Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
Gestão e Desenvolvimento de Produto Material Teórico Responsável pelo Conteúdo: Prof. Esp. Wilson Ferreira Domingues Revisão Textual: Profa. Dra. Selma Aparecida Cesarin FMEA – Análise do Modo e Efeito das Falhas Potenciais • Introdução • Análise de Modo de Efeito de Falha Potencial – FMEA • Diagrama de Blocos • Fluxograma de Processos • DFMEA – Design Failure Mode and Effect Analysis • PFMEA – Process Failure Mode and Effect Analysis • Conclusão Da Aula · Permitir que o aluno tenha um primeiro contato com o método e que se torne apto a implementá-lo de forma efetiva no mercado de trabalho. OBJETIVO DE APRENDIZADO FMEA – Análise do Modo e Efeito das Falhas Potenciais Orientações de estudo Para que o conteúdo desta Disciplina seja bem aproveitado e haja uma maior aplicabilidade na sua formação acadêmica e atuação profissional, siga algumas recomendações básicas: Assim: Organize seus estudos de maneira que passem a fazer parte da sua rotina. Por exemplo, você poderá determinar um dia e horário fixos como o seu “momento do estudo”. Procure se alimentar e se hidratar quando for estudar, lembre-se de que uma alimentação saudável pode proporcionar melhor aproveitamento do estudo. No material de cada Unidade, há leituras indicadas. Entre elas: artigos científicos, livros, vídeos e sites para aprofundar os conhecimentos adquiridos ao longo da Unidade. Além disso, você também encontrará sugestões de conteúdo extra no item Material Complementar, que ampliarão sua interpretação e auxiliarão no pleno entendimento dos temas abordados. Após o contato com o conteúdo proposto, participe dos debates mediados em fóruns de discussão, pois irão auxiliar a verificar o quanto você absorveu de conhecimento, além de propiciar o contato com seus colegas e tutores, o que se apresenta como rico espaço de troca de ideias e aprendizagem. Organize seus estudos de maneira que passem a fazer parte Mantenha o foco! Evite se distrair com as redes sociais. Mantenha o foco! Evite se distrair com as redes sociais. Determine um horário fixo para estudar. Aproveite as indicações de Material Complementar. Procure se alimentar e se hidratar quando for estudar, lembre-se de que uma Não se esqueça de se alimentar e se manter hidratado. Aproveite as Conserve seu material e local de estudos sempre organizados. Procure manter contato com seus colegas e tutores para trocar ideias! Isso amplia a aprendizagem. Seja original! Nunca plagie trabalhos. UNIDADE FMEA – Análise do Modo e Efeito das Falhas Potenciais Contextualização A expectativa do consumidor deve ser plenamente atendida: essa é a meta da maior parte das companhias nas quais atuamos. Estar preparado para eventuais problemas que possam acontecer durante esse trajeto pode ser um diferencial também no que se refere à satisfação do cliente, pois estaremos evitando atrasos e problemas com a qualidade do produto. Já conhecer a maior parte dos riscos associados ao processo e possuir medidas previstas para atender em caso de necessidade auxiliam bastante a reduzir custos e mitigar os efeitos de eventuais eventos de risco. Nesta unidade da Disciplina vamos conhecer o método FMEA – Análise do Modo e Efeito das Falhas Potenciais, uma ferramenta que tem caráter preventivo e que busca auxiliar a identificar potenciais falhas no processo e a estarmos preparados para saber como agir caso essas falhas aconteçam. 8 9 Introdução Neste momento já passamos por metade do nosso Curso e já avaliamos con- ceitos gerais sobre métodos e ferramentas que certamente serão muito úteis em nossa jornada, quando estivermos gerenciando portfólio de produtos (seja criação ou manutenção). Buscamos entender o contexto do surgimento do gerenciamento de qualidade dentro dos processos de gestão de portfólios de produtos e conhecemos alguns métodos que, caso implementados corretamente, certamente farão toda diferença nos nossos resultados. Fazendo uma retrospectiva breve sobre os temas abordados, podemos ver que as ferramentas e métodos apresentados focam bastante a questão do planejamento, para que tenhamos uma execução saudável e previsível. Falando no meio profissional, assim como nas nossas vidas, quanto mais previsível for o nosso negócio, mais seguro e atrativo ele se torna em termos de investimentos. Mas você já deve estar pensando: “Mas geralmente as coisas não saem como nós planejamos” ou mesmo “Podemos até planejar algo, mas quase sempre acontece alguma coisa que pode mudar tudo”. Sim caro aluno, como você mesmo já deve ter constatado na vida, sempre pode acontecer eventos indesejados e incertos. De acordo com a norma ABNT ISO 31000:2009 (ABNT, 2009), que trata da Gestão de Riscos, riscos nada mais são que o “efeito da incerteza nos objetivos”. Vamos falar um pouco mais sobre essa norma no nosso último módulo do Curso. Mas o importante é pensarmos que tudo o que fazemos ou planejamos, mesmo quando seguimos todos os critérios apresentados pelo PPAP ou pelo APQP, anteriormente abordados, está sujeito a eventos incertos que podem ser indesejados. Uma compra pela Internet não chegar dentro do prazo solicitado, a possibilidade de chuva no dia da final da partida de tennis em campo aberto, a possibilidade de nos perdermos indo a um lugar novo, tudo isso é possível (mesmo que remotamente ou quase certo) que aconteça; então, são riscos que podem acontecer na nossa vida. Em termos de processo, uma parte do equipamento quebrar durante a produção, uma das peças produzidas sair fora do padrão, acabar a luz durante o processo de fabricação, também são riscos que podem estar associados. Quando essas possibilidades se tornam reais, tornam-se eventos e deixam de ser riscos, pois já se tornaram realidade. Mas eu consigo eliminar a possibilidade dos riscos se tornarem reais? Ex pl or 9 UNIDADE FMEA – Análise do Modo e Efeito das Falhas Potenciais Conviver com potenciais falhas dentro de um processo sem gerenciá-las pode ser muito arriscado, ainda mais quando falamos de processos complexos nos quais um simples desvio pode comprometer todo o funcionamento do sistema e gerar centenas de dólares em prejuízos. Dessa forma, visando a minimizar os riscos de suas operações, foram criadas ferramentas de gerenciamento de riscos e, entre elas, o método de Análise de Modo de Efeito de Falha Potencial, conhecido como FMEA (Failure Mode and Effect Analysis). De acordo com Rodrigues (2010) uma das primeiras metodologias para viabilizar a análise de falhas em processos foi implementada em meados do século XX pelo exército americano e também pela NASA e a indústria aeroespacial. Já na indústria automotiva, a ferramenta foi disseminada, assim como no caso do APQP e PPAP, pela Ford, GM e Chrysler, a fim de atender aos requisitos das normas de qualidade vigentes na década de 1990. Análise de Modo de Efeito de Falha Potencial – FMEA O propósito do uso dessa ferramenta é viabilizar o reconhecimento de potenciais falhas que possam vir a acontecer no processo e, assim, identificar ações que possam viabilizar a eliminação da possibilidade de ocorrência dessas falhas ou mitigar seus impactos, caso aconteçam. A ferramenta também pode ser aplicada para identificar essas falhas em produtos e, em ambos os casos, é usada também para os efeitos e causas dessas falhas no Sistema. No caso do FMEA aplicado aos processos, ele é denominado PFMEA (Process Failure Mode and Effect Analysis); quando aplicado ao projeto, é denominado DFMEA (Design Failure Mode and Effect Analysis). Entre as vantagens do uso da ferramenta para o gerenciamento dessas falhas está alcançarmos um processo mais previsível, viabilizando, assim, aumentar a confiabili- dade dos resultados esperados, reduzindo custos e tempo com correções no caso de eventos de risco. As modificações são executadas da forma melhor planejada, nas quais já conhecemos os principais impactos que podem causar no processo. É muito importanteque você tenha em mente que o FMEA é uma ferramenta com caráter preventivo. Isso significa que a ferramenta deve ser implementada antes da criação de um novo projeto ou do início de um novo processo. No caso do FMEA de processos, ele pode sim ser implementado após um processo já ser iniciado, mas seus resultados não serão tão eficientes quanto se você implementá-lo ainda antes do processo se iniciar. Por isso é importante que você priorize a implementação da ferramenta ainda durante a fase de planejamento do projeto (consultar Módulo 1, tópico: Ciclo de vida do projeto). 10 11 O FMEA pode ser aplicado sempre que houver a criação de um novo produto ou processo, quando houver mudanças em um produto ou processo existente ou mesmo quando houver necessidade de mudança de características do ambiente no qual o processo está inserido (como por exemplo, uma mudança de site). O desenvolvimento do FMEA não é trabalho para apenas uma pessoa. Ele deve ser sempre desenvolvido por uma equipe multidisciplinar. É essencial que para que o FMEA tenha bons resultados, ele tenha representante de todas as áreas funcionais associadas ao processo que será estudado. Assim sendo, um passo muito importante é a definição do escopo de trabalho, ou seja, quais serão os limites de atuação e precisão que iremos estudar ao aplicar o método. Dependendo do escopo selecionado, o time poderá ter que ser alterado conforme o escopo é mudado. O Manual do FMEA (AIAG, 2008) desenvolvido pelas montadoras GM, Ford e Chrysler indica que há 3 principais níveis de estudo/ escopo do FMEA: • FMEA de Sistemas: essa é uma avaliação em nível estratégico do processo. Conforme o Manual do FMEA (AIAG, 2008): “Um sistema é formado por vários subsistemas”. Dessa forma, esse nível de avaliação está preocupado com a inter-relação entre esses subsistemas, o meio ambiente no qual está inserido, o cliente e outros aspectos estratégicos. Entre alguns exemplos temos: processo de fabricação de açúcar em uma usina de cana-de-açúcar; fabricação de massas alimentícias em uma indústria de alimentos; os citados no Manual Sistema de Chassis, Sistema de Motores etc.; • FMEA de Subsistemas: pensando em um nível mais tático, temos os subsistemas, que são partes ou subconjuntos de sistemas. Considerando os exemplos supracitados: linha de produção de açúcar refinado; fabricação de massa em formato espaguete 8, processo de produção da suspensão traseira, processo de produção de motor 1.4; • FMEA de Componentes: atua em um nível mais operacional, são partes menores dos subsistemas. Como exemplos, o moedor no subsistema de fa- bricação de açúcar refinado, no sistema de fabricação de açúcar; a lâmina de corte no subsistema de fabricação de espaguete 8 no sistema de produção de macarrão etc. O nível de detalhamento vai depender do interesse estratégico na Companhia em gerenciar os riscos e em que nível se deseja atuar, considerando os recursos disponíveis para tal. Para auxiliar na definição do escopo, o Manual do FMEA (AIAG, 2008) ainda apresenta algumas ferramentas, sendo algumas delas o Diagrama de Blocos, o Diagrama de Parâmetro P e as Matrizes de Inter-relação de Processos, entre outras. Algumas delas vamos apresentar neste módulo. De modo geral, de acordo com o Manual do FMEA (AIAG 2009), são os seguintes os passos que devem ser considerados ao se desenvolver um FMEA: 11 UNIDADE FMEA – Análise do Modo e Efeito das Falhas Potenciais 1. Definir o escopo, conforme já mencionado acima; 2. Definir o público alvo (clientes) do seu FMEA: Quem serão as pessoas impactadas pelo produto ou processo e como isso pode afetá-las? O Manual define que temos que nos preocupar com 4 principais clientes, que são: Órgão regulamentadores (Seu processo atenderá às Leis pertinentes? / Possuirá as licenças necessárias?); Usuário Final (Há algo em seu processo/produto que possa impactar sua satisfação?); Unidades de produção (Sejam elas próprias ou subcontratadas, como o processo será impactado?); Produtores da cadeia de suprimentos (Nossos fornecedores estão aptos a fornecer os serviços e matéria prima que precisamos?); 3. Identificar as especificações e requisitos: conforme apresentado no módulo anterior, o cliente deseja que uma série de critérios sejam atendidos. Por isso é preciso conhecê-los a fim de termos uma análise precisa; 4. Identificar Modos de Falha Potencial: como o nosso processo e produto podem deixar de atender a uma determinada especificação?; 5. Identificar Potenciais Efeitos: No caso de a falha acontecer, quais são os efeitos esperados?; 6. Identificar Potenciais Causas: Por que essas falhas aconteceram? O que levou à concretização do risco?; 7. Identificar os controles: O que é preciso fazer para prevenir ou detectarmos mais rapidamente os eventos identificados?; 8. Identificar e avaliar os riscos: Identificar a natureza de todos os riscos identificados, classificá-los e priorizá-los conforme importância. Usualmente os critérios são definidos pela organização, mas o Manual recomenda que se avalie a Severidade (nível de impacto que os efeitos podem ter), Probabilidade (chances do evento de risco se tornar real no cenário atual) e Detectabilidade (quão facilmente nossos controles atuais identificam a falha no sistema); 9. Definir e monitorar o plano de ações: Com base na prioridade pré- -estabelecida, determinar ações que visem a eliminar os riscos ou minimizar seus efeitos, caso se tornem reais. Diagrama de Blocos Um Diagrama de Blocos é a representação gráfica da inter-relação física e lógica dos componentes de um determinado produto (Manual FMEA, AIAG, 2008). Esta á uma excelente ferramenta para auxiliar na definição do escopo de um DFMEA. Dependendo do detalhamento desejado, o Diagrama de Blocos pode apresentar a inter-relação de troca de energias, fluidos e outras propriedades entre os componentes do produto. 12 13 Sintetizador Canal de FI Luminância Croma Horizontal CAG Separador de Sincronismo Fonte de Alimentação Microprocessador e Circuitos de Comandos Vertical FI de Som Saída de Áudio Tubo de Imagem Deflexão Fonte de Alta Tensão (FAT) Diagrama dos Blocos Figura 1 – Exemplo de Diagrama de Blocos para televisor Fonte de Ar Comprimido Misturador e Medições Ventilador Microprocessador Diagrama em blocos de um ventilador microprocessado - Compressor - Ar medicinal - Usina - Cilindro Sensor do Fluxo de Ar e Conexão Alarmes Filtros (bactérias) Umidificador Conexões Tubo Sensor de Pressão Nebulizador Controles Controlador da Pressão nas Vias Aéreas Válvula Reguladora de Pressão Válvula Reguladora de Pressão Válvula de Exalação Sensor de Pressão das Vias Aéreas Controlador do Fluxo de O2 e Ar Maturador (FiO2) Sensor do Fluxo de O2 e ConexãoFonte deOxigênio Comprimido - Usina - Cilindro Frequência Respiratória Volume Corrente % O2 Fluxo de Pico PEEP (Ventilação Forçada) PEEP e CPAP Nível de Pressão Suportado Sensibilidade (Ventilação Espontânea) Figura 2 – Diagrama de Blocos para ventiladores pulmonares Os exemplos representam claramente quais são os principais aspectos Desse tipo de diagrama: Blocos (Caixas) que representam cada componente do produto. Esses blocos são ligados por setas ou linhas que representam sua relação de dependência, ou seja, como um determinado componente ou processo irá influenciar o funcionamento dos demais. Ao desenvolver um Diagrama de Blocos, é importante apresentar de forma visual quais são os componentes existentes em um determinado projeto de um produto, quais são suas relações de dependência e interdependência para que o funcionamento do produto aconteça conforme o desejado. 13 UNIDADE FMEA – Análise do Modo e Efeito das Falhas Potenciais No seu dia a dia de trabalho, você poderá se deparar com diversos modelos diferentes de Diagramas de Blocos. Não existe modelo padrão, o importante é que você identifique ou desenvolva um modelo que mais se adeque ao que você deseja. Obviamente,se você for trabalhar em um setor de Engenharia de celulares, por exemplo, e quiser apresentar o funcionamento a outros especialistas, vai optar por um modelo que apresente de forma consistente e detalhada todas as relações. Possivelmente até desenvolva mais de um diagrama para um mesmo produto ou componente, sob diferentes perspectivas (eletrônica, elétrica etc.). Já para a apresentação a um gerente comercial, você poderá optar por um modelo mais genérico e menos detalhado. Fluxograma de Processos Assim como o Diagrama de Blocos, o Fluxograma é uma representação visual por meio de símbolos. Porém, diferente dos Diagramas de Bloco, os Fluxogramas são mais eficientes para a representação de processos dentro de uma Organização. Basicamente, o Fluxograma mostra de forma sequencial as tarefas ou etapas de um determinado processo por meio de figuras. Alguns exemplos utilizados para essa representação gráfica são apresentados na imagem a seguir. Tomada de decisão Linhas de Conexão e Fluxo Documento Início Etapa Fim Armazenamento Figura 3 – Símbolos utilizados para elaboração de Fluxogramas A seguir, são representados alguns modelos de Fluxograma de processo: 14 15 Condição 1 Ok? Condição 2 Ok? Documento 1 Executar Atividade 1 Executar Atividade 2 Documento 1 Executar Atividade 3 Executar Atividade 4 Documento 1 Executar Atividade 6 Executar Atividade 5 Início Fim Não Sim Não Sim Figura 4 – Símbolos utilizados para elaboração de Fluxogramas Fluxograma do processo de logística reversa dos pneus usados no Brasil Importação de pneus novos Empresas de seleção e triagem de pneus Exportações Borracheiro Consumidor Reciclagem Asfalto-borracha Aminação de pneus Sitiantes/ agricultores Caieiras (forno, indústria de cal) Remoldagem de pneus Recapagem/ recauchutagem Tapetes, borracha regenerada, entre outras aplicações Pós-consumo Sucateiros CaldeirasValorização energética Exportação e testes Disposição Reuso/ reaproveitamento Centros de coleta Fluxo direto Fluxo reverso Ecobases Mercado secundário/frotistas Aterros, lixões, ruas, terrenos baldios, rios etc. (Desconhecido) Geotecnia: dock fenders de navios e portos; pneus de meia-vida etc. Co-processamento na indústria Cimenteira Co-processamento com a rocha de xisto Produção de pneus novos Mercado de reposição/revendedores Indústria automobilística/ montadoras Importação de pneus recauchutados Importação de pneus velhos remoldagem/meia-vida Revenda de pneus recauchutados e remoldados Pneus meia-vida mercado secundário (desconhecido) Figura 5 – Fluxograma de processo de logística reversa dos pneus usados no Brasil 15 UNIDADE FMEA – Análise do Modo e Efeito das Falhas Potenciais Argila “dura” Britagem Moagem Secagem Queima Inspeção Astocagem Expedição Dasagem e alimentação Argila “mole” Dasagem e alimentação Desintegração Mistura Laminação Extrusão Corte Prensagem 1 2 1 - Telhas 2 - Tijolos furados, blocos, lajes, elementos vazados, tubos (manilhas) e alguns tipos de telhas Fluxograma: Processo de Fabricação de Cerâmica Vermelha Figura 6 – Fluxograma de Processo de Fabricação de Cerâmica Vermelha Tanto o Diagrama de Blocos, no caso do DFMEA, quando o Fluxograma do processo, no caso do PFMEA, serão ferramentas úteis para a definição do esco- po de avaliação das potenciais falhas. Com o uso do Diagrama de Blocos, você poderá selecionar os componentes que irá avaliar, assim como os processos, no caso do Fluxograma. Como já mencionado, fica a critério da Empresa definir quais serão os processos que serão submetidos à avaliação do FMEA; porém, aquelas que buscam a certifi- cação ISO TS 16949 deverão realizar as avaliações considerando os processos de acordo com o critério a ser acreditado. A seguir, abordaremos o DFMEA e o PFMEA. DFMEA – Design Failure Mode and Effect Analysis Conforme já abordamos anteriormente, o DFMEA foca a avaliação no projeto do produto que será disponibilizado no mercado ou para o consumidor final. Basicamente, há grande variedade de formulários aplicáveis a essa avaliação no mercado, mas o importante é que, independente do modelo utilizado, você siga os 9 passos anteriormente apresentados. Vejamos uma abordagem prática: vamos considerar como base o Diagrama de Blocos apresentado neste módulo. Cogitemos que nossa Empresa solicitou a elabo- ração de um DFMEA para o produto televisor, especificamente para o componente “saída de áudio”. Para nossa análise, vamos considerar o modelo a seguir apresen- tado, baseado em um dos anexos do Manual do FMEA (AIAG, 2008): 16 17 Tabela 1 Análise do Modo de Efeito de Falha Potencial (FMEA de Projeto) FMEA N.º FOLHA: DE Sistema Responsável pelo projeto Membros do time Rev.: Emissão Inicial Subsistema Componente Produto em análise Data de aprovaçãoResponsável pelo Processo: Data: Família de peças Tabela 2 Sis te m a Re qu isi to s / Es pe cif ica çõ es do cl ien te M od o d a F alh a P ot en cia l Ef eit o ( s) Po te nc ial (i s) da fa lh a Se ve rid ad e Cla ss ifi ca çã o Ca us a ( s) M ec an ism o (s) Po te nc iai s d a F alh a Oc or rê nc ia Controles Atuais De te cç ão NP R Aç õe s R ec om en ta da s Re sp on sá ve l / Se to r Pr az o Resultados das Ações Fu nç ão Pr ev en çã o De te cç ão Aç õe s T om ad as Se ve r. Oc or . De te cç ão NP R Re qu isi to Fonte: Adaptada do Manual do FMEA (AIAG, 2008) No nosso exemplo, o cliente solicita que o componente emita sons de 0 db a 85 db, perfeitamente nítidos e sem ruídos. Identificamos, então, algumas falhas que podem acontecer nesse processo, que são: o componente não emitir qualquer som e o componente emitir som com ruídos. A equipe de Engenharia identifica que essas falhas podem resultar nos seguintes efeitos para o consumidor final: Tabela 3 Sistema Requisitos / Especifi cações do cliente Modo da Falha Potencial Efeito(s) Potencial(is) da falha Sistema de saída de áudio Som nítido e sem ruídos Presença de ruídos no som emitido Desconforto ao usuário gerando insatisfação com o produto Emitir som entre 0 e 85 db Produto não emitir qualquer tipo de som Insatisfação do cliente por não ouvir o som do seu programa de TV Classificamos, então, a severidade desses efeitos. Os critérios de classificação podem ser definidos pela Companhia. No caso da indústria automobilística, há uma Tabela apresentada no Manual do FMEA (AIAG, 2008). Considerarei a mesma Tabela para a definição dos nossos critérios neste exemplo: 17 UNIDADE FMEA – Análise do Modo e Efeito das Falhas Potenciais Tabela 4 Efeito Critério: Severidade do Efeito no Produto Nota Falhou em atender a requisitos legais ou de segurança Modo de falha na potência afeta a segurança operacional do produto e ou envolve o não atendimento de requisitos legais, sem avisos ou de forma imperceptível. 10 Modo de falha na potência afeta a segurança operacional do produto e ou envolve o não atendimento de requisitos legais de forma perceptível. 9 Perda ou degradação de função primária Perda de função primária que não afete a segurança do usuário (equipamento inoperante). 8 Mau funcionamento de função primária que não afete a segurança do usuário (equipamento opera mas não com 100% da capacidade). 7 Perda ou degradação de função secundária Perda de função secundária (produto funciona, mas itens ou funções complementares não estão funcionando). 6 Mau funcionamento de função secundária (produto funciona, mas itens ou funções complementares funcionam com performance reduzida). 5 Incômodo Critérios visuais ou outros do produto, tais como performance, não atendem às especificações e são percebidas por mais de 75% os consumidores. 4 Critérios visuais ou outros do produto, tais como performance, não atendem às especificações e são percebidas por mais de 50% dos consumidores. 3 Critérios visuais ou outros do produto,tais como performance, não atendem às especificações e são percebidas por menos de 25% dos consumidores. 2 Não há efeito Não há efeitos perceptíveis 1 Fonte: Adaptada de pelo Manual do FMEA (AIAG, 2008) A definição da nota será de acordo com o que o time considerar e variará muito conforme o cenário no qual se encontra o item avaliado. Para o 1º modo, vamos considerar que no nosso exemplo os ruídos emitidos sejam muito baixos. Assim, podemos classificá-lo como nota 4. Já no 2º modo de falha, a nota será 7, visto que o som é uma função primária do televisor, assim como a imagem. O próximo passo é identificar as possíveis causas do modo de efeito de falha. Nossa equipe de engenheiros identificou que o 1º modo pode acontecer quando há falha de fabricação no próprio componente de som, que é adquirido de um fornecedor parceiro. Já o 2º foi verificado que pode acontecer em função de uma possível falha no sintonizador (vide diagrama) ou mesmo por falha na fabricação do componente avaliado. Da mesma forma que no caso da Severidade, é preciso definir os critérios para a avaliação da probabilidade. Vamos considerar a Tabela a seguir como referência, elaborada também com base no modelo apresentado pelo Manual do FMEA: 18 19 Tabela 5 Probabilidade da Falha Critério: Severidade do Efeito no Produto Nota Muito alta Nova tecnologia ou projeto sem histórico de incidências. 10 Alta A falha é quase inevitável mediante aplicação do novo projeto, novas funções ou novo ciclo produtivo. 9 A falha é bastante previsível mediante aplicação do novo projeto, novas funções ou novo ciclo produtivo. 8 A falha é muito incerta mediante aplicação do novo projeto, novas funções ou novo ciclo produtivo. 7 Moderada Falhas frequentes em projetos similares ou em simulações realizadas com o projeto do produto atual. 6 Falhas ocasionais em projetos similares ou em simulações realizadas com o projeto do produto atual. 5 Falhas isoladas em projetos similares ou em simulações realizadas com o projeto do produto atual. 4 Baixa Apenas falhas isoladas associadas apenas a projetos idênticos ao avaliado, ou a testes e a simulados. 3 Não são verificadas falhas em projetos idênticos ao avaliado, ou a testes e a simulados. 2 Muito baixa Falhas eliminadas mediante plano de ação preventiva. 1 Fonte: Adaptada de pelo Manual do FMEA (AIAG, 2008) Para uma situação real, você deve considerar as informações pertinentes ao pro- jeto que você está avaliando. Para esse caso, vamos considerar que recebemos a informação da equipe de Engenharia de que o transmissor utilizado é um novo mo- delo de Tecnologia, sem outro semelhante no mercado; será um item inovador. Já o dispositivo de som, é um dispositivo moderno, mas com muitos outros semelhantes já confeccionados por nossa Empresa e que não vem apresentando problemas. Dessa forma, classificamos, então, conforme apresentado a seguir: Tabela 6 Sistema Função Requisitos / Especifi cações do cliente Modo da Falha Potencial Efeito (s) Potencial (is) da falha Se ve rid ad e Causa(s) Mecanismo(s) Potenciais da Falha Oc or rê nc ia Sistema de saída de áudio Som nítido e sem ruídos Presença de ruídos no som emitido Desconforto ao usuário gerando insatisfação com o produto 4 Falha no componente de Som 2 Emitir som entre 0 e 85 db Produto não emitir qualquer tipo de som Insatisfação do cliente por não ouvir o som do seu programa de TV 7 Falha no component de Som 2 7 Falha no funcionamento do sintonizador 10 Verificamos, então, quais são os tipos de controle já dimensionados e conside- rados, e com que probabilidade esses controles perceberiam essas eventuais falhas no produto. 19 UNIDADE FMEA – Análise do Modo e Efeito das Falhas Potenciais Todos os produtos passarão por testes no equipamento de som, no qual um decibelibetro identifica a presença do som ou não, mas os transmissores não são testados. Isso torna nossa capacidade de detectar esses problemas muito baixa. Para fins de avaliação da detectabilidade dos modos de falha, consideraremos a Ta- bela a seguir como referência, também baseada no modelo disponibilizado pelo FMEA. Tabela 7 Probabilidade da detecção Nota Praticamente impossível 10 Muito remota 9 Remota 8 Muito baixa 7 baixa 6 Moderada 5 Moderadamente alta 4 Alta 3 Muito alta 2 Praticamente certa 1 Fonte: Adaptada de Manual do FMEA (AIAG, 2008) Chegamos, então, ao seguinte cenário de identificação e avaliação dos riscos: Tabela 8 Sistema Função Requisitos / Especificações do cliente Modo da Falha Potencial Efeito(s) Potencial(is) da falha Se ve rid ad e Cla ss ifi ca çã o Causa (s) Mecanismo (s) Potenciais da Falha Oc or rê nc ia Controles Atuais De te cç ão Prevenção Detecção Sistema de saída de áudio Som nítido e sem ruídos Presença de ruídos no som emitido Desconforto ao usuário gerando insatisfação com o produto 4 Falha no componente de Som 2 Não há Testes de presença de som 1 Emitir som entre 0 e 85 db Produto não emitir qualquer tipo de som Insatisfação do cliente por não ouvir o som do seu programa de TV 7 Falha no componente de Som 2 Não há Não há 6 7 Falha no funcionamento do sintonizador 10 10 Agora que identificamos todos os modos de falha, seus respectivos efeitos e suas potenciais causas, classificaremos a relevância de cada risco no processo definindo as prioridades. Com os resultados que avaliamos, é preciso definir o Número de Prioridade do Risco (Risk Priority Number RPN). Para chegarmos a esse resultado, é preciso realizar o seguinte cálculo: 20 21 RPN = Severidade (S) x Probabilidade (P) x detectabilidade (D) No caso do nosso critério de avaliação, semelhante aos critérios de pontuação sugeridos pela AIAG (2008), nosso rank de pontuação poderá ir de 1 a 1000. O próximo passo é determinar se o risco será Significativo ou não, ou seja, se iremos ou não trabalhar em ações para prevenção. Obviamente em uma FMEA você irá identifi car uma quantidade muito maior de modos de falha potencial, causas e efeitos. Muitas vezes, essa lista passa de 100 linhas. Muitas empresas acabam defi nindo linhas de corte para realizar a avaliação do risco, defi nição e gerenciamento de planos de ação. Mas será que é correto defi nir linhas de corte de atuação quando estamos falando de riscos? Ex pl or Importante! O Manual do FMEA (AIAG, 2008), 4ª edição, indica claramente que a defi nição de limites ou linha de corte não é uma prática recomendável para a determinação de signifi cância dos riscos avaliados. Importante! O RPN tem o simples objetivo de auxiliar na determinação de prioridades, sabendo-se que os recursos para implementação das ações são limitados. É preciso avaliar cada critério pontualmente para que isso também seja considerado na definição de prioridades. Veja o resultado do nosso exemplo a seguir: Tabela 9 Sistema Função Requisitos / Especifi cações do cliente Modo da Falha Potencial Efeito(s) Potencial(is) da falha Se ve rid ad e Cla ss ifi ca çã o Causa (s) Mecanismo (s) Potenciais da Falha Oc or rê nc ia Controles Atuais De te cç ão NP R Prevenção Detecção Sistema de saída de áudio Som nítido e sem ruídos Presença de ruídos no som emitido Desconforto ao usuário gerando insatisfação com o produto 4 Falha no componente de Som 2 Não há Testes de presença de som 1 8 Emitir som entre 0 e 85 db Produto não emitir qualquer tipo de som Insatisfação do cliente por não ouvir o som do seu programa de TV 7 Falha no componente de Som 2 Não há Não há 6 84 7 Falha no funcionamento do sintonizador 10 10 700 21 UNIDADE FMEA – Análise do Modo e Efeito das Falhas Potenciais Caso nossa empresa considerasse “100” como linha de corte para RPN como risco significativo, avaliando somente esse critério, o que é bem comum no mercado, poderíamos negligenciar algum risco importante, comoaquele por não emissão de som em função dos problemas com o dispositivo de som. Isso porque seu resultado RPN foi “84”, ou seja, abaixo da suposto limite para considerarmos o risco significativo; mas caso um produto seja disponibilizado com esse problema ao consumidor, certamente teremos grandes impactos negativos (como visto, a severidade é 7 e a detectabilidade também, o que poderia gerar diversos transtornos também para o pós-venda do produto ou garantia). Dessa forma, para um bom gerenciamento dos riscos, é recomendável que a Empresa considere definir bons critérios para determinar se um risco é importante ou não, a fim de que sejam direcionados recursos para mitigação ou eliminação dos riscos, de forma eficiente. Eu, particularmente, sugiro que seja definida uma linha de corte baseada no RPN, mas que considere que caso a Severidade, a Frequência ou a Detectabilidade atinjam valores acima de um valor limite, esse risco também seja considerado significativo para o gerenciamento e o acompanhamento do plano de ação. Baseado nessa explanação, consideramos que são relevantes os modos de falha apresentados nas linhas 2 e 3. Então, para esses casos, precisaremos definir um plano de ação até que a avaliação do seu risco considere-o aceitável. Nosso setor de Engenharia informou que é possível instalar um dispositivo complementar na etapa de controle do som, que permitirá identificar frequências sonoras fora do desejado, o que detectaria os ruídos. Já para o caso do Sintonizador, reconheceram ser necessário instalar um dispositivo de controle que identifica a recepção de ondas, como parte do processo de verificação de qualidade. Isso permitiria que, além de reduzir o número de componentes com defeito, fossem identificados em quase 100% os casos de problemas ainda antes de sair da Fábrica. Com base nessas ações que serão implementadas, verificamos a seguinte avaliação dos riscos (reavaliação): Sis te m a Fu nç ão Requisitos / Especificações do cliente Modo da Falha Potencial Efeito(s) Potencial(is) a falha Severidade Classificação Ca us a( s) M ec an ism o( s) Po te nc iai s d a Fa lh a Ocorrência Co nt ro le s A tu ai s Detecção NPR Ações Recomentadas Responsável / Setor Prazo Re su lta do s d as Aç õe s Pr ev en çã o De te cç ão Ações Tomadas Sever. Ocor. Detecção NPR Sis te m a d e sa íd a d e áu di o So m ní tid o e se m ru íd os Pr es en ça de ru íd os no so m em iti do De sc on fo rto ao us uá rio ge ra nd o in sa tis fa çã o co m o pr od ut o 4 Fa lh a n o co m po ne nt e d e So m 2 Nã o h á Te ste s d e pr es en ça de so m 1 8 Nã o Ap lic áv el Em iti r s om en tre 0 e 85 db Pr od ut o nã o em iti r qu alq ue r tip o d e so m In sa tis fa çã o do cl ien te po r n ão ou vir o so m do se u pr og ra m a de TV 7 Fa lh a n o co m po ne nt e d e So m 2 Nã o h á Nã o h á 6 84 In sta laç ão de dis po sit ivo co m ple - m en ta r n a et ap a d e ve rif ica çã o do so m Os wa ld o Ju ni or (Q ua li- da de ) 10/2/2017 In sta laç ão de di sp os iti vo co m pl em en ta r na et ap a d e ve rif ica çã o d o so m 7 2 1 14 7 Fa lh a n o f un - cio na m en to do sin to ni za do r 10 10 70 0 In sta la- çã o d o di sp os iti vo de de te cç ão de on da s e et ap a d e v e- rif ica çã o d e qu ali da de do s t ra ns - m iss or es Os wa ld o Ju ni or (Q ua li- da de ) 20/2/2017 In sta laç ão do di sp os iti vo de de te cç ão de on da s e e ta pa de ve rif ica çã o d e qu ali da de do s tra ns m iss or es 7 5 1 35 22 23 Sis te m a Fu nç ão Requisitos / Especifi cações do cliente Modo da Falha Potencial Efeito(s) Potencial(is) a falha Severidade Classifi cação Ca us a( s) M ec an ism o( s) Po te nc iai s d a Fa lh a Ocorrência Co nt ro le s A tu ai s Detecção NPR Ações Recomentadas Responsável / Setor Prazo Re su lta do s d as Aç õe s Pr ev en çã o De te cç ão Ações Tomadas Sever. Ocor. Detecção NPR Sis te m a d e sa íd a d e áu di o So m ní tid o e se m ru íd os Pr es en ça de ru íd os no so m em iti do De sc on fo rto ao us uá rio ge ra nd o in sa tis fa çã o co m o pr od ut o 4 Fa lh a n o co m po ne nt e d e So m 2 Nã o h á Te ste s d e pr es en ça de so m 1 8 Nã o Ap lic áv el Em iti r s om en tre 0 e 85 db Pr od ut o nã o em iti r qu alq ue r tip o d e so m In sa tis fa çã o do cl ien te po r n ão ou vir o so m do se u pr og ra m a de TV 7 Fa lh a n o co m po ne nt e d e So m 2 Nã o h á Nã o h á 6 84 In sta laç ão de dis po sit ivo co m ple - m en ta r n a et ap a d e ve rif ica çã o do so m Os wa ld o Ju ni or (Q ua li- da de ) 10/2/2017 In sta laç ão de di sp os iti vo co m pl em en ta r na et ap a d e ve rif ica çã o d o so m 7 2 1 14 7 Fa lh a n o f un - cio na m en to do sin to ni za do r 10 10 70 0 In sta la- çã o d o di sp os iti vo de de te cç ão de on da s e et ap a d e v e- rif ica çã o d e qu ali da de do s t ra ns - m iss or es Os wa ld o Ju ni or (Q ua li- da de ) 20/2/2017 In sta laç ão do di sp os iti vo de de te cç ão de on da s e e ta pa de ve rif ica çã o d e qu ali da de do s tra ns m iss or es 7 5 1 35 23 UNIDADE FMEA – Análise do Modo e Efeito das Falhas Potenciais Verifique que com as medidas propostas, os riscos caíram muito em significância, tornando-os aceitáveis de acordo com os critérios estabelecidos pela Organização e pelo grupo. Importante! É muito importante que você aluno(a) lembre-se que o FMEA é um documento que deve ser mantido atualizado sempre que houver qualquer tipo de mudança ou atu- alização no produto. Importante! É preciso que o documento seja vivo, utilizado com frequência e não armazenado em uma gaveta dentro do Departamento apenas para fins de cumprimento de auditoria. O documento precisa ser conhecido por todas as partes interessadas; suas ações precisam ser amplamente divulgadas a fim de que a qualidade desejada seja mesmo realidade durante a execução do produto. Outras avaliações de risco ou DFMEAs desenvolvidos para produtos semelhantes também podem ser utilizados como base de consulta para o desenvolvimento de um novo DFMEA. Os registros de outros projetos podem e devem ser utilizados como referência para tomada de decisão ou avaliação dos riscos, pois as lições aprendidas são muito importantes. PFMEA – Process Failure Mode and Effect Analysis O PFMEA seria o uso da mesma ferramenta, porém voltado, nesse momento, para os processos da Empresa. No caso do DFMEA, nosso principal cliente era o cliente final; porém, nesse caso, iremos considerar também como clientes partes interessadas internas que podem ser afetadas pelo processo, direta ou indiretamente. É crucial que nesse momento todas as especificações do produto e o DFMEA já estejam prontos. O PFMEA deve ser confeccionado ainda antes da implementação da linha de produção (no caso de novas linhas de produção ou alteração de linhas existentes) e da corrida inicial de produção. Deve considerar como referência todas as especificações do produto, para que a avaliação viabilize uma visualização clara dos riscos envolvidos nos processos para que seja possível atender a todas as especificações associadas ao produto e a criação do processo. O processo de elaboração do PFMEA será muito semelhante ao do DFMEA; porém, ao invés de considerarmos o Diagrama de Blocos, é recomendável que consideremos o Fluxogramado processo como base para a definição do escopo. Os modelos de formulários são muito semelhantes entre si, mudando apenas detalhes básicos (onde antes eram verificados critérios do produto, agora são verificados critérios do processo). 24 25 Os passos para elaboração também serão os mesmos que os utilizados para o DFMEA; obviamente, será preciso mudarmos os critérios para avaliação da Severidade, Probabilidade e Detectabilidade. Em muitos casos, a avaliação da detectabilidade é desconsiderada e inclui-se no cálculo do RPN apenas a severidade e a probabilidade: RPN = Severidade (S )x Probabilidade (P) Os métodos são semelhantes, mas certamente você deverá considerar como critérios para sua avaliação informações relacionadas ao processo de fabricação. É muito importante que o time conheça todo o processo dentro do escopo e todas as suas etapas necessárias, a fim de que façam uma boa avaliação. Alguns exemplos de PFMEA podem ser encontrados no material complementar da aula anterior e no da aula atual. Conclusão da Aula Concluídos os DFMEA e PFMEA para os sistemas, subsistemas e componentes, é preciso que eles sejam avaliados de forma integrada e sistêmica, a fim de que os resultados sejam potencializados e as ações estejam devidamente alinhadas. É muito importante que, mediante as necessidades de mudança dos projetos, tudo seja devi- damente documentado e atualizado em todos os documentos de avaliação de riscos. O FMEA também deverá ser usado para estudar os potenciais riscos no produto ou no processo mediante a implementação de novas ferramentas, equipamentos, etapas, características, funções e outros. Uma boa avaliação dos riscos, definindo-se ações precisas de mitigação e eliminação deles, certamente será um diferencial de competitividade para qualquer Empresa. Bem executada, a ferramenta pode ser muito valiosa para a otimização dos processos e a eliminação dos desperdícios. Assim como no caso dos materiais anteriormente apresentados, o FMEA pos- sui vasta quantidade de materiais disponíveis. Se você se interessa por gerencia- mento de riscos e processos de qualidade, conhecer um pouco mais sobre essa ferramenta pode ser crucial, principalmente se você tem interesse em atuar no ramo automobilístico. Com isso, terminamos nosso quarto módulo da Disciplina. Nos próximos módulos, estudaremos outras ferramentas de qualidade muito importantes para a gestão e o desenvolvimento de produtos; aproveitaremos o ultimo módulo para abordar de forma mais enfática o cenário de gerenciamento de riscos em projetos, a fim de ampliar seus conhecimentos. Espero que até o momento a abordagem tenha sido atrativa e agradável. Nós nos vemos no próximo módulo. 25 UNIDADE FMEA – Análise do Modo e Efeito das Falhas Potenciais Material Complementar Indicações para saber mais sobre os assuntos abordados nesta Unidade: Sites Como fazer um Fluxograma http://Fluxograma.net Exemplos de Fluxograma em uma Indústria De Cerâmica http://abceram.org.br/Fluxograma Livros Potential Failure Mode and Effects Analysis AIAG. Potential Failure Mode and Effects Analysis (FMEA) Reference Manual. 4.ed, 2008; Vídeos FMEA de processo. https://youtu.be/x6jWXSaS1C4 Explicação ao vivo do uso do FMEA. https://youtu.be/hjXSSkBpygo Como elaborar um Fluxograma. https://youtu.be/orSLpujvsaA Leitura Diagrama de Blocos https://goo.gl/Ya7Y73 26 27 Referências AIAG. Potential Failure Mode and Effects Analysis (FMEA) Reference Manual. 4.ed., 2008; ANÁLISE de Modo e Efeito de Falha Potencial – FMEA. Disponível em: <https://tobiasmugge.files.wordpress.com/2009/08/apostilafmea.pdf>. Acesso em: 7 jan. 2017. ASSOCIAÇÃO Brasileira de Cerâmica. Fluxogramas. Disponível em: <http:// abceram.org.br/Fluxograma/>. Acesso em: 8 jan. 2017. COMO desenhar um Fluxograma de processo de negócios. Disponível em: <https://aghatha.wordpress.com/2011/07/03/como-desenhar-Fluxogramas-de- processos-de-negocio-1-parte-introducao-conceitos-e-modelos/>. Acesso em: 8 jan. 2017. COMO funciona a Televisão; Princípios de funcionamento; Estrutura técnica, Eletronica. Disponível: <https://www.electronica-pt.com/tv-eletronica>. Acesso em: 7 jan. 2017. LAGARINHOS, C. A. F. et al. Tecnologias utilizadas para a reutilização reciclagem e valorização energética de pneus no Brasil. Disponível em: <http://www. scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0104-14282008000200007>. Acesso em: 8 jan. 2017. SÍMBOLOS de um Fluxograma. Disponível em: <http://raulbraghin.blogspot. com.br/2013/10/Fluxograma-de-processo.html>. Acesso em: 8 jan. 2017. VENTILADORES Pulmonares. Disponível em: <http://pt.slideshare.net/ nathafisioterapia/ventiladores-pulmonares>. Acesso em: 8 jan. 2017. 27
Compartilhar