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Os profissionais da saúde estão se comunicando adequadamente? A medicina é um conhecimento necessário e cultuado no mundo desde os seus primórdios. Todavia, a medicina como ciência, pesquisa e razão que conhecemos hoje passou a existir em tempos em que a racionalidade e o experimento científico se tornaram o viés de referência para a sociedade. Buscar conhecimentos de forma metódica, precisa, teorizada, formulada e reformulada a fim de filtrar o objeto de estudo até o mais próximo da verdade era o que buscavam os cientistas da época, assim como explorar o corpo humano, fazer testes e experimentos nessa máquina fisiológica que somos. Padrões éticos, ideológicos e humanos foram quebrados naquela época, mas isso pouco importava aos que realizavam, já que era tudo em nome da ciência. Trazendo para o contexto atual, percebemos que resquícios dessa prática mecanizada dos profissionais de saúde ao tratarem os pacientes meramente como objeto de estudo, como “máquinas fisiológicas” ainda é, infelizmente, uma realidade na sociedade vigente. E subestimar a importância que tem o contato humano, o olhar, a empatia médico-paciente já se mostrou algo capaz de trazer conseqüências fatais que poderiam ser evitadas caso houvesse uma comunicação melhor. A maioria da comunicação do ser humano é não verbal, isso mostra o quanto o profissional de saúde deve sim perceber, ouvir, olhar, perguntar e humanizar, quebrar barreiras o quanto for necessário seu atendimento. Tratar o paciente como gostaria de ser tratado se fosse o paciente é a chave para essa questão, mesmo sendo compreensível que, as vezes, a rotina do dia-a-dia do profissional de saúde pode vir a inibir sua percepção ao interpretar atitudes, uma vez que situações de doenças, acidentes, ferimentos e morte, vistas com medo, temor e aversão a maioria da população, é algo rotineiro a esses profissionais. O texto “a comunicação na área de saúde” adentra exatamente sobre essa questão, aponta os pontos necessários a serem corrigidos, aponta o quanto é amplo o espaço entre a realidade do paciente e a realidade do profissional. O paciente sempre estará na posição de vulnerável, de não conhecedor, de sentir-se em um ambiente completamente ignoto e para ele o profissional sempre será sua referência necessária e obrigatória de confiança, o realizador de sua cura. Se o profissional não souber quebrar as barreiras do paciente, descobrir os mecanismos de comunicação precisos, o desempenho adequado de suas funções e da cura do paciente acabam se tornando mais difíceis de serem vigorados. Nessa perspectiva, respondendo a pergunta do título, “os profissionais de saúde estão se comunicando adequadamente?” Não, ou pelo menos ainda não. Pensando no contexto passado, percebe-se sim uma grande melhora nesse quesito, mas vê-se também que ainda há muito que ser feito. E a solução para isso, como para quase tudo, está nas futuras gerações de médicos, enfermeiros e profissionais de saúde, que devem ter consciência dessa realidade e procurar mudá-la. Cabe também às instituições de ensino desses cursos investirem na educação humana de seus alunos. Uma vez que já foram provadas inúmeras vezes o quanto a falta de empatia e de uma boa comunicação pode trazer como conseqüências. Não existe interação humana satisfatória sem que haja uma boa comunicação entre os envolvidos.
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