Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
Anny Caroline - Pediatria Coqueluche Doença infecciosa aguda de alta transmissibilidade, é uma importante causa de morbimortalidade infantil. Para prevenção da coqueluche, o Programa Nacional de Imunizações (PNI) oferece a vacina com o componente Pertussis. A imunidade conferida pela vacina é duradoura, mas não permanente, decrescendo com o tempo, até que sua proteção chegue a se mostrar bastante reduzida, ou nenhuma: o que acontece, em média, no prazo de 5 a 10 anos após a última dose administrada. Patógeno e fisiopatologia: Bactéria gram negativa Bordatella pertussis. − Extremamente contagiosa; − Período de transmissibilidade se estende de 7 dias após a exposição até 3 semanas após o início das crises paroxísticas; − A principal estratégia de controle da coqueluche é a manutenção de altas coberturas vacinais, como acontece em outros países. Manifestações clínicas: A doença evolui em três fases sucessivas: Fase catarral → Com duração de 1 ou 2 semanas, inicia se com manifestações respiratórias e sintomas leves (febre pouco intensa, mal-estar geral, coriza e tosse seca), seguidos pela instalação gradual de surtos de tosse, cada vez mais intensos e frequentes, até que passam a ocorrer as crises de tosses paroxísticas. É a fase mais infectante. Fase paroxística → Geralmente afebril ou com febre baixa. Em alguns casos, ocorrem vários picos de febre ao longo do dia. A manifestação típica são os paroxismos de tosse seca, acesso de tosse súbito, durante os quais o paciente não consegue inspirar e apresenta protusão da língua, congestão facial e, eventualmente, cianose com sensação de asfixia, finalizados por inspiração forçada, súbita e profunda, que dá origem a um ruído característico, o guincho, seguidos ou não de vômitos. Esta fase dura de 2 a 6 semanas. Fase de convalescença → Os paroxismos de tosse desaparecem e dão lugar a episódios de tosse comum; esta fase pode persistir por mais 2 a 6 semanas e, em alguns casos, pode se prolongar por até 3 meses. Infecções respiratórias de outra natureza, que se instalam durante a convalescença da Coqueluche, podem provocar reaparecimento transitórios do paroxismo. Complicações: − Respiratórias: pode evoluir para uma pneumonia; − Neurológicas: convulsões, hemorragia cerebral, coma, cegueira, surdez, hemiplegia (paralisia de um lado do corpo). − Complicações menores: perda de peso, otite média, e desidratação; − Devido aos esforços expiratórios durante os paroxismos podem ocorrer: epistaxe (sangramento nasal), melena (sangue nas fezes), petéquias, hérnia umbilical ou inguinal, prolapso retal, engasgos. Anny Caroline - Pediatria Diagnóstico: − Solicitar cultura de material para Bordatella pertusis; − Reação em Cadeia de Polimerase em Tempo Real (PCR–RT); − Hemograma apresenta leucocitose importante; − Radiografia de tórax: infiltrados em geral bilaterais, hiperinsuflação pulmonar, notadamente peri-hilares e nos segmentos basais dos lobos inferiores. As imagens justacardíacas, resultando no aparecimento do chamado “coração borrado, franjado ou felpudo” porque as bordas da imagem cardíaca não são nítidas, foram descritas e consideradas por alguns como característica da doença. Notificação compulsória! Diagnóstico diferencial: Bronquiolite, Pneumonia, Tuberculose, Cupre, Laringite, Laringomalacia. Tratamento: − Menores de 1 ano, estudar se precisa de internação; − Menores de 6 meses, obrigatório internar e ver se precisa de UTI; − Manter a criança em área isolada no hospital; − 1ª eleição: Azitromicina − Claritromicina e Eritromicina posteriormente (A eritromicina não deve ser indicada para tratamento em bebês menores de 1 mês de vida por conta da associação com a estenose de piloro); − Nos casos de contraindicação ao uso dos macrolídeos, na presença de intolerância ou cepas resistentes ao macrolídeo, indica-se a associação sulfametoxazol-trimetoprim. − A gestante a partir da 20ª semana, tem que tomar a vacina da coqueluche. Se a mãe não for vacinada, pode ser vacinada até os 45 dias pós parto. − Cuidados importantes: Nos episódios de tosse paroxística, a criança deve ser colocada em lateral ou decúbito de drenagem para evitar a aspiração de vômitos e/ ou de secreção respiratória. Se ocorrer episódio de apneia e cianose, deve-se aspirar delicadamente a secreção nasal e oral. Nesses casos, há indicação de oxigenoterapia. − As drogas, doses e duração da quimioprofilaxia são semelhantes ao tratamento. Está indicada para os comunicantes, utilizar a azitromicina e avaliar o estado vacinal, se necessário, completar.
Compartilhar