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Fichamento psicologia THAIS LARA

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TRABALHO DE PESQUISA:
 FICHAMENTO: PERCURSORES DA PSICOLOGIA
PROFESSOR: Luan Ferreira 
ACADÊMICA: Thais Lara Albertina do Carmo
1 HELMHOLTZ
	Hermann von Helmholtz (1821-1894) um alemão, era um professor e cientista, renomado como físico, matemático, fisiologista e psicólogo, que iniciou experimentos para medir a propagação dos impulsos nervosos no final de 1840, o que foi realizado não apenas em rãs, mas também em seres humanos (MORAES, 2005). Vários autores o citam como o autor responsável por desenvolver a verdadeira base da psicologia experimental, sendo um dos maiores cientistas do século XIX (SCHULTZ; SCHULTZ, 2009).
	Ficou amplamente conhecido através do seu discurso sobe conservação da força, que afirmava que havia um estoque fixo de energia no universo, porém, o que o diferenciou dos demais autores que já tinha falado sobre o tema, foi o apoio em através da experimentação, em 1847, posteriormente, em 1850 ao medir a velocidade dos impulsos nervosos, demostrando que esses não era instantâneos ou quase instantâneos (GOMES, 2005).
Ficou amplamente conhecido com os métodos de mensuração de pequenos intervalos de tempo e suas aplicações às questões fisiológicas, de suma importância para psicologia experimental 33. Um ano após inventou o oftalmoscópio e realizou estudos sobre processos visuais, sensações sonoras e a teoria fisiológica da música, gerando uma publicação dividida em três partes que ficou conhecida como “Handbuch der physiologischen Optik” (Manual de Óptica Fisiológica), publicado em 1856, 1860 e 1866 (SANTOS; VERÍSSIMO, 2018). Desenvolvendo vários trabalhos no campo levando em conta os sentidos da visão e da audição.
 	Com relação a psicologia Helmholtz trabalhou especialmente com a visão e a audição, sendo que todos os aspectos relacionados a esses dois sentidos foram comparados e testados via experimentação, sendo eles físico, fisiológico, psicológico e estético, descrevendo de forma detalhada a fisiologia e a psicologia dos sentidos, sendo esses trabalhos o início da psicologia experimental.
	Além disso, pode-se citar outras contribuições como estudou formas moleculares de análise, envolvendo a divisão da mente em partes psicológicas e suas análises separadas; e as formas molares, onde os fenômenos são analisados de maneira comunitária ou conjunta; contribuiu para ciência cognitiva, com seus vários estudos sobre percepção (GARDNER, 1995).
2 FECHNER
Gustav Theodor Fechner (1801-1887) também era alemão, considerado físico, filósofo e psicólogo, estudou medicina e física, foi professor, tinha uma grande preocupação com a relação existente entre a mente e o corpo, o físico e o psíquico, testava as sensações através das ciências exatas, por isso, da sua experimentação surgiram métodos como psicofísicos, experimentais e quantitativos, sendo considerado o fundador da Psicofísica e o pai da Psicometria (OLIVEIRA-MENEGOTTO; RIBEIRO, 2015).
Sua grande contribuição, o surgimento da Psicofísica, a ciência que estabelece as relações entre o corpo e a mente, lançando o livro que o deixou conhecido Elementos de Psicofísica (Fechner, 1860), posteriormente, lançou mais dois livros, porém, de menor destaque psicofísica em geral - Em Matéria de Psicofísica (Fechner, 1877) e Revisão dos Pontos Principais da Psicofísica (Fechner, 1882). Para o autor as relações entre o o corpo e mente podem ser definidas do seguinte modo:
Pela própria natureza do assunto, a psicofísica se divide em externa e interna, dependendo de como a relação do mental é considerada, se com o mundo corpóreo externo ou com o interno; ou seja, em uma teoria das relações funcionais imediatas e mediatas entre a mente e o corpo [itálicos nossos] (Fechner, 1860, I, pp. 10-11).
 No projeto psíquico é de grande importância que corpo e mente estejam interligados, a psicofísica externa deve ser o ponto de partida para isso, não se desenvolvendo sem a psicofísica interna (ARAUJO, 2020). Fechner também publicou sobre obre a Estética Experimental (Fechner, 1871) e Curso Elementar de Estética (Fechner, 1876), ficando essas suas obras relacionadas a estética experimental, por vezes, esquecidas. Para o autor a estética era um ramo da psicofísica externa, além disso, fenômenos estéticos podem ser estudados por meio de experimentos científicos (ARAUJO, 2020).
Fechner além de ser um pioneiro na Psicologia experimental, demostrando que o físico e o psíquico são aspectos diferentes da mesma realidade, desenvolvendo elementos da Psicofísica, demostrando a relação entre a quantidade de excitação e as intensidades de sensação.
3 WUNDT
Wilhelm Wundt (1832-1920), era um alemão, com formação em filosofia, medicina e psicologia, mas que foi a primeira pessoa na história a ser considerada psicólogo, considerado o pai da psicologia, devido a grande contribuição, responsável por fundar o primeiro laboratório de Psicologia Experimental do mundo na Alemanhã (1879), além disso, editou uma revista e iniciou essa temática como ciência (OLIVEIRA-MENEGOTTO; RIBEIRO, 2015).
Lançou os primeiros livros psicológicos: Contribuições para a Teoria da Percepção Sensorial (Wundt, 1862a) e Preleções Sobre a Mente dos Homens e dos Animais (1863), aonde ressaltava a importância da psicologia científica e do método experimental, pode-se mencionar ainda outras contribuições importantes para psicologia r Fundamentos de Psicologia Fisiológica (Wundt, 1874), considerado o primeiro manual de psicologia experimental, que serviu por muitas décadas, além disso, como já dito criou o primeiro periódico da área, Philosophische Studien (Estudos Filosóficos) (ARAÚJO, 2020).
O objeto de estudo da psicologia para o autor era a experiência dos sujeitos, ele negava as hipóteses da metafísica e para ele só há aquilo que ocorre na experiência, interligada por diversos processos, conforme cita Araújo; Honorato, 2017. Dessa maneira, a ciência da natureza e a psicologia devem ser complementares, pois fornecem relatos diferentes da mesma experiência,
No século XIX seus estudos basearam-se no comportamento, experimentação e metodologia científica; no século XX surgiram os testes de inteligência, e posteriormente, surgiram as estratégias observacionais, e ao final desse século a psicologia passou a considerar o homem como objetivo de estudo, assim, aos poucos a psicologia conquistou seu status de ciência.
Surgindo assim, através dos estudos Wundt as escolas teóricas da psicologia, sendo o próprio autor responsável por formar inúmeros jovens de diversas nacionalidades, as principais escolhas que surgiram com base nos estudos do autor, foram: o Estruturalismo, o Funcionalismo, o Associacionismo, o Behaviorismo e a Psicanálise (ARAUJO, 2009), tornando-se, dessa forma, o primeiro centro internacional a formar psicólogos.
Para Wundt os fenômenos psíquicos deveriam ser estudados na dimensão individual e coletiva, que se diferenciam em relação a complexidade desses fenômenos e sua abrangência, no primeiro caso são fenômenos individuais que podem ser estudados via experimentação, enquanto no segundo caso os produtos psíquicos são produzidos devido a uma comunidade de indivíduos, com linguagens, mitos e costumes (MARCELLOS, 2012).
4 TITCHENER
Edward Bradford Titchener (1867-1927), britânico, que teve formação com Wundt, foi nos Estados Unidos que divulgou suas obras e desenvolveu a primeira escola americana no campo da Psicologia (SCHULTZ; SCHULTZ, 2009), seguindo as ideias do seu mestre de formação. Além de atuar como professor, traduziu diversos livros, editor dos periódicos American Journal of Psychology e Mind e fundou um grupo de discussão conhecido como “Os Experimentalistas’’ (MARCELLOS, 2012).
Nos EUA, o autor defender o estruturalismo, através da análise da consciência dos seus elementos, das estruturas mentais, pretendendo determinar os elementos da sua consciência, assim, começou a desaparecer a face do homem como unidade psicofísica, surgindo o paralelismo psicofísico, em que os atos mentais ocorriam juntamente com os processos fisiológicos (BARRETO;MORATO, 2008).
O estruturalismo tinha como objetivo estudar a consciência em suas unidades básicas, como sensações, imagens e afetos, para isso, o autor propôs o método da observação e experimentação (OLIVEIRA-MENEGOTTO; RIBEIRO, 2015), focando na audição e visão. Porém, diferindo de Wundt, que limitou a introspecção a processos mentais simples, o autor acreditava processos mais complexos também poderia ser estudados com a observação, através do controle das variáveis (GONGRA, 1997).
Foi considerado um grande desenvolvedor da Psicologia experimental, escrevendo vários livros sobre a temática, ele acreditava que as teorias fossem testadas e os resultados mensuráveis, acreditava que examinar o pensamento, era de grande importância, devendo-se medir os resultados, assim, podemos dizer que o estruturalismo focava na experiência mental imediata.
No entanto, o estruturalismo acabou, quando o autor faleceu, Titchener preocupou-se em estruturar o corpo teórico da sua escola de psicologia pura, mas pouco se preocupou com a aplicabilidade (SCHULTZ; SCHULTZ, 2009).
5 WILLIAM JAMES
William James (1842-1910) foi um filósofo e psicólogo norte americano, seu funcionalismo foi considerado a primeira sistematização dos conhecimentos em Psicologia, para o autor o mais importante era responder questionamentos como ‘O que fazem os homens?’ ‘por que o fazem?’, para tal ele utilizou a consciência como centro de suas preocupações, buscando compreender seu funcionamento (OLIVEIRA-MENEGOTTO; RIBEIRO, 2015).
Para o autor a Psicologia deveria estudar as pessoas em vida e sua adaptação com o ambiente, o que demostra sua origem naturalista, e a importância de se estudar a consciência em seu ambiente natural, assim, foi elaborado o fluxo da consciência, defendendo que era impossível dividi-la em elementos (BARRETO; MORATO, 2008).
Vários autores o consideram como o pai da psicologia científica americana, 1875, James ofereceu o primeiro curso de psicologia filosófica e experimental em uma universidade norte americana, no mesmo ano fundou o primeiro laboratório de psicologia experimental nos Estados Unidos, além disso, o autor publicou várias obras,  Princípios de Psicologia (James, 1890/1981), o primeiro grande livro da área publicado nos EUA, que serviu de orientação há muitos psicólogos, dois anos após lançou Psicologia: Curso Breve (1892/1984), onde defendia a psicologia experimental (ARAUJO, 2020).
Assim, James defendeu o funcionalismo dentro da psicologia, apresentando suas ideias de maneira clara e eficaz, inspirando a geração de futuros psicólogos, bem como forneceu uma forma alternativa de analisar a mente, ou seja, a abordagem funcional.
REFERÊNCIA
ARAÚJO, Saulo Freitas. Psicologia em Pesquisa. Psicol. pesq., v. 14, n. 3, 2020.
ARAUJO, Saulo Freitas. Wilhelm Wundt e a fundação do primeiro centro internacional de formação de psicólogos. Temas em Psicologia, v. 17, n. 1, p. 9-14, 2009.
ARAUJO, Saulo Freitas; HONORATO, A. F. Para além dos princípios de Psicologia: evolução e sentido do projeto psicológico de William James. Psicologia em Pesquisa, v. 11, n. 1, p. 5-13, 2017.
BARRETO, Carmem Lúcia; MORATO, Henriette Tognetti. A dispersão do pensamento psicológico. Boletim da Psicologia, v.58, n.129, 2008.
GARDNER, Howard. A nova ciência da mente: uma história da revolução cognitiva; tradução de Cláudia Malbergier Caon. São Paulo: Editora da USP, 1995.
GONDRA, Jose Maria. Historia de la Psicologia: Introdución al pensamiento psicológico moderno. Madrid: Síntesis. 1997.
GOMES, Wiliam. História da Psicologia. 2005. Disponível em: ‘http://www.ufrgs.br/museupsi/aula12.htm’. Acesso em: 18 set. 2020.
MARCELLOS, Cintia Fernandes. Objeto e método na psicologia de wilhelm wundt e edward titchener: um estudo comparativo. 2012. 102p. Dissertação (Mestre em Psicologia)- Universidade Federal de Juiz de Fora-2012.
MORAES, Marcia. Entrevista com Henning Schmidgen. Revista do Departamento de Psicologia, UFF, v. 17, n. 2, 2005.
OLIVEIRA-MENEGOTTO, Lisiane Machado; RIBEIRO, Marianne Montenegro. Psicologia em debate. Dados eletrônicos- Novo Hamburgo: Feevale, 2015. 152p.
SANTOS, Hernani Pereira; VERISSIMO, Danilo Saretta. A teoria de Helmholtz sobre a percepção espacial: psicofísica e filosofia transcendental. Memorandum, v. 34, p. 14-32, 2008.
SCHULTZ, Duane; SCHULTZ, Sydney Ellen. História da psicologia moderna - Tradução da 11ª edição norte-americana. 480p. 2009.

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