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Objetivos e Interessados na Contabilidade

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1 
Manual de Contabilidade 
Geral II. 
De acordo com a Lei 6.404/76 e suas atualizações. 
Gisele de Oliveira Silva César
 Edição 2021/2 
2 
FUNDAMENTOS DA CONTABILIDADE 
A contabilidade é uma área presente no dia da dia das pessoas, das 
empresas e das entidades públicas, servindo de instrumentos para geração de 
informações sobre as situações econômico-financeiras das entidades. 
Franco (1996, p.21) considera a Contabilidade uma ciência e a conceitua da 
seguinte forma: 
È a ciência que estuda os fenômenos ocorridos no patrimônio das 
entidades, mediante o registro, a classificação, a demonstração expositiva, a 
análise e a interpretação desses fatos, com o fim de oferecer informações e 
orientações – necessárias à tomada de decisões – sobre a composição do 
patrimônio, suas variações e o resultado econômico decorrente da gestão da 
riqueza patrimonial. 
Observando este conceito podemos concluir que a contabilidade pode ser 
definida como a ciência que registra as transações ocorridas em uma entidade, 
com a finalidade de resumir esses fatos em demonstrativos, que possam 
expressar a situação patrimonial e de resultado da entidade, como o objetivo 
principal de gerar informações que contribuam para a tomada de decisões. 
OBJETIVO DA CONTABILIDADE 
O objetivo da contabilidade, segundo Ribeiro (2010, p.4), ―é o estudo e o 
controle do patrimônio e de suas variações visando ao fornecimento de 
informações que sejam úteis para a tomada de decisões‖. 
Para atingir seus objetivo, a Contabilidade, de acordo com Franco(1996), se 
utiliza de: 
a) Escrituração contábil: registro dos fatos que ocorrem no patrimônio;
b) Demonstrações contábeis: Balanço Patrimonial, Demonstração do
Resultado do Exercício, Demonstração de Lucros ou Prejuízos Acumulados,
Demonstração de Mutações do Patrimônio Liquido, Demonstração dos Fluxos de
Caixa e Demonstração do Valor Adicionado;
c) Auditoria contábil: exame de documentos, livros e registros, obedecendo a
normas específicas de procedimentos;
d) Análise de demonstrações contábeis: permite decompor, comparar e
interpretar as demonstrações, oferecendo dados analíticos e interpretações sobre
os componentes do patrimônio e sobre os resultados da atividade econômica
desenvolvida pela entidade.
INTERESSADOS NA INFORMAÇÃO CONTÁBIL 
Os interessados na informação contábil são aqueles que de alguma forma 
utilizam as demonstrações contábeis para atender às suas diversas necessidades 
de informação contábil. Esses interessados incluem: 
BOAS VINDAS! 
3 
 
a) Investidores: preocupam-se com o risco inerente ao investimento e o 
retorno que ele produz. Eles precisam de informações para ajudá-los a decidir se 
devem comprar, manter ou vender investimentos, bem como avaliar se a entidade 
tem capacidade de pagar dividendos; 
b) Empregados: estão interessados em informações sobre a estabilidade e a 
lucratividade de seus empregadores. Também se interessam em saber se a 
entidade tem a capacidade de manter sua remuneração, seus benefícios de 
aposentadoria e suas oportunidades de emprego; 
c) Credores por empréstimos: interessam-se na capacidade da entidade em 
pagar seus empréstimos e os correspondentes juros no vencimento; 
d) Fornecedores: desejam saber se a entidade tem condições de pagar 
importâncias que lhes são devidas nos respectivos vencimentos; 
e) Clientes: têm interesses na continuidade operacional em relação, 
principalmente, ao longo prazo com ela, ou dela dependem como fornecedor; 
f) Governo: está interessado nas atividades das entidades que envolvam 
destinação de recursos. Também utiliza informações a fim de regulamentar as 
atividades das entidades e estabelecer políticas fiscais,; 
g) Público: tem interesse em relação às informações sobre a evolução do 
desempenho da entidade e os desenvolvimentos recentes, que possam afetar o 
ambiente das pessoas. 
 De acordo co ma Resolução CFC n° 1.374/11, que aprovou a NBC TG 
ESTRUTURA CONCEITUAL, as Demonstrações Contábeis elaboradas satisfazem 
as necessidades comuns da maioria dos seus interessados, pois de uma forma ou 
outra eles utilizam essas informações para a tomada de decisões econômicas, tais 
como: 
 
a) Decidir quando comprar, manter ou vender instrumentos patrimoniais; 
b) Avaliar a administração da entidade quanto à responsabilidade que lhe 
tenha sido conferida e quanto à qualidade de seu desempenho e de sua prestação 
de contas; 
c) Avaliar a capacidade da entidade pagar seus empregados e proporcionar-
lhes outros benefícios; 
d) Avaliar a segurança quanto à recuperação dos recursos financeiros 
emprestados à entidade: 
e) Determinar políticas tributárias; 
f) Determinar a distribuição de lucros e dividendos; 
g) Elaborar e usar estatísticas da renda nacional; ou 
h) Regulamentar as atividades das entidades. 
 Dessa forma, a informação contábil torna-se fundamental para os seus 
usuários e interessados, que as utilizam para suprir suas necessidades. 
 
PRINCIPAIS TAREFAS DO CONTADOR 
 
 As principais tarefas desenvolvidas pelo contador são: 
 Revisar a escrituração das operações 
 Elaborar as demonstrações contábeis 
 Elaborar o planejamento tributário da entidade 
 Elaborar as declarações (obrigações acessórias da empresa) 
4 
 
 Apresentar para os usuários internos análise das modificações econômicas 
financeiras da entidade. 
 
PROFISSIONAL DA CONTABILIDADE 
 
 De acordo com o art. 12 do Decreto-lei n° 9.295/46, alterado pela Lei 
n°12.249/2010, os profissionais somente poderão exercer a profissão após a 
regular conclusão do curso de Bacharelado em Ciências Contábeis, reconhecido 
pelo ministério da Educação, aprovado em Exame de Suficiência e registro no 
Conselho Regional de Contabilidade a que estiverem sujeitos. Esses profissionais 
são denominados Contadores. 
 O mesmo decreto, em seu §2° do art. 12, determina que os técnicos em 
Contabilidade, profissionais com formação de nível médio, que já estejam 
registrados em conselho Regional de Contabilidade e os que o façam até 1° de 
junho de 2015 tem assegurado o seu direito ao exercício da profissão. Nesse 
sentido, a partir da referida data, não haverá o registro de novos profissionais com 
formação em técnico em contabilidade. 
 Dessa forma, com base no exposto na legislação, são profissionais da 
contabilidade o contador (com formação de nível superior) e o técnico em 
contabilidade (com formação de nível médio), sendo que a partir da data referida 
no decreto a profissional técnico entra em fase de extinção, sob o aspecto formal. 
 
CAMPOS DE ATUAÇÃO: 
 
O profissional de Contabilidade pode atuar de diversas formas, das quais 
destacam-se: 
 
a) Profissional liberal: 
b) Órgão público: 
c) Empresas privadas 
d) Instituições de ensino; 
 
PATRIMÔNIO 
 
 Como objeto da contabilidade, o patrimônio corresponde a um conjunto de 
bens, direitos e obrigações vinculados à entidade econômica – administrativa. 
 
 Os bens: são as coisas capazes de satisfazer às necessidades humanas e 
suscetíveis de avaliação econômica (RIBEIRO, 2010). Os bens podem ser de dois 
tipos: 
 
 Materiais, tangíveis ou corpóreos: são os objetos que a empresa tem 
para uso, troca ou consumo. Exemplos: equipamentos de informática, máquinas, 
dinheiro, mercadorias, material de expediente, entre outras; 
 Imateriais, intangíveis ou incorpóreos: não possuem existência física, 
correspondem a determinados gastos que, por sua natureza a legislação brasileira 
5 
 
determina que façam parte do patrimônio. Exemplos: direito de uso de marcas, 
patentes de invenções, fundo de comércio, entre outros. 
 
 Direitos: São todos os valores a receber de terceiros derivados das 
operações a prazo realizadas pelas entidades, incluindo títulos, duplicatas, 
empréstimos concedidos, entre outros. 
 Obrigações: segundo Neves e Viceconti (1996, p.5), ―são dívidas ou 
compromissos de qualquer espécie ou natureza assumidos perante terceiros, os 
bens de terceiros que se encontra em nossa posse‖. Exemplos: duplicatas, 
salários, notaspromissórias, entre outros. 
 
 Conforme estabelece a Resolução do CFC n° 1.374/11, que aprovou a NBC 
TG ESTRUTURA CONCEITUAL, a posição patrimonial e financeira de uma 
entidade é afetada pelos recursos econômicos que ela controla, sua estrutura 
financeira, sua liquidez e solvência, e sua capacidade de adaptação ás mudanças 
no ambiente em que opera. Dessa forma, as informações sobre a natureza e os 
montantes de recursos econômicos e reivindicações da entidade que reporta a 
informação pode auxiliar usuários a identificarem a fraqueza e o vigor financeiro da 
entidade que reporta a informação. Informações sobre a estrutura financeira são 
utilizadas para prever as futuras necessidades de financiamento e como os lucros 
futuros e os fluxos de caixa serão distribuídos entre aqueles que tem participação 
na entidade; também são úteis para ajudar a avaliar a probabilidade de que a 
entidade seja bem-sucedida no levantamento de financiamentos adicionais. As 
informações sobre a liquidez e solvência são úteis para prever a capacidade que a 
entidade tem de cumprir com seus compromissos financeiros nos respectivos 
vencimentos. 
 
 As informações sobre a posição patrimonial e financeira são principalmente 
fornecidas pelo balanço patrimonial; 
 As informações sobre o desempenho são basicamente fornecidas na 
demonstração do resultado. 
 
 As informações sobre as mutações na posição financeira usualmente 
refletem os elementos da demonstração do resultado e as alterações nos 
elementos do balanço patrimonial. 
 
ATIVO = PASSIVO EXIGÍVEL + PATRIMÔNIO LÍQUIDO 
 
ATIVO – é um recurso controlado pela entidade como resultado de eventos 
passados e do qual se espera que fluam futuros benefícios econômicos para a 
entidade. 
 Exemplo: dinheiro em caixa, dinheiro no banco, direitos a receber de 
clientes, estoque, bens permanentes, entre outros. 
 
PASSIVO EXIGÍVEL – é uma obrigação presente da entidade, derivadas de 
eventos passados, cuja liquidação se espera que resulte em saída de recursos da 
entidade capazes de gerar futuros benefícios econômicos futuros. 
 
PATRIMONIO LIQUIDO - é o valor residual dos ativos da entidade depois de 
deduzidos todos os seus passivos. 
6 
 
 
ENQUADRAMENTO DOS COMPONENTES PATRIMONIAIS 
 
 Ao definir se um item se enquadra no conceito de ativo, passivo ou 
patrimônio líquido, deve-se atentar para a sua essência a realidade econômica e 
não apenas sua forma legal. 
 O benefício econômico futuro embutido em um ativo corresponde ao seu 
potencial em contribuir, direta ou indiretamente, para o fluxo de caixa ou 
equivalentes de caixa da entidade. Tal potencial também pode ser produtivo, 
quando o recurso for parte integrante das atividades operacionais da entidade. 
Pode ainda ter a forma de conversibilidade em caixa, como no caso de um 
processo industrial alternativo que reduza os custos de produção. 
 Esses benefícios econômicos futuros de um ativo, segundo a Resolução 
CFC n° 1.374/11, podem fluir para a entidade de diversas maneiras. Por exemplo, 
um ativo pode ser: 
 
 Usado isoladamente ou em conjunto com outros ativos na produção de 
mercadorias e serviços a serem vendidos pela entidade: 
 Trocado por outros ativos; 
 Usado para liquidar um passivo; ou 
 Distribuídos aos proprietários da entidade. 
 
 Em relação ao passivo, uma característica essencial para a sua existência é 
que a entidade tenha uma obrigação presente. Uma obrigação é um dever ou 
responsabilidade de agir ou fazer de certa maneira. As obrigações podem ser 
legalmente exigíveis em consequência de um contrato ou de requisitos 
estatutários. Esse é normalmente o caso, por exemplo, das contas a pagar por 
mercadorias e serviços recebidos. Obrigações surgem também de práticas usuais 
de negócios, uso e costumes e o desejo de manter boas relações comerciais ou 
agir de maneira equitativa. 
 A extinção de uma obrigação presente pode ocorrer de diversas maneiras, 
por exemplo, por meio de: 
 
 Pagamento em dinheiro 
 Transferência de outros ativos; 
 Prestação de serviços; 
 Substituição da obrigação por outra; ou 
 Conversa da obrigação em capital. 
 Quanto ao enquadramento do patrimônio líquido, a Resolução CFC n° 
1.374/11 destaca que os recursos aportados pelos sócios, reservas resultantes de 
apropriações de lucros e reservas para manutenção do capital podem ser 
demonstrados separadamente. Tais classificações podem ser importantes para a 
tomada de decisão dos usuários das demonstrações contábeis quando indicarem 
restrições legais ou de outra natureza sobre a capacidade que a entidade tem de 
distribuir ou aplicar de outra forma os seus recursos patrimoniais. 
 
RECEITAS, DESPESAS E RESULTADO. 
 
RECEITAS – são aumentos nos benefícios econômicos durante o período contábil, 
sob a forma da entrada de recursos ou do aumento de ativos ou diminuição de 
7 
 
passivos, que resultem em aumentos do patrimônio liquido, e que não estejam 
relacionados com a contribuição dos detentores dos instrumentos patrimoniais. 
 Normalmente, nas entidades comerciais, as receitas decorrem da venda de 
mercadorias adquiridas para esse fim. 
 Nas entidades de prestação de serviços, as receitas são constituídas pela 
remuneração por serviços prestados. 
 Nas entidades industriais, a receita é decorrente da venda de produtos 
produzidos. 
 Obs.: a receita ocasiona o aumento no patrimônio líquido. 
 
DESPESAS – são decréscimos nos benefícios econômicos durante o período 
contábil, sob a forma da saída de recursos ou da redução de ativos ou assunção 
de passivos, que resultam em decréscimo do patrimônio líquido, e que não 
estejam relacionados com distribuições aos detentores dos instrumentos 
patrimoniais. 
 Exemplos: gastos com material de expediente, mão de obra, água, energia 
elétrica, entre outros. 
 
RESULTADO – representa a diferença entre as despesas e as receitas de um 
período determinado. É a variação aumentativa ou diminutiva, do patrimônio 
líquido, originada da atividade econômica da empresa, que sempre tem por 
objetivo o lucro, ou seja, o aumento de seu patrimônio. 
 
 Sendo assim: 
RECEITA > DESPESAS = LUCRO 
DESPESAS > RECEITA = PREJUÍZO 
 
 Ao final de cada período, as empresas apuram seu resultado, para 
identificar se houve lucro ou prejuízo. Esse resultado provoca reflexo direto no 
patrimônio liquido, sendo que, quando há lucro, a participação dos sócios 
aumenta; e quando há prejuízo, a participação diminui. Isso ocorre em função da 
interferência do resultado no patrimônio liquido, assim: 
 Os lucros aumentam o patrimônio líquido de uma empresa; 
 Os prejuízos diminuem o patrimônio líquido de uma empresa. 
 
REGISTRO CONTÁBIL 
 
 O registro contábil se processa por meio da escrituração contábil. Segundo 
o estabelecido na Resolução CFC 1.330/11, que aprovou a ITG 2000 – 
Escrituração Contábil, a escrituração contábil deve ser realizada com observância 
aos Princípios de Contabilidade, sendo que no nível de detalhamento da 
escrituração contábil deve estar alinhado ás necessidades de informação de seus 
usuários. 
 A escrituração contábil deriva de atos e fatos praticados no processo de 
gestão, assim torna-se importante identificar esses componentes: 
a) Atos administrativos: ―são os acontecimentos que ocorrem na empresa e 
que não provocam alterações no Patrimônio‖ Ex.: Assinatura de um contrato, 
admissão de um empregado, entre outros. 
b) Fatos contábeis: são de natureza econômica, pois são os acontecimentos 
que provocam alterações nos valores patrimoniais, podendo ou não alterar o 
patrimônio líquido. 
8 
 
 
Classificação dos fatos contábeis: 
 
 Fatos contábeis permutativos: são aqueles que geram modificações nos 
elementos que representam os bens, direitos e obrigações, sem altera a situação 
líquida. Exemplos: recebimento de uma duplicata, compra de mercadorias a prazo, 
compra de um veículo a vista, pagamento de duplicatas Etc. 
 Fatos contábeis modificativos: são os que provocam alterações no 
patrimônio das entidades modificandoa situação líquida. Podem ser aumentativos 
ou diminutivos. 
 Fato modificativo aumentativo: recebimento de uma receita; 
 Fato modificativo diminutivo: pagamento de impostos, salários, aluguel 
etc. 
 Fatos contábeis mistos: são os que conjugam a permutação de valores com 
modificação na situação líquida do patrimônio, podendo ser aumentativos ou 
diminutivos; 
 Fato misto aumentativo: venda de um bem com lucro, pagamento de uma 
dívida com desconto: 
 Fato misto diminutivo: venda de um bem com prejuízo, pagamento de uma 
dívida com juros. 
 
 Os fatos contábeis ocorrem durante um espaço de tempo no qual, ao seu 
final, apuram-se os seus resultados, que segundo Neves e Viceconti (1996) 
denominam-se exercício social; esse período pode coincidir, ou não, com o ano-
calendário, de acordo com o definido no estatuto ou no contrato social. O exercício 
social tem a duração de um ano. 
 
NOÇÕES DE DÉBITO E CRÉDITO – FUNCIONAMENTO DAS CONTAS. 
 
 As contas são movimentadas por meio de débitos e créditos nelas 
lançadas. Os débitos não significam ―dívidas, situação negativa ou desfavorável‖, e 
os créditos não significam ―direitos, situação positiva ou favorável‖, ou ainda, ―pode 
comprar a prazo em um estabelecimento comercial‖. 
 
Então o que significa débito e crédito sob o ponto de vista contábil? 
 
 
 Vimos que conta é o nome técnico que recebe cada um dos elementos 
componentes do patrimônio, bem como cada um dos elementos representativos 
das despesas e das receitas. Vimos também que a contabilidade exerce o controle 
do patrimônio e de suas variações, por meio das contas. 
 
 Isso ocorre da seguinte maneira: o contabilista cria nos registros contábeis 
um gráfico em forma de T para controlar cada elemento patrimonial ou de 
resultado. Cada gráfico será identificado na contabilidade pelo nome do elemento 
componente do patrimônio ou representativo de despesa ou de receita, como: 
Caixa, Móveis e Utensílios, Aluguéis Passivos etc. 
 Nesses gráficos, o contabilista controlará a movimentação de cada 
elemento, registrando seus aumentos (ingressos, entradas, compras) e suas 
diminuições (saídas, vendas). Para facilitar o entendimento, vamos pensar em uma 
conta que identifique um elemento representativo de bem material: a conta Caixa. 
9 
 
 
 Você sabe que a quantia de dinheiro existente no caixa aumenta pelas 
entradas de numerários e diminui pelas Saídas deles. Esse é o fundamento do 
controle de cada conta: aumento (entrada) e diminuição (saída). 
 Convencionou-se denominar o lado esquerdo do gráfico em T, utilizando 
para o controle das contas, de lado do débito: é o lado direito, de lado do crédito. 
 Estabeleceu-se, ainda, considerar as contas do Ativo e as contas de 
despesas como sendo de natureza devedora; e as contas do Passivo, bem como 
as contas de receitas, sendo de natureza credora. 
 
Resumindo: 
 Entradas de dinheiro no caixa = débitos da conta Caixa (lança-se no lado 
esquerdo do gráfico) 
 Saídas de dinheiro do caixa = créditos da conta Caixa (lança-se no lado 
direito do gráfico) 
 
 Finalmente, as palavras ―débito‖ e ―crédito‖ em contabilidade, considerando 
o enfoque do presente item, podem ser consideradas sinônimas de aumento e 
diminuição do saldo das contas. 
 No entanto, é preciso cautela: para as contas de natureza devedora, a 
palavra ―débito‖ representa aumento do saldo e a palavra ―crédito‖ representa 
diminuição do saldo; por outro lado, para as contas de natureza credora, o 
raciocínio é o inverso: ―débito‖ representa diminuição do saldo e ―crédito‖ 
representa aumento do saldo. 
 Para entender o mecanismo do débito e do crédito das contas é preciso, 
primeiramente, conhecer a natureza de cada conta. 
 
CONTAS PATRIMONIAIS 
Ativo Passivo 
Bens(+) Obrigações (-) 
Direitos (+) Patrimônio Líquido (+ou-) 
(Contas de natureza devedora) (Contas de natureza credora) 
 
CONTAS DE RESULTADO 
DESPESAS (-) RECEITAS (+) 
(Contas de natureza devedora) (Contas de natureza credora) 
 
O lado ESQUERDO de uma conta é chamado lado do DÉBITO 
O lado DIREITO esquerdo de uma conta é chamado lado do CRÉDITO 
Representação gráfica de um razonete em T 
Título da Conta 
10 
 
 
 
 A diferença entre o total de débitos e o total de créditos feitos em uma conta 
é denominada saldo. 
 Se o valor dos débitos for superior ao valor dos créditos, a conta terá um 
saldo devedor. 
 Se o valor dos créditos for superior ao valor dos débitos, a conta terá um 
saldo credor 
 
Lançamentos a Débito e a Crédito das Contas 
 
 A natureza da conta é que irá determinar o lado a ser utilizado para os 
aumentos e o lado para as diminuições. 
 
 Contas de ativo 
 Contas de passivo 
 Contas de patrimônio líquido 
 
CONTAS DO ATIVO 
 
 As contas de Ativo sempre devem apresentar saldos devedores. Para que 
uma conta de Ativo possua saldo devedor, é necessário que os aumentos e as 
diminuições sejam assim registrados: 
 
 
Contas de Ativo
DÉBITO CRÉDITO
Qualquer conta de ativo
$ Aumentos $ Diminuições
 
 
CONTAS DO PASSIVO 
 
LADO DO DÉBITO LADO DO CRÉDITO 
11 
 
 As contas de Passivo sempre devem apresentar saldos credores. Para que 
uma conta de Passivo possua saldo credor, é necessário que os aumentos e as 
diminuições sejam assim registrados: 
 
Contas de Passivo
DÉBITO CRÉDITO
Qualquer conta de passivo
$ Aumentos$ Diminuições
 
 
CONTAS DO PATRIMONIO LÍQUIDO 
 
 As contas de Patrimônio Líquido devem apresentar saldos credores. Para 
que uma conta de Patrimônio Líquido possua saldo credor, é necessário que os 
aumentos e as diminuições sejam assim registrados: 
 
 
Contas de Patrimônio Líquido
DÉBITO CRÉDITO
Qualquer conta de PL
$ Aumentos$ Diminuições
 
 
12 
 
Resumo do Mecanismo de Débito e Crédito
Contas Efetua-se um lançamento a:
Débito Crédito
de para para
Ativo Aumentar Diminuir
Passivo Diminuir Aumentar
Patrimônio Líquido Diminuir Aumentar
 
MMééttooddoo ddaass ppaarrttiiddaass ddoobbrraaddaass 
 
A essência do método é que o registro de qualquer operação implica que 
um débito numa ou mais contas deve corresponder um crédito equivalente em 
uma ou mais contas, de forma que a soma dos valores debitados seja sempre 
igual à soma dos valores creditados. 
 
―Não há débito(s) sem crédito(s) correspondente(s)‖ 
 
 
 
Exercício Complementar - N° 1 
 
1) Classifique as contas abaixo em: 
a) Na coluna ―A‖ - Patrimonial ou de Resultado 
b) Na coluna ―B‖ - Ativa, Passiva, Receita ou Despesa 
c) Na coluna ―C‖ – Natureza devedora e credora 
 
13 
 
 
2) Preencha o Balanço Patrimonial Abaixo utilizando as contas relacionadas 
observando a classificação correta de cada conta e dos grupos. 
 
Imóveis------------------------------ 100.000 
Computadores-----------------------10.000 
Móveis e Utensílios---------------5.000 
Veículos---------------------------- 14.000 
Caixa----------------------------------5.000 
Banco Conta Movimento-------63.000 
Estoques de Mercadorias-----50.000 
Clientes-----------------------------10.000 
Promissórias a Receber---------8.000 
CONTAS A B C 
Caixa 
Banco conta movimento 
Fornecedores 
Clientes 
Água a pagar 
Receita de Aluguel 
Despesas Bancárias 
Duplicatas a pagar 
Promissórias a pagar 
Despesas com Juros 
Capital Social 
Despesas com Aluguel 
Despesas c/ Café e lanches 
Marcas e Patentes 
Descontos Concedidos 
Lucros do exercício 
Estoques de Mercadorias 
Despesas com Salários 
Salários a pagar 
Aluguel a pagar 
Impostos a recolher 
Móveis e utensílios 
Receita de serviços 
Veículos 
14 
 
Fornecedores----------------------30.000 
Salários a Pagar-------------------28.000 
Impostos a Pagar-----------------40.000 
Duplicatas a Pagar----------------39.000 
Banco Conta Empréstimos----100.000 
Capital Social ----------------20.000 
Lucro ---------------------------8.000 
 
Balanço Patrimonial 
ATIVO CIRCULANTE PASSIVO CIRCULANTEATIVO NÃO CIRCULANTE PATRIMONIO LIQUIDO 
 
 
 
 
 
TOTAL ATIVO TOTAL PASIVO 
 
 
 
CONTAS 
 
 Conta, segundo Coelho, Siqueira e Lins (2008, p. 14-15) ―é o dado para 
identificar tudo o que a empresa compra, vende, recebe ou paga. È pelas contas 
que a empresa pode analisar de forma mais realista sua situação econômico-
financeira, conhecendo os valores de cada bem, direito e obrigação‖. 
 As contas são criadas à medida que se tenha necessidade de registrar 
fatos com elas relacionados, e são movimentadas toda vez que ocorrem outros 
fatos da mesma natureza. 
 
Classificação das Contas 
 
 Contas patrimoniais: são as que representam os elementos ativos e 
passivos que compõem o complexo patrimonial. 
 Contas de resultado: são as que registram as variações patrimoniais 
(despesas e receitas) e demonstram o resultado do exercício. 
 
PLANO DE CONTAS 
 
 Plano de contas é uma peça técnica contábil composta por um conjunto de 
normas e elenco de contas que se destinam a servir de modelo para os trabalhos 
de registro e demonstrações de fatos contábeis. 
15 
 
 Estabelece a conduta a ser adotada na escrituração, através da exposição 
das contas em seus títulos, funções, funcionamento, grupamentos, análises e 
derivações. O profissional deve ter pleno conhecimento das atividades da empresa 
para elaborar um plano de contas adequado. 
 
FINALIDADES 
 
 A principal finalidade do plano de contas é a de servir de meio de 
orientação na escrituração contábil, possibilitando sua padronização e protegendo 
a empresa contra os erros naturais motivados pela ausência de sistematização. 
Uma empresa que não possua um plano de contas adequado fatalmente dará 
lugar à abertura de contas indevidas, em duplicidade, com objetos confusos, com 
funções em plena colisão etc. 
 
CARACTERÍSTICAS 
 
Codificação do Plano de Contas 
 
 A implantação de um plano de contas inicia-se com a criação dos grupos 
principais, denominados contas de 1° grau, que deverão seguir a estrutura das 
demonstrações contábeis, visando facilitar sua compreensão. Diante disso, o plano 
de contas poderá ser codificado da seguinte maneira: 
 
 Unidade 1 para as contas do ativo; 
 Unidade 2 para as contas de passivo e patrimônio líquido; 
 Unidade 3 para as contas de receitas; 
 Unidade 4 para as contas de deduções das vendas; 
 Unidade 5 para todas as contas de custos e despesas 
 
 Em seguida, criam-se as contas de 2° grau, adicionando-se um segundo 
número que representa o grupo de contas do ativo e do passivo e assim 
sucessivamente. Desse modo, observando-se essa sistemática, obtém-se: 
 
1. ATIVO (1°Grau) 
1.1. Circulante (2°Grau) 
1.1.1. Disponível (3°Grau) 
1.1.1.001 Caixa (4°Grau) 
1.1.1.001.0001 Caixa Loja 01 (5°Grau) 
1.1.1.002 Bancos 
1.1.1.002.0001 Bradesco 
 
 Os códigos de contas, segundo Pereira et al. (2005, p.43), ―devem 
identificar o grupo de conta, o subgrupo, o grau de subordinação ou nível, a conta 
interna diária e a ordem ou posição no elenco de contas‖. Os níveis das contas 
podem ser sintéticos ou analíticos. 
 De acordo com Ribeiro (2010), o critério para definir a codificação fica a 
cargo do profissional da Contabilidade que definirá sua decisão com base no porte 
da empresa, bem como o grau de detalhamento das informações que se pretende 
obter. 
 Contudo, os códigos numéricos estruturados apresentados anteriormente 
possuem o inconveniente de serem grandes. Por isso, a fim de agilizar os registros 
16 
 
contábeis, os sistemas de contabilidades atuais possibilitam a criação de um 
código reduzido para as contas analíticas. 
 
LIVROS DE ESCRITURAÇÃO CONTÁBIL 
 
 Para Franco (1996, p. 57), a escrituração ―é o registro dos fatos contábeis, 
segundo os princípios e normas técnicas-contábeis, tendo em vista demonstrar a 
situação econômico-patrimonial da entidade e os resultados econômicos por ela 
obtidos em um exercício‖. A escrituração deve ser feita em ordem cronológica. 
 Segundo a Resolução CFC. 1.330/11, que aprovou a ITG 2000 – 
Escrituração contábil, a escrituração contábil deve ser executada: 
 
a) Em idioma e em moeda corrente nacionais; 
b) Em forma contábil; 
c) Em ordem cronológica de dia, mês e ano; 
d) Com ausência de espaços em branco, entrelinhas, borrões, rasuras ou 
emendas; e 
e) Com base em documentos de origem externa ou interna ou, na sua falta, 
em elementos que comprovem ou evidenciem fatos contábeis. 
 
Livros de escrituração 
 
 Muitos podem ser os livros utilizados pelas entidades; dependendo da 
forma jurídica e do porte eles podem variar; mas existem dois livros que são 
comuns a todas as entidades: o Livro-diário e o Livro-razão. 
 
LIVRO-DIÁRIO 
 
 De acordo com Hastings (2007), o diário é um livro básico de contabilidade, 
onde são registrados todos os eventos contábeis ocorridos na organização em 
cada dia. Nesse livro é que se podem obter informações completas dos registros 
contábeis de uma entidade, referentes a qualquer data específica. Em função 
disso, constitui a documentação a que se recorre como prova para os casos de 
auditoria, perícia ou simplesmente para comprovar a veracidade dos 
demonstrativos contábeis da entidade. 
 
 ―O livro-Diário deverá conter termos de abertura e de encerramento, e ser 
submetidos à autenticação no órgão competente do registro de comércio; quando 
se tratar de empresa civil, no Registro Civil de Pessoas Jurídicas ou no Cartório de 
registro de Títulos e Documentos‖. 
 A escrituração contábil no livro-diário deve ser lançada em ordem 
cronológica, com individualização, clareza e referência ao documento probante, 
todas as operações ocorridas, e quaisquer outros fatos que provoquem variações 
patrimoniais. 
 
LIVRO RAZÃO 
 
 Para Hastings (2007), o razão é um livro em que se efetuam todos os 
registros da ótica dos motivos, ou das razões de cada um; para isso, cada conta 
específica é individualizada, em que se lança todos os débitos e créditos 
17 
 
pertinentes à conta em questão referentes a um determinado período, podendo-se 
a qualquer momento apurar o saldo da conta para transcrição no balanço. 
 O controle das contas, didaticamente, conforme Coelho, Siqueira e Lins 
(2008), é feito por meio de razonetes ou das chamadas contas ―T‖. No modelo 
descrito a seguir, pode-se notar que do lado esquerdo são registrados os 
lançamentos a débito e, no lado direito, são transcritos os lançamentos a crédito. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 A Resolução CFC 1.330/11, que aprovou a ITG 2000 – Escrituração 
Contábil estabelece que os livros contábeis obrigatórios, entre eles o livro diário e 
o livro-razão, em forma não digital. Devem revestir-se formalidades extrínsecas, 
tais como; 
 
a) Serem encadernados; 
b) Terem suas folhas numeradas sequencialmente; 
c) Conterem termo de abertura e de encerramento assinados pelo titular ou 
representante legal da entidade e pelo profissional da Contabilidade regularmente 
habilitado no Conselho Regional de Contabilidade. 
 A mesma resolução, em relação aos mesmos livros, em forma digital, define 
as seguintes formalidades: 
 
a) Serem assinados digitalmente pela entidade e pelo profissional da 
contabilidade regularmente habilitado; 
b) Serem autenticados no registro público competente. 
 
DEMAIS LIVROS DE ESCRITURAÇÃO 
 
 Pereira et al. (2005) informam que entre os livros que uma organização 
deve manter, além dos contábeis já citados, existem os societários e os fiscais, 
sendo alguns obrigatórios e outros facultativos. 
 
 Os principais livros societários são; 
 
 Registro de ações nominativas; 
 Transferências de ações nominativas; 
 Registro de partes beneficiárias nominativas e de transferências; 
 Atas de assembleias gerais; 
 Presença de acionistas; 
 Atas de reuniões do conselho de administração e da diretoria; 
 Atas e pareceres do conselho fiscal. 
 
 Os principais livros fiscais são: 
 Registro de entradas; 
 Registro de saídas; 
 Registro deapuração do ICMS; 
Registro dos 
Créditos 
Registro dos 
Débitos 
Nome da conta 
18 
 
 Registro de apuração do IPI; 
 Registro de inventário; 
 Registro de controle de produção e estoque; 
 Livro de apuração do lucro real. 
 
MÉTODO DE ESCRITURAÇÃO 
 
 O método de escrituração adotado é o das partidas dobradas, que, segundo 
Coelho, Siqueira e Lins (2008), é certamente a principal contribuição do monge 
italiano Luca Pacioli à Ciência Contábil. Esse método baseia-se em lançamentos 
contábeis que têm por princípio que não há devedor sem credor e vice-versa, 
correspondendo a cada débito um crédito de igual valor. 
 
LANÇAMENTOS 
 
 São o registro de um fato contábil. Esse registro, pelo método das partidas 
dobradas, é feito em ordem cronológica e obedecendo a determinada disposição 
técnica. O método das partidas dobradas exige o aparecimento do devedor e do 
credor, aos quais se seguem o histórico do fato ocorrido e a importância em 
dinheiro. 
 A Resolução CFC 1.330/11, que aprovou a ITG 2000 – Escrituração 
Contábil, define o descrito no parágrafo anterior, determinando que a escrituração 
em forma contábil ocorre por meio de lançamentos que devem conter, no mínimo: 
a) Data do registro contábil, ou seja, a data em que o fato contábil ocorreu; 
b) Conta devedora; 
c) Conta credora; 
d) Histórico que represente a essência econômica da transação ou o código 
de histórico padronizado, nesse caso baseado em tabela auxiliar inclusa em livro 
próprio. 
e) Valor do registro contábil; 
f) Informação que permita identificar, de forma unívoca, todos os registros que 
integram um mesmo lançamento contábil; Ex. número do lançamento. 
 
COMO CONTABILIZAR OS FATOS DA FASE DE CONSTITUIÇÃO DAS 
EMPRESAS 
 
 Vimos que, para se constituir uma empresa, é necessário inicialmente que se 
tenha um Capital. Vimos, também, que esse Capital pode ser em dinheiro ou, 
ainda, em outros bens e direitos. 
Na fase de constituição de uma empresa, podemos considerar dois momentos: 
a) Constituição do Capital — momento em que o proprietário providencia o 
registro da empresa nos órgãos competentes, visando dotá-la de 
personalidade jurídica; 
b) Realização ou integralização do Capital — momento em que o 
proprietário entrega para a empresa, como pagamento do Capital que 
constituiu dinheiro ou vários bens e direitos. 
 Neste item, você aprenderá a contabilizar a constituição e a realização do Capital 
das empresas individuais. 
 Empresa individual é aquela constituída por uma só pessoa física, que a 
representa e responde ilimitadamente pelos atos por ela praticados em nome da 
empresa. 
19 
 
 
Capital realizado em dinheiro 
 
Em 2 de maio de x1, José Paulo constituiu uma firma individual para explorar o 
comércio de instrumentos musicais, situada na Rua Bento Monteiro, n.º 147, nesta 
cidade, efetuando registro na Junta Comercial do Estado sob n.º 978, em sessão 
de 08/05/x1. Seu Capital é de R$ 50.000, realizado em dinheiro no ato da 
constituição. 
 
Esquema para contabilização: 
 
Observações: 
 
 A conta Caixa será debitada, pois é uma conta do Ativo que representa o valor do 
Capital recebido pela empresa de seu proprietário. Logo, esse valor, sendo 
recebido, acarreta aumento no Ativo. 
 A conta Capital será creditada, pois é uma conta do grupo Patrimônio Líquido, 
que fica do lado Passivo e representa, neste caso, a Situação Líquida inicial 
positiva, motivo pelo qual acarreta aumento no lado do Passivo. 
 
Capital realizado em Bens e Direitos 
 
Em 10 de abril de x1, Maria Rita de Souza constituiu uma empresa individual para 
explorar o comércio de brinquedos, situada à Rua Bernardio Querido, n.º 4.391, 
nesta cidade, conforme registro na Junta Comercial do Estado sob n.º 1.510, em 
sessão de 15/04/x1, com Capital no valor de R$20.000, realizado no ato da 
constituição pelos seguintes Bens e Direitos: 
 em dinheiro: R$ 9.000; 
 diversos móveis, conforme relação, avaliados em R$ 6.000; 
 duas Notas Promissórias emitidas a seu favor por Natanael dos Santos: R$5.000. 
 
Esquema para contabilização: 
 
 
 
ELEMENTOS CONTAS D/C 
Dinheiro Caixa D 
Capital Capital C 
ELEMENTOS CONTAS D/C 
Dinheiro Caixa D 
Móveis Móveis e Utensílios D 
Notas Promissórias Promissórias a Receber D 
Capital Capital C 
20 
 
Observações: 
 Neste lançamento, três contas serão debitadas — Caixa, Móveis e Utensílios e 
Promissórias a Receber —, pois todas são Contas do Ativo e representam os Bens 
e os Direitos recebidos pela empresa de sua proprietária, para realização do 
Capital. 
 A conta Capital, como ocorrerá em todos os lançamentos de constituição da 
empresa, será creditada pelas mesmas razões já explicadas no caso anterior. 
 
Nos dois casos estudados, a realização do Capital foi feita no momento da 
constituição da empresa. Entretanto, a entrega (realização ou integralização) para 
a empresa dos elementos que compõem o Capital, por seu proprietário ou pelos 
sócios (quando se tratar de sociedade), pode ser feita parceladamente, como 
veremos a seguir. 
 
COMO ELABORAR O LANÇAMENTO 
 
1º) Passo: identificar o local e a data da ocorrência do fato. 
2º) Passo: identificar que documento foi emitido para comprovar a operação. 
3º) Passo: identificar, no fato, os elementos envolvidos. 
4º) Passo: identificar as contas que serão utilizadas para registrar os elementos 
envolvidos no fato. 
5º) Passo: identificar que conta será debitada e que conta será creditada. 
6º) Passo: preparar o histórico do lançamento. 
7º) Passo: elaborar o lançamento no livro-diário. 
 
Exemplos de Lançamentos 
Compra à vista ( em dinheiro ) de uma máquina de escrever, marca Mantiqueira, 
conforme Nota Fiscal n.º 8.831, da Maquinolândia Ltda., na valor de R$ 1.000. 
Observe que todo lançamento deve ter os seguintes elementos essenciais. 
 
. Data da ocorrência do fato; 
. conta a ser debitada; 
. conta ser creditada; 
. histórico; 
. valor. 
 
Para elaborar um lançamento, você deve seguir os seguintes passos: 
1º) Verificar o local e a data da ocorrência do fato. 
No caso do nosso exemplo, considere a sua cidade e a data de hoje. 
 
2º) Verificar que documento foi emitido na operação. 
Se não houver documento idôneo que comprove a ocorrência do fato, este não 
poderá ser contabilizado. 
No nosso exemplo, o documento emitido foi a Nota Fiscal n.º 8.931. 
 
3º) Todo fato administrativo, objeto de escrituração, envolve, no mínimo, dois 
elementos patrimoniais ou de resultado. Então, este passo consiste em identificar 
quais são esses elementos envolvidos na operação. 
Relendo o exemplo, notamos o seguinte: 
. compra à vista de uma máquina de escrever... 
1º elemento: compra à vista; significa que movimentamos dinheiro. Logo, o 
21 
 
 1º elemento é dinheiro. 
2º elemento: uma máquina de escrever. Logo, o 2º elemento é máquina. 
 
4º) Verificar no Plano de Contas que conta deveremos utilizar para registrar 
cada um dos elementos identificados no 3º passo. 
Temos: 
Dinheiro será registrado na conta Caixa. 
Máquina será registrada na conta Móveis e Utensílios. 
 
5º) Preparar o histórico do problema. 
O histórico consiste em relatar o fato. Este relato deve conter apenas dados 
necessários para o bom esclarecimento do evento. Nunca se deve esquecer de 
identificar a espécie e o número do documento comprobatório, a coisa 
transacionada, bem como o nome da empresa com quem se transaciona. 
Logo: 
Compra de uma máquina de escrever, marca Mantiqueira, conforme Nota Fiscal 
n.º 8.931, da Maquinolândia Ltda. 
 
6º) Identificar que conta será debitada e que conta será creditada. 
O que é a conta a ser debitada e a conta ser creditada? 
Observe que todo fato que ocorre na empresa ocorre em forma de troca. 
Vamos tomar, por exemplo, a compra à vista da máquina de escrever em questão. 
A empresa recebe a máquina e dá em troca o dinheiro. 
Daí, podemos concluir, nesta fase de aprendizagem, que em todo evento ocorrido 
na empresa envolvendo elementos materiais existe pelo menosum elemento que 
entra para a empresa, podendo acarretar aumento nos elementos patrimoniais. E, 
existe, também, pelo menos um elemento que sai em troca do que entrou, 
podendo acarretar diminuição entre os elementos patrimoniais. 
Sendo assim, todo fato administrativo objeto de contabilização pode aumentar e/ou 
diminuir os elementos do Ativo, do Passivo e do Patrimônio Líquido, conforme 
estudamos anteriormente – Atos e fatos administrativos. 
Para identificar mais facilmente a conta a ser debitada e a conta a ser creditada, 
observe o quadra a seguir: 
 
QUADRO AUXILIAR DA ESCRITURAÇÃO 
I. Para elementos Patrimoniais: 
a. Toda vez que aumentar o Ativo, DEBITAR a respectiva conta. 
b. Toda vez que diminuir o Ativo, CREDITAR a respectiva conta. 
c. Toda vez que aumentar o Passivo, CREDITAR a respectiva conta. 
d. Toda vez que diminuir o Passivo, DEBITAR a respectiva conta. 
e. Toda vez que ocorrer uma Despesa, DEBITAR a respectiva conta. 
f. Toda vez que se realizar uma Receita, CREDITAR a respectiva conta. 
II. Para elementos de Resultado: 
22 
 
NOTAS: 
 As Contas de Despesas só serão creditadas para estorno ou encerramento de 
exercício. 
 As Contas de Receitas só serão debitadas para estorno ou encerramento de 
exercício. 
 
Continuando o raciocínio do nosso primeiro exemplo de lançamento, vamos, 
agora, identificar a conta a ser debitada: a conta Móveis e Utensílios, porque 
uma máquina está entrando para o Patrimônio da empresa. Sendo a máquina 
registrada em Conta do Ativo (Móveis e Utensílios), isso acarreta aumento do Ativo 
e a letra a do quadro auxiliar da escrituração diz: toda vez que aumentar o Ativo, 
DEBITAR a respectiva conta. E a respectiva conta que, no caso, está 
acarretando aumento no Ativo é a conta Móveis e Utensílios. 
Vamos, agora, identificar a conta a ser creditada: é a conta Caixa, porque está 
saindo dinheiro da empresa. Logo, diminuirá o Ativo, e a letra b do quadro auxiliar 
da escrituração diz: toda vez que diminuir o Ativo, CREDITAR a respectiva 
conta. A respectiva conta que, no caso, está acarretando diminuição para o Ativo 
é a conta Caixa. 
 
4.3. Fórmulas de lançamentos 
No exemplo de lançamento apresentado no item 4.2 tivemos apenas uma conta 
debitada e uma conta creditada. Porém, um mesmo lançamento poderá conter 
mais de uma conta debitada ou mais de uma conta creditada. Daí a existência de 
quatro fórmulas de lançamentos: 
 
1ª FÓRMULA: quando aparecem no lançamento uma conta debitada e uma 
conta creditada. 
 
Exemplo: 
Compra de uma casa, à vista, do Sr. Plínio de Almeida, situada na Av. Nove de 
Julho, n.º 1.001, nesta cidade, conforme escritura passada no 5º Tabelião, no valor 
de R$ 200.000. 
Para resolver esse lançamento, vamos seguir todos os passos contidos no item 
1º) Local e data: considerar a sua cidade e a data de hoje. 
2º) Documento emitido: escritura passada no 5º Tabelião. 
3º) Elementos envolvidos: casa e dinheiro. 
4º) Contas a utilizar: Imóveis e Caixa. 
5º) Preparar o histórico: utilizaremos todo o problema. 
6º) Identificar qual das contas será debitada e qual será creditada: 
 Debitada: conta Imóveis, pois estamos comprando uma casa, a qual aumentará 
o nosso Ativo (letra a do quadro auxiliar da escrituração). 
 Creditada: conta Caixa, pois, se estamos pagando em dinheiro, o nosso Ativo 
diminuirá pela saída dessa importância da conta Caixa (letra b do quadro auxiliar 
da escrituração). 
 
2ª FÓRMULA: quando aparecem no lançamento uma conta debitada e mais 
de uma conta creditada. 
Exemplo: 
Compra de uma bicicleta, marca Lunar, da Casa Estrela, conforme Nota Fiscal n.º 
5.390, no valor de R$ 800, nas seguintes condições: 
a) Pagamento, no ato, de R$ 300, em dinheiro, como entrada; 
23 
 
b) O restante será pago após 30 dias, conforme aceite da Duplicata n.º 0001. 
 
Para resolver este lançamento, vamos novamente seguir os passos contidos no 
item 4.2: 
1º) Local e data: considerar a sua cidade e a data de hoje. 
2º) Documentos: Nota Fiscal n.º 5.390 e Duplicata n.º 0001. 
3º) Elementos envolvidos: 
Bicicleta 
Dinheiro 
Duplicata 
 
4º) Contas a utilizar: 
Bicicleta — conta Veículos 
Dinheiro — conta Caixa 
Duplicata — se estamos comprando a prazo, aceitando a Duplicata, 
evidentemente estamos criando Obrigação para pagar esta Duplicata após 30 
dias. Nesse caso, a conta será Duplicatas a Pagar. 
 
5º) Preparar o histórico: veja no lançamento efetuado no 7º passo. 
 
6º) Identificar qual conta será debitada e qual será creditada: 
Observe que, neste caso, estão envolvidos três elementos: bicicleta, dinheiro e 
Duplicata. Vamos analisar cada um, conforme o quadro auxiliar da escrituração: 
 conta Veículos: será debitada, pois, se estamos comprando um veículo, este 
entrará para o Patrimônio da nossa empresa, aumentando, assim, o Ativo. 
Aplicaremos para esta conta a letra a do quadro auxiliar da escrituração. 
 conta Caixa: será creditada, pois, se estamos pagando parte da compra em 
dinheiro, esta importância sai do nosso Patrimônio, provocando diminuição no 
Ativo. Logo, aplicaremos a letra b do quadro auxiliar da escrituração. 
 conta Duplicatas a Pagar: será creditada, pois, se estamos criando uma 
Obrigação para pagar em 30 dias, ela aumentará o nosso Passivo. 
Assim, temos: 
Veículos = conta a ser debitada 
Caixa = conta a ser creditada 
Duplicatas a Pagar = conta a ser creditada 
 
3ª FÓRMULA: quando aparecem no lançamento mais de uma conta debitada 
e apenas uma conta creditada. 
 
Exemplo: 
Venda de uma máquina de escrever a Vicente Leite, conforme Nota Fiscal n.º 
0118, por R$ 500, nas seguintes condições: 
a) recebimento de R$ 100, em dinheiro como entrada; 
b) recebimento do restante em 4 pagamentos, conforme Duplicatas n.º 118/01 
a 118/04, no valor de R$ 100 cada. 
 
Vamos, agora, resolver o problema: 
1º) Local e data: considerar a sua cidade e a data de hoje. 
 
2º) Documentos: Nota Fiscal n.º 0118 e Duplicatas n.º 118/01 a 118/04. 
 
24 
 
3º) Elementos envolvidos: 
Máquina 
Dinheiro 
Duplicatas 
 
4º) Contas a utilizar: 
Móveis e Utensílios 
Caixa 
Duplicatas a Receber, pois estamos vendendo a prazo. Logo, teremos o Direito de 
receber o valor correspondente à venda. 
 
5º) Preparar o histórico: veja no lançamento efetuado. 
 
6º) Contas a ser debitadas e/ou creditadas: 
 conta Móveis e Utensílios: note que estamos vendendo uma máquina. Logo o 
nosso Patrimônio ficará diminuído pela saída deste bem. Assim, a conta Móveis e 
Utensílios será creditada (letra b do quadro auxiliar da escrituração). 
 
 conta Caixa: estamos recebendo R$100 de entrada, o que aumentará o Ativo. 
Logo, a conta Caixa será debitada (letra a do quadro auxiliar da escrituração). 
 
 conta Duplicatas a Receber: se parte do valor da venda será recebida 
futuramente, significa que temos Direito com o nosso cliente, Sr. Vicente Leite. 
Assim, o Direito registrado na conta Duplicatas a Receber aumentará o Ativo do 
Patrimônio. Portanto, a conta Duplicatas a Receber será debitada. 
 
 Temos, então: 
Caixa = conta a ser debitada 
Duplicatas a Receber = conta a ser debitada 
Móveis e Utensílios = conta a ser creditada. 
 
 
 
Exercício Complementar - N° 2 
 
Faça os lançamentos, em forma de diário e razão ―razonetes‖: 
 
a) No dia 01/12/2014 a empresa Araguaia & Cia Ltda., integralizou o capital no 
valor de R$ 25.000,00; 
 
b) Comprou com dinheiro do caixa, no dia 01/12/2014, R$ 5.000,00 de móveis 
e R$ 4.000,00 de equipamentos para estruturar a Cia; 
 
c) No dia 08/12/2014 foi depositada a importância de R$ 7.000,00 no banco. 
 
d) No dia 09/12/2014 a empresa prestou serviços para recebimento no dia 
22/12/2014 no valor de R$ 6.000,00, com emissão de nossa NF 01; 
 
e) Recebida no dia 23 de dezembro de 2014 a N/NF001 com acréscimo de 
juros no valor de R$ 50,00 devido ao atraso na sua liquidação; 
25 
 
 
f) No dia 30 de dezembro de 2014, pagamento da conta de energia elétrica do 
mês de dezembro, no valor de R$ 250,00 e apropriação da conta de águado mês de dezembro a ser paga no mês de janeiro de 2015, valor de R$ 
80,00. 
 
g) No dia 31/12/2014 efetuou o pagamento com o cheque n° 0001, referente a 
despesas de aluguel do mês de Dezembro de 2014, conforme recibo n° 
001, no valor de R$ 500,00; 
 
 
BALANCETE 
 
1. BALANCETE 
1.1. Conceito 
 
A soma dos saldos devedores deve ser igual à soma dos saldos credores. 
 
1.2. Modelo de Balancete 
 
Vamos supor os seguintes eventos, ocorridos em uma empresa 
individual: 
1. Investimento inicial, em dinheiro: R$ 50.000. 
2. Compra de móveis para uso, em dinheiro: R$ 15.000. 
3. Compra de mercadorias, em dinheiro: R$ 10.000. 
4. Venda de mercadorias, em dinheiro: R$ 5.000. 
 
 Apenas para facilitar nossa explicação, estamos registrando o 
movimento de mercadorias na conta mista Mercadorias. 
 
O Balancete de Verificação ficará assim: 
 
Balancete é uma relação de contas extraídas do livro Razão, com seus saldos devedores e 
credores. 
 
N.º 
CONTAS MOVIMENTO SALDO 
DÉBITO CRÉDITO CREDOR DEVEDOR 
 
 
 
 
 
 
 
 
TOTAIS 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
N.º 
 
CONTAS 
MOVIMENTO SALDO 
DÉBITO CRÉDITO CREDOR DEVEDOR 
Caixa 
 
 
 
1 55.000 25.000 30.000 — 
Mercadorias 
 
 
 
2 10.000 5.000 5.000 — 
Móveis e Utensílios 
 
 
3 15.000 — 15.000 — 
Capital 
 
4 — 50.000 — 50.000 
TOTAIS 80.000 80.000 50.000 50.000 
26 
 
 
Existem vários tipos de Balancete: com duas, quatro, seis ou oito colunas. 
O Balancete que apresentamos compõe-se de quatro colunas: 
 
 
As quatro colunas estão dispostas em dois blocos: 
 Um destina-se a registrar o movimento ocorrido em cada conta. Este 
bloco divide-se, por sua vez, em débito e crédito. A coluna do débito 
corresponde à soma dos débitos da respectiva conta no livro Razão, e a coluna 
do crédito corresponde à soma dos créditos da respectiva conta no livro Razão. 
Observe a conta Caixa no Balancete levando anteriormente. No débito do 
bloco movimento do Balancete há R$55.000, cujo valor foi extraído da soma do 
débito da respectiva conta Caixa no livro Razão. Veja que no Razão a soma do 
Caixa é de R$ 55.000 no débito, valor este transportado para o Balancete. O 
mesmo ocorreu com o crédito. Da mesma forma foi feito com as demais contas: 
Capital, Móveis e Utensílios e Mercadorias. 
Note que a soma do débito do bloco movimento tem que ser igual à soma 
do crédito do mesmo bloco, em função do princípio fundamental do método das 
partidas dobradas. 
Lembre-se de que, no livro Diário, em cada lançamento estão envolvidas 
pelo menos duas contas e apenas um valor para cada débito e o crédito. Porém, o 
mesmo valor é considerado para as duas contas, uma no débito e outra no crédito 
Sendo assim, sempre que relacionamos todas as contas utilizadas em uma 
escrituração, pelo método das partidas dobradas, a soma dos débitos é igual à 
soma dos créditos. 
 O outro bloco do Balancete destina-se a registrar o saldo das 
contas; divide-se, também, em duas colunas: uma para o saldo devedor e outra 
para o saldo credor. 
O saldo de uma conta é igual à diferença entre a soma do débito e a soma 
do crédito da referida conta. O saldo será de natureza devedora (débito) quando o 
total dos débitos for maior que o total dos créditos. Caso contrário, será de 
natureza credora (crédito). 
Veja novamente a conta Caixa do nosso exemplo: no bloco movimento, 
na coluna débito há R$ 55.000 e na coluna do crédito há R$ 25.000. Logo: 
A diferença de R$ 30.000 é o saldo da conta. Como o débito é R$ 30.000 
maior que o crédito, dizemos que o saldo é devedor; por isso, o colocamos no 
bloco saldo, na coluna do débito. O mesmo procedimento foi feito com as demais 
MOVIMENTO SALDO 
DÉBITO CRÉDITO CREDOR DEVEDOR 
    
Débito = 55.000 
Crédito = 25.000 
Saldo = 30.000 
menos 
27 
 
contas. Note que a soma dos saldos devedores também tem que ser igual à soma 
dos saldos credores. 
 
Veja, a seguir, um modelo de Balancete com seis colunas: 
 
 
As colunas 1 e 2 destinam-se aos saldos das contas existentes antes do 
movimento do período. 
As colunas 3 e 4 destinam ao registro do movimento do período. 
As colunas 5 e 6 destinam-se aos saldos atualizados (saldo anterior, 
modificado pelo movimento do período). 
 
Exercício Complementar - N° 2.1 
 Elaborar balancete de verificação 
 
OPERAÇÕES COM MERCADORIA 
 
 São os objetos negociados pelas empresas comerciais e são controlados 
normalmente pela conta estoque de mercadorias. 
 Os estoques compreendem bens destinados à venda ou que serão 
utilizados no processo de produção de produtos, tais como: 
 
a) Mercadorias destinadas a venda. 
b) Produtos acabados destinados à venda 
c) Produtos em processo de elaboração. 
d) Matérias – Primas destinadas à produção de produtos. 
e) Materiais destinados à produção de produtos. 
 
 A NBC –TG 16 (R1) Estoques define estoques como sendo os ativos 
mantidos para venda no curso normal dos negócios, em processo de produção 
para venda ou na forma de materiais ou suprimentos a serem consumidos ou 
transformados no processo de produção ou na prestação de serviços. 
 Os estoques são contabilizados pelos valores de custos de aquisição e de 
custos de transformação, que representam geralmente: 
 
 Mercadorias destinadas à venda – preço de compra do fornecedor, custos 
de seguro, custos de frete e tributos não recuperáveis. 
 Produtos acabados destinados à venda – custos das matérias – primas, dos 
materiais, da mão de obra e dos gastos gerais de fabricação aplicados na 
produção odo produto. 
 Matérias primas destinadas à produção de produtos – preços de compra do 
fornecedor, custos de seguro, custos de frete e tributos não recuperáveis. 
 
SALDO 
CREDOR DEVEDOR 
  
 
N.º 
 
CONTAS 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
MOVIMENTO 
DÉBITO 
CRÉDITO 
  
MOVIMENTO 
DÉBITO 
CRÉDITO 
  
28 
 
Sistemas de controle do estoque 
 
Sistema de Inventário Periódico – as empresas passam a elaborar o inventário 
físico das mercadorias existentes em estoque somente no final de um período. 
 
Sistema de Inventário Permanente – consiste em controlar permanentemente o 
estoque de mercadorias efetuando as respectivas anotações a cada compra, 
venda ou devolução. 
 
Fatos que alteram os valores das compras 
 
 Devolução de Compras ou abatimentos sobre Compras - Se as 
mercadorias não correspondem ao pedido ou não atendem as expectativas, a 
empresa poderá devolver parte ou o total do lote, ou ganhar do fornecedor um 
abatimento sobre o preço da compra. 
 
 Fretes e Seguros sobre Compras; - Pela característica dessa metodologia, 
não cabe a contabilização dos gastos com fretes e seguros sobre compras em 
conta distinta. 
 
Fatos que alteram o valor da venda 
 
 Vendas Anuladas ou Devoluções de Vendas 
 Abatimentos sobre Vendas 
 Descontos Incondicionais Concedidos 
 Outras informações importantes 
 Descontos Comerciais – ocorrem no momento da compra ou da venda e 
são destacados na NF. 
 Descontos Financeiros – ocorrem no momento da liquidação de uma dívida 
ou do recebimento de um direito. 
 
Impostos recuperáveis na aquisição de estoques 
 
 Os custos dos estoques não incluem impostos recuperáveis. Os impostos 
recuperáveis representam geralmente IPI, ICMS, PIS e COFINS. Os impostos 
recuperáveis são debitados no ativo e usualmente são compensados com 
impostos que são devidos nas vendas das mercadorias e produtos acabados. 
 
EXEMPLOS: 
 Em 01/06/20x3 – a Entidade comprou a vista 100 mercadorias por R$ 
50.000, com impostos recuperáveis de 7.500. 
 Em 15/06/20x3 – essas mercadorias foram integramente vendidas a vista 
por R$ 95.000, com impostos sobre vendas devidos de R$ 14.250. 
 
CONTAS/HISTÓRICO DÉBITO CRÉDITO 
Estoques (ativo circulante) 42.500, 
Impostos a recuperar (ativo circulante) 7.500, 
Caixa/Banco (ativo circulante 50.000, 
Registro da compra de mercadorias conf. NF 
0000 
 
29 
 
 
Caixa/Banco (conta do ativo) 95.000, 
Receita comvendas (conta de resultado) 95.000, 
Registro da venda de mercadoria a vista conf. 
NF 
 
 
Despesas de imp. sobre a venda (Conta de 
Resultado) 
14.250, 
Impostos a pagar (Conta do Passivo) 14.250, 
Pelo registro dos impostos que incidiram sobre 
a venda 
 
 
 Para encontrar o custo da mercadoria vendida e o resultado com 
mercadoria utiliza-se as formulas abaixo: 
 
CMV = EI+(Compra Mercadoria +Fretes, Seguros –Devolução de Compras -
Abatimento Compras – Descontos obtidos) – EF 
 
RCM = (Vendas -Vendas Anuladas –Abatimentos Vendas –Descontos 
Incondicionais Concedidos -ICMS-PIS-Cofins)-CMV 
 
Critérios de valorização do estoque 
 
 As metodologias de valorização dos estoques são as seguintes: 
 Custo médio ponderado – o custo de cada item é determinado a partir da 
média ponderada do custo de itens semelhantes no começo de um período e do 
custo e do custos dos mesmo itens comprados ou produzidos durante o período. 
 PEPS - (primeiro a entrar é o primeiro a sair) – essa metodologia 
pressupõe que os itens de estoque que foram comprados ou produzidos primeiro 
sejam vendidos em primeiro lugar e, consequentemente, os itens que 
permanecerem em estoque no fim do período sejam os mais recentemente 
comprados ou produzidos. 
 
Exercício Complementar - N° 3 
 
a) A empresa LT comércio de sapatos iniciou suas atividades no dia 01 
dezembro de 2013 com um capital de R$ 150.000,00, totalmente 
integralizado em dinheiro. 
b) Os sócios compraram móveis para estruturar a loja no valor de R$ 
20.000,00 a vista no dia 02 de dezembro conforme NF 230. 
c) Comprou no dia 3 de dezembro, com prazo de 60 dias para pagamento 
10.000 pares de sapato, para ser revendido. O total da compra foi de R$ 
350.000,00 e o ICMS destacado na nota foi de R$ 35.000,00, conforme NF 
100. 
d) Pagou despesas com manutenção da loja no valor de R$ 1.500,00, no dia 
05 de dezembro. 
e) Pagou com dinheiro a conta de energia no valor de R$ 500,00 no dia 10 de 
dezembro. 
f) Vendeu no dia 15 de dezembro, conforme NF 002, com prazo de 30 dias, 
50% do estoque de sapato. O total da nota fiscal de venda foi de R$ 
400.000,00 e foi destacado na nota o ICMS sobre a venda no valor de R$ 
30 
 
68.000,00. O PIS e COFINS sobre a venda foi de R$ 2.600,00 e R$ 
12.000,00 respectivamente. 
 
Pede –se: 
 
 Efetuar os lançamentos contábeis 
 Apurar o RCM e o ARE 
 
DEVOLUÇÃO DE VENDAS 
 
Ocorrendo a devolução de venda, o valor correspondente a essa devolução deverá 
ser contabilizado em conta própria, como redutora da receita bruta das vendas. 
 
Exemplo: 
 
Empresa recebe a seguinte devolução mercadorias de cliente: 
 
Valor das mercadorias (100 unidades x R$ 30,00) R$ 30.000,00 
Valor Total da Nota Fiscal: R$ 30.000,00 
Valor do ICMS destacado: R$ 5.100,00 
O custo das mercadorias vendidas relativas ao lote devolvido é de R$ 22.000,00 
 
1) Lançamento contábil das mercadorias recebidas em devolução: recebimento / 
receita 
 
D – Devoluções de Vendas (Resultado) R$ 30.000,00 conta redutora da receita 
DRE 
C - Duplicatas a Receber (Ativo Circulante) R$ 30.000,00 
 
2) Contabilização do ICMS: 
 
D - ICMS a Recuperar (Ativo Circulante) OBSERVAÇÃO 
C - ICMS sobre Vendas (Resultado) (Redutora) 
 R$ 5.100,00 
 
3) Reversão do custo das mercadorias apropriado ao resultado: 
 
D - Estoques (Ativo Circulante) 
C - Custo das Mercadorias Vendidas (Resultado)- R$ 22.000,00 
 
 PLANO DE CONTAS 
 
RECEITA 
RECEITA COM VENDAS DE MERCADORIA 
 
(-)DEDUÇÕES 
DEVOLUÇÃO DE VENDA 
ICMS SOBRE VENDAS 
(-) ICMS SOBRE DEVOLUÇÃO DE VENDA 
 
DEVOLUÇÃO DE COMPRA 
31 
 
 
Exemplo: 
 
Empresa compra a mercadoria abaixo: 
 
Valor das mercadorias (200 unidades x R$ 30,00) R$ 60.000,00 
Valor Total da Nota Fiscal: R$ 60.000,00 
Valor do ICMS destacado: R$ 6.000,00 ICMS A RECUPERAR 
 
REGISTRO DA COMPRA: 
 
D – ESTOQUE DE MERCADORIA - 54.000,00 
D- ICMS A RECUPERAR ------------- 6.000,00 entrada 
C – FORNECEDOR -------------------- 60.000,00 CAIXA/BANCO 
 
 DEVOLUÇÃO DA COMPRA saida 
A empresa devolveu toda mercadoria adquirida registro da devolução; 
D – FORNECEDOR ---------------------- 60.000,00 
C – ESTOQUE DE MERCADORIA - 54.000,00 
C - ICMS A RECOLHER ------------- 6.000,00 observação 
 
EXERCICIO: 
 
• Uma empresa comprou no 01.06.2014 4.000 unidades à prazo de uma 
mercadoria com preço unitário de R$ 90,00 e incidência de ICMS de 10% na 
compra. 360.000 
 
 
• No dia 05.06.2014 devolveu 500 unidades. 
 
 
• Em 07.06.2014, vendeu 3.000 unidades a prazo, por R$ 325.000,00, com 
alíquota de ICMS de 17%. 
 
 
• O cliente, no dia 11.06.2014, devolveu 10% da compra. 
 
a) Registre essas transações; RAZONETES. 
 
 
 
Exercício Complementar - N° 4 
 
a) A empresa Silva comércio de sapatos iniciou sua atividades no dia 01 janeiro 
de 2016 com um capital de R$ 300.000,00, totalmente integralizado em 
dinheiro. 
 
b) Comprou móveis para a loja no valor de R$ 15.000,00 a vista. 
 
32 
 
c) Comprou com prazo de 60 dias para pagamento mercadoria para revenda. O 
total da compra foi de R$ 200.000,00 e o ICMS destacado na nota foi de R$ 
20.000,00. 
 
 
d) Devolveram (compra) parte da mercadoria adquirida no item 3, a nota de 
devolução foi de R$ 10.000,00 com o ICMS destacado de R$ 1.000,00. O 
custo do produto a ser baixado do estoque é de R$ 9.000,00. 
 
e) Pagou com dinheiro a conta de energia no valor de R$ 100,00. 
 
f) Vendeu com prazo=Duplicatas a Receber de 30 dias. A nota fiscal de venda 
foi de R$ 330.000,00 e foi destacado na nota o ICMS sobre a venda no valor 
de R$ 33.000,00. O custo da mercadoria que foi vendida é de R$ 97.500,00. 
 
 
g) O cliente devolveu parte da mercadoria vendida no item 6, a nota fiscal de 
devolução foi emitida no valor de R$ 30.000,00 e foi destacado o ICMS de R$ 
3.000,00. O custo da mercadoria a ser devolvida no estoque é de R$ 8.700,00 
 
 
h) Foi calculado sobre a venda da mercadoria do item 7 o PIS e COFINS sobre 
a venda no valor de R$ 1.950,00 e R$ 9.000,00 respectivamente a ser pago 
no dia 25 do próximo mês. 
 
 
i) Abriu uma conta no banco e depositou R$ 15.000,00. 
 
 
Pede –se: 
 
 Efetuar os lançamentos contábeis 
 Elaborar o balancete de verificação/ARE/DRE/Balanço Patrimonial 
 
 
APURAÇÃO SIMPLIFICADO DO RESULTADO DO EXERCÍCIO 
 
 
APURAÇÃO DO RESULTADO 
 
Nos capítulos anteriores, você aprendeu a registrar os atos e fatos 
administrativos. Neste capítulo, você encontrará os procedimentos necessários 
para apurar o Resultado do Exercício, mas de forma simplificada, com poucos 
dados, para que você domine bem esta parte da matéria. 
Ao fim de cada exercício social, as empresas realizam uma série de 
procedimentos visando à apuração do Resultado do Exercício e à elaboração das 
Demonstrações Financeiras. 
O que significa apurar o Resultado do Exercício? 
A apuração do Resultado do Exercício, conforme o próprio nome diz, consiste em verificar, 
através das Contas de Resultado (Despesas e Receitas), se a movimentação do Patrimônio da empresa 
apresentou lucro ou prejuízo no período. 
33 
 
 
A apuração simplificada do Resultado do Exercício de uma empresa de 
prestação de serviços, pode ser resumida em uma única operação: confrontar as 
receitas com as despesas. A diferença será lucro (quando as receitas superarem 
as despesas) ou prejuízo (quando as despesas superarem as receitas). 
 
ROTEIRO PARA APURAÇÃO DO RESULTADO 
 
Quais são os procedimentos a serem tomados para se apurar o Resultado 
do Exercício de uma empresa de prestação de serviços? 
Para conhecermos o Resultado do Exercício, vamos seguir o seguinte 
roteiro: 
1º) Elaborar um Balancete de Verificação composto por contas cujos saldos 
serão extraídos do livro Razão. 
2º) Transferir os saldos das Contas de Despesas para a conta transitória 
Resultado do Exercício. 
3º) Transferir os saldos das Contas de Receitas também para a conta 
Resultado do Exercício. 
4º) Apurar o saldo da conta Resultadodo Exercício. 
A conta Resultado do Exercício receberá, a seu débito, os saldos das 
Contas de Despesas e, a seu crédito, os saldos das Contas de Receitas. Logo, se 
o saldo desta conta for devedor, o Resultado do Exercício será prejuízo; se o saldo 
for credor, o Resultado do Exercício será lucro. 
5º) Transferir o resultado da conta Resultado do Exercício para a conta 
Lucros ou Prejuízos Acumulados. 
6º) Levantar o Balanço Patrimonial. 
 
DEMONSTRAÇÃO DO RESULTADO 
 
Exemplo de demonstração do resultado simplificada com lucro: 
RECEITAS 600 
DESPESAS (400) 
LUCRO 200 
 
Exemplos de demonstrações do resultado simplificada com prejuízo: 
 
RECEITAS 600 
DESPESAS (700) 
PREJUIZO (100) 
 
Receitas = representam ganhos das entidades, relacionados com vendas 
de ativo, prestações de serviços para terceiros, rendimentos de ativo etc. O CPC 
00 (R1). 4.25(Estrutura Conceitual para Elaboração e Divulgação de Relatório 
Contábil – Financeiro) define receitas como aumentos nos benefícios econômicos 
durante o período contábil, sob a forma da entrada de recursos (recebimentos de 
venda à vista de produtos) ou do aumento de ativo (reconhecimento de direitos a 
receber por venda a prazo de produtos) ou diminuição de passivo (venda de 
produtos para clientes, com baixa de adiantamentos anteriormente recebidos 
desses mesmos clientes), que resultam em aumentos do patrimônio líquido, e que 
não estejam relacionados com a contribuição dos detentores dos instrumentos 
34 
 
patrimoniais (as contribuições dos acionistas da entidade são tratadas como 
aumento do capital social e não transitam pelo resultado). 
Despesas = representam gastos da entidade, relacionados com consumo 
de bens e serviços, bem como com impostos e com utilização de recursos de 
terceiros (juros sobre empréstimos bancários). O CPC 00 (R1). 4.25 (Estrutura 
conceitual para Elaboração e Divulgação de Relatório Contábil-Financeiro) define 
despesas como decréscimos nos benefícios econômicos durante o período 
contábil, sob a forma da saida de recursos (pagamento a vista por serviços 
prestados por terceiros) ou da redução de ativo (aquisição de serviços de 
fornecedores, com baixa de adiantamentos anteriormente concedidos a esses 
mesmos fornecedores) ou assunção de passivo (aquisição a prazo de serviços de 
fornecedores), que resultam em decréscimo do patrimônio líquido, e que não 
estejam relacionados com distribuições aos detentores dos instrumentos 
patrimoniais(as distribuições de dividendos aos acionistas da entidade são tratadas 
como redução direta do patrimônio líquido e não transitam pelo resultado). 
A entidade apura lucro quando as receitas são maiores que as despesas. O 
lucro aumenta o patrimônio líquido da entidade. 
A entidade apura prejuízo quando as receitas são menores que as 
despesas. O prejuízo reduz o patrimônio líquido da entidade. 
O CPC 00 (R1). OB15 (Estrutura Conceitual para Elaboração e Divulgação 
de Relatório Contábil-Financeiro) comenta que mudanças nos recursos 
econômicos (ativo) e reivindicações (passivo) da entidade que reporta a 
informação resultam de performance financeiras da entidade (apuração de lucro 
ou, prejuízo) e de outros eventos ou transações, como, paro exemplo, a emissão 
ode títulos de dívida (passivo) ou de títulos patrimoniais (ações do capital social). 
Para poder avaliar adequadamente as perspectivas de fluxos de caixa futuros da 
entidade que reporta a informação, os usuários precisam estar aptos a distinguir a 
natureza dessas mudanças. 
Informações sobre a performance financeira da entidade (demonstração do 
resultado) que reporta a informação auxiliam os usuários a compreender o retorno 
que a entidade tenha produzido sobre os seus recurso econômicos (lucro ou 
prejuízo apurado em comparação com os ativos da entidade). Informações sobre o 
retorno que a entidade tenha produzido servem como indicativos de quão 
diligentes a administração tem sido no desempenho de suas responsabilidades 
para tornar eficiente e eficaz o uso dos recursos da entidade que reporta a 
informação. Informações sobre a variabilidade e sobre os componentes desse 
retorno (detalhamento das receitas e das despesas da entidade) também são 
importantes, especialmente para avaliação das incertezas associadas a fluxos de 
caixa futuros. Informações sobre a performance financeira passada (lucros ou 
prejuízos apurados pela entidade no passado) da entidade que reporta a 
informação e sobre o quão diligente a administração tem sido no desempenho de 
suas responsabilidades são do mesmo modo úteis para predição de retornos 
futuros da entidade sobre os seus recursos econômicos (ativo). 
O regime de competência (por exemplo, reconhecimento do passivo de 
uma despesa quando o serviço foi prestado, independentemente da data de 
pagamento) retrata com propriedade os efeitos de transações e outros eventos e 
circunstâncias sobre os recursos econômicos (ativo) e reivindicações (passivo) da 
entidade que reporta a informação nos períodos em que ditos efeitos são 
produzidos, ainda que os recebimentos e pagamentos em caixa derivados ocorram 
em períodos distintos. Isso é importante em função da informação sobre os 
recursos econômicos (ativo) e reivindicações (passivo) da entidade que reporta a 
35 
 
informação, e sobre as mudanças nesses recursos econômicos e reivindicações 
ao longo de um período, fornecer melhor base de avaliações da performance 
passada e futura da entidade do que a informação puramente baseada em 
recebimentos e pagamentos em caixa ao longo desse mesmo período. 
 
Exercício Complementar - N° 5 
 
1. A empresa LT comércio de sapatos iniciou suas atividades no dia 01 
novembro de 2015 com um capital de R$ 50.000,00, totalmente integralizado em 
dinheiro. 
2. Os sócios compraram móveis para estruturar a loja no valor de R$ 
10.000,00 a vista no dia 02 de novembro conforme NF 30. 
3. Comprou no dia 3 de novembro, com prazo de 60 dias para pagamento 
10.000 pares de sapato, para ser revendido. O total da compra foi de R$ 
150.000,00 e o ICMS destacado na nota foi de R$ 15.000,00, conforme NF 150. 
4. Devolveu no dia 5 de novembro conforme NF 001, parte da mercadoria 
adquirida no item 3, o valor da nota foi de 10.000,00 e o ICMS destacado nota foi 
de R$ 1.000,00. Estoque baixado 9.000. 
5. Pagou despesas com manutenção da loja no valor de R$ 1.500,00, no dia 
05 de dezembro. 
6. Pagou com dinheiro a conta de energia no valor de R$ 500,00 no dia 10 de 
dezembro. 
7. Vendeu no dia 15 de dezembro, conforme NF 002, com prazo de 30 dias. O 
total da nota fiscal de venda foi de R$ 400.000,00 e foi destacado na nota o ICMS 
sobre a venda no valor de R$ 68.000,00. O custo da Mercadoria é R$ 70.000,00. O 
PIS e COFINS sobre a venda foi de R$ 2.600,00 e R$ 12.000,00 respectivamente. 
 
Pede –se: 
 
 Efetuar os lançamentos contábeis - Razonete 
 Balancete de Verificação 
 Apurar o RCM= V – CMV e o ARE 
 DRE 
 BALANÇO PATRIMONIAL 
 
 
LEVANTAR O BALANÇO PATRIMONIAL. 
 
Após essas operações que acabamos de realizar, ou seja, apuração do 
Resultado do Exercício, note que todas as Contas de Resultado, no livro Razão, 
tiveram seus saldos encerrados, isto é, débito igual ao crédito. Logo, os seus 
saldos ficaram iguais a zero. 
No livro Razão, só restam com saldo as Contas Patrimoniais. Sendo assim, 
essas contas representam a atual Situação Patrimonial da empresa, isto é, os 
Bens, os Direitos, as Obrigações e o Patrimônio Líquido da empresa após o 
encerramento do exercício. 
 
O Balanço Patrimonial é uma demonstração de todos os elementos patrimoniais 
num dado momento. 
36 
 
 
BALANÇO PATRIMONIAL 
 Exemplo de um balanço patrimonial simplificado: 
ATIVO PASSIVO E PATRIMONIO 
LIQUIDO 
BENS E DIREITOS 1.000 PASSIVO 300 
 PATRIMÔNIO 
LIQ. 
700 
TOTAL 1.000 TOTAL 1.000 
 
 Ativo = Forma que os recursos da entidade foram aplicados (Conta 
corrente bancária, contas a receber, estoques, imóveis, máquinas e equipamentos 
etc). 
 Passivo = Recurso de terceirosque estão financiando os ativos e 
representados por obrigações (empréstimos bancários recebidos e ainda não 
pagos, dívidas com fornecedores, dívidas com impostos, dívidas com funcionários 
etc.). 
 
 Patrimônio líquido = Recursos captados junto aos investidores (na 
forma de integralização do capital social da entidade ou na forma de retenção de 
lucros apurados pela entidade). 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Devido ao fato de que o ativo representa a aplicação dos recursos e o 
passivo e o patrimônio líquido representam as origem dos recursos, no balanço 
patrimonial o total de ativo (R$ 1.000) será sempre igual ao total do passivo e do 
patrimônio líquido (R$ 1.000). 
Segundo o CPC 00 (R1) Estrutura conceitual para Elaboração e Divulgação 
de Relatório contábil Financeiro), informação sobre a natureza e os montantes dos 
ativos a entidade que porta a informação pode auxiliar usuários a identificarem a 
fraqueza e o vigor financeiro da entidade que reporta a informação. Essa 
informação pode auxiliar os usuários a avaliar a liquidez da entidade que reporta a 
informação. Essa informação pode auxiliar os usuários a avaliar a liquidez da 
entidade que reporta a informação, suas necessidades em termos de 
financiamento adicional e o quão provavelmente bem-sucedido será seu intento 
em angariar esse financiamento. Informações sobre as prioridades ajudam aos 
usuários a predizer de que forma fluxos de caixa futuros serão distribuídos entre 
aqueles com passivos contra a entidade que reporta a informação. 
 
 
ATIVO APLICAÇÃO DOS 
RECURSOS 
PASSIVO E 
PATRIMÔNIO 
LÍQUIDO 
ORIGEM DOS 
RECURSOS 
37 
 
BALANÇO PATRIMONIAL DA EMPRESA INDIVIDUAL L. S. NUNES, EM 
31/12/X1 
 
 
Essa entidade apresenta um problema de liquidez, já que tem que pagar 
aos seus fornecedores em 30 dias e somente irá receber os recursos dos seus 
clientes em 120 dias. Provavelmente a entidade terá que negociar com os clientes 
a antecipação dos recebimentos, ou obter junto aos fornecedores a postergação 
dos pagamentos, ou até mesmo captar empréstimo junto aos bancos e utilizar os 
recursos para pagar os fornecedores. 
Ainda segundo o CPC 00 (R1) (Estrutura conceitual para Elaboração e 
Divulgação de Relatório Contábil-Financeiro), diferentes tipos de ativos afetam 
diferentemente a avaliação dos usuários acerca das perspectivas da entidade que 
reporta a informação em termos de fluxos de caixa futuros. 
Alguns fluxos de caixa futuros resultam diretamente de ativos existentes, 
como, por exemplo, contas a receber. Outros fluxos de caixa resultam de uso 
variado de recursos combinados com vistas à produção e venda de produtos e 
serviços aos clientes (os ativos de máquinas são usados para transformar os 
ativos matérias-primas em produtos acabados para vendas aos clientes). Muito 
embora fluxos de caixa não possam ser identificados como ativos individuais. (Ou 
passivos), usuários dos relatórios contábil-financeiros precisam saber a natureza e 
o montante dos ativos disponíveis par uso nas operações da entidade que reporta 
a informação. 
2 — PASSIVO 
20 – PASSIVO CIRCULANTE 
 20.2 – Duplicatas a Pagar.......................................................... 2.400 
20.3 – Promissórias a Pagar ..................................................... 18.000 20.400 
 
23 – PATRIMÔNIO LÍQUIDO 
23.1 – Capital ........................................................................... 50.000 
23.5 – Lucro ou Prejuízos Acumulados ..................................... 8.820 58.820 
 
TOTAL DO PASSIVO ...................................................... 79.220 
1 — ATIVO 
10 – ATIVO CIRCULANTE 
 10.1 – Caixa .............................................................................. 13.400 
10.2 – Bancos Conta Movimento ............................................... 29.500 
10.5 – Duplicatas a Receber ...................................................... 3.000 
10.11 – Estoque de Material de Expediente ............................... 1.020 46.920 
 
12 – ATIVO NÃO CIRCULANTE 
12.6 – Móveis e Utensílios ......................................................... 7.000 
12.7 – Veículos ........................................................................... 24.000 
12.11 – Despesas de Organização ............................................ 1.300 32.300 
 TOTAL DO ATIVO ...................................................... 79.220 
38 
 
As contas do ativo e do passivo são detalhadas no próprio balanço 
patrimonial ou em notas explicativas, de forma a facilitar o entendimento dos 
leitores das demonstrações contábeis sobre as expectativas de fluxos de caixa 
futuros da entidade. 
 
VISÃO GERAL DO CONJUNTO DE DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS 
 
 De acordo com a IAS 1, o conjunto de demonstrações contábeis 
geralmente compreende: 
 Balanço Patrimonial ao final do período; 
 Demonstração do Resultado do período; 
 Demonstração do Resultado Abrangente do período; DRA 
 Demonstração das mutações do patrimônio líquido do 
período; DMPL 
 Demonstração dos fluxos de caixa do período; DFC 
 Demonstração do Valor Adicionado DVA 
 Notas explicativas, compreendendo um resumo das políticas 
contábeis significativas e outras informações elucidativas. 
 
 Adicionalmente, consta no CPC 26(R1, como fazendo parte do 
conjunto de demonstrações contábeis, a demonstração do valor adicionado do 
período. 
 A demonstração do valor adicionado, que não faz parte do conjunto 
de demonstrações contábeis de acordo com as normas do IFRS, está prevista no 
item V do art. 176 da Lei n° 6.404/76, e é exigida somente para as companhias 
abertas. 
 
Exercício Complementar - N° 6 
 
1. Comprou 5.000 pares de sapato para ser revendido no dia 03 de janeiro de 
2014, conforme NF 300. O total da compra foi de R$ 175.000,00, sendo 10% a 
vista e o restante com 30 dias, e o ICMS destacado na nota foi de R$ 17.500,00. 
2. Vendeu a vista no dia 10 de janeiro, conforme NF 002 o total da nota fiscal 
de venda foi de R$ 200.000,00 e foi destacado na nota o ICMS sobre a venda no 
valor de R$ 34.000,00. O custo da mercadoria que foi vendida é de R$ 78.750,00. 
 
3. O cliente devolveu parte da mercadoria vendida no item anterior, no dia 15 
de janeiro conforme NF 14 de devolução emitida no valor de R$ 40.000,00, o 
ICMS destacado na nota foi de R$ 6.800,00, e o custo da mercadoria que vai voltar 
para o estoque é de R$ 15.750,00. 
 
4. Pagou no dia 25 de janeiro o PIS e COFINS do mês anterior. 
 
5. Pagou com dinheiro no dia 26 o aluguel no valor de R$ 500,00, a água no 
valor de R$ 100,00 e a energia no valor de R$ 150,00. 
 
 
6. Reconhecer no dia 31 de janeiro PIS e COFINS sobre as venda do mês no 
valor de R$ 1.040,00 para o PIS e R$ 4.800,00 para o COFINS, com vencimento 
no dia 25 do próximo mês. 
39 
 
7. Provisionar no dia 31 de janeiro a folha de pagamento do mês no de R$ 
3.000,00, FGTS R$ 240,00 e INSS R$ 864,00, a ser paga no próximo mês. 
 
 
 
Pede –se: 
 
 Efetuar os lançamentos contábeis 
 Balancete de Verificação 
 Apurar o RCM e o ARE 
 Elaborar a DRE e o Balanço patrimonial 
 
 AATTIIVVOO NNÃÃOO CCIIRRCCUULLAANNTTEE EE DDEEPPRREECCIIAAÇÇÃÃOO –– RREESSUUMMOO PPAAGGIINNAA 3333 AA 4400 
 
 O Ativo Não Circulante é composto de Realizável a Longo Prazo, 
Investimentos, Imobilizado e Intangível. Antes da MP 449/08, tínhamos o Ativo 
permanente, que era divido em quatro grupos: Investimentos, Imobilizado, 
Intangível e Diferido. Assim, após a referida MP desaparecem o Termo 
Permanente o Subgrupo Diferido. 
 De maneira geral, o Ativo Não Circulante de características Permanente 
pode ser classificado como veremos a seguir; 
 
 IMOBILIZADOS (CORPÓREOS, TANGÍVEIS) 
 INTANGÍVEIS (INCORPÓREOS) 
 INVESTIMENTOS 
 
A. IMOBILIZADOS (CORPÓREOS, TANGÍVEIS) 
 
 São os que têm uma substância concreta e que podem ser tocados, 
palpados. Exemplos: 
 
 Sujeitos a depreciação: Edifícios e Equipamentos.

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