e Fisco 
 
Quem não pode? MP, CPI (municipal) e a Polícia 
 
Exceção: MP e TCU podem quando for quebra de sigilo de contas públicas, 
independentemente de autorização judicial.

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