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BRENDHA EVELLINGH – MEDICINA FUNORTE XXXI O SISTEMA NERVOSO AUTONÔNOMO O SNA é a porção do SNC que controla a maioria das funções viscerais do organismo: ele ajuda a regular a respiração, a PA, circulação do sangue, a temperatura, a sudorese, o esvaziamento da bexiga, a motilidade e a secreção do TGI, dentre outros. Possui importante função na manutenção do ambiente corporal interno, a homeostasia. Além disso, o SNA também participa das respostas coordenadas e apropriadas a estímulos externos. Uma das características mais marcantes do SNA é a rapidez com que consegue alterar as funções viscerais, por exemplo: em 3 a 5 segundos pode aumentar a FC(para o dobro), entre 10 e 15 segundos pode elevar a PA(duplicá-la) ou reduzi-la para causar desmaio. Da mesma forma, a bexiga pode ser esvaziada involuntariamente e a sudorese pode começar em segundos. O SNA pode ser ativado na medula espinal, no tronco cerebral e no hipotálamo. Mas ele atua também por meio de reflexos viscerais, que são sinais sensoriais subconscientes (enviados pelos órgãos) podem chegar aos gânglios autônomos desses centros, os quais enviarão respostas reflexas aos órgãos(reflexos autônomos eferentes) tendo a capacidade de regular as funções dos órgãos. Esses sinais eferentes são enviados pelo SNA por meio de dois grandes sistemas: o SNSimpático e o SNParassimpático. ANATOMIA E ORGANIZAÇÃO SIMPÁTICA A Figura 61-1 mostra a organização geral das porções periféricas do sistema nervoso simpático. Mostrados especificamente na figura são: (1) uma das duas cadeias de gânglios simpáticos paravertebrais, interconectadas com os nervos espinais, ao lado da coluna vertebral; (2) gânglios pré-vertebrais (os gânglios celíaco, mesentérico superior, aórtico-renal, mesentérico inferior e o hipogástrico); e (3) nervos que se estendem dos gânglios aos diferentes órgãos internos. As fibras nervosas simpáticas se originam na medula espinal junto com os nervos espinais entre os segmentos T1 e L2, projetando-se primeiro para a cadeia simpática e, daí, para os tecidos e órgãos que são estimulados pelos nervos simpáticos. Diferentemente dos nervos motores do sistema esquelético compostos por apenas um neurônio, os nervos simpáticos são compostos por 2 neurônios: 1 pré-ganglionar e 1 pós ganglionar SOBRE OS NERVOS SIMPÁTICOS: As fibras pré-ganglionares podem seguir um dos três seguintes cursos: (1) pode fazer sinapse com neurônios simpáticos pós-ganglionares, no gânglio em que entra; (2) pode se dirigir, para cima ou para baixo na cadeia e fazer sinapse com outro gânglio da cadeia; ou (3) pode ainda percorrer distâncias variáveis pela cadeia e, então, por meio de um dos nervos simpáticos, dirigir-se para fora da cadeia, fazendo, finalmente, sinapse em gânglio simpático periférico. O neurônio simpático pós-ganglionar, por sua vez, origina-se nos gânglios da cadeia simpática ou nos gânglios simpáticos periféricos. Em qualquer dos casos, as fibras pós-ganglionares se dirigem para seus destinos em diversos órgãos. BRENDHA EVELLINGH – MEDICINA FUNORTE XXXI Distribuição Segmentar das Fibras Nervosas Simpáticas. As vias simpáticas, que se originam nos diferentes segmentos da medula espinal, não são necessariamente distribuídas para as mesmas partes do corpo como as fibras nervosas espinais somáticas dos mesmos segmentos. - T1, em geral, (1) se projetam para cima na cadeia simpática, para terminar na cabeça; - T2 para terminar no pescoço; - T3, T4, T5 e T6 para o tórax; - T7, T8, T9, T10 e T11 para o abdome; - T12, L1 e L2 para as pernas. Essa distribuição aproximada e pode ocorrer superposição. A distribuição dos nervos simpáticos para cada órgão é determinada, em parte, pela localização original do órgão no embrião. Por exemplo, o coração recebe muitas fibras nervosas simpáticas da porção cervical da cadeia simpática porque o coração se origina, embriologicamente, na região cervical do embrião, antes de se deslocar para o tórax. De modo semelhante, os órgãos abdominais recebem a maior parte da inervação simpática dos segmentos inferiores da medula espinal torácica porque a maior parte do intestino primitivo se originou nessa área. Natureza Especial das Terminações Nervosas Simpáticas nas Medulas Adrenais. Os neurônios pré-ganglionares que se dirigem a medula adrenal não fazem sinapse com outro neurônio pós- ganglionar, pois fazem sinapse com células especializadas adrenais (que secretam epinefrina e norepinefrina na corrente sanguínea) que se originam de tecido nervoso e funcionam como verdadeiros neurônios pós-gang. ANATOMIA E ORGANIZAÇÃO PARASSIMPÁTICA - As fibras nervosas parassimpática se originam dos nervos cranianos (III, VII, IX e X) e dos nervos sacrais (S2 e S3, e ocasionalmente S1 e S4). CRANIANOS - 75% das fibras parassimpáticas cursam do nervo vago (X par craniano), por isso, na maioria das vezes refere-se ao nervo vago quando se fala do SNParassimp. Esse par de nervos irrigam região torácica e abdominal: coração, os pulmões, o esôfago, estômago, todo o intestino delgado, metade proximal do cólon, fígado, vesícula biliar, pâncreas, rins e porção superior dos ureteres. - As fibras parassimpáticas do 3º nervo craniano vão para o esfíncter pupilar e o músculo ciliar do olho. Fibras do 7º nervo craniano(facial) se projetam para as glândulas lacrimais, nasais e submandibulares, e as fibras do nono nervo craniano(glossofaríngeo) vão para a glândula parótida. SACRAIS Cursam dos nervos pélvicos, a nível de S2 e S3. Essas fibras se distribuem para o cólon descendente, o reto, a bexiga e as porções inferiores dos ureteres. Além disso, esse grupo sacral parassimpático supre sinais nervosos para toda a genitália externa para causar ereção. O SNParassimpático é formado também neurônios pré e pós-ganglionares. Os neurônios pré são longos e os pós são localizados na parede do órgão e extremamente curtos. BRENDHA EVELLINGH – MEDICINA FUNORTE XXXI NEUROTRANSMISSORES Há 2 principais neurotransmissores: Acetil Colina e Norepinefrina. 1- Todos os neurônios pré-glanglionares são colinérgicos, tanto os parassimpáticos quanto os simpáticos e seu efeito é excitatório. 2- Todos os neurônios pós gang. do parassimpático são colinérgicos 3- Todos os neurônios pós ganglionares são adrenérgicos, com excessão daqueles que inervam a glândula sudorípara e alguns vasos sang(colinérgicos) 4- Glândula adrenal não possui neurônio pós gang. pois ela mesma atua como um. Esses neurotransmissores, por sua vez, agem nos diferentes órgãos para causar, respectivamente, os efeitos parassimpáticos ou simpáticos. SECREÇÃO E REMOÇÃO DO TRANSMISSOR NAS TERMINAÇÕES NERVOSAS PÓS-GANGLIONARES O terminal nervoso é formado por varicosidades, dilatações bulbosas que contém as vesículas que secretam e armazenam os neurotransmissores. Quando o potencial de ação se difunde para o terminal, e ele é despolarizado, a membrana se torna mais permeável ao cálcio, quando esses canais são abertos e o cálcio entra, ele interage com as vesículas promovendo a exocitose dos neurotransmissores. Também nas varicosidades existe grande número de mitocôndrias que fornecem trifosfato de adenosina, que é necessário para fornecer energia à síntese de acetilcolina ou norepinefrina. Essa síntese ocorre por meio de precursores (que podem derivar inclusive de neurotransmissores que foram capturados e degradados após terem sidos liberados\utilizados e inativados) SÍNTESE DE ACETIL-COLINA Sintetizada pela enzima COLINA ACETILTRANSFERASE a partir de Acetil-CoA+ Colina. Segundos após ser liberada e causar efeito excitatório é removida e degradada pela ACETILCOLINESTERASE, em colina e acetato. A colina é transportada de volta para a terminação a fim de ser repetidamente utilizada na síntese de Acetil-Colina. SÍNTESE DE NOREPINEFRINAA síntese de norepinefrina se dá a partir de vários precursores e reações, se inicia no axoplasma e se completa nas vesículas secretoras. TIROSINA é hidroxilada em DOPA, Dopa é descarboxilada em DOPAMINA. A dopamina é transportada para as vesículas onde é hidroxilada em NOREPINEFRINA. - Isso também ocorre nas glândulas adrenais, onde 80% da norepinefrina será metilada em EPINEFRINA. REMOÇÃO DA NOREPINEFRINA Pode acontecer de 3 formas: (geralmente após segundos) 1- ser recaptada, por transporte ativo, de volta para o terminal adrenérgico (50% a 80%) 2- Se difundir do local onde foi secretado para os fluidos entre as células e assim se difundir para o sangue 3- Degradação por enzimas (monoamina oxidase nas terminações e catecol-O-metil transferase nos tecidos) A norepinefrina secretada em um tecido geralmente é ‘’inativada’’ (recapturada, difundida ou degradada) após segundos de sua ação, já a norepinefrina e epinefrina secretados no sangue pela glândula adrenal, terão ação até que se difundam para algum tecido e sejam degradadas pela Catecol-O-metil, principalmente no fígado. Assim, elas permaneceram ativas no sangue de 10 a 30 segundos, mas só terão sua atividade declinada em 1 minuto ou mais. RECEPTORES Antes que a acetil-colina, a norepinefrina ou a epinefrina possam estimular um órgão efetor, eles devem se ligar a um receptor presente na parte externa da membrana celular, que está ligado como grupo protéstico a uma molécula proteica, a qual é capaz de alterar, por exemplo, a conformação estrutural da membrana – e dependendo do receptor – gerar excitação ou inibição no tecido. Isso pode acontecer também por meio da ativação ou inativação da enzima, ligada do outro lado do receptor proteico, onde ele proemina para o interior da célula. EXCITAÇÃO OU INIBIÇÃO ALTERANDO PERMEABILIDADE DA MEMBRANA Como a proteína receptora faz parte da membrana celular, quando sua conformação é alterada, geralmente, promove a abertura de algum canal iônico. Quando os canais de cálcio ou sódio são abertos, a membrana é despolarizada pela entrada desses íons no LIQ, gerando BRENDHA EVELLINGH – MEDICINA FUNORTE XXXI potencial de ação e excitando a célula. Quando os canais de potássio são abertos, eles saem para o LEQ, deixando o LIQ hipernegativo e retornando ao estado de repouso, o que seria, inibição da célula. AÇÃO DOS RECEPTORES PELA ALTERAÇÃO DE ENZIMAS INTRACELULARES ATUANDO COMO “SEGUNDOS MENSAGEIROS”. Outra forma do receptor funcionar é ativar ou inativar uma enzima no interior da célula (ou outra molécula intracelular). Por exemplo, a ligação da norepinefrina com seu receptor na membrana de muitas células, causa a ativação intensa da enzima ADENILADO CICLASE, a qual aumenta a produção de AMPc. O AMPc, por sua vez, pode iniciar qualquer uma das diferentes ações intracelulares, e o efeito preciso depende da célula efetora específica e da sua maquinaria química. OBS: É fácil entender como substância transmissora autônoma pode provocar inibição em alguns órgãos e excitação em outros. Isso é determinado pela natureza da proteína receptora na membrana celular e pelo efeito da ligação do receptor sobre seu estado conformacional. Em cada órgão, os efeitos resultantes são provavelmente diferentes dos outros órgãos. RECEPTORES DE ACETIL COLINA: NICOTÍNICOS E MUSCARÍNICOS Os nomes desses receptores derivam do fato que a Muscarina(veneno de cogumelo) ativa somente os receptores muscarínicos, e a Nicotina ativa somente os receptores nicotínicos. A acetil Colina ativa ambos. Os receptores MUSCARÍNICOS, utilizam proteína G como sinalizador, estão presentes em células efetoras que são estimuladas por neurônios pós-glanglionares colinérgicos, tanto do parassimpático, quanto do simpático (glândulas sudoríparas, por exemplo, e alguns vasos) Os receptores NICOTÍNICOS são canais iônicos ativados por ligandos presentes nos gânglios autônomos que ficam entre os neurônios pré e pós-gang. tanto do sistema nervoso simpático quanto do parassimpático. Eles também estão presentes em terminações nervoas não autônomas, como nas junções neuromusculares. OBS: Fármacos específicos são usados estimular ou bloquear a ação de um ou dos dois tipos de receptores. RECEPTORES ADRENÉRGICOS: ALFA E BETA Existem dois tipos de receptores Alfa: Alfa 1 e Alfa 2 (que se ligam a diferentes proteínas G- mecanismos sinalisadores). Há 3 tipos de receptores Beta: Beta 1, Beta 2 e Beta 3, porque determinadas substancias afetam apenas alguns tipos de receptores Beta. Eles também utilizam Proteína G como sinalizador. OBS: A norepinefrina excita mais os receptores Alfa (Excita os Beta em menor grau). Já a Epinefrina excita ambos receptores de maneira igual. Assim se for um órgão que contenha majoritariamente receptores Beta haverá ação maior da EPINEFRINA. OBS: Uma substância sintética quimicamente semelhante à epinefrina e à norepinefrina, a isopropil norepinefrina, tem ação extremamente forte nos receptores beta e, em essência, nenhuma ação nos receptores alfa *Determinadas funções alfa são excitatórias e outras inibitórias, assim também alguns Beta são inibitórios e outros excitatórios, demonstrando que essa ação depende da afinidade do hormônio ao receptor de dado órgão efetor. Um mesmo órgão pode ter a ação dos 2 sistemas agindo antagonicamente (estimulação simpática e o parassimpático inibindo, por exemplo) BRENDHA EVELLINGH – MEDICINA FUNORTE XXXI BRENDHA EVELLINGH – MEDICINA FUNORTE XXXI OLHOS - PUPILA: A estimulação simpática causa a dilatação da puplia (midríase) – Reflexos eferentes ocorrem quando há excitação * receptor ALFA 1 A estimulação parassimpática causa a constrição da pupila (miose) – reflexos eferentes são estimulados quando luz excessiva entra nos olhos (diâmetro diminui pra reduzir quantidade de luz que incidirá sobre a retina) *Receptor M3 - CRISTALINO Seu processo de focalização se dá, praticamente o tempo todo, por meio de estimulação GLÂNDULAS - TGI: parassimpática: principalmente o alto (boca e estômago) são ricamente controladas pela estimulação parassimpática, produzindo secreção abundante (Receptor M3: aumento de secreção,relaxamento vascular, e contração glandular) enquanto as do intestino delgado e grosso são controlados por fatores locais e pelo sistema nervoso entérico (ou seja não tanto pelo SNA) Simpática: Como causam constrição dos vasos que irrigam as glândulas diminuem as secreções. - SUDORÍPARAS: Simpática(fibras): produção abundante de suor *colinérgicas EXCETO nas solas das mãos e pés *adrenérgicas Parassimpáticas(fibras): Pouca ou nenhuma ação *****Além disso, as glândulas sudoríparas são estimuladas, sobretudo, por centros no hipotálamo que em geral são considerados parassimpáticos. Portanto, a sudorese poderia ser considerada função parassimpática, ainda que controlada por fibras nervosas que anatomicamente são distribuídas pelo sistema nervoso simpático. - APÓCRINAS Controladas por inervação simpática, fibras adrenérgicas, produzem secreção espessa odorífera que permite deslizamento de superfícies que estão abaixo da articulação do ombro. Qual receptor ¿ - Plexo Nervoso Intramural do Sistema Gastrointestinal. Parassimpática: Aumenta peristaltismo, relaxamento dos esfíncters – ASSOCIADO A SECREÇÃO AUMENTADA DAS GLANDULAS DIGESTIVAS : rápido propulsão do alimento pelo trato * M 3 Simpático: inibição do peristaltismo, constrição dos esfíncters(aumenta tônus) \ secreção diminuida \ propulsão lenta – pode causar constipação *ALFA 1 CORAÇÃO Simpática: Cardioaceleração e aumento da força de contração (receptor Beta 1) Parassimpática: Redução da frequência cardíaca e a da forção de contração (Receptor M2) VASOS SANGUÍNEOS SISTÊMICOS No geral a estimulação SIMPÁTICA causa vasoconstrição pelos receptores ALFA 1, contudo,em algumas situações os receptores BETA 2 podem gerar Vasodilatação (quando os receptores Alfa que são predominantes nos vasos são bloqueados por drogas) PRESSÃO ARTERIAL (DC x RP) SIMPÁTICA:A estimulação simpática aumenta o débito cardíaco e a resistência periférica, portanto causa elevações agudas da PA, mas tem pouco efeito a longo prazo, a não ser que aumente a retenção de líquido e sal nos rins. PARASSIMPÁTICA: tem pouco efeito sobre a RP, mas pode diminuir o débito cardíaco e por isso causar moderadas reduções na PA. **** estimulação parassimpática vagal muito forte pode quase parar ou, em certas ocasiões, parar completamente o coração por alguns segundos e causar perda temporária de toda ou de grande parte da pressão arterial. OUTROS OBS: Em geral, estruturas de origem endodérmica, como ductos biliares, vesícula, bexiga, uretra e brônquios são FORTEMENTE INIBIDOS POR ESTIMULAÇÃO SIMPÁTICA E EXCITADA POR ESTIMULAÇÃO PARASSIMPÁTICA OBS: A estimulação simpática aumenta glicogenólise no fígado e músculo esquelético, além de aumentar a força de contração deste último. Além de aumento do metabolismo basal e aumento da atividade mentaL. MEDULAS ADRENAIS - A estimulação das medulas adrenais causa a liberação dos Hormônios epinefrina(80%) e norepinefrina(20%), que juntos têm quase os mesmos efeitos que a estimulação simpática direta tem sobre todo o organismo, exceto que os efeitos são muito mais prolongados, durando 2 a 4 minutos depois do término da estimulação. - A norepinefrina tem maior ação\afinidade aos receptores BRENDHA EVELLINGH – MEDICINA FUNORTE XXXI alfa, causando vasoconstrição intensa\ Aumento da atividade do coração \ inibição do TGI \ dilatação da pupila - A epinefrina tem melhor ação sobre os receptores Beta (apesar de Tb agir nos alfa) e causa maior aumento da atividade cardíaca, além de constringir fracamente os vasos dos músculos (não eleva mt a RPT total como a norep. E prtanto eleva pouco a PA) ** Essa diferença é importante porque a epinefrina tem maior efeito na elevação do DC, por aumentar a força de contração do coração e aumentar a irrigação das artérias coronárias, mas não eleva tanto a PA quanto a norepinefrina. Epinefrina: aumenta atividade metabólica Portanto, os órgãos são, na verdade, estimulados duas vezes: de modo direto pelos nervos simpáticos e indiretamente pelos hormônios da medula adrenal. Esses dois meios de estimulação se apoiam mutuamente, e qualquer um dos dois pode, na maioria das vezes, substituir o outro. Por exemplo, a destruição das vias simpáticas diretas para os diferentes órgãos do corpo não abole a estimulação simpática dos órgãos porque a norepinefrina e a epinefrina ainda são liberadas para o sangue circulante e causam a estimulação de forma indireta. Da mesma forma, a perda das duas medulas adrenais em geral tem pouco efeito na operação do sistema nervoso simpático porque as vias diretas podem ainda cumprir quase todos os deveres necessários. Assim, o mecanismo duplo de estimulação simpática representa fator de segurança, um mecanismo sendo substituído pelo outro, se estiver faltando OBS: o metabolismo de quase todas as células no corpo é aumentado por esses hormônios, principalmente pela epinefrina, mesmo que apenas pequena proporção de todas as células no corpo seja inervada diretamente por fibras simpáticas *** O SISTEMA NERVOSO AUTÔNOMO PRECISA DE MENOS ESTÍMULOS POR SEGUNDO PARA SER ATIVADO, ENQUANTO O SISTEMA NERVOSO SOMÁTICO DEPENDE DE ALTOS ESTÍMULOS TÔNUS DE FUNDO Os sistemas simpático e parassimpáticos estão continuamente ativos e a intensidade da atividade basal é chamada de tônus simpático e tônus parassimpático. O tônus fisiológico é muito importante, e ele pode ser aumentado ou diminuído, desse modo, essa alteração para mais ou menos, determina o que acontecerá no órgão. EXEMPLO: O tônus simpático causa vasoconstrição das arteríolas sistêmicas até metade do seu diâmetro. O aumento na estimulação simpática, aumento do tônus, pode constringir ainda mais as arteríolas, já a diminuição nesse tônus para abaixo do normal, pode provocar DILATAÇÃO. Se não fosse pelo contínuo tônus simpático de fundo, o sistema simpático poderia causar somente vasoconstrição, nunca vasodilatação. O tônus parassimpático também é importante na função fisiológica do TGI, assim, removendo por exemplo os nervos vagos que inervam os órgãos abdominais, pode ocorrer uma bloqueio grave na propulsão dos alimentos, redução severa das secreções, e do peristaltismo, levando a constipação importante. Atonia gástrica e intestinal. Esse tônus pode ser diminuído pelo cérebro, inibindo, desse modo, a motilidade gastrointestinal, ou pode ser aumentado, promovendo, assim, atividade gastrointestinal aumentada. OBS: muito do tônus total do sistema nervoso simpático resulta da secreção basal de epinefrina e Norepinefrina pela medula adrenal, além do tônus resultante da estimulação simpática direta. Inclusive, importante para manter a PA. ** DESNERVAÇÃO simpática e parassimpática (perda do tônus basal) momentaneamente causam alterações nos órgãos que inervam (o contrário do que suas estimulações mantém), contudos adaptações intrínsecas(compensações) dos músculos desses órgãos restauram o tônus quase ao nível basal, para manter o órgão no seu funcionamento normal, isso ocorre rapidamente na perda da estimulação simpática direta, mas pode demorar meses na perda da inervação parassimpática direta. Reflexos Autônomos Gastrointestinais. A parte mais superior do trato gastrointestinal e o reto são controlados, principalmente, por reflexos autônomos. Por exemplo, o cheiro de comida saborosa ou a presença de comida na boca iniciam sinais da boca e do nariz para os núcleos vagais, glossofaríngeos e salivatórios do tronco cerebral. Esses núcleos por sua vez transmitem sinais pelos nervos parassimpáticos para as glândulas secretoras da boca e do estômago, causando a secreção de fluidos digestivos às vezes antes mesmo que a comida entre na boca. Quando o material fecal preenche o reto, na outra ponta do trato digestivo, impulsos sensoriais, iniciados pelo estiramento do reto, são transmitidos à porção sacral da medula espinal, e o sinal de reflexo é transmitido de volta pelos parassimpáticos sacrais até as partes distais do cólon; esses sinais provocando fortes contrações peristálticas que ocasionam a defecação. Outros Reflexos Autônomos. O esvaziamento da bexiga é controlado da mesma forma que o esvaziamento do reto; o estiramento da bexiga transmite impulsos à medula espinal sacra e esta, por sua vez, causa a contração reflexa da bexiga e o relaxamento dos esfíncteres urinários promovendo dessa forma a micção. Importantes também são os reflexos sexuais, iniciados tanto por estímulos psíquicos, vindo do encéfalo, como por estímulos dos órgãos sexuais. Impulsos dessas duas fontes convergem na medula espinal sacral e no homem, resultam primeiro na ereção em grande parte função parassimpática e depois, na ejaculação, função parcialmente simpática. RESPOSTA SIMPÁTICA EM MASSA Quando o hipotálamo é ativado intensamente em situações de medo, terror, ou dor intensa, ele levará há uma ativação completa e simultânea de todas as porções do SNSimpático, ou seja, uma descarga em massa, uma resposta de stress ou alrme. **Em outras situações a ativação simpática ocorre em porções isoladas do organismo.Por exemplo: a regulação do calor por meio do aumento da sudorese e vasodilatação local, pela inervação simpática, são reações locais, SEM AFETAR OS OUTROS ÓRGÃOS INERVADOS PELO SIMPÁTICO. (gl. Sudorípara: simpática colinérgica – libera ACH e receptor M3) RESPOSTA PARASSIMPÁTICA ESPECÍFICA OBS: A resposta parassimpática é mais específica. Por exemplo: reflexos parassimpáticos cardiovasculares só causam redução dos batimentos cardíacos e da força de contração. Da mesma forma,a respostaparassimpática no TGI, só afetará as secreções glandulares da boca e estômago, ou em outros momentos do reto e bexiga, podendo ser simultâneos ou separados as secreções BRENDHA EVELLINGH – MEDICINA FUNORTE XXXI boca\estômago e pâncreas, e o esvaziamento vesical(da bexiga) e do reto (Por serem funções muito interconectadas frequentemente acontecem juntos). Mas outras partes do intestino não são significamente afetadas pelo reflexo retal. DESCARGA SIMPÁTICA EM MASSA: Quando várias porções do SNSimpático são fortemente e simultâneamente ativadas em uma descarga de massa, aumenta-se muito a capacidade do músculo de fazer contração vigorosa, por: ***LUTA E FUGA 1- Aumento da PA 2- Fluxo sang. Aumentado para os músculos ativados e fluxo diminuído para aqueles não importantes no momento como rins e TGI 3- metabolismo celular aumentado 4- Aumento de glicogenólise no fígado e músculo: aumento da [ ] de glicose no sangue 5- Força musc. Aumentada 6-Velocidade da coagulação aumentada 7- atividade mental aumentada ASSIM, por meio dessa descarga e todas essas alterações, a pessoa poderá exercer atividade física vigorosa com muito mais energia. Como o stress mental ou físico pode excitar o SNsimpático, diz-se, que essa sistema tem a capacidade de fornecer ativação extra ao corpo, em resposta ao stress Estados emocionais como raiva intensa também pode ativar fortemente o SNSimpático : reações de luta ou fuga: tendo as alterações supracitadas: reação de alarme: torna as atividades mais vigorosas. FARMACOLOGIA DO SNA ***ADRENÉRGICOS FARMÁCOS SIMPATOMIMÉTICOS OU ADRENÉRGICOS DIRETOS que tem capacidade de atuar nos órgãos efetores adrenérgicos. Por exemplo: Uma injeção de norepinefrina e e epinefrina serão semelhantes aos hormônios liberados na corrente sanguínea pelas medulas adrenais, terão duração de 1 a 2 minutos. A ação de outros fármacos adrenérgicos pode ter duração maior de 30 min a 2horas. * Fenilefrina (RECEPTORES ALFA) * Isoproterenol (RECEPTORES BETA) * Albuterol (APENAS RECEPTORES BETA 2 ) FÁRMACOS QUE ESTIMULAM LIBERAÇÃO DE NOREPINEFRINA PELAS TERMINAÇÕES NERVOSAS Diferentemente dos primeiros, esses fármacos não vão agir diretamente nos órgãos efetores, mas sim nas terminações nervosas, estimulando a secreção de norepinefrina que agirá nos órgãos efetores. Causam a liberação de norepinefrina de suas vesículas secretoras Efedrina, a Tiramina e a Anfetamina - agem em qual receptor¿ FÁRMACOS BLOQUEADORES DA AÇÃO ADRENÉRGICA - Reserpina: Bloqueia a síntese e o armazenamento de norepinefrina nas vesículas secretoras das terminações nerv. - Guanetidina: Impede a liberação de norepinefrina das terminações nervosas simpáticas - Bloqueadores dos receptores Alfa : Alfa 1 seletivo (Prazozina e Terazosina) , Alfa 2 seletivo (Ioimbina) \ Não seletivo: fenoxibenzamina e a fentolamina - Bloqueadores dos receptores Beta; Não seletivos(bloqueia beta 1 e 2): propanolol. Bloqueiam receptores beta1 são atenolol, nebivolol e metoprolol. - bloqueio da transmissão simpática e da parassimpática através do gânglio é o hexametônio Eles são usados, muitas vezes, para bloquear a atividade simpática, mas raramente para bloquear a atividade parassimpática porque seus efeitos de bloqueio simpático geralmente prevalecem muito sobre seus efeitos de bloqueio parassimpático. Os fármacos bloqueadores ganglionares podem reduzir especialmente a pressão arterial rapidamente, mas não são úteis clinicamente porque seus efeitos são difíceis de se controlar. *** COLINÉRGICOS Farmácos parassimtomiméticos: - ACH injetado não tem o mesmo efeito que ACH produzida pelo próprio organismo, pois quando ela é liberada na corrente sanguínea, a maior parte é destruída pela Colinesterase antes de alcançar um órgão efetor e excitá-lo. - Outras drogas de efeito parassimtomimético são mais eficazes porque agem diretamente sobre os receptores muscarínicos (pilocarpina e a metacolina.) Fármacos que Potencializam os Efeitos Parassimpáticos — Fármacos Anticolinesterásicos. Alguns fármacos não exercem efeito direto sobre algum órgão efetor parassimpático, mas potencializam os efeitos da BRENDHA EVELLINGH – MEDICINA FUNORTE XXXI acetilcolina naturalmente secretada nas terminações parassimpáticas. Também tem ação na junção neuromuscular colinérgica. Incluem a neostigmina, a piridostigmina e o ambenônio. Esses fármacos inibem a acetilcolinesterase, evitando a destruição rápida da acetilcolina, liberada nas terminações nervosas parassimpáticas. Como consequência, a quantidade de acetilcolina aumenta com estímulos sucessivos, e o grau de ação também aumenta. Fármacos que bloqueiam a atividade colinérgica nos órgãos efetores porque bloqueiam os receptores muscarínicos: Antimuscarínicos - ATROPINA bloqueiam a ação da acetilcolina nos receptores colinérgicos de tipo muscarínico dos órgãos efetores. Esses fármacos não afetam a ação nicotínica da acetilcolina nos neurônios pós-ganglionares ou nos músculos esqueléticos. Fármacos que Estimulam os Neurônios Autônomos Pós- ganglionares. Os neurônios pré-ganglionares do sistema nervoso parassimpático e do simpático secretam acetilcolina nas suas terminações, e a acetilcolina, por sua vez, estimula os neurônios pós-ganglionares. Além disso, a acetilcolina injetada também pode estimular os neurônios pós- ganglionares de ambos os sistemas, consequentemente, causando ao mesmo tempo efeitos simpáticos e parassimpáticos pelo corpo todo. A nicotina é outro fármaco que pode estimular neurônios pós-ganglionares, da mesma forma que a acetilcolina, porque todas as membranas desses neurônios contêm o tipo nicotínico do receptor de acetilcolina. Portanto, fármacos que causam efeitos autônomos, pela estimulação de neurônios pós-ganglionares, são chamados fármacos nicotínicos. A nicotina excita tanto os neurônios pós-ganglionares simpáticos quanto os parassimpáticos, ao mesmo tempo, levando à forte vasoconstrição simpática nos órgãos abdominais e membros, mas ao mesmo tempo resultando em efeitos parassimpáticos, tais como atividade gastrointestinal aumentada. *** a metacolina, têm ações tanto nicotínicas quanto muscarínicas, enquanto a pilocarpina só tem efeitos muscarínicos Referência: TRATADO DE FISIOLOGIA MÉDICA, GUYTON, 13º EDIÇÃO.
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