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CONCEITOS INICIAIS DE DIREITO ADMINISTRATIVO

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RESUMO - CONCEITOS INICIAIS DE DIREITO ADMINISTRATIVO
ESTADO, GOVERNO E ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA
	Estado
	Governo
	Administração Pública (sentido estrito)
	Pessoa jurídica soberana, composta por povo, território e governo.
Formas de Estado
· Unitário (simples)
· Composto
	Conjunto de poderes e órgãos que dirigem o Estado, estabelecendo diretrizes e políticas públicas (função política).
Formas de Governo
· Monarquia
· República
Sistemas de Governo
· Parlamentarismo
· Presidencialismo
· Semipresidencialismo
	Execução das políticas estabelecidas.
ESTADO
Consiste, o Estado, no ente dotado de personalidade jurídica, formado pelo:
· Povo;
· Território; 
· Governo soberano. 
Forma de Estado
São formas de Estado:
· Unitário (simples)
· Composto
A forma de Estado adotada no Brasil é o federalismo. A CF estabelece a República Federativa do Brasil como tal, formada pela união indissolúvel dos Estados, DF e Municípios.
Funções Estatais
Segundo o delineamento constitucional, os poderes do Estado são independentes e harmônicos entre si e suas funções são reciprocamente indelegáveis.
	PODER EXECUTIVO
	PODER LEGISLATIVO
	PODER JUDICIÁRIO
	· Função típica:
· Administrativa
· Atípicas:
· Legisladora
	· Funções típicas:
· Legisladora
· Fiscalizadora
· Atípicas:
· Administrativa
· Julgadora
	· Função típica:
· Julgadora
· Atípicas:
· Legisladora
· Administrativa
GOVERNO
É o conjunto de poderes e órgãos que exercem a direção geral e suprema do Estado, por meio da qual são definidos planos de governo, políticas públicas e diretrizes para atuação das demais funções do Estado
Sistemas de Governo
	Presidencialismo
	Parlamentarismo
	• independência entre os Poderes;
• acumulação das chefias de Estado e de governo no chefe do Poder Executivo.
	• colaboração entre Poderes Legislativo e Executivo;
• separação entre a chefia de Estado (Monarca ou Presidente) e a chefia de governo (Primeiro-Ministro).
Forma de Governo: 
a) República: forma de governo em que o povo governa no interesse do povo. É caracterizada pela eletividade, temporariedade e responsabilidade do governante.
b) Monarquia: forma de governo em que o monarca governa no interesse próprio.
	 República
	Monarquia
	• eleições
• mandato temporário
• governante representa o povo
• prestação de contas
	• hereditariedade
• mandato vitalício
• monarca representa sua família
• não há prestação de contas
ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA
Os conceitos de governo e administração não se equiparam; o primeiro refere-se a uma atividade essencialmente política, ao passo que o segundo, a uma atividade eminentemente técnica.
Conceito
a) Sentido amplo: alcança tanto os órgãos de governo (responsáveis pela função política) quanto os órgãos e entidades com função meramente administrativa (execução das políticas públicas).
b) Sentido estrito: alcança apenas órgãos e entidades com função meramente administrativa. Neste conceito restritivo, ficam excluídos os órgãos com função política (órgãos de governo).
Sentidos
a) Subjetivo/Orgânico/Formal: a administração pública compreende órgãos, agentes públicos e pessoas jurídicas públicas e privadas encarregadas de exercer a função administrativa da atividade estatal.
b) Objetivo/Funcional/Material: denota a própria atividade administrativa exercida pelo Estado (o quê).
Administração pública introversa e extroversa
a) Introversa: relações internas, travadas entre órgãos e/ou entidades da Administração Direta e Indireta. É instrumental.
b) Extroversa: relações externas, entre o Poder Público e os administrados. É finalística.
Atividades precípuas da administração pública:
Incluem-se, entre as atividades precípuas da administração pública:
· O serviço público;
· A polícia administrativa;
· A intervenção;
· O fomento; 
· Segundo parte da doutrina, a regulação.
REGIMES JURÍDICOS DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA
O regime jurídico designa o conjunto de regras e princípios aplicáveis a uma relação jurídica. A expressão “regime jurídico” da administração é gênero, que comporta duas espécies:
Regime jurídico de direito privado
· A atuação administrativa se pauta essencialmente por normas de direito privado (ex. pagamento de prestador de serviços);
· Mesmo quando a administração pública atua sob tal regime, estará sujeita, em certa medida, à incidência de regras e princípios próprios do direito administrativo.
Regime jurídico-administrativo
· A atuação da administração pública se pauta principalmente por normas de direito público;
· É caracterizado pelos princípios da:
a) Supremacia do interesse público:
· Confere prerrogativas à Administração, sendo lícita a previsão de privilégios;
· É instrumental.
b) Indisponibilidade do interesse público:
· Impõe limitações à atuação estatal.
SISTEMAS ADMINISTRATIVOS
Sistema inglês (unicidade de jurisdição/jurisdição única)
· Todos os conflitos podem ser levados ao Poder Judiciário, inclusive os litígios de natureza administrativa;
· Apenas o Poder Judiciário detém a competência legal para dizer o direito, em caráter definitivo, fazendo a chamada coisa julgada;
· É adotado, como regra, pelo Brasil (inafastabilidade da jurisdição), sendo admitidas as seguintes exceções, que exigem o esgotamento da via administrativa:
· Justiça desportiva;
· Habeas data;
· Prévio requerimento administrativo de benefício previdenciário;
· atuação administrativa contrária à súmula vinculante. 
Sistema francês (dualidade de jurisdição/contencioso administrativo)
· O Poder Judiciário não aprecia atos emanados da Administração Pública. Tais atos são apreciados pelos tribunais de natureza administrativa;
· Segundo tal sistema, existiriam duas jurisdições: a administrativa e a comum.
DIREITO ADMINISTRATIVO
ORIGEM
A origem do Direito Administrativo, enquanto ramo autônomo do Direito está relacionada, segundo doutrina majoritária, ao surgimento do Direito Constitucional (e outros ramos do direito público) e ao próprio Estado de Direito.
RELAÇÃO COM OUTROS RAMOS DO DIREITO
O direito administrativo é um ramo do direito proximamente relacionado ao direito constitucional e possui interfaces com os direitos processual, penal, tributário, do trabalho, civil e empresarial.
CONCEITO
Direito administrativo é o ramo do direito público que tem por objeto os órgãos, agentes e pessoas jurídicas administrativas que integram a Administração Pública, a atividade jurídica não contenciosa que exerce e os bens de que se utiliza para a consecução de seus fins, de natureza pública.
OBJETO
De forma sintética, o objeto do direito administrativo é o estudo da função administrativa.
De modo mais detalhado, podemos citar como objeto do estudo do direito administrativo:
· relações internas entre órgãos e entidades da Administração Pública;
· relações entre estes órgãos/entidades e seus agentes (sejam estatutários ou celetistas);
· relações entre a administração e os administrados, sejam regidas pelo direito público ou privado;
· atividades típicas de administração pública, prestadas sob regime jurídico administrativo;
· atividade jurídica não contenciosa.
FINALIDADE
A finalidade do direito administrativo é disciplinar as relações entre as diversas pessoas e órgãos do Estado, bem como entre este e os administrados.
FONTES DO DIREITO ADMINISTRATIVO 
Fontes primárias x fontes secundárias
a) Fontes primárias:
· Lei (deve ser considerada em seu sentido amplo para abranger inclusive os regulamentos administrativos)
· Jurisprudência vinculante.
b) Fontes secundárias:
· Doutrina;
· Jurisprudência não vinculante;
· Costume.
ATENÇÃO: os princípios gerais do direito não são considerados fontes do direito administrativo.
Fontes formais x fontes materiais
a) Fontes formais:
· Constituição;
· Lei;
· Regulamento e outros atos normativos da Administração Pública.
b) Fontes materiais:
· Doutrina; 
· Jurisprudência;
De forma indireta, as fontes inorganizadas influem na produção do direito positivo, apesar de as atividades opinativas e interpretativas serem consideradas fontes que influem nessa produção.
CRITÉRIOS PARA DEFINIÇÃO DO DIREITO ADMINISTRATIVO
Puissance publice: diferencia atos de impériodos atos de gestão e define que o Direito Administrativo deveria se ocupar apenas das atividades de império (autoridade).
Serviço público: o direito administrativo é aquele que se debruça sobre a instituição, a organização, o funcionamento e a prestação dos serviços públicos aos administrados (Gaston Jezè).
Do Poder Executivo: o direito administrativo se resume às normas e às atividades do Poder Executivo.
Das Relações Jurídicas: o direito administrativo consiste no conjunto de normas que regem as relações entre a Administração e os particulares.
Critério Teleológico: o direito administrativo consiste no conjunto de princípios que regulam a atividade do Estado para o cumprimento de seus fins. Portanto, a função administrativa seria a atividade concreta do Estado para a consecução de fins de utilidade pública.
Critério negativo ou residual: o direito administrativo seria a atividade realizada pelo Estado para o alcance de seus fins, excluídas a produção legislativa e a atividade jurisdicional (ou somente esta última).
Da hierarquia orgânica: o direito administrativo rege os órgãos inferiores, ao passo que o direito constitucional se voltaria aos órgãos superiores.
Da Administração Pública (adotado no Brasil): o direito administrativo é o conjunto de princípios que regem a Administração Pública. 
Escola legalista ou exegética: considera o direito administrativo a partir das regras codificadas em textos legais. Conceitua o direito administrativo como o conjunto de leis administrativas vigentes.
Distinção entre atividade jurídica e social do Estado: o direito administrativo é o conjunto dos princípios que regulam a atividade jurídica não contenciosa do Estado e a constituição dos órgãos e meios de sua ação em geral.
CONSTITUCIONALIZAÇÃO DO DIREITO ADMINISTRATIVO
Segundo Di Pietro (2018), a constitucionalização do direito administrativo pode ser entendida em dois sentidos: 
a) elevação ao nível constitucional, de matérias antes tratadas por legislação infraconstitucional
Ex. princípios da Administração Pública e do regime jurídico dos servidores públicos (arts. 37 a 41); o regime previdenciário próprio dos servidores públicos (art. 40); a previsão de licitação para celebração de contratos administrativos (art.37, XXI); a ampliação da função social da propriedade para área urbana (art. 182), entre outros. 
b) a irradiação dos efeitos das normas constitucionais por todo o sistema jurídico.
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