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INTOXICAÇÕES AGUDAS NA INFÂNCIA · FATORES CONTRIBUIDORES · Curiosidade natural da criança · Descuido ou negligência dos familiares · Propaganda indevida dos produtos · Falta de leis adequadas · Hábito de automedicação · Tentativas ou simulação de suicídio · Abusos de drogas · SITUAÇÕES DE BUSCA DO ATENDIMENTO · Exposição evidente · Tóxico e dose conhecidos · Tóxico conhecido e dose ignorada · Tóxico desconhecido · Possível exposição (vidro vazio, ambiente contaminado) · Ausência de evidência de exposição, mas com: · Transição brusca do estado de saúde para sofrimento orgânico e risco de vida · Quadro clínico obscuro com sintomatologia não enquadrável · Aparecimento dos mesmos sintomas em número significativo de pessoas · ROTINA DE ATENDIMENTO · Sistematização do atendimento de urgência e emergência · Definir se urgência/emergência! · Avaliação física antes da anamnese · Avaliação Geral: padrão respiratório, pele, estado hemodinâmico · Avaliação Primária: ABCDE · Algum problema respiratório/ hemodinâmico que pode ou precisa ser tratado imediatamente? = estabilizar o paciente. · Avaliação Secundária: SAMPLE (anamnese simplificada) · Avaliação Terciária: exames = Glicemia, eletrólitos, provas de função renal e hepática, hemograma, coagulograma, gasometria, screening toxicológico · Abordagem inicial: · Prioridade: manter permeabilidade das vias aéreas (Escala de Glasgow < 9 = intubar) · Acesso venoso · Choque: expansão volumétrica e avaliar aminas vasoativas · Glicemia capilar · Convulsões: tratar com Benzodiazepínico EV · Hipertermia e hipotermia · Bradicardia · Taquicardia · Taquicardia ventricular com instabilidade ou FV · SÍNDROMES TÓXICAS ( MIDRÍASE ) ( MIOSE ) ( Rebaixamento do nível de consciência ) ( Paciente não transpira = hipe r termia ) ( Organofosforados = absorvidos pela pele ) ( Liberação de muita secreção. Alto risco de vida. ATROPINA ) · DIAGNÓSTICO DIFERENCIAL: · Endocrinopatias · Hipoglicemia · Hipotireoidismo · Hipoadrenalismo · Cetoacidose diabética · Alterações Metabólicas · EIM · Síndrome de Reye · Distúrbios eletrolíticos · Coma Urêmico · Distúrbios Neurológicos · Infecção do SNC · Trauma do SNC · Processos expansivos do SNC · Distúrbios convulsivos com estado pós-ictal · Hipóxia ou Isquemia · MANEJO ESPECÍFICO: · Descontaminação cutânea, ocular = lavagem generosa com água corrente · Descontaminação do TGI: indicada na primeira hora da ingesta. · Êmese: contra-indicada em rebaixamento da consciência, substância ingerida for cáustico forte, menores de 6 meses, idosos e debilitados, ingesta de hidrocarbonetos, portadores de doença cardíaca ou respiratória grave, hipertensão grave ou portador de diátese hemorrágica, ingesta associada de materiais sólidos ou afiados. Não é feita de rotina. · Xarope de Ipeca a 7% em pacientes alertas, conscientes, ingesta de quantidade potencialmente tóxica de substância que não promove depressão neurológica rapidamente · Lavagem gástrica = se ingesta tiver ocorrido em até 1h do atendimento. Organofosforados e antidepressivos tricíclicos são exceções = retardam o esvaziamento gástrico. · Indicação: · Ingesta de quantidade significativa de agente tóxico · Procedimento realizado até 1 hora após ingesta. Antidepressivos tricíclicos, Carbamazepina e Anticolinérgicos retardam esvaziamento gástrico e a lavagem pode ser indicada mesmo horas depois da ingesta · Não resposta a xarope de ipeca · Menores de 6 meses · Coma ou convulsões (o lavado é feito com segurança com paciente intubado, preferencialmente com tubo com balonete) · Ingesta de Hidrocarbonetos em dose maior que 1 ml/kg · Contra-indicação: · Ingestão de cáusticos · Diátese hemorrágica · Líquidos adequados · Adultos: água · Crianças: solução fisiológica isotônica · RN: 500 ml · Até 2 anos: 2 a 3 litros · Pré-escolar: 4 a 5 litros · Escolar: 5 a 6 litros · Adulto: 6 a 8 litros · CARVÃO ATIVADO: · Tóxicos adsorvidos são firmemente retidos · Agente isolado mais valioso no tratamento · Eficaz para todos os produtos químicos, exceto, cianetos,ácidos minerais, bases fortes, ácido bórico, sulfato ferroso e lítio · Dose: 1g/kg até 50 g. Adultos: 100g. Diluição 1:8. Sonda orogástrica ou via retal. · Doses múltiplas (repetir a cada 4 horas por 12 a 48 horas) tem interesse: · Digital, antidepressivos tricíclicos, Ac Valproico, Fenobarbital,Organofosforados, Organoclorados, Teofilina e Aminofilina pela recirculação entero-hepática · Adsorção de tóxicos secretados através das membranas gástricas · Usar catárticos (laxante), pcp, Manitol nas doses pares do Carvão Ativado = pode causar constipação. · TÉCNICAS DE DEPURAÇÃO: · Diuréticos · Alteração do ph urinário · Alcalinização com bicarbonato de sódio 1 a 2mEq/kg em 3 a 4 horas para elevar ph para 7 a 8 = no caso de intoxicação por AAS. · Acidificação com Ac Ascórbico 0,5 a 2 g VO ou EV ou Cloreto de Amônia 75 mg/kg/dose em 4 doses até pH urinário de 4,5 a 5,5. · Diálise Peritoneal: pouco eficaz · Hemodiálise: ajuda no equilíbrio ácido-base · Hemoperfusão: mais eficaz para tirar toxina = o filtro é de carvão ativado · Exsanguíneotransfusão ( Administrar álcool etílico (é menos tóx i co e compete pelo sítio) ) ( Potencial risco de arritmia = bicarb o nato = estabilizar fibra cardíaca ) ( paracetamol: causa insuf i ciência hepática ) ( Estabilizar hemodinâmico e respiratório ) · BENZODIAZEPÍNICOS: · Agem potencializando resposta ao GABA no SNC, aumenta frequência de abertura do canal de cloreto, hiperpolarizando membrana e inibindo excitação celular · Dose tóxica: 15 a 20 vezes dose terapêutica? · Depressão SNC, hipotensão, depressão respiratória, ataxia, tremores, miose, hiperexcitabilidade · Potencializado por álcool e outros depressores · Lavagem gástrica, carvão ativado · Flumazenil se ECG< 9 e/ou depressão respiratória · ANTIDEPRESSIVOS TRICÍCLICOS: · Inibem recaptação de aminas pelas terminações nervosas, aumento concentração destes nas sinapses · Intoxicação potencialmente grave · Dose intoxicação moderada a grave: 10 a 20 mg/kg · Midríase, xerostomia, xeroftalmia, retenção urinária, secação, confusão mental, convulsões, coma, cardiotoxidade, arritmias · Lavagem gástrica até 12hs após ingesta, carvão ativado em doses repetidas · Bicarbonato de sódio para prevenir cardiotoxidade (manter pH entre 7,45 a 7,55) · PARACETAMOL: · DT : 140 mg/kg – decorre da biotransformação pelo sist citocromo P 450 , gerando subproduto altamente reativo que se conjuga com a glutationa. Com queda da glutationa abaixo de 30%, este metabólito liga-se ao hepatócito, causando morte celular · Evolui em fases : · 1: anorexia, náuseas e vômitos · 2:assintomático ou dor em hipocôndrio, hepatomegalia.Pode haver aumento de BT, enzimas hepáticas e prolongamento TAP · 3: reaparece náuseas e vômitos + falência hepática(icterícia, hipoglicemia, coagulopatia e encefalopatia).Pode ocorrer insuficiência renal e cardíaca · 4: recuperação ou óbito · ORGANOFOSFORADO: · Agrotóxico. Também presente em raticida não autorizado (“Chumbinho”) · Ligação a acetilcolinesterase muito estável, permanecendo por dias a semanas · Miose, hipersecreção brônquica, edema pulmonar, sialorreia, lacrimejamento, incontinência urinária, bradicardia, câimbras, fasciculações, paralisia muscular generalizada, ataxia, hipotonia, coma, convulsões · Lavagem gástrica, corporal, carvão ativado · Atropina: ataque: 0,01 a 0,05 mg/kg a cada 3 a 10 minutos até atropinização (desaparecimento da hipersecreção exócrina). Manutenção conforme gravidade. Suspender em caso de sinais de intoxicação pela Atropina · Pralidoxima: na prática não é tão utilizada = evitar síndrome intermediária e polineuropatia tardia · Ataque: 20 a 40 mg/kg EV · Manutenção: 10 a 20 mg/kg/h até melhora clínica · Diluição a 1% em Soro fisiológico ( 1g para cada 100 ml) · Síndrome Intermediária: 12hs a 7 dias após exposição: fraqueza ou paralisia muscular proximal (MMSS e cervical). Pode acometer outros grupos musculares, inclusive, respiratório · Polineuropatia tardia: surge entre 4 e 21 dias: · Fraqueza muscular distal, câimbrasdolorosas, parestesia, hiporreflexia, liberação extrapiramidal (ataxia, espasticidade, tremores). Pode progredir para paralisia completa, insuficiência respiratória e morte · NAFAZOLINA: · Descongestionante nasal tópico · Amina simpaticomimética · Hipotermia (pcp, extremidades), sudorese e sonolência, taquicardia e posteriormente bradicardia reflexa, hipertensão, ritmo respiratório irregular com períodos de apneia. · Tratamento sintomático e sustentação ( rebaixamento do nível de co n sciê n cia ) ( Ildiane Aparecida Gonçalves – 7º período UNIFAGOC )
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