Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
UNIVERSIDADE REGIONAL DO CARIRI – URCA CENTRO DE CIÊNCIAS BIOLÓGICAS E DA SAÚDE – CCBS UNIDADE DESCENTRALIZADA DE IGUATU – UDI CURSO DE GRADUAÇÃO EM ENFERMAGEM MUDANÇAS NA POLÍTICA NACIONAL DE ATENÇÃO BÁSICA: ENTRE RETROCESSOS E DESAFIOS - FICHAMENTO ISADORA MAGALHÃES FERNANDES IGUATU - CE 2021 1 - FICHAMENTO DO ARTIGO: MUDANÇAS NA POLÍTICA NACIONAL DE ATENÇÃO BÁSICA: ENTRE RETROCESSOS E DESAFIOS Diversos países do mundo têm APS (Atenção primária à saúde) no seu sistema de saúde. Um marco fundamental para ela foi a Alma Ata que contribuiu com traduções e incorporações heterogêneas nos países, ora como APS seletiva, ora como APS ampliada, com forte influência de organismos internacionais. No Brasil a APS agiu inicialmente na primeira metade do século XX. Com a Constituição de 1988, que assumiu a saúde como direito de cidadania e criou o SUS (Sistema Único de Saúde), buscando os princípios e diretrizes formulados pelo movimento da reforma sanitária. Nesse período, foi construído um novo modelo assistencial na APS, com a implantação do Pacs (Programa de Agentes Comunitários de Saúde), do PSF (Programa de Saúde da Família), mesmo que em um momento inoportuno politicamente e economicamente. PSF passou a ser apresentado como estratégia de mudança do modelo assistencial em 1996, com uma ampla visão de verticalidade e transitoriedade, transformando a ESF (Estratégia Saúde da Família) uma associação do PSF e do PACS. Outras implementações foram feitas ao longo dos anos como a introdução dos Pisos de Atenção Básica (PAB), além da particularidade de ter em suas equipes os ACS (Agente Comunitário de Saúde) como membro de uma equipe multiprofissional. Além de colocar em foco a prevenção de doenças a fim de garantir a melhoria da saúde pública. A partir de uma breve visão sobre a APS, tratamos das edições da PNAB (Política Nacional de Atenção Básica) no qual a 1ª ocorreu no ano de 2006, a 2ª em 2011 e a 3ª no ano de 2017. Em 2006, embora pioneira e impulsionante no qual ampliou o escopo e a concepção da AB ao incorporar os atributos da atenção primária à saúde abrangente, reconheceu a Saúde da Família como modelo substitutivo e de reorganização da AB. Além disso, revisou as funções das Unidades Básicas de Saúde (UBS) e reconheceu a existência de diferentes modalidades segundo o modelo de organização predominante – UBS com ou sem ESF. De todo modo, esse sistema ainda se encontrava raso e debilitado necessitando de uma integração multiprofissional. A PNAB de 2011 contribuiu no Requalifica UBS (reformas, ampliações, construções e informatização), no PMAQ (Programa de Melhoria do Acesso e da Qualidade) e no PMM (Programa Mais Médicos) Além de outras importantes ações, dentre elas foi criado o e-SUS AB, incluindo a oferta de prontuário eletrônico gratuito para os municípios, e foram alteradas normativas visando à sua ampliação e ao aprimoramento. Em 2017 por sua vez houve mudanças nas regras do financiamento federal do SUS encaminhando-se para o fim dos seis blocos de financiamento do SUS (um deles da AB) e para a adoção de dois grandes blocos, de custeio e investimento. Além disso, foi aprovada a Emenda Constitucional nº 9520 em 2016, congelando os gastos com saúde e educação por 20 anos e , foi pactuada na Comissão Intergestores Tripartite (CIT) do SUS, instituindo uma nova PNAB. Há descontinuidades ainda que precisam de um segundo e profundo olhar como a retirada das palavras ‘democrática’ e ‘humanização’, sendo que uma se referia, na PNAB de 2011, ao formato das práticas de cuidado e de gestão, e a outra era apresentada como um dos princípios, respectivamente. É de suma importância ressaltar e colocar em análise a que urgências a PNAB de 2017 buscou responder, bem como acompanhar sua trajetória, apropriações e efeitos. pode-se dizer que os propósitos centrais dessa política são a diminuição dos ACS e a mudança de seu perfil, bem como a priorização da chamada AB tradicional em detrimento da ESF, com maior autonomia e flexibilidade para a gestão municipal.A recente mudança da PNAB, em 2017, diferentemente de 2011, deu-se em uma conjuntura de crise política e econômica do País, que vem incidindo de forma avassaladora sobre políticas sociais 2- REFERÊNCIA Melo EA, Mendonça MHM, Oliveira JR, Andrade GCL. SAÚDE DEBATE. Mudanças na Política Nacional de Atenção Básica: entre retrocessos e desafios. Rio de Janeiro, V. 42, número especial 1, P. 38-51, Setembro 2018.
Compartilhar