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UNIVERSIDADE FEDERAL DE SERGIPE CENTRO DE CIÊNCIAS BIOLÓGICAS E DA SAÚDE DEPARTAMENTO DE BIOLOGIA AVALIAÇÃO DE PARÂMETROS RELACIONADOS AO CRESCIMENTO DE PLANTAS JOVENS DO TAMBORIL (Enterolobium contortisiliquum) SOB ESTRESSE HÍDRICO. GABRIEL ALVES HOUGAZ MÁRCIO SANTOS CORREIA São Cristóvão 2018 SUMÁRIO 1. Introdução 3 2. Materiais e Métodos 4 2.1 Montagem experimental 4 2.2 Delineamento experimental 4 3. Resultados 6 TEOR RELATIVO DE ÁGUA 7 Referências 9 1. Introdução O “Tamboril” (Enterolobium contortisiliquum) é uma espécie pertencente à família Mimosoideae, conhecida também por orelha-de-macaco, orelha-de-negro, timbó, entre outros. É uma espécie de porte arbóreo nativa do Brasil, ocorrendo em estados como Pará, Maranhão, Mato Grosso, Piauí e Rio Grande do Sul (ARAÚJO; SOBRINHO; DE, 2011). Na região nordeste, encontra-se distribuída na zona do Agreste e Caatinga (LIMA; OLIVEIRA; RODRIGUES, 2009). A E. contortisiliquum é uma planta heliófita, decídua de inverno e de crescimento rápido, sendo assim uma ótima planta para reflorestamento. Pouco se sabe sobre sua germinação, porém em Scalon et al. são evidenciadas algumas informações a respeito da dormência das sementes de E. contortisiliquum, como apresentar dormência por impermeabilidade do tegumento à água, sendo necessários alguns artifícios para embebição da semente. Quebra física do tegumento da semente e utilização de compostos químicos como ácido sulfúrico estão dentro das ferramentas utilizadas. A água é um elemento indispensável no ciclo de vida da planta, participando de diversos processos essenciais para a sobrevivência do vegetal. Além de ser de extrema importância para a germinação das sementes, a água participa de processos como alongamento celular, desencadeadora de cascatas eletrônicas, transporte de nutrientes, locomoção gamética e entre outros, portanto, seu déficit é bastante prejudicial à planta. Os efeitos do estresse por deficiência hídrica são dependentes de alguns fatores como genótipo, duração do estresse, grau de severidade e o estádio de desenvolvimento que a planta se encontra (SANTOS; CARLESSO, 1998). A deficiência de água é uma situação bastante comum na comunidade agrícola, sendo o principal fator limitante para uma boa produção. A redução da taxa fotossintética é, também, um dos efeitos negativos da deficiência hídrica. Portanto o objetivo do presente experimento é avaliar os efeitos da deficiência hídrica no desenvolvimento (diâmetro do caule, altura, número de folhas, peso da matéria seca da raiz e da parte aérea e peso da matéria fresa da raiz e da parte aérea), em indivíduos de Enterolobium contortisiliquum. 2. Materiais e Métodos 2.1 Montagem experimental Foram selecionadas 72 sementes de “Tamboril”, obtidas a partir da coleção de sementes do Laboratório de Fisiologia Vegetal da Universidade Federal de Sergipe. As mesmas foram secas em estufa sob a temperatura de 60° C durante 30 minutos, pois, em experiências anteriores, essas foram as condições sob as quais houve uma maior taxa de germinação. Em seguida, as sementes foram plantadas em cuba de plástico com 36 compartimentos, plantando-se duas sementes por compartimento, e em seguida foram mantidas em casa de vegetação para o crescimento. Após duas semanas, foram selecionadas 12 plântulas de porte médio, que foram transplantadas para sacos de polietileno próprios para mudas, contendo areia peneirada e levada. 2.2 Delineamento experimental O tipo de estresse escolhido para o experimento foi o hídrico, por ser o mais simples, exigindo poucos equipamentos para a sua realização. Os 12 indivíduos (Figura 1) foram divididos em três diferentes grupos, com quatro indivíduos em cada, relacionados aos tratamentos utilizados no experimento: Tratamento Controle – as plantas foram regadas todos os dias, sempre no final da tarde ou início da manhã; Tratamento E7: a rega era feita apenas uma vez por semana; Tratamento E14: a rega era feita apenas uma vez por semana e com intervalo de 14 dias entre uma rega e outra. Figura 1. Indivíduos utilizados no experimento (distribuídos aleatoriamente). Entre os meses de Julho e Agosto, as plantas foram visitadas semanalmente para o acompanhamento do crescimento e aferição de medidas. Foram analisados os seguintes parâmetros: ● Altura da planta - distância entre o colo da planta e a gema apical com uma régua milimétrica. ● Diâmetro do caule - medição do diâmetro do caule na região do colo da planta, com um auxílio de um paquímetro. ● Número de folhas - contagem do número de folhas em cada muda de cada tratamento. ● Umidade do solo – Determinação da porcentagem de umidade do solo com o auxílio de um medidor eletrônico de umidade do solo (Hidrofarm). ● Peso da matéria túrgida da folha – Coleta das folhas de cada indivíduo para posterior pesagem. ● Peso da matéria fresca da raiz e parte aérea – separação da parte aérea da radícula e em seguida acondicionadas em sacos de papel e realizada a pesagem. ● Peso da matéria seca da raiz e parte aérea – realizada após a pesagem da matéria fresca e logo após desidratados em câmara estufa a 60 °C durante 72 horas. Depois foi feita a pesagem. O delineamento experimental foi realizado no intuito de chegar o mais próximo de uma situação natural, sendo assim, feito ao acaso. Após 1 mês avaliando e medindo os parâmetros altura da planta, diâmetro do caule, número de folhas e umidade do solo, as mesmas foram seccionadas na região do colo separando a parte aérea da parte radicular. Primeiramente foi realizada a pesagem da massa fresca das folhas. Logo após as folhas foram embebidas com água durante 24 horas em placas de petri para medição da matéria túrgida. Posteriormente, foi feita medição da matéria seca através da desidratação da parte aérea e radicular em estufa a 60 °C durante 3 dias. A partir disso foi determinado então, o teor relativo de água dos indivíduos através de um cálculo simples: TRA = (PF - PS) / (PT - PS) Sendo PF, o peso fresco; PS o peso seco; PT o peso túrgido. 3. Resultados e Discussão Com relação à altura e número de folhas das plantas, os indivíduos do tratamento E7 possuíram a maior média entre os indivíduos dos demais tratamentos, enquanto que os indivíduos do tratamento E14 possuíram menor desenvolvimento nesses parâmetros. Em relação ao diâmetro do caule, indivíduos C (controle) obtiveram maior média se comparado aos outros tratamentos. . A sazonalidade parece ser um fator que influenciou de maneira positiva no desenvolvimento dos indivíduos E7, visto que os indivíduos submetidos a esse tratamento apresentaram respostas bastante similares em relação aos indivíduos do tratamento C (controle). Uma possível explicação para tal resultado é que os indivíduos submetidos ao tratamento E7 desenvolveram mecanismos que proporcionaram a manutenção do seu crescimento. Isso pode ter ocorrido por meio de estratégias de ajustamento osmótico como a produção de solutos orgânicos, permitindo a manutenção da turgescência e volume celular, evitando a perda de água. Esses resultados permitem dizer que indivíduos de E. contortisiliquum conseguem manter desenvolvimento mesmo quando submetidos à deficiência hídrica, porém apenas por um dado período de tempo, pois, como evidenciado nos indivíduos do tratamento E14, o fator duração do estresse pode causar danos irreversíveis para o vegetal. ● TEOR RELATIVO DE ÁGUA 4. Conclusão Ao final do experimento, pôde-se concluir que, os indivíduos de Enterolobium contortisiliquum submetidos ao tratamento E7 apresentaram, de um modo geral, melhores resultados com relação aos parâmetros analisados, sendo possível assim dizer que as plantas E7 desenvolveram estratégias que permitiram a manutenção do crescimento, evitando maiores danos como foi possível observar nas plantas submetidas ao tratamento E14. Referências ARAÚJO, Andréia Parra de; SOBRINHO, Paiva; DE, Severino. Germination and production of seedlings of tamboril (Enterolobium Contortisiliquum(Vell.) Morong) on different substrates. Revista Árvore, v. 35, n. 3, p. 581–588, jun. 2011. LIMA, Rivete s de; OLIVEIRA, Paulo L. de; RODRIGUES, Lia R. Wood anatomy of Enterolobium contortisiliquum (Vell.) Morong (Leguminosae-Mimosoideae) occurring in two environments. Brazilian Journal of Botany, v. 32, n. 2, p. 361–374, jun. 2009. SANTOS, Reginaldo Ferreira; CARLESSO, Reimar. DÉFICIT HÍDRICO E OS PROCESSOS MORFOLÓGICO E FISIOLÓGICO DAS PLANTAS. Revista Brasileira de Engenharia Agrícola e Ambiental, v. 2, n. 3, p. 287–294, dez. 1998.
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