Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
Aula 01 Diagnóstico em endodontia Semiologia e patologia pulpar Diagnóstico: - É a etapa das atividades clínicas que busca obter informações sobre os sinais e sintomas da doença com o objetivo de identificar o diagnóstico - É dividido em: 1) exame subjetivo: anamnese a) queixa principal: - o que levou o paciente ao profissional, geralmente dor, deve-se buscar a origem da dor. - será registrado no prontuário com as mesmas palavras que o paciente relatar, seguido da sigla SIC b) história médica - doenças crônicas: hipertensão, diabetes - uso de medicamento: interação medicamentosa - alergias: látex, hipoclorito de sódio - hábitos (cigarro, bebidas alcoólicas) c) história odontológica: - tratamento odontológicos anteriores: perfil do paciente - histórico de dor: vem doendo a muito tempo, piora com frio ou calor - uso de anestesia - histórico de hemorragia - histórico de alergia 2) exame objetivo: exame clínico a) extrabucal: - tem início com a inspeção extrabucal (palpação dos linfonodos e regiões de interesse) b) intrabucal: - cáries ocultas - restaurações defeituosas - pigmentação - destruição coronária - pólipo pulpar - edema - fistula: vai e volta, gosto ruim na boca (pus) 3) testes pulpares a) palpação apical - consegue identificar edema, volume endurecido, perda de integridade óssea - palpa-se bilateralmente, procurando as diferenças b) exame de percussão horizontal e vertical - identificar se aquele dente, tem comprometimento do ligamento periodontal - se doer está ligado a traumas, comprometimento periodontal (horizontal) ou lesão periapical (vertical) VERTICAL HORIZONTAL c) mobilidade dentária: indicação de comprometimento periodontal - grau I: ligeiramente maior que a normal (em média 1mm de movimentação) - grau II: moderadamente (2 a 3mm) - grau III: com descolamento (deslocamento visível) d) sondagem periodontal - profundidade a sondagem - colocar uma sonda OMS para endo e) teste de vitalidade pulpar do frio - um dos testes mais importantes - butano/ diclorodifluormetano/ tetrafluoretano - técnica: ° isolamento do dente ° aplicação com um cotonete ou uma pelota de algodão ° necessidade de repetir, aguardar 5 minutos. - sempre realizar também com o dente análogo saudável, para comparar o resultado. Dor aguda e remissão após a retirada do estímulo Saudável Sem dor Necrose Dor aguda exacerbada com continuação após a retirada do estímulo Pulpite f) teste vitalidade pulpar do calor - bastão de guta aquecido - técnica: ° isolamento do dente ° aplicação do gel isolante ° aplicação do guta-percha - em caso de comprometimento pulpar crônico podemos ter como resultado falso-positivo - para todos os casos deve-se anestesiar, pois pode haver algumas fibras nervosas resistentes que ainda não morreram. g) teste cavidade - consiste em remoção do tecido cariado e observar a relação com a câmara pulpar - título de conhecimento - expos a polpa em paciente adulto = canal, a polpa não consegue se recuperar (exceto criança e jovem) h) teste da anestesia seletiva - consiste na anestesia do elemento suspeito para a remissão dos sintomas e assim identificar a causa - quando há incômodo em uma hemiarcada inteira, anestesia o elemento suspeito para identificar se a dor cessa. i) testes elétricos - mede o grau de resposta elétrica do dente, só há condutividade em elemento vivo 4) exames de imagem - identifica se há comprometimento ósseo ou de algum tecido - principal recurso diagnóstico a) radiografia periapical b) tomografia computadorizada c) rastreamento da fístula - bastão de guta-percha acessório, coloca na fístula, radiografa 5) exames complementares a) teste de fratura - sintomatologia de dor intensa, principalmente ao comer - achados clínicos coronários que não justifique dor - dentes com tratamentos endodônticos - presença de reabilitação protética com pinos extensos a.1) teste da mordida - identificar a região que está causando a dor a.2) teste com uso de corantes - azul de metileno - técnica: 1. Remoção da cárie e/ou restauração antiga 2. Se a suspeita for radicular, faz o acesso cirúrgico 3. Irrigação com soro fisiológico 4. Secagem 5. Aplicação do corante 6. Remoção do excesso com ácido fosfórico a 37% por 30seg 7. Irrigação e secagem 8. Inspeção (visual/microscópica) - magnificação a.3) exploração cirúrgica Patologia pulpar 1. Polpa normal Anamnese Sem queixa Exame clínico Sem achados Exame radiográfico Sem alterações coronária e apical Teste térmico pulpar frio Positivo Palpação apical Negativo Percussão horizontal Negativo Percussão vertical Negativo - integridade tecidual - vascularização íntegra - sem inflamação 2. Hipersensibilidade - retração gengival - desgaste com exposição da dentina Anamnese Dor aguda, rápida ao frio Exame clínico Retração gengival, desgastes Exame radiográfico Sem alterações coronária e apical Teste térmico pulpar frio Positivo Palpação apical Negativo Percussão horizontal Negativo Percussão vertical Negativo - embora haja incômodo, passa rápido, logo a polpa não está inflamada. Polpa está vital e não há problemas periodontais - tratamento: restaurações e controle dos danos (ex: paciente que tem bruxismo) 3. Pulpite reversível - hiperemia pulpar - edema - aumento da vascularização - infiltrados de células inflamatórias - pode haver microabscessos - normalmente vera clinicamente: uma cárie muito próxima a polpa, apresenta dor provocada (quando come ex.) Anamnese Dor provocada ao estímulo do frio ou doce Exame clínico Cárie, restauração defeituosa Exame radiográfico Cárie restauração infiltrada Teste térmico pulpar frio Positivo Palpação apical Negativo Percussão horizontal Negativo Percussão vertical Negativo OBS: se tiver saudável – a dor vai passar rápido; se a dor for muito forte e demorar a passar – canal; só vai ter dor à percussão/palpação se houver algum comprometimento periodontal 4. Pulpite irreversível sintomática - congestão das vênulas resultando em necrose focal - presença de células de defesa - fibrose circunjacente - clinicamente: grandes perdas estruturais com possibilidade de restaurações defeituosas ou recidivas de cáries - radiograficamente: retração do corno pulpar Anamnese Dor espontânea, irradiada e não localizada Exame clinico Carie, restauração defeituosa Exame radiográfico Normal na região perirradicular ou com leve espessamento Teste térmico pulpar frio Positivo (+ dor aguda ao estímulo térmico) Palpação apical Negativo ou positivo Percussão horizontal Negativo ou positivo Percussão vertical Negativo ou positivo - o dente ainda está vivo = teste de vitalidade térmica positivo, mas exacerbado ao estímulo - percussão/ palpação: negativo na maioria dos casos, pois não há comprometimento periodontal, exceto quando há fratura 5. Pulpite irreversível assintomática - hiperplasia pulpar/ pólipo pulpar - pulpite ulcerativa - resposta pulpar menor, pois o infiltrado inflamatório também é menor Anamnese Sem sintomatologia/ dor intermitente leve ou provocada Exame clinico Cárie, restauração defeituosa, exposição pulpar Exame radiográfico Normal na região perirradicular ou com leve espessamento Teste térmico pulpar frio Moderado Palpação apical Negativo ou positivo Percussão horizontal Negativo ou positivo Percussão vertical Negativo ou positivo Pulpite hiperplásica Pulpite ulcerada Hiperplasia Ulceração tecidual do epitélio de superfície Tecido de granulação inflamado Infiltrados de células de defesa crônica Infiltrados de células de defesa crônica Fibras colágenas em feixes e microabscessos Numerosos capilares 6. Necrose pulpar - perda de vascularização e inervação - conteúdo necrótico Anamnese Sem dor Exame clinico Carie, restauração defeituosa, trauma Exame radiográfico Normal na região perirradicular ou com leve espessamento Teste térmico pulpar frio Negativo Palpação apical Negativo Percussão horizontal Negativo Percussão vertical Negativo - vai evoluir paraum quadro de periodontite, a polpa vai necrosar e migrar para a região periapical causando danos a região periapical também. Patologias periapicais: polpa normal -> pulpite reversível -> pulpite irreversível -> necrose -> periodontite apical aguda -> periodontite apical crônica -> abscesso 1. Periodontite periapical aguda SINTOMÁTICA Anamnese Dor latejante, difusa, espontânea e provocada, sensação de dente crescido, aumenta ao deitar Exame clinico Cárie, restauração defeituosa Exame radiográfico Normal na região perirradicular ou com leve espessamento Teste térmico pulpar frio Negativo Palpação apical Positivo Percussão horizontal Positivo Percussão vertical Negativo ou positivo - diferente da pulpite irreversível: teste pulpar térmico (esse de agora não respondo, pois a polpa está necrosada) 2. Periodontite apical crônica ASSINTOMÁTICA Anamnese Sem sintomatologia Exame clínico Cárie, restauração defeituosa Exame radiográfico Radiolucidez radiográfica Teste térmico pulpar frio Negativo Palpação apical Positivo Percussão horizontal Positivo Percussão vertical Positivo - teste de percussão/ palpação positivos = ligamento periodontal prejudicado 3. Abscesso periapical agudo SINTOMÁTICO - coloração purulenta - só tem edema Anamnese Dor moderada Exame clinico Pode ou não ter tumefação Exame radiográfico Normal, reabsorção ou ligeiro espessamento Teste térmico pulpar frio Negativo Palpação apical Positivo Percussão horizontal Positivo Percussão vertical Positivo 4. Abscesso periapical crônico - cronificou e os restos necróticos drenam para outro local Anamnese Sem dor Exame clinico Fistula na região do periapice Exame radiográfico Imagem radiolucida perirradicular Teste térmico pulpar frio Negativo Palpação apical Positivo Percussão horizontal Positivo Percussão vertical Negativo ou positivo ● ABCESSO FENIX - agudizaçao de um processo crônico - exacerbação de um granuloma apical ou de um abcesso apical crônico - tem lesão e tem edema Anamnese Dor moderada ou severa Exame clinico Tumefaçao Exame radiográfico Lesão periapical Teste térmico pulpar frio Negativo Palpação apical Positivo Percussão horizontal Positivo Percussão vertical Positivo - quando em um caso, a radiografia mostra uma grande área de rarefação apical, trata-se de um abscesso fênix Abcessos extraorais 1. Osteomielite - invada os tecidos ósseos 2. Angina - adrente via cervical, pode migrar para o mediastino e causar dificuldades respiratórias 3. Celulite - invada os tecidos moles 4. Trombose do seio cavernoso
Compartilhar