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Licitação - Conceito e Princípios

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LICITAÇÕES
CONCEITO
O princípio licitatório (CF, art. 37, XXI) é o instituto que articula a igualdade jurídica dos administrados e o interesse público na obtenção de melhores condições de contrato. A licitação é, portanto, “um processo administrativo vinculado destinado a selecionar o interessado que proponha contratar nas melhores condições para a Administração” (DIOGO, CURSO DE DIREITO ADMINISTRATIVO, p. 273, 2014). A licitação é processo, pois envolve uma série de autos autônomos coordenados com finalidade definida (contratar). É vinculado, pois o seu procedimento não pode se afastar das regras para ele estabelecidas. É destinado a selecionar, pois tem como objeto a escolha de licitante, que irá elaborar uma proposta, que deve ser instaurado nas melhores condições, que ofereçam mais vantagens para a Administração. 
É ato condição para a participação do processo licitatório a habilitação específica do administrado, de forma a celebrar, se vitorioso, o correspondente contrato administrativo definido como instituição constitucional (art. 37, XI). O seu afastamento será sempre excepcional. A obrigatoriedade da licitação, quando indispensável, impossibilitando a renovação de contrato administrativo, pois irá impedir a Administração de procurar no mercado melhores contratantes. A prorrogação contratual será admissível se prevista no contrato inicial e constado do edital de licitação. Caso contrário, a prorrogação será nula, assim como a renovação se ajustadas sem observância de novo processo concorrencial, salvo exceções previstas em lei. 
PRINCÍPIOS SETORIAIS DA LICITAÇÃO
O princípio da competição, de marcada orientação socioeconômica, orienta todo o processo, uma vez que fundamenta o desigualar justiçado dos licitantes, obtido através da identificação final da proposta mais vantajosa, pretendida pela Administração. O princípio da igualdade impõe o tratamento paritário dos administrados (art. 37, XXI), com os licitantes só podendo ser desigualados por critérios objetivos previstos na legislação ou em edital, de forma a identificar a proposta mais vantajosa. 
O princípio da legalidade exige submissão do processo licitatório às normas legais que o regem, presentes na Lei n. 8.666/1993. O princípio da legitimidade exige a orientação de todo o processo licitatório à finalidade pública. A licitação deverá atender o interesse público através da melhor prestação privada que será firmada em contrato. É desse princípio que decorre o julgamento objetivo para a seleção de contrato. 
O princípio da publicidade busca assegurar a todos os interessados, durante qualquer fase do processo, pleno conhecimento de seu procedimento. A publicidade só será limitada por aplicação, expressa e excepcionalmente prevista, do princípio do sigilo. O princípio da moralidade acresce ao processo um forte balizamento de licitude, exigido no comportamento do Poder Público. Nem todo ato legal praticado está conforme os reais interesses públicos (legitimidade). A moralidade possui duas modalidades no âmbito administrativo, a moralidade administrativa e a probidade administrativa:
1. Moralidade administrativa: são padrões éticos de conduta interna exigíveis dos agentes políticos e administrativos;
1. Probidade administrativa: são padrões éticos de conduta externa exigíveis a todos que atuem ou participem de processos licitatórios, direta ou indiretamente. 
O princípio da invocação do instrumento convocatório exige submissão integral do processo às regras estabelecidas para regulação da licitação (sob forma de edital ou convite), inclusive as que definem critérios para julgamento. O princípio do julgamento objetivo exige que o ato administrativo decisório se restrinja a aplicar somente os critérios qualitativos e quantitativos vinculados na lei, no regulamento e no ato convocatório. É desse princípio que decorre a objetividade de julgamento, não importa quem é o licitante, e sim quais vantagens ele tem a oferecer à Administração. Como a motivação da decisão é constitucionalmente obrigatória (art. 93, X), sendo necessário o expresso direcionamento aos critérios a serem considerados no julgamento. 
O princípio do sigilo informa instrumentalmente certas fases do processo, de forma a garantir a sua impessoalidade e a igualdade entre as partes licitantes. Também concerne na modalidade concorrencial, visto que é fundamental que o julgamento da habilitação dos licitantes ocorra sem o conhecimento das propostas. Determina a vedação de acesso ao conteúdo das peças licitatórias apresentadas pelas concorrentes antes das aberturas públicas previstas no ato convocatório. Pode também ser invocado como motivo de afastamento de licitação, quando sua publicação puder comprometer a segurança nacional.

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