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Custeio da Seguridade Social Professora Chris Passos Roteiro de aula: 1. Contribuições para a Seguridade Social 2. Competência tributária 3. Capacidade tributária Ativa 4. Orçamento da Seguridade Social 5. Custeio indireta 6. Princípios 7. Imunidades na Seguridade Social Contribuições para a Seguridade Social Contribuições para a Seguridade Social ✓ Teoria do salário social – indica que certo valor é pago pela sociedade ao empregado para possibilitar a subsistência quando não estiver mais prestando serviço. ✓ Teoria do salário atual – parte do salário é paga diretamente ao empregado, como contraprestação dos serviços prestados, e outra parte é destinada à Seguridade Social, para cobrir certas situações de necessidade e ausência de renda. Contribuições para a Seguridade Social Contribuições para a Seguridade Social E o que diz o STF... • O STF entende que as contribuições para a Seguridade Social são tributos, posto que estão previstas no art. 149 da Constituição Federal, que dispõe sobre o Sistema Tributária Nacional. • Art. 149 CF – compete à União instituir as contribuições sociais, de forma exclusiva, mediante lei complementar para atender despesas extraordinárias, decorrentes de calamidade pública, de guerra externa ou sua iminência, bem como no caso de investimento público de caráter urgente e de relevante interesse nacional, observado o princípio da anterioridade (art. 148 CF). Competência para tributar • Compete à União – art. 149 CF • Competirá aos Estados, Municípios e Distrito Federal instituir contribuições para o custeio do Regime Próprio de Previdência conforme o art. 40 da CF. Orçamento da Seguridade Social • Art. 195 CF – as receitas dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios destinadas à Seguridade Social devem constar dos respectivos orçamentos, não integrando o orçamento da União. • A proposta de orçamento da Seguridade Social deve ser elaborada de forma integrada pelos órgãos responsáveis pela Saúde, Previdência Social e Assistência Social, tendo em vista metas e prioridades estabelecidas pela lei de diretrizes orçamentárias, assegurada a cada área a gestão de seus recursos. Custeio indireto • O custeio da Seguridade Social também é feito de forma indireta. • Decorre de transferência de valores dos orçamentos fiscais dos entes políticos (União, Estados, Distrito Federal e Municípios) para o financiamento das prestações dos sistema. • Art. 195 CF Art. 195 Constituição Federal • Art. 195. A seguridade social será financiada por toda a sociedade, de forma direta e indireta, nos termos da lei, mediante recursos provenientes dos orçamentos da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, e das seguintes contribuições sociais: Custeio indireto Custeio indireto Custeio indireto • Saúde – custeado por meio das contribuições para a Seguridade Social, e o custeio indireto, com a utilização de recursos dos orçamentos fiscais dos entes políticos. Princípio da contrapartida Princípio da anterioridade nonagesimal • As contribuições sociais referidas no art. 195 da CF somente podem ser exigidas após decorridos 90 dias da data da publicação da lei que as houver instituído ou modificado, não se lhes aplicando o disposto no art. 150, III, b, que prevê o princípio da anterioridade anual. Imunidades na Seguridade Social • São imunes de contribuição para a Seguridade Social as entidades beneficentes de assistência social que atendam aos requisitos e exigências estabelecidas no art. 195, § 7º da Constituição Federal. • Segundo a Lei 12.101/2009 será reconhecida a imunidade da contribuição social à pessoa jurídica de direito privado, sem fins lucrativos, reconhecidas como entidades beneficentes de assistência social com a finalidade de prestação de serviços nas áreas de assistência social, saúde ou educação, devendo atender ao disposta em lei. Art. 195 CF Requisitos para a imunidade • As entidades beneficentes deverão atender ao princípio da universalidade do atendimento, sendo vedado dirigir suas atividades exclusivamente a seus associados ou a categoria profissional. • STF – fixou a tese em repercussão geral: “Os requisitos para o gozo de imunidade hão de estar previstos em lei complementar.” (Pleno, RE 566.622/RS, rel. Min. Marco Aurélio, j. 23.02.2017). Custeio direto Custeio direto • II. do trabalhador e dos demais segurados da previdência social, não incidindo contribuição sobre aposentadoria e pensão concedidas pelo Regime Geral de Previdência Social de que trata o art. 201 da Constituição da República; • III. sobre a receita de concursos de prognósticos; • IV. do importador de bens ou serviços do exterior, ou de quem a lei a ele equiparar. Custeio direto • As contribuições sociais previstas no art. 195, I da CF podem ter alíquotas ou bases de cálculo diferenciadas, em razão da atividade econômica, da utilização intensiva de mão de obra, do porte da em • § 9º As contribuições sociais previstas no inciso I do caput deste artigo poderão ter alíquotas diferenciadas em razão da atividade econômica, da utilização intensiva de mão de obra, do porte da empresa ou da condição estrutural do mercado de trabalho, sendo também autorizada a adoção de bases de cálculo diferenciadas apenas no caso das alíneas "b" e "c" do inciso I do caput. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 103, de 2019). Pode haver anistia ou concessão de remissão? • A resposta é NÃO. • A Constituição Federal prevê que não haverá anistia ou remissão de dívida para as contribuições sociais previstas no inciso I, a e II do art 195. Mas atenção: SOMENTE PARA OS DÉBITOS EM MONTANTE SUPERIOR AO FIXADO EM LEI COMPLEMENTAR Remissão e Anistia • Remissão - modalidade de extinção do crédito tributário, ocorre depois da sua constituição pelo lançamento (art. 156, IV do Código Tributário Nacional). • Anistia – abrange exclusivamente as infrações cometidas anteriormente à vigência da lei que a concede, sendo modalidade de exclusão do respectivo crédito tributário, portanto, ocorre antes da sua constituição, impedindo o lançamento, mas alcança apenas a aplicação da penalidade pecuniária e não a obrigação de pagamento do tributo (arts. 175, II e 180 do CTN). Contribuição do segurado Contribuição dos segurados empregados • Contribuição do segurado empregado, inclusive o doméstico e do trabalhador avulso – calculada mediante a aplicação da correspondente alíquota – 8%, 9% ou 11% - a depender do valor da remuneração. • Contribuição do segurado rural – quando contratado por produtor rural pessoa física, para o exercício de atividades de natureza temporária por prazo não superior a dois meses dentro do período de um ano, na forma do art. 14-A da Lei 5.889/73 é do respectivo salário de contribuição – 8%. E quando o empregado possuir mais de um vínculo? • Neste caso, o segurado empregado, inclusive o doméstico, que possui mais de um vínculo deverá comunicar a todos os empregadores, mensalmente, a remuneração recebida até o limite máximo do salário de contribuição, envolvendo todos os vínculos, a fim de que o empregador possa apurar corretamente o salário de contribuição sobre o qual deve incidir a contribuição social previdenciária do segurado, bem como a alíquota a ser aplicada – Instrução Normativa RFB 971/2009 art. 64). Contribuição do segurado contribuinte individual e facultativo • Alíquota de contribuição é de 20% sobre o respectivo salário de contribuição. Lei 8.212/91 • Art. 21. A alíquota de contribuição dos segurados contribuinte individual e facultativo será de vinte por cento sobre o respectivo salário-de-contribuição. (Redação dada pela Lei nº 9.876, de 1999). • § 2o No caso de opção pela exclusão do direito ao benefício de aposentadoria por tempo de contribuição, a alíquota de contribuição incidente sobre o limite mínimo mensal do salário de contribuição será de: (Redação dada pela Lei nº 12.470, de 2011) • I - 11% (onze por cento), no casodo segurado contribuinte individual, ressalvado o disposto no inciso II, que trabalhe por conta própria, sem relação de trabalho com empresa ou equiparado e do segurado facultativo, observado o disposto na alínea b do inciso II deste parágrafo; (Incluído pela Lei nº 12.470, de 2011) • II - 5% (cinco por cento): (Incluído pela Lei nº 12.470, de 2011) • a) no caso do microempreendedor individual, de que trata o art. 18-A da Lei Complementar no 123, de 14 de dezembro de 2006; e (Incluído pela Lei nº 12.470, de 2011) (Produção de efeito) • b) do segurado facultativo sem renda própria que se dedique exclusivamente ao trabalho doméstico no âmbito de sua residência, desde que pertencente a família de baixa renda. (Incluído pela Lei nº 12.470, de 2011) Referências Bibliográficas https://www.jusbrasil.com.br/topicos https://www.jusbrasil.com.br/topicos https://www.jusbrasil.com.br/topicos/654265/artigo-195-da-constituicao-federal-de-1988 https://www.jusbrasil.com.br/topicos/11339474/artigo-21-da-lei-n-8212-de-24-de-julho-de-1991 Regime Geral da Previdência Social – Parte I Profª Christiane PassosPROF Esta Foto de Autor Desconhecido está licenciado em CC BY-SA https://commons.wikimedia.org/wiki/File:Egyptian_law_icon.png https://creativecommons.org/licenses/by-sa/3.0/ ROTEIRO • 1. Conceito • 2. Disciplina constitucional • 3. Benefícios da Previdência Social: • 3.1 coberturas; • 3.2 beneficiários: segurados • 3.2.1 contribuintes individuais; • 3.2.2 segurados domésticos; • 3.2.3 segurados especiais. Esta Foto de Autor Desconhecido está licenciado em CC BY-SA http://wirnalves.blogspot.com/2010/08/os-acordos-internacionais-de.html https://creativecommons.org/licenses/by-sa/3.0/ Conceito Regime público – previdência social, de caráter obrigatório, para os segurados da iniciativa privada, portanto, que não sejam submetidos à disciplina legal própria, como é o caso dos servidores públicos civis e militares. Art. 201. A previdência social será organizada sob a forma de regime geral, de caráter contributivo e de filiação obrigatória, observados critérios que preservem o equilíbrio financeiro e atuarial, e atenderá, nos termos da lei, a: (Constituição Federal 1988, redação dada pela E.C. 20/15.12.1998 Regimes previdenciários Regime Público Obrigatório: Regime Geral da Previdência Social (RGPS) Regime Próprio dos Servidores Públicos civis Regime Próprio dos Servidores Militares Regime Privado Facultativo: Previdência complementar (art. 202 C.F./1988) Art. 202. O regime de previdência privada, de caráter complementar e organizado de forma autônoma em relação ao regime geral de previdência social, será facultativo, baseado na constituição de reservas que garantam o benefício contratado, e regulado por lei complementar. (Constituição Federal 1988) Coberturas • Art. 201. A previdência social será organizada sob a forma de regime geral, de caráter contributivo e de filiação obrigatória, observados critérios que preservem o equilíbrio financeiro e atuarial, e atenderá, nos termos da lei, a: • I - cobertura dos eventos de doença, invalidez, morte e idade avançada; • II - proteção à maternidade, especialmente à gestante; • III - proteção ao trabalhador em situação de desemprego involuntário; • IV - salário-família e auxílio-reclusão para os dependentes dos segurados de baixa renda; • V - pensão por morte do segurado, homem ou mulher, ao cônjuge ou companheiro e dependentes, observado o disposto no § 2º. Disciplina constitucional • A Constituição Federal estabelece outras diretrizes que o legislador ordinário e a Administração devem seguir para bem conduzir os rumos do RGPS. • Proibição de adoção de requisitos e critérios diferenciados para a concessão de aposentadoria no RGPS (art. 201, § 1º CF) • Art. 201 – omissis • § 1º É vedada a adoção de requisites ou critérios diferenciados para concessão de benefícios, ressalvada, nos termos de lei complementar, a possibilidade de previsão de idade e tempo de contribuição distintos da regra geral para concessão de aposentadoria exclusivamente em favor dos segurados. (EMENDA CONSTITUCIONAL 103/2019) Disciplina constitucional • Renda mensal nunca inferior ao salário mínimo (art. 201, § 2º C.F.) • Art. 201 – omissis • § 2º Nenhum benefício que substitua o salário de contribuição ou o rendimento do trabalho do segurado terá valor mensal inferior ao salário mínimo. Disciplina constitucional • Correção de todos os salários de contribuição utilizados para o cálculo de renda mensal do benefício • O salário contribuição é a base de cálculo das contribuições previdenciárias do segurado. (art. 201, § 3º CF) • IMPORTANTE: não importa o valor da contribuição paga. O importante para o cálculo da renda mensal inicial do benefício previdenciário é o valor da base de cálculo da contribuição do segurado, isto é, do salário de contribuição. Disciplina constitucional • Art. 201 – omissis • § 3º Todos os salários de contribuição considerados para o cálculo de benefício serão devidamente atualizados, na forma da lei. • TODOS OS SALÁRIOS DE CONTRIBUIÇÃO QUE O SEGURADO PAGOU SERÃO CORRIGIDOS MONETARIAMENTE ATÉ A DATA DO CÁLCULO, NA FORMA DA LEI. Disciplina constitucional • Preservação do valor real dos benefícios. (art. 201, § 4º CF) • O benefício previdenciário se destina a substituir os rendimentos do segurado para que possa manter seu sustento e de sua família. A ideia é de manter o poder de compra da renda mensal inicial deve durar enquanto durar a cobertura previdenciária não podendo estar sujeito à desvalorização da moeda. • REAJUSTES DO VALOR DA RENDA MENSAL Disciplina constitucional • STF: tem firmado o entendimento de que o reajuste de benefícios previdenciários está sujeito ao que for disposto em lei ordinária. A preservação do valor real impõe que a irredutibilidade seja apenas nominal. Existindo inflação, o índice de reajuste aplicado pode não recompor a real perda do poder aquisitivo do segurado ou dependente. Disciplina constitucional • “(...) A norma inscrita no art. 20, inciso I, da Lei 8.880/94 – que determinou a conversão, em URV, dos benefícios mantidos pela Previdência Social, com base na média do valor nominal vigente nos meses de novembro e dezembro de 1993 e de janeiro e fevereiro de 1994 – não transgride os postulados constitucional da irredutibilidade do valor dos benefícios previdenciários (CF, art. 194, parágrafo único, n.IV) e da intangibilidade do direito adquirido (CF, art. 5º, XXXVI). Precedente: RE 313.382/SC (Pleno). Disciplina constitucional • “(...) A manutenção, em bases permanentes, do valor real dos benefícios previdenciários tem, no próprio legislador – e neste, apenas – o sujeito concretizante das cláusulas fundadas no art. 194, parágrafo único, n. IV, e no art. 201, § 4º (na redação dada pela EC 20/98), ambos da Constituição da República, pois o reajustamento de tais benefícios, para adequar-se à exigência constitucional de preservação de seu quantum, deverá conformar-se aos critérios exclusivamente definidos em lei. O sistema instituído pela Lei n. 8.880/94, ao dispor sobre o reajuste quadrimestral dos benefícios mantidos pela Previdência Social, não vulnerou a exigência de preservação do valor real de tais benefícios, eis que a noção de valor real – por derivar da estrita observância dos ‘critérios definidos em lei’ (CF, art. 201, § 4º, in fine) – traduz conceito eminentemente normativo, considerada a prevalência, na matéria do princípio da reserva de lei (...)” Disciplina constitucional • Vedação de filiação ao RGPS, na qualidade de segurado facultativo, de pessoa filiada a regime próprio de previdência social. (art. 201, § 5º ) • Antes da Emenda Constitucional 20/15.12.1998 era permitido ao funcionário público a filiação como segurado facultativo no RGPS, contudo houve a proibição no parágrafo 5º dessa possibilidade. Disciplina constitucional • Art. 201 – omissis • § 5º É vedada a filiação ao regime geral de previdência social, na qualidade de seguradofacultativo, de pessoa participante de regime próprio de previdência. Disciplina constitucional GRATIFICAÇÃO NATALINA PARA APOSENTADORIA E PENSIONISTAS. (ART. 201, § 6º) A CONSTITUIÇÃO FEDERAL DISCIPLINA QUE AOS APOSENTADOS E PENSIONISTAS DO RGPS O PAGAMENTO DE GRATIFICAÇÃO NATALINA, QUE TERÁ POR BASE OS PROVENTOS DO MÊS DE DEZEMBRO DE CADA ANO. STF – NORMA AUTOAPLICÁVEL “(...) A GRATIFICAÇÃO NATALINA DOS APOSENTADOS E PENSIONISTAS, EQUIVALENTE AOS PROVENTOS DO MÊS DE DEZEMBRO, PREVISTA NO ART. 201, § 6º, DA CONSTITUIÇÃO FEDERAL, REVELA GARANTIA DE APLICABILIDADE DIRETA E IMEDIATA (...)” (RE 206.074/SP, REL. MIN. ILMAR GALVÃO, DJ. 28.02.1997, P. 4081) Segurados Segurados – Pessoas físicas Obrigatórios Facultativos Princípios da Previdência Social • Princípio da filiação obrigatória: (art. 201, CRFB/88) refere-se a compulsoriedade da contribuição, ou seja, todo trabalhador devidamente segurado será amparado pelo regime desde que não esteja fazendo parte de outro regime previdenciário. • Princípio do caráter contributivo: Constituição Federal de 1988 (art. 40 e art. 201), os quais dizem que independentemente do regime ao qual o segurado seja filiado o caráter deverá ser contributivo. Igualmente, todos aqueles que recebem remuneração no mercado formal são segurados de forma compulsória da Previdência Social. Portanto este segurado terá direitos previdenciários na medida das suas contribuições, caso contrário este poderá arcar com os mais diversos indeferimentos previdenciários realizados pelo INSS. • Princípio do mutualismo: todos contribuem para os beneficiários da previdência social. http://www.jusbrasil.com.br/topicos/1160355/artigo-201-da-constitui%C3%A7%C3%A3o-federal-de-1988 http://www.jusbrasil.com.br/legislacao/155571402/constitui%C3%A7%C3%A3o-federal-constitui%C3%A7%C3%A3o-da-republica-federativa-do-brasil-1988 http://www.jusbrasil.com.br/legislacao/155571402/constitui%C3%A7%C3%A3o-federal-constitui%C3%A7%C3%A3o-da-republica-federativa-do-brasil-1988 Princípios da Previdência Social Princípio do equilíbrio financeiro e atuarial: explícito no texto constitucional (art. 201) após a introdução da Emenda Constitucional nº 20/98. A ideia deste princípio é justamente manter afinidade entre os benefícios e o custeio do sistema, com a observância de que a Previdência Social trabalhe com superávit com base na expectativa de vida da população. Princípio da garantia do benefício mínimo: através deste princípio tentou-se fazer com que o trabalhador possa ter garantido o direito a uma renda mínima, a qual possa atender às necessidades deste e da sua família. Por esta razão a Constituição Federal de 1988 diz que nenhum benefício que substitua o salário de contribuição poderá ter valor mensal inferior ao salário mínimo (Art. 201, § 2º, CRFB/88). http://www.jusbrasil.com.br/legislacao/155571402/constitui%C3%A7%C3%A3o-federal-constitui%C3%A7%C3%A3o-da-republica-federativa-do-brasil-1988 http://www.jusbrasil.com.br/legislacao/103849/emenda-constitucional-20-98 http://www.jusbrasil.com.br/legislacao/155571402/constitui%C3%A7%C3%A3o-federal-constitui%C3%A7%C3%A3o-da-republica-federativa-do-brasil-1988 http://www.jusbrasil.com.br/topicos/1160355/artigo-201-da-constitui%C3%A7%C3%A3o-federal-de-1988 http://www.jusbrasil.com.br/topicos/10652112/par%C3%A1grafo-2-artigo-201-da-constitui%C3%A7%C3%A3o-federal-de-1988 http://www.jusbrasil.com.br/legislacao/155571402/constitui%C3%A7%C3%A3o-federal-constitui%C3%A7%C3%A3o-da-republica-federativa-do-brasil-1988 Princípios da Previdência Social • Princípio da correção monetária dos salários de contribuição: este princípio encontra respaldo no artigo 201, § 3º, CRFB/88, o qual diz que os salários de contribuição considerados no cálculo do benefício sejam corrigidos monetariamente. Para o legislador ordinário, a média dos salários de contribuição deve sempre estar em consonância com o cálculo do benefício previdenciário, bem como é necessário adotar um cálculo que faça a correção nominalmente da base de cálculo do sistema previdenciário. (CASTRO e LAZZARI, 2008, p. 107). http://www.jusbrasil.com.br/topicos/1160355/artigo-201-da-constitui%C3%A7%C3%A3o-federal-de-1988 http://www.jusbrasil.com.br/topicos/10652070/par%C3%A1grafo-3-artigo-201-da-constitui%C3%A7%C3%A3o-federal-de-1988 http://www.jusbrasil.com.br/legislacao/155571402/constitui%C3%A7%C3%A3o-federal-constitui%C3%A7%C3%A3o-da-republica-federativa-do-brasil-1988 Princípios da Previdência Social • Princípio da preservação real do benefício: de acordo com os critérios devidamente definidos em Lei, este princípio quer dizer exatamente que os valores dos benefícios devem manter o valor real. Como preconiza o art. 201, § 4º, CRFB/88 quando diz que “Assegurado o reajustamento dos benefícios para preservar-lhes, em caráter permanente, o valor real, conforme critérios definidos em lei”. http://www.jusbrasil.com.br/topicos/1160355/artigo-201-da-constitui%C3%A7%C3%A3o-federal-de-1988 http://www.jusbrasil.com.br/topicos/10652018/par%C3%A1grafo-4-artigo-201-da-constitui%C3%A7%C3%A3o-federal-de-1988 http://www.jusbrasil.com.br/legislacao/155571402/constitui%C3%A7%C3%A3o-federal-constitui%C3%A7%C3%A3o-da-republica-federativa-do-brasil-1988 Princípios da Previdência Social • Princípio da indisponibilidade dos direitos dos benefícios: através deste princípio é que se garante uma maior segurança jurídica aos benefícios (garantindo efetivamente os direitos adquiridos pelo trabalhador), uma vez que o entendimento é que os benefícios previdenciários devem ser preservados sem que sofram sanções tais como penhora ou sequestro, impedindo também que haja qualquer desconto indevido, uma das poucas exceções é a que trata o artigo 115 da Lei 8.213/91, quando permite que nos casos de empréstimos consignados os descontos são autorizados pela Previdência Social desde que não ultrapassem a margem de 30% do valor do benefício. http://www.jusbrasil.com.br/topicos/11343204/artigo-115-da-lei-n-8213-de-24-de-julho-de-1991 http://www.jusbrasil.com.br/legislacao/104108/lei-de-benef%C3%ADcios-da-previd%C3%AAncia-social-lei-8213-91 Plano de Benefícios da Previdência Social • Lei 8.213 de 24.07.1991 – publicada em 27.07.1991 – instituiu o PLANO DE BENEFÍCIOS DA PREVIDÊNCIA SOCIAL (RBPS) • Regulamentada atualmente pelo Decreto nº 3.048 de 06.05.1999 • O Plano de Benefícios da Previdência Social disciplina a relação jurídica entre segurados, dependentes e previdência social, sob a ótica dos benefícios e serviços. Plano de Benefícios da Previdência Social • Finalidade e princípios básicos – Lei 8.213/1991 • Art. 1º A Previdência Social, mediante contribuição, tem por fim assegurar aos seus beneficiários meios indispensáveis de manutenção, por motivo de incapacidade, desemprego involuntário, idade avançada, tempo de serviço, encargos familiares e prisão ou morte daqueles de quem dependiam economicamente. Plano de Benefícios da Previdência Social • Conselho Nacional de Previdência Social (CNPS) – art. 3º da Lei 8.213/1991 • Órgão colegiado que possui a atribuição de concretizar a gestão democrática e descentralizada – art. 194, VII C.F./1988. Plano de Benefícios da Previdência Social • Art. 194. A seguridade social compreende um conjunto integrado de ações de iniciativa dos Poderes Públicos e da sociedade, destinadas a assegurar os direitos relativos à saúde, à previdência e à assistência social. • ... • VII - caráter democrático e descentralizado da administração, mediante gestão quadripartite, com participação dos trabalhadores, dos empregadores, dos aposentados e do Governo nos órgãos colegiados. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 20, de 1998). Plano de Benefícios da Previdência Social • Por se tratar de um órgão colegiado os membros serão nomeados pelo Presidente da República • Composição: (art. 3º, I e II RGPS) – 6 representantes do Governo Federal e 9 representantes da sociedade civil, sendo 3 representantes de aposentados e pensionistas,3 representantes dos trabalhadores em atividade e 3 representantes dos empregadores. Plano de Benefícios da Previdência Social • Competência: (art. 4º PBPS) – estabelecer diretrizes gerais e apreciação das decisões políticas aplicáveis à Previdência Social, participação, acompanhamento e avaliação da gestão previdenciária, apreciação e aprovação das propostas orçamentárias da Previdência Social, antes de sua consolidação na proposta orçamentária de Seguridade Social, apreciação da aplicação da legislação previdenciária, apreciação da prestação anual de contas feita ao TCU, podendo, se necessário, contratar auditoria externa. Plano de Benefícios da Previdência Social • Princípio da publicidade dos atos administrativos – decisões do CNPS devem ser publicadas no Diário Oficial da União. • OUVIDORIA GERAL – art. 6º RGPS – atribuições a serem definidas no regulamento – atendimento ao segurado e dependentes. Cobertura do Plano de Benefícios • Art. 18 RGPS – coberturas e contingências • Segurados: aposentadoria por invalidez, aposentadoria por idade, aposentadoria por tempo de contribuição, aposentadoria especial, auxílio-doença, salário-família, salário- maternidade, auxílio-acidente. • Dependente: pensão por morte, auxílio- reclusão. • Segurado e dependente: serviço social, reabilitação profissional. Cobertura do Plano de Benefícios Art. 18. O Regime Geral de Previdência Social compreende as seguintes prestações, devidas inclusive em razão de eventos decorrentes de acidente do trabalho, expressas em benefícios e serviços: I - quanto ao segurado: a) aposentadoria por invalidez; b) aposentadoria por idade; c) aposentadoria por tempo de serviço; c) aposentadoria por tempo de contribuição; d) aposentadoria especial; e) auxílio-doença; f) salário-família; g) salário-maternidade; h) auxílio-acidente; i) abono de permanência em serviço; sional. Cobertura do Plano de Benefícios Art. 18. O Regime Geral de Previdência Social compreende as seguintes prestações, devidas inclusive em razão de eventos decorrentes de acidente do trabalho, expressas em benefícios e serviços: II - quanto ao dependente: a) pensão por morte; b) auxílio-reclusão; III - quanto ao segurado e dependente: a) pecúlios; b) serviço social; c) reabilitação profissional. Art. 25. O Regime Geral de Previdência Social compreende as seguintes prestações, expressas em benefícios e serviços: I - quanto ao segurado: a) aposentadoria por incapacidade permanente; b) aposentadoria programada; c) aposentadoria por idade do trabalhador rural; d) aposentadoria especial; e) auxílio por incapacidade temporária; f) salário-família; g) salário-maternidade; e h) auxílio-acidente; II - quanto ao dependente: a) pensão por morte; e b) auxílio-reclusão; e III - quanto ao segurado e dependente: reabilitação profissional. (RPS) Beneficiários da Previdência Social • Segurados e dependentes são sujeitos ativos da relação jurídica em que o objeto será o recebimento de prestação de natureza previdenciária. • Diferente a relação jurídica do segurado e do dependente em relação à Previdência social. • Segurado: relação que se inicia no momento do seu ingresso no sistema, estendendo-se até enquanto estiver filiado. • Dependente: somente se formaliza se não houver mais a possibilidade de se instalar a relação jurídica com o segurado não havendo cobertura concomitante para o segurado e dependente. Beneficiários da Previdência Social Dos segurados: como a seguridade social possui características de seguro, a denominação para os trabalhadores que se inscrevem no sistema é de “segurado”. Conceito: são pessoas físicas que contribuem para o regime a previdência social e por isso têm o direito a prestações – benefícios ou serviço – de natureza previdenciária. São sujeitos ativos da relação jurídica previdenciária, quando o objeto for benefício ou serviço de natureza previdenciária. Com relação ao custeio será sujeito passivo. Beneficiários da Previdência Social Pessoas física Segurados Facultativos Obrigatórios Beneficiários da Previdência Social • Aquisição da qualidade se segurado: filiação e inscrição • Marco inicial: estabelecido a partir do vínculo que se estabelece entre o segurado e a Previdência Social, constituindo uma relação jurídica da qual decorrem direitos e obrigações para ambas as partes. • Segurado especial: art. 17, § 4º da Lei 8.213/1991 – inscrição do segurado especial será feita de forma a vinculá- lo ao ser respectivo grupo familiar e conterá, além das informações pessoais, a identificação da propriedade em que desenvolve a atividade e a que título, se nela reside ou o Município onde reside e, quando for o caso, a identificação e a inscrição da pessoa responsável pela unidade familiar. Caso não seja o proprietário ou dono do imóvel rural em que desenvolver a atividade, no ato da inscrição deverá informar, conforme o caso, o nome do parceiro ou meeiro outorgante, arrendador, comodante ou assemelhado. (§ 5º). Beneficiários da Previdência Social Início de relação jurídica com o INSS Filiação Automática, com registro em CTPS Empregados e/ou a eles equiparados. Segurados individuais, especiais e facultativos. Inscrição Ato formal Segurados da Previdência Social Decreto 3.048/1999 Art. 9º São segurados obrigatórios da previdência social as seguintes pessoas físicas: Omissis § 12. O exercício de atividade remunerada sujeita a filiação obrigatória ao Regime Geral de Previdência Social. Beneficiários da Previdência Social • Segurados obrigatórios: estão enumerados no art. 11 do PBPS e no art. 12 do PCSS. Serão segurados obrigatórios todos os que exercem atividade remunerada, de natureza urbana ou rural, com ou sem vínculo empregatício: empregado, empregado doméstico, contribuinte individual, trabalhador avulso e segurado especial. • Características e especificidades: • art. 9º, § 12 do RPS - Atividade remunerada sujeita a filiação obrigatória ao RGPS – todos aqueles que exercem atividade econômica, em qualquer modalidade, devem contribuir para o custeio da previdência social e será segurado. Beneficiários da Previdência Social • Art. 11, § 2º PBPS - Atividades concomitantes: sujeita o segurado à filiação obrigatória em cada uma delas. Nessa situação contribuirá com a previdência em todas as atividades. • Art. 11, § 3º PBPS - Atividade por aposentado do RGPS: caso o segurado volte a exercer atividade abrangida pelo RGPS, será segurado obrigatório em relação a essa atividade, e, portanto, pagará a contribuição previdenciária respectiva. • Art. 11, § 4º PBPS - Dirigente sindical: enquanto estiver no exercício do mandado efetivo, manterá o mesmo enquadramento no RGPS que possuía antes da investidura. Segurados da Previdência Social Art. 11, § 5º PBPS - Servidor civil: ocupante de cargo efetivo ou o militar da União, dos Estados, do Distrito Federal ou dos Municípios, incluindo-se autarquias e fundações, somente estarão excluídos do RGPS desde que amparados por regime próprio de previdência social (Lei 8.213/1991, art. 12 e art. 10 do RPS) Advogados nomeados pelo Presidente da República para compor o Tribunal Superior Eleitoral e os Tribunais Regionais Eleitorais: mantêm o mesmo enquadramento no RGPS de antes da investidura no cargo (art. 119, II e art. 120, § 1º, III da C.F./1988; art. 9º, § 11 do RGPS). Regime próprio de previdência é considerado aquele que assegura pelo menos as aposentadorias e pensão por morte previstas no art. 40 da C.F. (definição dada pelo 10, § 3º do RPS). Segurados da Previdência Social Segurado empregado – art. 11, I a a j da Lei 8.213/1991 e no art. 12, I a a j da Lei 8.212/1991. Conceito: empregado é aquele que presta serviço de natureza urbana ou rural à empresa, em caráter não eventual, sob sua subordinação e mediante contribuição, inclusive como diretor empregado. Empregado rural – art. 2º da Lei 5.889/08.06.1973 Empregado doméstico – art. 1º Lei Complementar 150/01º.06.2015 Empregado intermitente– art. 443, § 3º da CLT Empregado em teletrabalho – art. 75-B da CLT Segurados da Previdência Social • Para fins previdenciários, a jurisprudência tem qualificado como “segurados empregados”: Boias-frias. • Trabalhador temporário – Lei 6.019/03.01.1974 alterada pela Lei 13.429/31.03.2017. • Brasileiro ou estrangeiro – domiciliado e contratado no Brasil para trabalhar como empregado em sucursal ou agência de empresa nacional no exterior. • Missão diplomática ou à repartição consular de carreira estrangeira e a órgãos a ela subordinados – excluídos os estrangeiros sem residência permanente no Brasil e os brasileiros amparados por legislação previdenciária do país da respectiva missão diplomática ou repartição consular. Segurados da Previdência Social • Brasileiro civil que trabalha para a União, no exterior, em organismos oficiais brasileiros ou internacionais dos quais o Brasil seja membro efetivo – salvo se segurado na forma da legislação vigente do país de domicílio. • Brasileiro ou estrangeiro domiciliado e contratado no Brasil para trabalhar como empregado em empresa domiciliada no exterior, cuja a maioria do capital votante pertença a empresa brasileira de capital nacional. • Servidor público ocupante de cargo em comissão, sem vínculo efetivo – Emenda Constitucional 41/2003 que modificou o art. 40 da C.F. – somente os servidores titulares de cargos efetivos da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, inclusive autarquias e fundações, têm garantia a regime próprio de previdência social, de caráter contributivo e solidário, mediante contribuição para o custeio. Segurados da Previdência Social • ATENÇÃO: os servidores titulares de cargos em comissão e que não sejam titulares de cargos efetivos, desde a E.C. 20/1998 estão excluídos do regime próprio de previdência dos servidores públicos. Por esse motivo o legislador colocou os titulares de cargos em comissão sem cargo efetivo no rol de segurados obrigatórios como empregados. Segurados da Previdência Social • Houve uma discussão quanto à constitucionalidade da inclusão desses servidores ao RGPS. Nos autos da ADIn 2.024 MC/DF, Relator Ministro Sepúlvida Pertence, DJ 1º.12. 2000, p. 70, o STF decidiu pela constitucionalidade da referida inclusão de tais servidores como segurados obrigatórios do RGPS. • Art. 11, § 5º, g da Lei 8.213/1991 incluiu no rol de segurados obrigatórios, como empregados, os ocupantes dos cargos de Ministro de Estado, Secretário Estadual, Distrital ou Municipal, sem vínculo efetivo com a União, Estados, Municípios e Distrito Federal. (Lei 9.876/1999) Segurados da Previdência Social • Exercente de mandato eletivo federal, estadual ou municipal – desde que não vinculados a regime próprio de previdência. • Art. 12 alíneas h da Lei 8.212/1991 resultante da Lei 9.506/1997 foi considerada inconstitucional pelo STF RE 351.717/PR, Relator Ministro Carlos Velloso, refletindo também na alínea h do art. 11, I da Lei 8.213/1991 (incluída pela Lei 10.887/2004 em cumprimento às disposição da E.C. 41/2003). • Contudo, o STF entendeu que a Lei 9.506/1997 contrariou o disposto no art. 195,II e §4º da C.F., na redação anterior à E.C. 20/1998. Segurados da Previdência Social • Art. 195, II CF – redação original – se referida à contribuição dos trabalhadores, o que, no entendimento do STF, era expressão que não abrangia o exercente de mandato eletivo. Somente uma lei complementar poderia instituir nova fonte de custeio da seguridade social. • A partir da E.C. 41/2003 foi editada a Lei 10.887/2004 que introduziu a alínea j, e com isso, os servidores titulares de cargo exclusivamente em comissão, em vínculo efetivo com a Administração, passaram a ser segurados obrigatórios do RGPS, na qualidade de segurados empregados, pagando a respectiva contribuição previdenciária. Segurados da Previdência Social • Art. 11. São segurados obrigatórios da Previdência Social as seguintes pessoas físicas: (Redação dada pela Lei nº 8.647, de 1993) • I - como empregado: (Redação dada pela Lei nº 8.647, de 1993) • ... • h) o exercente de mandato eletivo federal, estadual ou municipal, desde que não vinculado a regime próprio de previdência social ; (Incluída pela Lei nº 9.506, de 1997) • ... • j) o exercente de mandato eletivo federal, estadual ou municipal, desde que não vinculado a regime próprio de previdência social; (Incluído pela Lei nº 10.887, de 2004) Segurados da Previdência Social • Empregado de organismo oficial internacional ou estrangeiro em funcionamento no Brasil, salvo quando coberto por regime próprio de previdência social Segurados da Previdência Social Segurado empregado doméstico – art. 11, II da Lei 8.213/1991 Conceito: aquele que presta serviço de natureza contínua a pessoa ou família, no âmbito residencial desta, em atividade sem fins lucrativos (art. 11, II PBPS). Conceito: aquele que presta serviços de forma contínua, subordinada, onerosa e pessoal e de finalidade não lucrativa à pessoa ou à família, no âmbito residencial destas, por mais de 2 (dois) dias por semana (Lei Complementar 150/1º.06.2015). Segurados da Previdência Social • Empregados domésticos: envolvem diversas atividades – governantas, copeiros, mordomos, cozinheiros, jardineiros, motoristas particulares dos membros da família, caseiro de sítio, babá, cuidadores etc. Vedado trabalho doméstico a menores de 18 anos (art. 1º, parágrafo único da Lei Complementar 150/2015). • Caso a atividade possua finalidade lucrativa, ficará descaracterizada a natureza doméstica do serviço prestado. E ainda, caso a atividade não seja contínua também estará descaracterizada a natureza doméstica. : • Art. 9º São segurados obrigatórios da previdência social as seguintes pessoas físicas: • I - como empregado: • a) aquele que presta serviço de natureza urbana ou rural a empresa, em caráter não eventual, sob sua subordinação e mediante remuneração, inclusive como diretor empregado; • b) aquele que, contratado por empresa de trabalho temporário, na forma prevista em legislação específica, por prazo não superior a cento e oitenta dias, consecutivos ou não, prorrogável por até noventa dias, presta serviço para atender a necessidade transitória de substituição de pessoal regular e permanente ou a acréscimo extraordinário de serviço de outras empresas; (Redação dada pelo Decreto nº 10.410, de 2020). • c) o brasileiro ou o estrangeiro domiciliado e contratado no Brasil para trabalhar como empregado no exterior, em sucursal ou agência de empresa constituída sob as leis brasileiras e que tenha sede e administração no País; • d) o brasileiro ou o estrangeiro domiciliado e contratado no Brasil para trabalhar como empregado em empresa domiciliada no exterior com maioria do capital votante pertencente a empresa constituída sob as leis brasileiras, que tenha sede e administração no País e cujo controle efetivo esteja em caráter permanente sob a titularidade direta ou indireta de pessoas físicas domiciliadas e residentes no País ou de entidade de direito público interno; • e) aquele que presta serviço no Brasil a missão diplomática ou a repartição consular de carreira estrangeira e a órgãos a elas subordinados, ou a membros dessas missões e repartições, excluídos o não-brasileiro sem residência permanente no Brasil e o brasileiro amparado pela legislação previdenciária do país da respectiva missão diplomática ou repartição consular; • f) o brasileiro civil que trabalha para a União no exterior, em organismos oficiais internacionais dos quais o Brasil seja membro efetivo, ainda que lá domiciliado e contratado, salvo se amparado por regime próprio de previdência social; • g) o brasileiro civil que presta serviços à União no exterior, em repartições governamentais brasileiras, lá domiciliado e contratado, inclusive o auxiliar local de que tratam os arts. 56 e 57 da Lei no 11.440, de 29 de dezembro de 2006, este desde que, em razão de proibição legal, não possa filiar-se ao sistema previdenciário local;• h) o bolsista e o estagiário que prestam serviços a empresa, em desacordo com a Lei no 11.788, de 25 de setembro de 2008; • i) o servidor da União, Estado, Distrito Federal ou Município, incluídas suas autarquias e fundações, ocupante, exclusivamente, de cargo em comissão declarado em lei de livre nomeação e exoneração; • j) o servidor do Estado, Distrito Federal ou Município, bem como o das respectivas autarquias e fundações, ocupante de cargo efetivo, desde que, nessa qualidade, não esteja amparado por regime próprio de previdência social; • l) o servidor contratado pela União, Estado, Distrito Federal ou Município, bem como pelas respectivas autarquias e fundações, por tempo determinado, para atender a necessidade temporária de excepcional interesse público, nos termos do inciso IX do art. 37 da Constituição Federal ; • m) o servidor da União, Estado, Distrito Federal ou Município, incluídas suas autarquias e fundações, ocupante de emprego público; • n) o servidor civil ocupante de cargo efetivo ou o militar da União, Estado, Distrito Federal ou Município, bem como o das respectivas autarquias e fundações, amparados por regime próprio de previdência social, quando requisitados para outro órgão ou entidade cujo regime previdenciário não permita filiação nessa condição, relativamente à remuneração recebida do órgão requisitante ; • o) o escrevente e o auxiliar contratados por titular de serviços notariais e de registro a partir de 21 de novembro de 1994, bem como aquele que optou pelo Regime Geral de Previdência Social, em conformidade com a Lei nº 8.935, de 18 de novembro de 1994; e • p) aquele em exercício de mandato eletivo federal, estadual, distrital ou municipal, desde que não seja vinculado a regime próprio de previdência social; (Redação dada pelo Decreto nº 10.410, de 2020). • q) o empregado de organismo oficial internacional ou estrangeiro em funcionamento no Brasil, salvo quando coberto por regime próprio de previdência social; (Incluída pelo Decreto nº 3.265, de 1999)) • r) o trabalhador rural contratado por produtor rural pessoa física, na forma do art. 14-A da Lei no 5.889, de 8 de junho de 1973, para o exercício de atividades de natureza temporária por prazo não superior a dois meses dentro do período de um ano; (Incluído pelo Decreto nº 6.722, de 2008). • s) aquele contratado como trabalhador intermitente para a prestação de serviços, com subordinação, de forma não contínua, com alternância de períodos de prestação de serviços e de inatividade, em conformidade com o disposto no § 3º do art. 443 da Consolidação das Leis do Trabalho, aprovada pelo Decreto-Lei nº 5.452, de 1º de maio de 1943; (Incluído pelo Decreto nº 10.410, de 2020). • II - como empregado doméstico - aquele que presta serviço de forma contínua, subordinada, onerosa e pessoal a pessoa ou família, no âmbito residencial desta, em atividade sem fins lucrativos, por mais de dois dias por semana; • V - como contribuinte individual: • a) a pessoa física, proprietária ou não, que explora atividade agropecuária, a qualquer título, em caráter permanente ou temporário, em área, contínua ou descontínua, superior a quatro módulos fiscais; ou, quando em área igual ou inferior a quatro módulos fiscais ou atividade pesqueira ou extrativista, com auxílio de empregados ou por intermédio de prepostos; ou ainda nas hipóteses dos §§ 8o e 23 deste artigo; (Redação dada pelo Decreto nº 6.722, de 2008). • b) a pessoa física, proprietária ou não, que explora atividade de extração mineral - garimpo -, em caráter permanente ou temporário, diretamente ou por intermédio de prepostos, com ou sem o auxílio de empregados, utilizados a qualquer título, ainda que de forma não contínua; (Redação dada pelo Decreto nº 3.265, de 1999) • c) o ministro de confissão religiosa e o membro de instituto de vida consagrada, de congregação ou de ordem religiosa; (Redação dada pelo Decreto nº 4.079, de 2002) • d) o brasileiro civil que trabalha no exterior para organismo oficial internacional do qual o Brasil é membro efetivo, ainda que lá domiciliado e contratado, salvo quando coberto por regime próprio de previdência social; (Redação dada pelo Decreto nº 3.265, de 1999) • e) desde que receba remuneração decorrente de trabalho na empresa: (Redação dada pelo Decreto nº 10.410, de 2020). • 1. o empresário individual e o titular de empresa individual de responsabilidade limitada, urbana ou rural; (Incluído pelo Decreto nº 10.410, de 2020). • 2. o diretor não empregado e o membro de conselho de administração de sociedade anônima; (Incluído pelo Decreto nº 10.410, de 2020). • 3. o sócio de sociedade em nome coletivo; e (Incluído pelo Decreto nº 10.410, de 2020). • 4. o sócio solidário, o sócio gerente, o sócio cotista e o administrador, quanto a este último, quando não for empregado em sociedade limitada, urbana ou rural; (Incluído pelo Decreto nº 10.410, de 2020). • i) o associado eleito para cargo de direção em cooperativa, associação ou entidade de qualquer natureza ou finalidade, bem como o síndico ou administrador eleito para exercer atividade de direção condominial, desde que recebam remuneração; (Incluída pelo Decreto nº 3.265, de 1999) • j) quem presta serviço de natureza urbana ou rural, em caráter eventual, a uma ou mais empresas, sem relação de emprego; (Incluída pelo Decreto nº 3.265, de 1999) • l) a pessoa física que exerce, por conta própria, atividade econômica de natureza urbana, com fins lucrativos ou não; (Incluída pelo Decreto nº 3.265, de 1999) • m) o aposentado de qualquer regime previdenciário nomeado magistrado classista temporário da Justiça do Trabalho, na forma dos incisos II do § 1º do art. 111 ou III do art. 115 ou do parágrafo único do art. 116 da Constituição Federal, ou nomeado magistrado da Justiça Eleitoral, na forma dos incisos II do art. 119 ou III do § 1º do art. 120 da Constituição Federal ; (Incluída pelo Decreto nº 3.265, de 1999) • n) o cooperado de cooperativa de produção que, nesta condição, presta serviço à sociedade cooperativa mediante remuneração ajustada ao trabalho executado; e (Incluída pelo Decreto nº 4.032, de 2001) • p) o Micro Empreendedor Individual - MEI de que tratam os arts. 18-A e 18-C da Lei Complementar no 123, de 14 de dezembro de 2006, que opte pelo recolhimento dos impostos e contribuições abrangidos pelo Simples Nacional em valores fixos mensais; (Incluído pelo Decreto nº 6.722, de 2008). • q) o médico participante do Projeto Mais Médicos para o Brasil, instituído pela Lei nº 12.871, de 22 de outubro de 2013, exceto na hipótese de cobertura securitária específica estabelecida por organismo internacional ou filiação a regime de seguridade social em seu país de origem, com o qual a República Federativa do Brasil mantenha acordo de seguridade social; (Incluído pelo Decreto nº 10.410, de 2020). • r) o médico em curso de formação no âmbito do Programa Médicos pelo Brasil, instituído pela Lei nº 13.958, de 18 de dezembro de 2019; (Incluído pelo Decreto nº 10.410, de 2020). • VI - como trabalhador avulso - aquele que: • a) sindicalizado ou não, preste serviço de natureza urbana ou rural a diversas empresas, ou equiparados, sem vínculo empregatício, com intermediação obrigatória do órgão gestor de mão de obra, nos termos do disposto na Lei nº 12.815, de 5 de junho de 2013, ou do sindicato da categoria, assim considerados: (Redação dada pelo Decreto nº 10.410, de 2020). • 1. o trabalhador que exerça atividade portuária de capatazia, estiva, conferência e conserto de carga e vigilância de embarcação e bloco; (Incluído pelo Decreto nº 10.410, de 2020). • 2. o trabalhador de estiva de mercadorias de qualquer natureza, inclusive carvão e minério; (Incluído pelo Decreto nº 10.410, de 2020). • 3. o trabalhador em alvarenga (embarcação para carga e descarga de navios); (Incluído pelo Decreto nº 10.410, de 2020). • 4. o amarrador de embarcação; (Incluído pelo Decreto nº 10.410, de 2020). • 5. o ensacador de café,cacau, sal e similares; (Incluído pelo Decreto nº 10.410, de 2020). • 6. o trabalhador na indústria de extração de sal; (Incluído pelo Decreto nº 10.410, de 2020). • 7. o carregador de bagagem em porto; (Incluído pelo Decreto nº 10.410, de 2020). • 8. o prático de barra em porto; (Incluído pelo Decreto nº 10.410, de 2020). • 9. o guindasteiro; e (Incluído pelo Decreto nº 10.410, de 2020). • 10. o classificador, o movimentador e o empacotador de mercadorias em portos; e (Incluído pelo Decreto nº 10.410, de 2020). • b) exerça atividade de movimentação de mercadorias em geral, nos termos do disposto na Lei nº 12.023, de 27 de agosto de 2009, em áreas urbanas ou rurais, sem vínculo empregatício, com intermediação obrigatória do sindicato da categoria, por meio de acordo ou convenção coletiva de trabalho, nas atividades de: (Redação dada pelo Decreto nº 10.410, de 2020). • 1. cargas e descargas de mercadorias a granel e ensacados, costura, pesagem, embalagem, enlonamento, ensaque, arrasto, posicionamento, acomodação, reordenamento, reparação de carga, amostragem, arrumação, remoção, classificação, empilhamento, transporte com empilhadeiras, paletização, ova e desova de vagões, carga e descarga em feiras livres e abastecimento de lenha em secadores e caldeiras; (Incluído pelo Decreto nº 10.410, de 2020). • 2. operação de equipamentos de carga e descarga; e (Incluído pelo Decreto nº 10.410, de 2020). • 3. pré-limpeza e limpeza em locais necessários às operações ou à sua continuidade; (Incluído pelo Decreto nº 10.410, de 2020). • VII - como segurado especial: a pessoa física residente no imóvel rural ou em aglomerado urbano ou rural próximo que, individualmente ou em regime de economia familiar, ainda que com o auxílio eventual de terceiros, na condição de: (Redação dada pelo Decreto nº 6.722, de 2008). • a) produtor, seja ele proprietário, usufrutuário, possuidor, assentado, parceiro ou meeiro outorgados, comodatário ou arrendatário rurais, que explore atividade: (Incluído pelo Decreto nº 6.722, de 2008). • 1. agropecuária em área contínua ou não de até quatro módulos fiscais; ou (Incluído pelo Decreto nº 6.722, de 2008). • 2. de seringueiro ou extrativista vegetal na coleta e extração, de modo sustentável, de recursos naturais renováveis, e faça dessas atividades o principal meio de vida; (Incluído pelo Decreto nº 6.722, de 2008). • b) pescador artesanal ou a este assemelhado, que faça da pesca profissão habitual ou principal meio de vida; e (Incluído pelo Decreto nº 6.722, de 2008). • c) cônjuge ou companheiro, bem como filho maior de dezesseis anos de idade ou a este equiparado, do segurado de que tratam as alíneas “a” e “b” deste inciso, que, comprovadamente, tenham participação ativa nas atividades rurais ou pesqueiras artesanais, respectivamente, do grupo familiar. (Redação dada pelo Decreto nº 8.499, de 2015) • § 1º O aposentado pelo Regime Geral de Previdência Social que voltar a exercer atividade abrangida por este regime é segurado obrigatório em relação a essa atividade, ficando sujeito às contribuições de que trata este Regulamento. • § 2º Considera-se diretor empregado aquele que, participando ou não do risco econômico do empreendimento, seja contratado ou promovido para cargo de direção das sociedades anônimas, mantendo as características inerentes à relação de emprego. • § 3º Considera-se diretor não empregado aquele que, participando ou não do risco econômico do empreendimento, seja eleito, por assembléia geral dos acionistas, para cargo de direção das sociedades anônimas, não mantendo as características inerentes à relação de emprego. • § 4º Entende-se por serviço prestado em caráter não eventual aquele relacionado direta ou indiretamente com as atividades normais da empresa. • § 5o Entende-se como regime de economia familiar a atividade em que o trabalho dos membros da família é indispensável à própria subsistência e ao desenvolvimento socioeconômico do núcleo familiar e é exercido em condições de mútua dependência e colaboração, sem a utilização de empregados permanentes. (Redação dada pelo Decreto nº 6.722, de 2008). • § 6º Entende-se como auxílio eventual de terceiros o que é exercido ocasionalmente, em condições de mútua colaboração, não existindo subordinação nem remuneração. • § 7º Para efeito do disposto na alínea a do inciso VI do caput, entende-se por: • I - capatazia - a atividade de movimentação de mercadorias nas instalações dentro do porto, compreendidos o recebimento, a conferência, o transporte interno, a abertura de volumes para a conferência aduaneira, a manipulação, a arrumação e a entrega e o carregamento e a descarga de embarcações, quando efetuados por aparelhamento portuário; (Redação dada pelo Decreto nº 10.410, de 2020). • II - estiva - a atividade de movimentação de mercadorias nos conveses ou nos porões das embarcações principais ou auxiliares, incluindo transbordo, arrumação, peação e despeação, bem como o carregamento e a descarga das mesmas, quando realizados com equipamentos de bordo; • III - conferência de carga - a contagem de volumes, anotação de suas características, procedência ou destino, verificação do estado das mercadorias, assistência à pesagem, conferência do manifesto e demais serviços correlatos, nas operações de carregamento e descarga de embarcações; • IV - conserto de carga - o reparo e a restauração das embalagens de mercadoria, nas operações de carregamento e descarga de embarcações, reembalagem, marcação, remarcação, carimbagem, etiquetagem, abertura de volumes para vistoria e posterior recomposição; • V - vigilância de embarcações - a atividade de fiscalização da entrada e saída de pessoas a bordo das embarcações atracadas ou fundeadas ao largo, bem como da movimentação de mercadorias nos portalós, rampas, porões, conveses, plataformas e em outros locais da embarcação; e • VI - bloco - a atividade de limpeza e conservação de embarcações mercantes e de seus tanques, incluindo batimento de ferrugem, pintura, reparo de pequena monta e serviços correlatos. • § 8o Não é segurado especial o membro de grupo familiar que possuir outra fonte de rendimento, exceto se decorrente de: (Redação dada pelo Decreto nº 6.722, de 2008). • I - benefício de pensão por morte, auxílio-acidente ou auxílio-reclusão, cujo valor não supere o do menor benefício da previdência social; (Redação dada pelo Decreto nº 10.410, de 2020). • I- A - benefício concedido ao segurado qualificado como segurado especial, independentemente do valor; (Incluído pelo Decreto nº 10.410, de 2020). • II - benefício previdenciário pela participação em plano de previdência complementar instituído nos termos do inciso III do § 18 deste artigo; (Redação dada pelo Decreto nº 6.722, de 2008). • III - exercício de atividade remunerada em período não superior a cento e vinte dias, corridos ou intercalados, no ano civil, observado o disposto no § 22; (Redação dada pelo Decreto nº 10.410, de 2020). • IV - exercício de mandato eletivo de dirigente sindical de organização da categoria de trabalhadores rurais; (Incluído pelo Decreto nº 6.722, de 2008). • V - exercício de mandato de vereador do município onde desenvolve a atividade rural, ou de dirigente de cooperativa rural constituída exclusivamente por segurados especiais, observado o disposto no § 22 deste artigo; (Incluído pelo Decreto nº 6.722, de 2008). • VI - parceria ou meação outorgada na forma e condições estabelecidas no inciso I do § 18 deste artigo; (Incluído pelo Decreto nº 6.722, de 2008). • VII - atividade artesanal desenvolvida com matéria-prima produzida pelo respectivo grupo familiar, podendo ser utilizada matéria-prima de outra origem, desde que, nesse caso, a renda mensal obtida na atividade não exceda ao menor benefício de prestação continuada da previdência social; e (Incluído pelo Decreto nº 6.722, de 2008). • VIII - atividade artística, desde que em valor mensal inferior ao menor benefício de prestação continuada da previdência social.(Incluído pelo Decreto nº 6.722, de 2008). Segurados da Previdência Social • Art. 9º São segurados da previdência social as seguintes pessoas físicas: • Omissis • V. como contribuinte individual • Omissis • § 15 omissis • Omissis • VI. aquele que presta serviço de natureza não contínua, por conta própria, a pessoa ou família, no âmbito residencial, sem fins lucrativos; (Decreto 3.048/1999 – RPS) Segurados da Previdência Social • Segurado contribuinte individual – art. 11, V PBPS e art. 12, V PCSS. • Conceito: trabalhador por conta própria ou trabalhador autônomo. São Pessoas físicas que trabalham para outras pessoas físicas ou jurídicas. • Art. 11. São segurados da Previdência Social as seguintes pessoas físicas: • Omissis • V. como contribuinte individual: (Lei 8.213/1991) Segurados da Previdência Social • Tipos de segurados contribuintes individuais: • a) pessoa física, proprietária ou não, que explora atividade agropecuária a qualquer título, em caráter permanente ou temporário, em área superior a 4 módulos fiscais; ou, quando em área igual ou inferior a 4 módulos fiscais ou atividade pesqueira, com auxílio de empregados ou por intermédio de prepostos. A referência ao módulo rural foi trazida pela Lei 11.718/2008 face a dificuldade existente para diferenciar o produtor rural contribuinte individual do produtor rural segurado especial. Com frequência a jurisprudência faz referência ao tamanho da propriedade rural na tentativa de enquadrar corretamente o segurado. Segurados da Previdência Social • Art. 20 É segurado na categoria de contribuinte individual, conforme o inciso V do caput do art. 9º do RPS: • Omissis • III. o assemelhado ao pescador que, utilizando ou não embarcação pesqueira, exerce atividade de captura ou de extração de elementos animais ou vegetais, que tenham na água seu meio normal ou mais frequente de vida, na beira do mar, no rio ou na lagoa, com auxílio de empregado em número que exceda à razão de 120 (cento e vinte) pessoas/dia dentro do ano civil; (INSTRUÇÃO NORMATIVA INSS/PRES Nº 77, DE 21 DE JANEIRO DE 2015 - DOU DE 22/01/2015) Segurados da Previdência Social • b) pessoa física, proprietária ou não, que explora atividade de extração mineral – garimpo, em caráter permanente ou temporário, diretamente ou por intermédio de prepostos, com ou sem auxílio de empregados, utilizados a qualquer título, ainda que de forma não contínua. • O garimpeiro era enquadrado como segurado especial, situação modificada pela Lei 8.398/07.01.1992. Segurados da Previdência Social • c) ministro de confissão religiosa e o membro de instituto de vida consagrada, de congregação ou de ordem religiosa. Passaram a ter proteção previdenciária a partir da Lei 6.696/79. • A Instrução Normativa 20/2007 (art. 5º, a a i) trazia definições necessárias quanto ao conceito de: instituição de confissão religiosa; instituto da vida consagrada; ordem religiosa; ministros de confissão religiosa; membros do instituto de vida religiosa; membros de ordem ou congregação religiosa. A instrução foi revogada pela IN 45/2010 que não repetiu as definições, ocorrendo também na IN 77/2015, motivo pelo qual há uma grande dificuldade de enquadramento, atualmente. Segurados da Previdência Social • O religioso é considerado contribuinte individual e o seu ingresso na Previdência Social não pressupõe relação empregatícia com a entidade religiosa. É necessário saber a natureza da entidade ou instituições, que não têm fins lucrativos e nem assumem os riscos da atividade econômica. Sendo assim, a entidade religiosa não tem obrigação para com a Previdência Social em relação ao religioso. Segurados da Previdência Social • Instrução Normativa INSS 20/10.10.2007 - REVOGADA • Art. 5º a a i - conceitos: • Instituição de confissão religiosa aquela caracterizada por uma comunidade de pessoas unidas no corpo de doutrina, obrigadas a cumprir um conjunto de normas expressas de conduta, para consigo mesmas e para com os outros, exercidas na forma de cultos, traduzidas em ritos, práticas e deveres para com o Ser Superior. • Instituto de vida consagrada é a sociedade aprovada por legítima autoridade religiosa, na qual seus membros emitem votos públicos ou assumem vínculos estáveis para servir à confissão religiosa adotada, além do compromisso comunitário, independentemente de convivência sob o mesmo teto. • Ordem religiosa é a sociedade aprovada por legítima autoridade religiosa, na qual os membros emitem votos públicos determinados, perpétuos ou temporários, passíveis de renovação e assumem o compromisso comunitário regulamentar de convivência sob o mesmo teto. Segurados da Previdência Social • Ministros de confissão religiosa são aqueles que consagram sua vida a serviço de Deus e do próximo, com ou sem ordenação, dedicando-se ao anúncio de suas respectivas doutrinas e crenças, à celebração dos cultos próprios, à organização das comunidades e à promoção de observância das normas estabelecidas, desde que devidamente aprovados para o exercício de suas funções pela autoridade religiosa competente. • Membros do instituto de vida religiosa são os que emitem voto determinado ou seu equivalente, devidamente aprovado pela autoridade religiosa competente. • Membros de ordem ou congregação religiosa são aqueles que emitem ou nelas professam os votos adotados; • Considera-se como início da atividade dos religiosos o ato de emissão de votos temporários ou perpétuos ou compromissos equivalentes, que os habilitem ao exercício estável da atividade religiosa a que se consagraram; Segurados da Previdência Social • e) brasileiro civil que trabalha no exterior que trabalha no exterior para organismo oficial internacional, do qual o Brasil é membro efetivo – ainda que lá domiciliado e contratado, salvo quando coberto por regime próprio de previdência social. • f) titular de firma individual urbana ou rural, o diretor não empregado e o membro de conselho de administração de sociedade anônima, o sócio solidário, o sócio de indústria, o sócio-gerente e o sócio cotista que recebam remuneração decorrente de seu trabalho em empresa urbana rural, e o associado eleito para cargo de direção em cooperativa, associação ou entidade de qualquer natureza ou finalidade, bem como o síndico ou administrador eleito para exercer atividade de direção condominial, desde que recebam remuneração. Segurados da Previdência Social • Síndico ou administrador eleito para exercer atividade de direção do condomínio – serão enquadrados como contribuinte individual se receberem remuneração. • A isenção da taxa de condomínio, a partir de 06.03.1997 (publicação do Decreto 2.172/1997, antigo RGP) equivale à remuneração, motivo pelo qual deve estar enquadrado como contribuinte individual (IN 77/2015). Segurados da Previdência Social Síndico de condomínio Sem remuneração Não é segurado obrigatório Com remuneração Segurado obrigatório contribuinte individual Com isenção de taxa condominial Segurado obrigatório contribuinte individual Esta Foto de Autor Desconhecido está licenciado em CC BY-ND https://www.brasildefato.com.br/especiais/tudo-que-voce-precisa-saber-sobre-a-reforma-da-previdencia-de-temer/ https://creativecommons.org/licenses/by-nd/3.0/ Segurados da Previdência Social • g) prestador de serviço de natureza urbana ou rural em caráter eventual em uma ou mais empresas, sem relação de emprego. • h) pessoa física que exerce, por conta própria, atividade econômica de natureza urbana, com fins lucrativos ou não. • Art. 9º, V do RPS (Decreto 3.48/1999) – traz um rol extenso de segurados enquadrados como contribuintes individuais. Segurados da Previdência Social • Art. 11, VI PBPS - Segurado trabalhador avulso. • Conceito: trabalhador avulso é aquele presta, a diversas empresas, sem vínculo empregatício, serviço de natureza urbana ou rural definidos no Regulamento. • Art. 9º, VI do RPS definiu melhor o conceito de trabalhador avulso. Segurados da Previdência Social •Art. 9º São segurados obrigatórios da Previdência Social as seguintes pessoas físicas: • Omissis • VI. como trabalhador avulso - aquele que, sindicalizado ou não, presta serviço de natureza urbana ou rural, a diversas empresas, sem vínculo empregatício, com a intermediação obrigatória do órgão gestor de mão-de-obra, nos termos da Lei 8.630, de 25 de fevereiro de 1993, ou do sindicato da categoria, assim considerados: Segurados da Previdência Social a) o trabalhador que exerce atividade portuária de capatazia, estiva, conferência e conserto de carga, vigilância de embarcação e bloco; b) o trabalhador de estiva de mercadorias de qualquer natureza, inclusive carvão e minério; c) o trabalhador em alvarenga (embarcação para carga e descarga de navios); d) o amarrador de embarcação; Segurados da Previdência Social e) o ensacador de café, cacau, sal e similares; f) o trabalhador na indústria de extração de sal; g) o carregador de bagagem em porto; h) o prático de barra em porto; i) o guindasteiro; e j) o classificador, o movimentador e o empacotador de mercadorias em portos; Segurados da Previdência Social • Segurado especial – são considerados como segurados especiais os definidos no art. 195, § 8º da C.F./1988, que determina um tratamento diferenciado aos trabalhadores nos seguintes termos: • § 8º O produtor, o parceiro, o meeiro e o arrendatário rurais e o pescador artesanal, bem como os respectivos cônjuges, que exerçam suas atividades em regime de economia familiar, sem empregados permanentes, contribuirão para a seguridade social mediante a aplicação de uma alíquota sobre o resultado da comercialização da produção e farão jus aos benefícios nos termos da lei. Segurados da Previdência Social • Art. 11, VII da Lei 8.213/1991 define o segurado especial como sendo pessoa física residente no imóvel rural ou em aglomerado urbano ou rural próximo a ele que, individualmente ou em regime de economia familiar, ainda que com o auxílio eventual de terceiros, na condição de produtor, seja proprietário, usufrutuário, possuidor, assentado, parceiro ou meeiro outorgados, comodatário ou arrendatário rurais, que explore atividade: 1- agropecuária em área de até 4 módulos fiscais; 2. de seringueiro ou extrativista vegetal, que exerça suas atividades nos termos do inciso XII do artigo 2º da Lei 9.985/2000 e faça dessa atividade seu principal meio de vida. Segurados da Previdência Social • Art. 2º Para os fins previstos nesta Lei, entende-se por: • Omissis • XII. extrativismo: sistema de exploração baseado na coleta e extração, de modo sustentável, de recursos naturais renováveis; (Lei 9.985/2000) Segurados da Previdência Social • Art. 40, § 1º da IN 77/2015, esclarece que: • Produtor: é o proprietário, condômino, usufrutuário, possuidor, assentado, acompado, parceiro, meeiro, arrendatário rural, quilombola, seringueiro ou extrativista vegetal, que desenvolve atividade agrícola, pastoril ou hortifrutigranjeira, individualmente ou em regime de economia familiar. • Parceiro: é aquele que em contrato escrito de parceria com o proprietário da terra ou detentor da posse e desenvolve atividade agrícola, pastoril ou hortifrutigranjeira, partilhando lucros ou prejuízos. Segurados da Previdência Social • Meeiro: aquele que tem contrato escrito com o proprietário da terra ou detentor da posse e da mesma forma exerce atividade agrícola, pastoril ou hortifrutigranjeira, partilhando os rendimentos ou custos. • Arrendatário: aquele que, comprovadamente, utiliza a terra, mediante pagamento de aluguel, em espécie ou in natura, ao proprietário do imóvel rural, para desenvolver atividade agrícola, pastoril ou hortifrutigranjeira. Segurados da Previdência Social • Com frequência a atividade agropecuária é submetida à análise judicial, normalmente em razão do tamanho da área em que o interessado exerce sua atividade. Há uma tendência jurisprudencial no sentido de destacar o enquadramento como segurado especial quando se trata de grandes áreas rurais. • Súmula 30 da TNU dos Juizados Especiais Federais: “Tratando-se de demanda previdenciária, o fato de o imóvel ser superior ao módulo rural não afasta, por si só, a qualificação de seu proprietário como segurado especial, desde que comprovada, nos autos, a sua exploração em regime de economia familiar.” Economia Familiar • Todos os membros da família – cônjuge ou companheiros, bem como filho maior de 16 anos ou a este equiparado – são segurados especiais pelo fato de ser paga contribuição para o custeio da seguridade social incidente sobre o produto da comercialização da produção. • Regime de economia familiar – é a atividade desempenhada pela família, com o trabalho indispensável de seus membros para a sua subsistência. Bibliografia Passos FERREIRA, Marisa. Direito previdenciário esquematizado. São Paulo: Saraiva, 2017.-mail: Esta Foto de Autor Desconhecido está licenciado em CC BY-SA-NC https://www.amiguinhosdedeus.com/2018/05/tuitedopapa-01-de-maio-de-2018.html https://creativecommons.org/licenses/by-nc-sa/3.0/ PROFº Christiane Passos Segurados e Dependentes– Parte II ROTEIRO DA AULA • 1. Segurados: • 1.2 manutenção , perda e reaquisição da qualidade de segurado; • 2.Dependentes; • 2.1 conceito e classes de dependentes; • 2.2 perda da qualidade de dependente; • 3. Regras aplicáveis às prestações em geral: • 3.1 períodos de carência; • 3.2 contagem do período de carência; • 4 Benefícios: • 4.1 cálculo do valor dos benefícios; • 4.2 salário de benefício e salário contribuição; • 4.3 fator previdenciário e fórmula 85/95; • 4.4 salário de benefício das aposentadorias por idade e por tempo de contribuição: regras permanentes; • 4.5 salário de benefício das aposentadorias por idade e por tempo de contribuição: regras de transição; • 4.4 Regras aplicáveis ao salário de benefício; • 5. Aposentadorias: • 5.1 Cadastro Nacional de Informações Sociais (CNIS); • 5.2 aposentadoria especial; • 5.3 aposentadoria por idade; • 5.4 aposentadoria por tempo de contribuição; • 5.4 aposentadoria por invalidez • 6. Auxílio- doença. • 7. Auxílio-acidente. • 8. Serviço Social • 9. Habilitação e reabilitação profissional. • 10. Prescrição e Decadência. Segurados • Manutenção da qualidade de segurado – “período de graça” – os segurados se mantém enquanto estiverem efetuando o pagamento das contribuições previdenciárias para o custeio do RGPS. Existem algumas situações em que o segurado, embora não contribua, continua na condição de segurado. Denomina- se esse período como período de graça. Durante esse período o segurado terá direito a toda a cobertura previdenciária. • Exemplo: caso durante o período de graça o segurado ficar incapaz total e definitivamente para o trabalho, terá direito à cobertura previdenciária de aposentadoria por invalidez, se cumprida a carência, quando for o caso. Período de graça • Art. 15. Mantém a qualidade de segurado, independentemente de contribuições: • I - sem limite de prazo, quem está em gozo de benefício; • II - até 12 (doze) meses após a cessação das contribuições, o segurado que deixar de exercer atividade remunerada abrangida pela Previdência Social ou estiver suspenso ou licenciado sem remuneração; • III - até 12 (doze) meses após cessar a segregação, o segurado acometido de doença de segregação compulsória; • IV - até 12 (doze) meses após o livramento, o segurado retido ou recluso; • V - até 3 (três) meses após o licenciamento, o segurado incorporado às Forças Armadas para prestar serviço militar; • VI - até 6 (seis) meses após a cessação das contribuições, o segurado facultativo. • § 1º O prazo do inciso II será prorrogado para até 24 (vinte e quatro) meses se o segurado já tiver pago mais de 120 (cento e vinte) contribuições mensais sem interrupção que acarrete a perda da qualidade de segurado. • § 2º Os prazos do inciso II ou do § 1º serão acrescidos de 12 (doze) meses para o segurado desempregado, desde que comprovada essa situação pelo registro no órgãopróprio do Ministério do Trabalho e da Previdência Social. • § 3º Durante os prazos deste artigo, o segurado conserva todos os seus direitos perante a Previdência Social. • § 4º A perda da qualidade de segurado ocorrerá no dia seguinte ao do término do prazo fixado no Plano de Custeio da Seguridade Social para recolhimento da contribuição referente ao mês imediatamente posterior ao do final dos prazos fixados neste artigo e seus parágrafos. (PBPS) Período de graça • Art. 13. Mantém a qualidade de segurado, independentemente de contribuições: • I - sem limite de prazo, quem está em gozo de benefício; • II - até doze meses após a cessação de benefício por incapacidade ou após a cessação das contribuições, o segurado que deixar de exercer atividade remunerada abrangida pela previdência social ou estiver suspenso ou licenciado sem remuneração; • III - até doze meses após cessar a segregação, o segurado acometido de doença de segregação compulsória; • IV - até doze meses após o livramento, o segurado detido ou recluso; • V - até três meses após o licenciamento, o segurado incorporado às Forças Armadas para prestar serviço militar; e • VI - até seis meses após a cessação das contribuições, o segurado facultativo. • § 1º O prazo do inciso II será prorrogado para até vinte e quatro meses, se o segurado já tiver pago mais de cento e vinte contribuições mensais sem interrupção que acarrete a perda da qualidade de segurado. • § 2º O prazo do inciso II ou do § 1º será acrescido de doze meses para o segurado desempregado, desde que comprovada essa situação por registro no órgão próprio do Ministério do Trabalho e Emprego. • § 3º Durante os prazos deste artigo, o segurado conserva todos os seus direitos perante a previdência social. • § 4º Aplica-se o disposto no inciso II do caput e no § 1º ao segurado que se desvincular de regime próprio de previdência social. (Incluído pelo Decreto nº 3.265, de 1999) • § 5º A perda da qualidade de segurado não será considerada para a concessão das aposentadorias por tempo de contribuição e especial. (Incluído pelo Decreto nº 4.729, de 2003) • § 6º Aplica-se o disposto no § 5º à aposentadoria por idade, desde que o segurado conte com, no mínimo, o número de contribuições mensais exigido para efeito de carência na data do requerimento do benefício. (Incluído pelo Decreto nº 4.729, de 2003) (RPS) • Perda da qualidade de segurado • Regra geral – transcorrido o período de graça, sem que o segurado volte a contribuir com a previdência social pelo RGPS, ocorrerá a perda da qualidade de segurado. • Art. 102 PBPS – preconiza que a perda da qualidade de segurado acarreta a perda de qualquer cobertura previdenciária. • O art. 15, § 4º do PBPS prevê que a perda da qualidade de segurado ocorrerá no dia seguinte ao do término do prazo fixado no Plano de Custeio da Seguridade Social (PCSS) para recolhimento da contribuição referente ao mês imediatamente posterior ao do final dos prazos fixados no referido artigo e seus parágrafos. Exceções • Existem situações em que a perda da qualidade de segurado não acarretará a perda do direito à cobertura previdenciária. Hipóteses taxativas enumeradas pela lei: • a) aposentadorias por tempo de contribuição especial: art. 3º da Lei 10.666/2003 e o art. 13, § 5º do RPS preveem que a perda da qualidade de segurado não impede a concessão das aposentadorias por tempo de contribuição e especial. Se o segurado cumpriu a carência prevista em lei para a obtenção desses benefícios, mesmo que tenha perdido a qualidade de segurado, não retirará a possibilidade de usufruir do benefício que contribui, sob pena de enriquecimento ilícito. (direito adquirido). Exceções b) aposentadoria por idade: art. 3º, § 1º da Lei 10.666/2003 preconiza que: “Na hipótese de aposentadoria por idade, a perda da qualidade de segurado não será considerada para a concessão desse benefício, desse que o segurado conte com, no mínimo, o tempo de contribuição correspondente ao exigido para efeito de carência na data do requerimento do benefício.” A carência a considerar é da data do requerimento do benefício e não da data em que o segurado completou a idade. Exceções • c) pensão por morte após a perda da qualidade de segurado: em regra geral, uma vez perdida a qualidade de segurado, tanto este quanto seus dependentes deixam de ter direito a qualquer cobertura previdenciária. Ocorre que, existem situações em que o segurado já havia cumpridas as exigências legais para a aposentadoria, sendo certo que se estivesse vivo seria concedido tal benefício. Em assim sendo, os dependentes estarão garantidos quanto ao benefício da pensão por morte, conforme disposto no art. 102, § 2º do PBPS e art. 180, § 2º do RPS. Exceções • STJ – em Recurso Especial julgado sob o rito dos Recursos Repetitivos, adotou o seguinte entendimento: • “(...) I – A condição de segurado do de cujus é requisito necessário ao deferimento do benefício de pensão por morte ao(s) seu(s) dependente(s). Excepciona-se essa regra, porém, na hipótese de o falecido ter preenchido, ainda em vida, os requisitos necessários à concessão de uma das espécies de aposentadoria do Regime Geral de Previdência Social – RGPS. Precedentes. • II – In casu, não detendo a de cujus, quando do evento morte, a condição de segurada, nem tendo preenchido em vida os requisitos necessários à sua aposentação, incabível o deferimento, do benefício de pensão por morte aos seus dependentes (...)” (Resp 1.110.565, 3ª Seção, Rel. Min. Felix Fischer, Dje 03.08.2009) Exceções • d) aposentadoria por invalidez: não perde a qualidade de segurado aquele que deixa de contribuir em razão de incapacidade para o trabalho, tendo direito à aposentadoria por invalidez. • A incapacidade total ou parcial, temporária ou permanente, é contingência geradora de necessidade protegida pela Previdência Social, que, uma vez configurada, dá direito a um benefício por incapacidade (auxílio-doença ou aposentadoria por invalidez) a depender do tipo de incapacidade, que, por várias razões, pode não ter sido exercido pelo segurado durante o período de graça. Reaquisição da qualidade de segurado • Ao término do período de graça haverá a perda da qualidade de segurado, mas, caso o mesmo queira impedir que isso ocorra, deverá providenciar o recolhimento da contribuição previdenciária referente ao mês imediatamente posterior ao final dos prazos fixados no art. 15 do PBPS e art. 14 do RPS. Dependentes • Os dependentes estão expressamente relacionados na lei previdenciária. • A relação entre o dependente e a Previdência Social somente se estabelece quando não mais é possível a relação entre esta e o segurado. Não existe hipótese de cobertura simultânea entre o segurado e o dependente. • Art. 17, § 1º PBPS: a inscrição do dependente se dá por ocasião do requerimento do benefício a que tiver direito. Dependentes • Art. 22. A inscrição do dependente do segurado será promovida quando do requerimento do benefício a que tiver direito, mediante a apresentação dos seguintes documentos: • I - para os dependentes preferenciais: • a) cônjuge e filhos - certidões de casamento e de nascimento; • b) companheira ou companheiro - documento de identidade e certidão de casamento com averbação da separação judicial ou divórcio, quando um dos companheiros ou ambos já tiverem sido casados, ou de óbito, se for o caso; e • c) equiparado a filho - certidão judicial de tutela e, em se tratando de enteado, certidão de casamento do segurado e de nascimento do dependente, observado o disposto no § 3º do art. 16; • II - pais - certidão de nascimento do segurado e documentos de identidade dos mesmos; e • III - irmão - certidão de nascimento. • omissis • (Decreto 3.048/1999 - RPS) Dependentes Os dependentes do segurado estão enumerados no art. 16 do PBPS. Classe de dependentes – cada inciso corresponde a uma classe. A jurisprudência tem o entendimento de que o rol de dependentes do referido artigo é taxativo. Dependentes • “(...) 1. O benefício
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