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Medidas aplicáveis aos suscetíveis A vacinação de cães e gatos a partir de 3 meses de idade, com revacinação anual, foi a medida que historicamente diminuiu a prevalência de raiva não só nessas espécies de carnívoros domésticos, mas também entre seres humanos. Tratado de medicina interna de cães e gatos Porta de entrada para o vírus Ferimentos em pele e tecido muscular provenientes de mordeduras de animais infectados são a principal porta de entrada para o RABV, tanto na transmissão entre cães e gatos quanto entre morcegos e estes animais, e destes para seres humanos. Vias de eliminação do vírus No caso de cães e gatos, a via de eliminação de importância para a epidemiologia da raiva são as glândulas salivares, das quais elevados títulos virais podem ser excretados antes mesmo da existência de sinais da doença, mas os tratos entérico e urinário também podem ser mencionados. Manifestações clínicas ▪ Inicialmente, há replicação nas células musculares antes que o vírus adentre o sistema nervoso; é apenas no período em que o vírus está se replicando em tecido muscular que a resposta imune e a imunoprofilaxia podem ser efetivas para interromper o curso da doença. ▪ A seguir, o vírus se adsorve aos receptores encontrados nas junções neuromotoras e é transportado de modo retrógrado por proteínas axônicas, como a dineína, até o citoplasma do neurônio, onde passa por mais uma replicação; após o brotamento, os novos vírions se transmitem pela sinapse até o próximo axônio, atingindo neurônios motores e gânglios nervosos na medula espinal, progredindo desse local até o cerebelo e o cérebro ▪ Em cães e gatos, a forma clássica de manifestação clínica da raiva pode ser dividida nas fases prodrômica, neurológica aguda e terminal de coma e morte. ▪ Na fase prodrômica, cães e gatos podem ter alterações de comportamento, como tendência a buscar esconderijo distante das pessoas e agressividade até em relação ao proprietário, prurido no local de entrada do RABV e anorexia. ▪ Na fase neurológica aguda, tem-se a intensificação da agressividade, podendo haver convulsões, automutilação, sialorreia e paralisia flácida ascendente. ▪ Com a instalação completa da paralisia, o paciente canino ou felino vai a óbito por parada respiratória em função de paralisia diafragmática. Conceito A raiva é uma doença infecciosa viral cuja base patológica principal é um processo inflamatório não infiltrativo do sistema nervoso central, levando a sinais predominantemente nervosos. Transmissão É naturalmente transmissível entre mamíferos, caracterizando-se como zoonose clássica, de evolução fatal em todas as espécies. Sobre o vírus: ▪ Também conhecido pela sigla em inglês RABV (rabies virus) ▪ Gênero Lyssavirus, na família Rhabdoviridae, ordem Mononegavirales ▪ Vírus envelopado ▪ O genoma do RABV é constituído por um RNA de fita simples, de sentido negativo, ou seja, que não tem função direta de mRNA Ciclo de replicação viral: - É capaz de se replicar não apenas em neurônios propriamente ditos, mas também em células de tecido muscular e naquelas situadas em órgãos como pulmões, rins e fígado, além da córnea, por exemplo. Quem pode transmitir Em áreas urbanas, morcegos frugívoros e insetívoros podem transmitir a raiva para cães e gatos, quer diretamente por ataques em função de agressividade exacerbada, quer pelo hábito natural de cães e gatos predarem morcegos, o que é facilitado quando estes se encontram com dificuldade de movimentação, sobretudo em relação ao voo, como consequência da raiva O que provoca: Uma vez infectando carnívoros domésticos, provoca alterações comportamentais como aumento de agressividade, progredindo para paralisia e morte, com um período de incubação que varia de acordo com o local de entrada do vírus, a virulência da amostra viral em questão e o estado imunitário do hospedeiro.