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LEIOMIOMA MIOMA/FIBROMA CONCEITO Os miomas são tumores monoclonais benignos das células musculares lisas do miométrio e contêm grandes agregados de matriz extracelular constituídos de colágeno, elastina, fibronectina e proteoglicanos. Os miomas uterinos são muito comuns, e a maioria deles é assintomática e pode ser tratada de maneira conservadora. O leiomioma é altamente vascularizada, tumor benigno de musculo liso. A maioria dos miomas cresce lentamente. ➢ Incidência (desconhecida, maioria assintomática) Os miomas são muito comuns entre as mulheres. ➢ Negras O risco de ter mioma é 2,9 vezes maior em mulheres negras que brancas. Nas mulheres negras, os miomas ocorrem mais cedo e são mais numerosos, maiores e mais sintomáticos. ➢ Nulíparas ➢ Portadoras de síndromes hiperestrogênicas EPIDEMIOLOGIA Não há relação definida entre contraceptivos orais (CO) e miomas. O risco de ter mioma é 2,5 vezes maior nas mulheres que tenham alguma parente em primeiro grau com mioma. Os miomas representam importante problema da atenção à saúde, pois são a indicação mais frequente de histerectomia. O risco de ter mioma é 2,5 vezes maior nas mulheres que tenham alguma parente em primeiro grau com mioma. ETIOPATOGENIA • Estrogênio (17 beta-hidroxidesidrogenase) • GH • Progesterona (diminui os receptores estrogênicos e ativa a 17 beta) Na gravidez a aumento do estrogênio, e há um sinergismo entre o estrogênio e os leiomiomas!! O aumento da paridzade diminui a incidência e o número de miomas evidentes do ponto de vista clínico. O processo de remodelagem do miométrio após o parto, consequência de apoptose e desdiferenciação, pode ser responsável pela involução de miomas. Na gravidez existe um aumento de um hormônio lactogênio placentário humano, o qual tem uma estrutura molecular similar ao GH (diminui na gravidez), esse hormônio lactogênio, vai induzir também o aumento de leiomioma na gravidez. Nulíparas (mulher que nunca engravidou) → fator de maior incidência para os leiomiomas. Porque no período de amamentação a mulher fica alguns meses sem produzir estrogênio, existindo um descanso do ovário na produção do estrogênio, e isso não acontece em quem nunca engravidou. As que amamentem é fator de proteção, pois tem o repouso fisiológico A quantidade de estrogênio de uma paciente com e sem leiomioma é a mesma. O estrogênio age nesse aumento porque existe uma enzima, 17 beta-hidroxidesidrogenase, que tem como principal função, transformar o estradiol (mais potente) em estrona (nível periférico – menos potente), as pacientes que têm leiomioma tem uma diminuição da enzima, logo vai haver uma maior quantidade de estradiol, que é mais ativo. Além de tecidos leiomiomoatosos ter uma maior quantidade de receptores para estrogênio. Ainda não se sabe como o GH age nos crescimentos dos leiomiomas, o que se sabe e que existe um aumento do metabolismo de GH em mulheres negras, e essas são mais suscetíveis a ter leiomiomas. Além de sua estrutura semelhante com o lactogênio placentário humano. Progesterona tem um efeito contrário ao estrogênio, enquanto o estrogênio aumenta o leiomioma, a progesterona diminui o crescimento. Ela faz isso, pois diminui os receptores estrogênios nos tecidos leiomiomoatosos além de aumentar quantidade de 17beta- hidroxidesidrogenase. Fatores que aumentam a exposição geral ao estrogênio ao longo da vida, como obesidade e menarca precoce, elevam a incidência. A menor exposição ao estrogênio, observada nas mulheres tabagistas, que se exercitam e que possuem maior número de filhos, tem efeito protetor. O aumento da incidência em mulheres obesas se atribui ao aumento de gordura, logo uma maior área para converter os androgênios em estrona e diminui os receptores de hormônios sexuais, tendo o aumento do estrogênio, explicando o aumento de miomas nessas pessoas. Ter mioma foi bem menos provável em mulheres que realizavam mais atividade física que nas mulheres que se exercitavam menos. A diminuição de miomas em mulheres tabagistas é pela diminuição a conversão de androgênio em estrona. ❖ Volume • Pequeno → Não ultrapassa a sínfise púbica • Médio → Entre a cicatriz umbilical e sínfise púbica • Grande → Ultrapassa a cicatriz umbilical ❖ Útero (cervicais, ístmicos, corpóreos) ❖ Camada uterina (submucosos, intramurais, subseroso) ❖ Formas de se prender ao útero: Pediculados – possui um pedículo Cesseis – se liga diretamente ao útero → Muitas vezes o pedículo cresce tanto que o leiomioma vai se prender em órgão adjacentes ao útero Submucoso → leiomioma parido Subseroso → leiomioma parasitário A presença de miomas submucosos diminui a fertilidade, e a sua retirada pode tornar a mulher mais fértil; os miomas subserosos não afetam a fertilidade, e sua retirada não aumenta a fertilidade; os miomas intramurais, por sua vez, são capazes de reduzir levemente a fertilidade, mas a retirada deles não aumenta a fertilidade. MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS Depende de onde o leiomioma está localizado ❖ Alterações menstruais – submucoso, dentro da cavidade uterina, aumenta a vascularização • Menorragia e/ou hipermenorreia → Menorragia - aumento da quantidade de sangue → Hipermenorreia – aumento da duração da menstruação ❖ Dor está mais relacionados com os subserosos, devido a compressão dos órgãos adjacentes ao útero ❖ Infertilidade – submucoso, para ocorrer fecundação o endométrio precisa estar bonitinho, e eles vão alterar a arquitetura do endométrio, tornando-o hostil para chegada do blasto. Os miomas submucosos, às vezes associados ao aumento do sangramento menstrual ou à infertilidade, frequentemente podem ser removidos por histeroscopia (é um procedimento cirúrgico realizado por dentro da vagina e do canal do colo uterino utilizando uma fina ótica que permite visualizar a cavidade uterina e identificar eventuais doenças existentes dentro do útero. A histeroscopia pode ser diagnóstica ou terapêutica) ❖ Aumento do volume abdominal → Subseroso – aumento irregular – Toque combinado: útero aumentado de volume, superfície e contornos irregulares → Submucoso – aumento regular – aumento de volume, com contornos regulares ❖ Distúrbios urinários Aumento do volume uterino associado a mioma está relacionado com sintomas urinários. ❖ Distúrbios intestinais Diagnostico ❖ Anamnese bem feita ❖ Exame físico – palpação até o toque De modo geral, os miomas subserosos e intramurais importantes do ponto de vista clínico podem ser diagnosticados por exame pélvico com base nos achados de um útero aumentado, irregular, firme e indolor. No entanto, um diagnóstico definido de mioma submucoso geralmente requer US com infusão de solução salina, histeroscopia ou RM. ❖ Exames complementares: • Ultra- sonografia É a técnica de imagem de maior disponibilidade e menor custo para diferenciar mioma de outras doenças pélvicas A aparência dos miomas à US pode variar, mas, com frequência, eles se apresentam como massas simétricas, bem definidas, hipoecoicas e heterogêneas. Áreas de calcificação ou hemorragia podem ser hiperecoicas, enquanto a degeneração cística pode ser anecoica. A US com infusão de solução salina é feita com a introdução desse tipo de solução na cavidade uterina para produzir contraste e definir melhor os miomas submucosos • Histeroscopia Serve tanto para diagnóstico de miomas submucosos como para tratamento A histeroscopia diagnóstica pode ser realizada em regime ambulatorial (no consultório) e tem por objetivo apenas a visualização interna do útero; caso sejam encontradas quaisquer alterações, há necessidade de programar uma histeroscopia cirúrgica para o tratamento dessa alteração. O exame é realizado com uma câmera fina que é introduzidapor dentro da vagina e do colo do útero, com uma anestesia local no colo uterino. A maioria das mulheres tolera bem o exame, mas algumas podem sentir desconforto e até mesmo dor. Rotineiramente preferimos realizar o exame sob sedação no centro cirúrgico para evitar maiores desconfortos e aumentar a segurança do procedimento. A histeroscopia cirúrgica é indicada nos casos em que existe alguma alteração comprovada dentro do útero para o tratamento de pólipos, miomas submucosos, espessamento endometrial, malformações da cavidade uterina, sinéquias (aderências intra-uterinas), etc. • Laparoscopia Ver por fora do útero Diagnóstico e tratamento de leiomiomas subserosos • Ressonância magnética Paciente candidata a cirurgia Informar a localização precisa do leiomioma Exame pré operatórios Avaliar grau de invasão do leiomioma na parede uterina Além de possibilitar avaliação mais precisa do número, do tamanho e da posição dos miomas, pode avaliar melhor a proximidade da cavidade endometrial. TRATAMENTO Vai depender do perfil da paciente Jovem, ainda quer engravidar, se está no período do climatério CLÍNICO – DIMINUIR O ESTROGÊNIO Jovens que desejam engravidar Mulheres no climatério ❖ Anovulatórios • Progestogênios ✓ Oral ✓ Injetável ✓ DIU medicado • Contraceptivos combinados (progesterona + estrogênio) – ação é bloquear o eixo ✓ Oral anel vaginal ✓ Adesivo ✓ Injetável ❖ Análogos do GnRH → Os agonistas do hormônio liberador de gonadotrofina (GnRH) diminuem o tamanho dos miomas, mas a administração concomitante de um progestágeno e GnRH impede essa diminuição. → Tratamento não é definitivo → Leiomiomas muito volumosos, e a paciente tem indicação de fazer cirurgia, são utilizados porque diminuem o volume do leiomioma em 50 a 60% → Bloqueiam a produção de FSH e LH, inibe a gonadotrofina → Interrupção do sangramento – menos sangramento na cirurgia Vantagens Recuperação espontânea dos níveis hemáticos Menor sangramento nos miomectomias e histerectomias Permite incisão de Pfannenstiel ou Histerectomia vaginal em úteros previamente volumosos Permite programar época de gravidez ou tratamento Desvantagem Efeitos colaterais como: artralgia, mialgia, insônia, edema, labilidade emocional, depressão e diminuição da libido. O estado hipoestrogênico induzido por análogo causa perda óssea considerável após 6 meses de tratamento. CIRÚRGICO O tipo de procedimento cirúrgico depende da localização dos miomas, do seu número, do seu tamanho e dos sintomas associados, conforme discutiremos adiante com detalhe. ❖ MIOMECTOMIA: Consiste na remoção cirúrgica de um mioma uterino. Ou seja, através de uma cirurgia (ou operação), é realizada a exérese do mioma que se encontra localizado no útero. Nesse procedimento o útero permanece preservado. Mioma submucoso → miomectomia por histeroscopia (abordagem pela vagina) Mioma intramural (parede do útero) e o mioma subseroso → miomectomia por laparoscopia ou laparotomia (abordagem pelo abdome) Miomectomia por laparoscopia são feitas pequenas aberturas (com 1cm ou menos) na “barriga” da mulher de forma a operar com uma câmara (videolaparoscopia) e pequenos instrumentos dentro do abdómen. Miomectomia por laparotomia é realizada através de uma incisão (abertura) na “barriga” da mulher, sendo também conhecida como miomectomia aberta. Nestes casos a cirurgia é realizada através da manipulação direta do mioma pelo cirurgião. OBS: A miomectomia deve ser considerada uma opção segura à histerectomia, mesmo nas mulheres com grandes miomas e que desejam preservar o útero. Cirúrgico radical ❖ HISTERECTOMIA – retirada do útero • Subtotal – dificuldade técnica para retirar o colo Pode surgir a dificuldade em casos que não conseguiu o uso do GnRH • Total → Via abdominal → Via vaginal Leiomioma reduzido MIOMECTOMIA HISTEROSCÓPICA • EMBOLIZAÇÃO DAS ARTÉRIAS UTERINAS Principal artéria de irrigação do útero Introduz uma substância que vai impedir a chegada de sangue no útero Indicações: • Miomas sintomáticos ou volumoso • Pacientes com prole definida • Desejo da preservação do útero • Contra indicação ou resistência à cirurgia ALTERAÇÕES SECUNDARIAS DOS LEIOMIOMAS Tortuosidade das vascularizações, dificultando a chegada de sangue no centro do leiomioma → Hialina → Cística → Vermelha → Calcificação → Sarcomatosa Dispareunia – dor no ato sexual Sinusiorrragia – sangramento do ato sexual DP- Descarga papilar PSAC- parto simples artificial Cesário OE- orifício externo AVF – anti verso flexão Tricotomizada – Epitelizado ▪ Pólipos – derivado do endométrio e não do endométrio como o caso do leiomioma. ▪ Leiomioma tem uma cor esbranquiçado e mais endurecido
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