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PlanoDeAula_53702 01 SEMANA

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Título 
Psicologia Aplicada ao Direito 
Número de Aulas por Semana 
 
Número de Semana de Aula 
1 
Tema 
Introdução ao Estudo da Psicologia 
Objetivos 
Ao final do primeiro encontro, o aluno deverá ser capaz de:  
·   Entender o plano de ensino da disciplina e seu mapa conceitual, que serão apresentados no início da aula; 
·   Compreender a importância do estudo da Psicologia para os futuros profissionais do Direito; 
·   Identificar as diferenças entre a Psicologia científica e o senso comum; 
·   Explicar os objetos de estudo da Psicologia; 
·   Compreender os fenômenos psicológicos, sua importância, e algumas Teorias da Psicologia. 
. Entender a história da Psicologia aplicada ao Direito e analisar os diferentes posicionamentos em relação ao trabalho do psicólogo junto ao Direito; 
Estrutura do Conteúdo 
A unidade I terá início com a diferenciação entre a Psicologia científica e o senso comum. Deverá ser abordado, brevemente, o que é ciência, explicitando, para o aluno, a 
Psicologia como ciência. Continuando a aula, será abordado o senso comum, como uma forma de conhecimento da realidade e visão de mundo. Os objetos de estudo da 
Psicologia deverão ser explicados, e uma breve síntese sobre os fenômenos psicológicos e sua importância para a subjetividade será colocada para o aluno. Algumas teorias 
da Psicologia deverão ser apresentadas aos alunos. 
Conteúdos: 
·   Ciência 
·   Psicologia Científica X Senso comum 
·   Objetos de estudo da Psicologia 
·   Fenômenos psicológicos e sua importância na formação da subjetividade 
. Psicologia aplicada ao Direito 
  
Conceitos a serem desenvolvidos: 
Ciência ? atividade eminentemente reflexiva, que procura compreender, elucidar e alterar o cotidiano, a partir de estudos sistemáticos. ?Compõe-se de um conjunto de 
conhecimentos sobre fatos ou aspectos da realidade (objeto de estudo), expresso por meio de uma linguagem precisa e rigorosa. Esses conhecimentos devem ser obtidos de 
maneira programada, sistemática e controlada, para que se permita a verificação de sua validade.? (Bock, 2002, p. 19) 
  
Psicologia científica - Desde William James e de Wundt, a psicologia se considera como disciplina científica. Diante dessa afirmação há dois questionamentos evidentes: 1) O 
que é psicologia? 2) O que os psicólogos entendem por ciência? Se acompanharmos a história da psicologia, perceberemos que essas duas perguntas tiveram (e ainda têm) 
uma infinidade de respostas, o que, muitas vezes, alimentou a crítica à pretensão científica da psicologia. 
O que é psicologia? Um breve olhar sobre a história da psicologia revela que essa pergunta pode ser respondida de diversas maneiras. Não cabe aqui analisar cada uma 
dessas respostas, o que possivelmente nos conduziria à desconfortável conclusão de que cada psicólogo pode escolher a resposta que mais lhe agradar. 
Finalizar a aula , apresentando os primórdios da Psicologia aplicada ao Direito , integrando este tema  aos conceitos discutidos anteriormente. 
Aplicação Prática Teórica 
A psicologia, ao participar do desafio contemporâneo do diálogo inter, multi e transdisciplinar, tem sua definição precária de identidade dissolvida, revelando seu potencial de olhar para a 
complexidade de seu objeto. Tal situação tem o potencial de propiciar a construção de novas formas e práticas de se pensar o saber psicológico. Todavia, convida à realização de atividades 
cada vez mais em sintonia com outros saberes. Assim, uma dupla tarefa impõe-se: dialogar, ultrapassando fronteiras antes demarcadas, e sustentar um discurso construtor de uma 
identidade específica do saber psicológico. Considerando -se o texto, assinale a afirmação CORRETA. 
  
(a) A identidade emergente da psicologia contemporânea supera as suas dicotomias epistemológicas, ao dialogar com outros saberes, referendando -se neles, pois esses saberes possuem 
uma maior segurança metodológica; 
(b) A psicologia como ciência foi marcada pela tensão dos projetos de sua constituição, estabelecendo uma epistemologia única que se expressa em múltiplos métodos, que podem dialogar 
com outros saberes; 
(c) A psicologia, ao participar do diálogo inter, multi e transdisciplinar, tem reconstruído as fronteiras de sua identidade, pois, no contato com saberes diversos, revela sua característica: a 
complexidade epistemológica e metodológica;  
(d) O diálogo inter, multi e transdisciplinar dificultam a definição formal da psicologia como ciência, pois dissolve a identidade já bem constituída do saber psicológico, propondo uma 
identificação com outras formas do saber sobre o homem; 
(e) O psicólogo tem sido convidado a realizar diálogos que o desafiam a construir uma linguagem inter, multi e transdisciplinar, centrada no discurso epistemológico das ciências exatas, 
como a física quântica, e das ciências biológicas, como a genética.  
(ENADE/2009) 
2- Assinale a afirmativa CORRETA, a respeito da concepção de homem, entendido como um ser ?sócio-histórico?, segundo Bock, Furtado & Teixeira (1999): 
  
(a) Existe um conjunto de traços herdados que, em contato com um ambiente determinado, tem como resultado um ser específico, individual e particular; 
(b) As modificações biológicas hereditárias determinam o desenvolvimento sócio -histórico do homem e da humanidade; 
(c) A assimilação pelo homem de sua cultura é um processo de reprodução no indivíduo das propriedades e aptidões historicamente passadas pela espécie humana; 
(d) O homem é primitivamente um ser isolado e não social, desenvolve gradualmente a necessidade de relacionar-se com os outros indivíduos; 
(e) O homem surge como ser único cujas aptidões para relacionar-se dependem das situações de vida e históricas presentes no seu dia a dia. 
(PREFEITURA MUNICIPAL DE MANAUS- PSICÓLOGO/2004) 
3- Os cientistas fazem estudos, fazem pesquisas, que levam às descobertas. As descobertas precisam ser apresentadas aos demais cientistas, e estes precisam ficar convencidos de que a 
descoberta é verdadeira. Novas pesquisas estão sempre sendo feitas. Uma nova pesquisa pode questionar o que se pensava antes, pode provocar polêmica, pode dar margem a várias 
teorias. Uma ciência é, portanto, bem mais interessante do que uma coleção de fatos, leis e fórmulas. Ela é mais parecida com uma novela de televisão, ou melhor ainda, com um romance de 
mistério. A ciência tem enigmas, tem suspense, tem divergências e controvérsias, pistas falsas, becos sem saída, idas e vindas, reviravoltas e revoluções. (Prof. Julio Cesar de Rose ? 
UFSCAR) 
Partindo do texto apresentado e do conhecimento adquirido nas aulas e leituras de textos complementares, explique de que forma a Psicologia se tornou uma ciência. 
4- Você observou na aula que existem a Psicologia científica e a Psicologia do senso comum. Supondo que seu contato até o momento tenha sido apenas com a Psicologia do senso comum, 
relacione situações do cotidiano em que você e as pessoas com quem convive usem esta Psicologia. 
 ATIVIDADE EXTRACLASSE OBRIGATÓRIA 
Plano de Aula: Psicologia Aplicada ao Direito
PSICOLOGIA APLICADA AO DIREITO
NOME DA DISCIPLINA:  PSICOLOGIA APLICADA AO DIREITO 
                    
CÓDIGO: CCJ0004 
TÍTULO DA ATIVIDADE:  
Psicologia científica e senso comum. 
Objetos de estudo da Psicologia. Fenômenos psicológicos. 
Por: Adelmo Senra Gomes(1) 
OBJETIVO: 
  
Compreender a importância do estudo da Psicologia para os futuros profissionais do Direito;  
COMPETÊNCIAS/HABILIDADES:  
Identificar as diferenças entre a Psicologia científica e o senso comum e alguns conceitos desta Ciência 
DESENVOLVIMENTO: 
Psicologia científica e senso comum. 
Objetos de estudo da Psicologia. Fenômenos psicológicos. 
  
  
Este ensaio tem por objetivo introduzir uma reflexão sobre a psicologia e o seu status de ciência. Contudo, para 
atingirmos tal objetivo, importa que, inicialmente, examinemos os principais conceitos do que se convencionou 
chamar ciência , bem como suas principais diferenças em relaçãoao senso comum. 
O conhecimento científico fundamenta-se sobre os seguintes pressupostos: 1 º. “A ciência é uma estrutura 
construída sobre fatos.” (DAVIES apud CHALMERS, 1993, p.24); 2º O processo de obtenção, justificação e 
transmissão do conhecimento científico orienta-se por uma rigorosa metodologia de pesquisa . Ou seja: observação, 
experimentação (ou outra qualquer técnica científica de pesquisa); análise lógica, crítica e meticulosa dos fatos (é 
comum, inclusive, o emprego de instrumentos matemáticos).(2) 
Enquanto o senso comum habitualmente cinge-se aos dados imediatos, ou, então, procura explicações nem 
sempre profundas, o conhecimento científico procura bases sólidas, justificações claras e exatas. Isso não é 
possível em todos os casos. A tendência do cientista, porém, é se aproximar gradativamente de fundamentos fortes 
para seus conhecimentos. (LUNGARZO, 1993, p.12) 
  
  
  
3º. O conhecimento científico é sistêmico, organizado. As teorias científicas não devem ser contraditórias em si e 
entre si. Diferentemente, o senso comum, não preza por tal rigor, sendo, normalmente, fragmentado, desorganizado 
e, por vezes, até contraditório. 4º. O conhecimento científico constrói explicações gerais e não particulares ou 
casuísticas. Não se faz ciência de casos particulares, mas sim, do que há de regular e comum numa determinada 
classe de eventos. 5º. O conhecimento científico busca prognosticar futuras ocorrências dos fatos estudados. Tais 
prognósticos científicos têm um caráter probabilístico e não determinísticos(3). 
A ciência, em seu labor pelo conhecimento, desenvolve modelos explicativos (4) sobre os fatos estudados. Por 
serem modelos são aproximações e não a “verdade” sobre os fatos. 
Finalmente, as explicações científicas necessitam ser submetidas, regularmente, a um constante e rigoroso 
processo de verificação e testes ou, como propõe Popper (1993, p.41), a um constante esforço de falsificação , pois, 
se de fato forem falseadas, isto provará que o que os cientistas tinham por “conhecimento ”, não o era... 
Estabelecidos tais pressupostos sobre a ciência, passemos ao exame da psicologia. 
  
  
  
  
  
A história da psicologia enquanto ciência inicia -se em 1879 quando na Universidade de Leipzig, Alemanha, o 
médico, filósofo e psicólogo alemão, Wilhelm Wundt (1832 -1920), funda o primeiro laboratório de pesquisa 
experimental em psicologia. Antes de Wundt a psicologia era tida, simplesmente, como um ramo da filosofia. 
Em sentido lato, a psicologia tem por objetos de pesquisa o comportamento e os processos mentais de todos os 
seres vivos. (DAVIDOFF, 2001; MORRIS; MAISTO, 2004; MYERS, 2000) 
Define-se por comportamento toda forma de “[...] resposta ou atividade observável realizada por um ser 
vivo.”  (WEITEN, 2002, p. 520) Por seu turno, processos mentais aludiriam às  “[...] experiências subjetivas que 
infer imos através do comportamento (5) – sensações, percepções, sonhos, pensamentos, crenças, 
sentimentos. ” (MYERS, 1999, p.2). 
Com relação a esses objetos há que se ressaltar que o comportamento, por ser um dado objetivo, possibilita 
observações, mensurações, análises e interpretações quantitativas e qualitativas. Contudo, os processos da mente, 
por serem experiências subjetivas, não são passíveis à observação direta. Como então pesquisar e estudar dados 
subjetivos? São dois os caminhos possíveis: 1 º Como já dito anteriormente, pela observação de determinados 
comportamentos – estes últimos entendidos como conseqüências ou manifestações dos processos mentais; 2º 
Pela análise e interpretação do desempenho em algum instrumento psicológico de mensuração (os testes 
psicológicos são exemplos) e; 3º Pela associação dessas duas primeiras formas. 
Por ser uma ciência, a psicologia também desenvolve enunciados probabilísticos em relação aos seus objetos de 
pesquisa; tais enunciados são construídos a partir de uma rigorosa metodologia de pesquisa. As teorias 
psicológicas são organizadas e sistêmicas e, por serem teorias científicas, são de cunho generalista. 
Destaque-se neste ponto que os objetos de pesquisa da psicologia ocorrem em circunstâncias e momentos 
diversos. Do ponto de vista epistemológico(6), portanto, em face a essa diversidade, considera -se mais adequado 
pluralizar a própria psicologia. De fato, não seria uma só psicologia, mas várias psicologias(7). Analise o esquema 
abaixo: 
Ciências psicológicas: objetos e suas principais especialidades 
  
Por fim, falta-nos comentar que ao longo do processo histórico de desenvolvimento do pensamento e da pesquisa 
psicológica, várias escolas (ou, correntes) da psicologia foram surgindo. Na verdade, o que vai diferenciar uma 
escola da outra é a maneira como cada uma irá definir o fenômeno (ou, os fenômenos) psicológico(s) estudado(s), 
bem como a metodologia de pesquisa a ser utilizada. Neste ensaio citaremos somente as duas mais conhecidas: o 
behaviorismo e a psicanálise(8). 
1ª. A escola behaviorista (ou, comportamental) da psicologia – Essa escola surge nos EUA no início do século 
passado com o psicólogo John Watson (1878-1958). Para os behavioristas o comportamento é um conjunto de 
respostas adquiridas (ou, aprendidas (9)) que visa permitir ao organismo uma melhor adaptação ao mundo exterior. Esta resposta aparecerá progressivamente, através de uma série de ajustamentos, por tentativas e erros. 
A causalidade comportamental (Estímulo Ambiental?Resposta Comportamental, ou, na sua forma simplificada, E?
R), base do pensamento behaviorista, possibilitará àquela escola da psicologia a construção de explicações 
objetivas sobre as origens do comportamento, sua previsão e, sob determinadas condições, até mesmo o seu 
controle. Explicação, previsão e controle, lembremo-nos, são os principais objetivos das ciências. 
O Dr. B.F. Skinner (1904-1990) destacou-se como um dos mais profícuos pesquisadores e teóricos behavioristas 
do último século. Suas pesquisas com cobaias levaram -no ao desenvolvimento de uma teoria da aprendizagem 
conhecida como modelagem . Skinner verificou que as conseqüências de um dado comportamento funcionavam 
como estímulos a sua fixação ou extinção. Em resumo: quando as conseqüências de um comportamento 
aumentam a freqüência desse mesmo comportamento diante do estímulo que o eliciou, Skinner chamou tais 
conseqüências de  reforços.  De forma contrár ia,  quando as conseqüências diminuem a freqüência do 
comportamento diante do estímulo que o eliciou, Skinner chamou tais conseqüências de punições . Esquemas de 
reforços e punições são, segundo aquele pesquisador, as forças modeladoras de quaisquer comportamentos. 
Analise o esquema abaixo: 
  
Esquema simplificado do processo de modelagem de comportamentos, segundo Skinner 
  
Por fim, para a visão behaviorista uma criança ao nascer é provida unicamente de um certo número de reflexos, 
puramente fisiológicos. Tudo o mais, em termos comportamentais, ela terá que aprender a partir dos estímulos 
ambientais que receber. 
  
2ª A escola psicanalítica – A psicanálise surgiu no final do século XIX e início do século XX com o médico austríaco 
Sigmund Schlomo Freud (1856-1939). A principal tese psicanalítica é a da existência de processos  inconscientes na 
mente. O inconsciente, segundo Freud, estaria dissociado da realidade e seria regido pelo que ele chamou de 
princípio do prazer. Em 1900, em seu livro A interpretação do sonho , Freud propôs a sua primeira teoria (ou, tópica) 
sobre a estrutura da mente. Nela a mente foi dividida em três sistemas: o inconsciente (como já dito, regido pelo 
princípio do prazer) o pré -consciente e a consciência (estes últimos regidos pelo princípio da realidade ). Entre 
esses sistemas, as censuras  que impediriam que conteúdos indesejados do inconsciente e do pré -consciente 
chegassem à consciência. Analise a figura abaixo: 
1ª Tópica do aparelho psíquico de Freud (1900) 
  
  
  
  
Em 1920, Freud propôs um aperfeiçoamento de sua primeira teoria, incluindoprocessos dinâmicos da mente: o  id, 
o ego e o superego . Analise a figura abaixo: 
2ª Tópica do aparelho psíquico de Freud (1920) 
  
  
  
“[...] o id, pólo pulsional(10) da personalidade, o ego , instância que se situa como representante dos interesses da 
totalidade da pessoa e que como tal é investido de libido(11) narcísica(12), e, por fim, o superego , instância que 
julga e critica, constituída por interiorização das exigências e das interdições parentais. ” (LAPLANCHE & PONTALIS, 
1986, p.660) 
Para Freud a consciência seria largamente influenciada pelas pressões oriundas do inconsciente. 
“Ela [a psicanálise] nos ensinou, ainda, que nosso intelecto é algo débil e dependente, um joguete e um 
instrumento de nossos instintos e afetos, e que todos nós somos compelidos a nos comportar inteligente ou 
estupidamente, de acordo com as ordens de nossas atitudes [emocionais] e resistências internas.” (FREUD, 1914) 
  
Defenderá a tese de que a personalidade será moldada pelas primeiras experiências de vida, a partir de fases do 
desenvolvimento da sexualidade (ou, desenvolvimento psicossexual). O termo sexualidade em Freud “não designa 
apenas as atividades e o prazer que dependem do funcionamento do aparelho genital, mas toda uma série de 
excitações e de atividades presentes desde a infância”  (LAPLANCHE & PONTALIS, 1986, p´. 619). Desta forma, 
então, a libido (ou,  “pressão sexual”), ao longo da vida, investiria uma série de objetos (pessoas, situações, coisas 
etc.) que representassem possibilidades de descarga da tensão por ela gerada, em face o seu acúmulo. Tais 
descargas possibilitariam ao sujeito a sensação de prazer. Um mecanismo cíclico do prazer, portanto, estaria 
criado. Analise a figurar abaixo: 
  
Os ciclos do prazer 
  
  
A personalidade, portanto, se organizaria segundo as formas regulares de investimentos da libido (investimentos 
construtivos ou destrutivos, tanto para o próprio sujeito quanto para o mundo externo com o qual ele lida). Tais 
formas de investimentos da libido se estruturariam, principalmente, enfatizo, durante a infância e se “atualizariam”, 
se “repetiriam”, inconscientemente, ao longo de toda a vida. 
Concluindo, a psicologia enquanto um vasto campo de possibilidades e desafios ao conhecimento humano existe 
segundo dois sentidos: a vida e o Homem; e, segundo dois propósitos: a paz e o bem. Nenhum outro conhecimento 
talvez seja mais polêmico e complexo quanto o psicológico. Porém, com o passar do tempo, e com o 
desenvolvimento das pesquisas e das teorias, novos tijolos são lentamente colocados nessa que talvez seja a mais 
arrojada das empreitadas humanas: o conhecimento de si mesmo. 
Bibliografia 
CHALMERS, A.F. O que é ciência, afinal? São Paulo: Brasiliense, 1993. 
DAVIDOFF, L.L. Introdução à psicologia. 3 ed. São Paulo: Makron Books, 2001. 
FREUD, S. Carta a Frederik Van Eeden. In: _____. Edição eletrônica brasileira das obras psicológicas completas 
de Sigmund Freud. v. XIV. Rio de Janeiro: Imago, [200?]. 
LUNGARZO, C. O que é ciência. 5 ed. São Paulo: Brasiliense, 1993. 
MORRIS, C.G.; MAISTO, A. A. Introdução à psicologia. 6 ed. São Paulo: Prentice Hall, 2004. 
MYERS, D.G. Psicologia social. 6 ed. Rio de Janeiro: LTC Editora, 2000. 
POPPER, K. A lógica da pesquisa científica. São Paulo: Cultrix, 1993. 
WEITEN, W. Introdução à psicologia: temas e variações. São Paulo: Pioneira Thomson, 2002. 
  
1Psicólogo; professor do Curso de Direito da Universidade Estácio de Sá. 
2 Este segundo pressuposto é, de fato, o principal: o que vai diferenciar o conhecimento científico das outras formas, 
não científicas, de saber. 
3 O autor deste ensaio alinha-se às correntes epistemológicas que defendem que as ciências (inclusive as físicas) 
só são capazes de construir leis probabilísticas e não determinísticas. A este respeito sugiro o exame de 
RODRIGUES, A.A pesquisa experimental em psicologia e educação . Petrópolis(RJ): Vozes, 1976, p. 14. 
4 Os modelos explicativos em ciência também são chamados de paradigmas científicos. 
5Essas inferências de processos mentais a partir da observação do comportamento são chamadas de constructos 
(ou, construções) psicológicos . Trato deste assunto com mais detalhes no parágrafo seguinte. 
6 Epistemologia ou Filosofia do conhecimento – caracteriza-se por ser uma reflexão filosófica da ciência. 
7Outros preferirão chamá-la de “Ciências psicológicas”. 
8Não obstante as consistentes críticas epistemológicas em relação ao objeto e à metodologia de pesquisa 
psicanalítica, este autor considera a psicanálise como um setor de pesquisas e proposições psicológicas ainda 
não-científicas. Uso a expressão “ainda”, pois aceito que as ciências não são capazes, ainda, de uma compreensão 
plena de todos os fenômenos (físicos e psicológicos) por ela estudados. Destarte, concebo a psicologia como que 
setorizada em dois grandes campos: um científico e outro, ainda, não -científico. 
9 O constructo aprendizagem , caro ao pensamento e à pesquisa behaviorista, será definido, grosso modo, como 
sendo o resul tado de uma nova e regular associação  entre um determinado estímulo e uma resposta 
comportamental experimentada como a mais adequada a esse mesmo estímulo. O aprendizado, contudo, só 
poderá ser afirmado se for  observada a mudança regular no comportamento  do sujeito após sucessivas 
apresentações desse mesmo estímulo que antes não eliciava a resposta comportamental agora a ele associada. 
10 O conceito de pulsão  na teoria psicanalítica (do original alemão  “trieb”) denotaria uma força impelidora ou uma 
pressão inconsciente. Estaria nas pulsões a origem de nossas vontades, impulsos e desejos. Tais forças, que 
teriam suas origens nos processos biológicos, produziriam necessidades (tensões) a serem realizadas 
(descarregadas). Na consciência tais pressões se associariam, por algum motivo histórico, a representações 
(objetos) que possibilitassem sua real ou imaginária descarga (e, a partir daí, as sensações de prazer). Obs.: Nota 
acrescida pelo autor do ensaio. 
11 Libido  corresponderia, grosso modo, a um tipo de energia oriunda das transformações das pulsões sexuais. 
Obs.: Nota acrescida pelo autor do ensaio. 
12 O conceito de narcisismo  em psicanálise corresponderia aos investimentos libidinosos que um indivíduo faria 
em si próprio e ao seu próprio corpo. Ou seja, a posição narcísica pressupõe como objetos da libido o próprio 
sujeito e seu corpo. Obs.: Nota acrescida pelo autor do ensaio. 
  
PRODUTO/RESULTADO: 
QUESTÃO 1 
Marque a alternativa CORRETA: 
São os objetos de estudo das ciências psicológicas bem como seus respectivos recursos de pesquisa: 
  
a. (   ) O comportamento através de constructos psicológicos e os processos mentais pela observação direta; 
b. (   ) O comportamento e os processos mentais através, unicamente, da observação direta; 
c. (   ) O comportamento pela observação direta e os processos mentais através de constructos psicológicos; 
d. (   ) O comportamento e os processos mentais através, unicamente, de seus constructos psicológicos. 
  
QUESTÃO 2 
O pressuposto de que o comportamento compõe -se de elementos de resposta e pode ser cuidadosamente 
analisado por métodos científicos, naturais e objetivos é  característica da seguinte teoria da Psicologia: 
(a) Naturalista; 
(b) Behaviorista; 
(c) Psicanalista; 
(d) Biológica. 
  
Estácio de Sá Página 1 / 5
Título 
Psicologia Aplicada ao Direito 
Número de Aulas por Semana 
 
Número de Semana de Aula 
1 
Tema 
Introdução ao Estudo da Psicologia 
Objetivos 
Ao final do primeiro encontro, o aluno deverá ser capaz de:  
·   Entender o plano de ensino da disciplina e seu mapa conceitual, que serão apresentados no início da aula; 
·   Compreender a importância do estudo da Psicologia para os futuros profissionais do Direito; 
·   Identificar as diferenças entre a Psicologia científica e o senso comum; 
·   Explicar os objetos de estudo da Psicologia; 
·   Compreenderos fenômenos psicológicos, sua importância, e algumas Teorias da Psicologia. 
. Entender a história da Psicologia aplicada ao Direito e analisar os diferentes posicionamentos em relação ao trabalho do psicólogo junto ao Direito; 
Estrutura do Conteúdo 
A unidade I terá início com a diferenciação entre a Psicologia científica e o senso comum. Deverá ser abordado, brevemente, o que é ciência, explicitando, para o aluno, a 
Psicologia como ciência. Continuando a aula, será abordado o senso comum, como uma forma de conhecimento da realidade e visão de mundo. Os objetos de estudo da 
Psicologia deverão ser explicados, e uma breve síntese sobre os fenômenos psicológicos e sua importância para a subjetividade será colocada para o aluno. Algumas teorias 
da Psicologia deverão ser apresentadas aos alunos. 
Conteúdos: 
·   Ciência 
·   Psicologia Científica X Senso comum 
·   Objetos de estudo da Psicologia 
·   Fenômenos psicológicos e sua importância na formação da subjetividade 
. Psicologia aplicada ao Direito 
  
Conceitos a serem desenvolvidos: 
Ciência ? atividade eminentemente reflexiva, que procura compreender, elucidar e alterar o cotidiano, a partir de estudos sistemáticos. ?Compõe-se de um conjunto de 
conhecimentos sobre fatos ou aspectos da realidade (objeto de estudo), expresso por meio de uma linguagem precisa e rigorosa. Esses conhecimentos devem ser obtidos de 
maneira programada, sistemática e controlada, para que se permita a verificação de sua validade.? (Bock, 2002, p. 19) 
  
Psicologia científica - Desde William James e de Wundt, a psicologia se considera como disciplina científica. Diante dessa afirmação há dois questionamentos evidentes: 1) O 
que é psicologia? 2) O que os psicólogos entendem por ciência? Se acompanharmos a história da psicologia, perceberemos que essas duas perguntas tiveram (e ainda têm) 
uma infinidade de respostas, o que, muitas vezes, alimentou a crítica à pretensão científica da psicologia. 
O que é psicologia? Um breve olhar sobre a história da psicologia revela que essa pergunta pode ser respondida de diversas maneiras. Não cabe aqui analisar cada uma 
dessas respostas, o que possivelmente nos conduziria à desconfortável conclusão de que cada psicólogo pode escolher a resposta que mais lhe agradar. 
Finalizar a aula , apresentando os primórdios da Psicologia aplicada ao Direito , integrando este tema  aos conceitos discutidos anteriormente. 
Aplicação Prática Teórica 
A psicologia, ao participar do desafio contemporâneo do diálogo inter, multi e transdisciplinar, tem sua definição precária de identidade dissolvida, revelando seu potencial de olhar para a 
complexidade de seu objeto. Tal situação tem o potencial de propiciar a construção de novas formas e práticas de se pensar o saber psicológico. Todavia, convida à realização de atividades 
cada vez mais em sintonia com outros saberes. Assim, uma dupla tarefa impõe-se: dialogar, ultrapassando fronteiras antes demarcadas, e sustentar um discurso construtor de uma 
identidade específica do saber psicológico. Considerando -se o texto, assinale a afirmação CORRETA. 
  
(a) A identidade emergente da psicologia contemporânea supera as suas dicotomias epistemológicas, ao dialogar com outros saberes, referendando -se neles, pois esses saberes possuem 
uma maior segurança metodológica; 
(b) A psicologia como ciência foi marcada pela tensão dos projetos de sua constituição, estabelecendo uma epistemologia única que se expressa em múltiplos métodos, que podem dialogar 
com outros saberes; 
(c) A psicologia, ao participar do diálogo inter, multi e transdisciplinar, tem reconstruído as fronteiras de sua identidade, pois, no contato com saberes diversos, revela sua característica: a 
complexidade epistemológica e metodológica;  
(d) O diálogo inter, multi e transdisciplinar dificultam a definição formal da psicologia como ciência, pois dissolve a identidade já bem constituída do saber psicológico, propondo uma 
identificação com outras formas do saber sobre o homem; 
(e) O psicólogo tem sido convidado a realizar diálogos que o desafiam a construir uma linguagem inter, multi e transdisciplinar, centrada no discurso epistemológico das ciências exatas, 
como a física quântica, e das ciências biológicas, como a genética.  
(ENADE/2009) 
2- Assinale a afirmativa CORRETA, a respeito da concepção de homem, entendido como um ser ?sócio-histórico?, segundo Bock, Furtado & Teixeira (1999): 
  
(a) Existe um conjunto de traços herdados que, em contato com um ambiente determinado, tem como resultado um ser específico, individual e particular; 
(b) As modificações biológicas hereditárias determinam o desenvolvimento sócio -histórico do homem e da humanidade; 
(c) A assimilação pelo homem de sua cultura é um processo de reprodução no indivíduo das propriedades e aptidões historicamente passadas pela espécie humana; 
(d) O homem é primitivamente um ser isolado e não social, desenvolve gradualmente a necessidade de relacionar-se com os outros indivíduos; 
(e) O homem surge como ser único cujas aptidões para relacionar-se dependem das situações de vida e históricas presentes no seu dia a dia. 
(PREFEITURA MUNICIPAL DE MANAUS- PSICÓLOGO/2004) 
3- Os cientistas fazem estudos, fazem pesquisas, que levam às descobertas. As descobertas precisam ser apresentadas aos demais cientistas, e estes precisam ficar convencidos de que a 
descoberta é verdadeira. Novas pesquisas estão sempre sendo feitas. Uma nova pesquisa pode questionar o que se pensava antes, pode provocar polêmica, pode dar margem a várias 
teorias. Uma ciência é, portanto, bem mais interessante do que uma coleção de fatos, leis e fórmulas. Ela é mais parecida com uma novela de televisão, ou melhor ainda, com um romance de 
mistério. A ciência tem enigmas, tem suspense, tem divergências e controvérsias, pistas falsas, becos sem saída, idas e vindas, reviravoltas e revoluções. (Prof. Julio Cesar de Rose ? 
UFSCAR) 
Partindo do texto apresentado e do conhecimento adquirido nas aulas e leituras de textos complementares, explique de que forma a Psicologia se tornou uma ciência. 
4- Você observou na aula que existem a Psicologia científica e a Psicologia do senso comum. Supondo que seu contato até o momento tenha sido apenas com a Psicologia do senso comum, 
relacione situações do cotidiano em que você e as pessoas com quem convive usem esta Psicologia. 
 ATIVIDADE EXTRACLASSE OBRIGATÓRIA 
Plano de Aula: Psicologia Aplicada ao Direito
PSICOLOGIA APLICADA AO DIREITO
NOME DA DISCIPLINA:  PSICOLOGIA APLICADA AO DIREITO 
                    
CÓDIGO: CCJ0004 
TÍTULO DA ATIVIDADE:  
Psicologia científica e senso comum. 
Objetos de estudo da Psicologia. Fenômenos psicológicos. 
Por: Adelmo Senra Gomes(1) 
OBJETIVO: 
  
Compreender a importância do estudo da Psicologia para os futuros profissionais do Direito;  
COMPETÊNCIAS/HABILIDADES:  
Identificar as diferenças entre a Psicologia científica e o senso comum e alguns conceitos desta Ciência 
DESENVOLVIMENTO: 
Psicologia científica e senso comum. 
Objetos de estudo da Psicologia. Fenômenos psicológicos. 
  
  
Este ensaio tem por objetivo introduzir uma reflexão sobre a psicologia e o seu status de ciência. Contudo, para 
atingirmos tal objetivo, importa que, inicialmente, examinemos os principais conceitos do que se convencionou 
chamar ciência , bem como suas principais diferenças em relação ao senso comum. 
O conhecimento científico fundamenta-se sobre os seguintes pressupostos: 1 º. “A ciência é uma estrutura 
construída sobre fatos.” (DAVIES apud CHALMERS, 1993, p.24); 2º O processo de obtenção, justificação e 
transmissão do conhecimento científico orienta-se por uma rigorosa metodologia de pesquisa . Ou seja: observação, 
experimentação (ou outra qualquer técnica científica de pesquisa); análise lógica, crítica e meticulosa dos fatos (é 
comum, inclusive, o emprego de instrumentos matemáticos).(2) 
Enquanto o senso comum habitualmente cinge-se aos dadosimediatos, ou, então, procura explicações nem 
sempre profundas, o conhecimento científico procura bases sólidas, justificações claras e exatas. Isso não é 
possível em todos os casos. A tendência do cientista, porém, é se aproximar gradativamente de fundamentos fortes 
para seus conhecimentos. (LUNGARZO, 1993, p.12) 
  
  
  
3º. O conhecimento científico é sistêmico, organizado. As teorias científicas não devem ser contraditórias em si e 
entre si. Diferentemente, o senso comum, não preza por tal rigor, sendo, normalmente, fragmentado, desorganizado 
e, por vezes, até contraditório. 4º. O conhecimento científico constrói explicações gerais e não particulares ou 
casuísticas. Não se faz ciência de casos particulares, mas sim, do que há de regular e comum numa determinada 
classe de eventos. 5º. O conhecimento científico busca prognosticar futuras ocorrências dos fatos estudados. Tais 
prognósticos científicos têm um caráter probabilístico e não determinísticos(3). 
A ciência, em seu labor pelo conhecimento, desenvolve modelos explicativos (4) sobre os fatos estudados. Por 
serem modelos são aproximações e não a “verdade” sobre os fatos. 
Finalmente, as explicações científicas necessitam ser submetidas, regularmente, a um constante e rigoroso 
processo de verificação e testes ou, como propõe Popper (1993, p.41), a um constante esforço de falsificação , pois, 
se de fato forem falseadas, isto provará que o que os cientistas tinham por “conhecimento ”, não o era... 
Estabelecidos tais pressupostos sobre a ciência, passemos ao exame da psicologia. 
  
  
  
  
  
A história da psicologia enquanto ciência inicia -se em 1879 quando na Universidade de Leipzig, Alemanha, o 
médico, filósofo e psicólogo alemão, Wilhelm Wundt (1832 -1920), funda o primeiro laboratório de pesquisa 
experimental em psicologia. Antes de Wundt a psicologia era tida, simplesmente, como um ramo da filosofia. 
Em sentido lato, a psicologia tem por objetos de pesquisa o comportamento e os processos mentais de todos os 
seres vivos. (DAVIDOFF, 2001; MORRIS; MAISTO, 2004; MYERS, 2000) 
Define-se por comportamento toda forma de “[...] resposta ou atividade observável realizada por um ser 
vivo.”  (WEITEN, 2002, p. 520) Por seu turno, processos mentais aludiriam às  “[...] experiências subjetivas que 
infer imos através do comportamento (5) – sensações, percepções, sonhos, pensamentos, crenças, 
sentimentos. ” (MYERS, 1999, p.2). 
Com relação a esses objetos há que se ressaltar que o comportamento, por ser um dado objetivo, possibilita 
observações, mensurações, análises e interpretações quantitativas e qualitativas. Contudo, os processos da mente, 
por serem experiências subjetivas, não são passíveis à observação direta. Como então pesquisar e estudar dados 
subjetivos? São dois os caminhos possíveis: 1 º Como já dito anteriormente, pela observação de determinados 
comportamentos – estes últimos entendidos como conseqüências ou manifestações dos processos mentais; 2º 
Pela análise e interpretação do desempenho em algum instrumento psicológico de mensuração (os testes 
psicológicos são exemplos) e; 3º Pela associação dessas duas primeiras formas. 
Por ser uma ciência, a psicologia também desenvolve enunciados probabilísticos em relação aos seus objetos de 
pesquisa; tais enunciados são construídos a partir de uma rigorosa metodologia de pesquisa. As teorias 
psicológicas são organizadas e sistêmicas e, por serem teorias científicas, são de cunho generalista. 
Destaque-se neste ponto que os objetos de pesquisa da psicologia ocorrem em circunstâncias e momentos 
diversos. Do ponto de vista epistemológico(6), portanto, em face a essa diversidade, considera -se mais adequado 
pluralizar a própria psicologia. De fato, não seria uma só psicologia, mas várias psicologias(7). Analise o esquema 
abaixo: 
Ciências psicológicas: objetos e suas principais especialidades 
  
Por fim, falta-nos comentar que ao longo do processo histórico de desenvolvimento do pensamento e da pesquisa 
psicológica, várias escolas (ou, correntes) da psicologia foram surgindo. Na verdade, o que vai diferenciar uma 
escola da outra é a maneira como cada uma irá definir o fenômeno (ou, os fenômenos) psicológico(s) estudado(s), 
bem como a metodologia de pesquisa a ser utilizada. Neste ensaio citaremos somente as duas mais conhecidas: o 
behaviorismo e a psicanálise(8). 
1ª. A escola behaviorista (ou, comportamental) da psicologia – Essa escola surge nos EUA no início do século 
passado com o psicólogo John Watson (1878-1958). Para os behavioristas o comportamento é um conjunto de 
respostas adquiridas (ou, aprendidas (9)) que visa permitir ao organismo uma melhor adaptação ao mundo exterior. Esta resposta aparecerá progressivamente, através de uma série de ajustamentos, por tentativas e erros. 
A causalidade comportamental (Estímulo Ambiental?Resposta Comportamental, ou, na sua forma simplificada, E?
R), base do pensamento behaviorista, possibilitará àquela escola da psicologia a construção de explicações 
objetivas sobre as origens do comportamento, sua previsão e, sob determinadas condições, até mesmo o seu 
controle. Explicação, previsão e controle, lembremo-nos, são os principais objetivos das ciências. 
O Dr. B.F. Skinner (1904-1990) destacou-se como um dos mais profícuos pesquisadores e teóricos behavioristas 
do último século. Suas pesquisas com cobaias levaram -no ao desenvolvimento de uma teoria da aprendizagem 
conhecida como modelagem . Skinner verificou que as conseqüências de um dado comportamento funcionavam 
como estímulos a sua fixação ou extinção. Em resumo: quando as conseqüências de um comportamento 
aumentam a freqüência desse mesmo comportamento diante do estímulo que o eliciou, Skinner chamou tais 
conseqüências de  reforços.  De forma contrár ia,  quando as conseqüências diminuem a freqüência do 
comportamento diante do estímulo que o eliciou, Skinner chamou tais conseqüências de punições . Esquemas de 
reforços e punições são, segundo aquele pesquisador, as forças modeladoras de quaisquer comportamentos. 
Analise o esquema abaixo: 
  
Esquema simplificado do processo de modelagem de comportamentos, segundo Skinner 
  
Por fim, para a visão behaviorista uma criança ao nascer é provida unicamente de um certo número de reflexos, 
puramente fisiológicos. Tudo o mais, em termos comportamentais, ela terá que aprender a partir dos estímulos 
ambientais que receber. 
  
2ª A escola psicanalítica – A psicanálise surgiu no final do século XIX e início do século XX com o médico austríaco 
Sigmund Schlomo Freud (1856-1939). A principal tese psicanalítica é a da existência de processos  inconscientes na 
mente. O inconsciente, segundo Freud, estaria dissociado da realidade e seria regido pelo que ele chamou de 
princípio do prazer. Em 1900, em seu livro A interpretação do sonho , Freud propôs a sua primeira teoria (ou, tópica) 
sobre a estrutura da mente. Nela a mente foi dividida em três sistemas: o inconsciente (como já dito, regido pelo 
princípio do prazer) o pré -consciente e a consciência (estes últimos regidos pelo princípio da realidade ). Entre 
esses sistemas, as censuras  que impediriam que conteúdos indesejados do inconsciente e do pré -consciente 
chegassem à consciência. Analise a figura abaixo: 
1ª Tópica do aparelho psíquico de Freud (1900) 
  
  
  
  
Em 1920, Freud propôs um aperfeiçoamento de sua primeira teoria, incluindo processos dinâmicos da mente: o  id, 
o ego e o superego . Analise a figura abaixo: 
2ª Tópica do aparelho psíquico de Freud (1920) 
  
  
  
“[...] o id, pólo pulsional(10) da personalidade, o ego , instância que se situa como representante dos interesses da 
totalidade da pessoa e que como tal é investido de libido(11) narcísica(12), e, por fim, o superego , instância que 
julga e critica, constituída por interiorização das exigências e das interdições parentais. ” (LAPLANCHE & PONTALIS, 
1986, p.660) 
Para Freud a consciência seria largamente influenciadapelas pressões oriundas do inconsciente. 
“Ela [a psicanálise] nos ensinou, ainda, que nosso intelecto é algo débil e dependente, um joguete e um 
instrumento de nossos instintos e afetos, e que todos nós somos compelidos a nos comportar inteligente ou 
estupidamente, de acordo com as ordens de nossas atitudes [emocionais] e resistências internas.” (FREUD, 1914) 
  
Defenderá a tese de que a personalidade será moldada pelas primeiras experiências de vida, a partir de fases do 
desenvolvimento da sexualidade (ou, desenvolvimento psicossexual). O termo sexualidade em Freud “não designa 
apenas as atividades e o prazer que dependem do funcionamento do aparelho genital, mas toda uma série de 
excitações e de atividades presentes desde a infância”  (LAPLANCHE & PONTALIS, 1986, p´. 619). Desta forma, 
então, a libido (ou,  “pressão sexual”), ao longo da vida, investiria uma série de objetos (pessoas, situações, coisas 
etc.) que representassem possibilidades de descarga da tensão por ela gerada, em face o seu acúmulo. Tais 
descargas possibilitariam ao sujeito a sensação de prazer. Um mecanismo cíclico do prazer, portanto, estaria 
criado. Analise a figurar abaixo: 
  
Os ciclos do prazer 
  
  
A personalidade, portanto, se organizaria segundo as formas regulares de investimentos da libido (investimentos 
construtivos ou destrutivos, tanto para o próprio sujeito quanto para o mundo externo com o qual ele lida). Tais 
formas de investimentos da libido se estruturariam, principalmente, enfatizo, durante a infância e se “atualizariam”, 
se “repetiriam”, inconscientemente, ao longo de toda a vida. 
Concluindo, a psicologia enquanto um vasto campo de possibilidades e desafios ao conhecimento humano existe 
segundo dois sentidos: a vida e o Homem; e, segundo dois propósitos: a paz e o bem. Nenhum outro conhecimento 
talvez seja mais polêmico e complexo quanto o psicológico. Porém, com o passar do tempo, e com o 
desenvolvimento das pesquisas e das teorias, novos tijolos são lentamente colocados nessa que talvez seja a mais 
arrojada das empreitadas humanas: o conhecimento de si mesmo. 
Bibliografia 
CHALMERS, A.F. O que é ciência, afinal? São Paulo: Brasiliense, 1993. 
DAVIDOFF, L.L. Introdução à psicologia. 3 ed. São Paulo: Makron Books, 2001. 
FREUD, S. Carta a Frederik Van Eeden. In: _____. Edição eletrônica brasileira das obras psicológicas completas 
de Sigmund Freud. v. XIV. Rio de Janeiro: Imago, [200?]. 
LUNGARZO, C. O que é ciência. 5 ed. São Paulo: Brasiliense, 1993. 
MORRIS, C.G.; MAISTO, A. A. Introdução à psicologia. 6 ed. São Paulo: Prentice Hall, 2004. 
MYERS, D.G. Psicologia social. 6 ed. Rio de Janeiro: LTC Editora, 2000. 
POPPER, K. A lógica da pesquisa científica. São Paulo: Cultrix, 1993. 
WEITEN, W. Introdução à psicologia: temas e variações. São Paulo: Pioneira Thomson, 2002. 
  
1Psicólogo; professor do Curso de Direito da Universidade Estácio de Sá. 
2 Este segundo pressuposto é, de fato, o principal: o que vai diferenciar o conhecimento científico das outras formas, 
não científicas, de saber. 
3 O autor deste ensaio alinha-se às correntes epistemológicas que defendem que as ciências (inclusive as físicas) 
só são capazes de construir leis probabilísticas e não determinísticas. A este respeito sugiro o exame de 
RODRIGUES, A.A pesquisa experimental em psicologia e educação . Petrópolis(RJ): Vozes, 1976, p. 14. 
4 Os modelos explicativos em ciência também são chamados de paradigmas científicos. 
5Essas inferências de processos mentais a partir da observação do comportamento são chamadas de constructos 
(ou, construções) psicológicos . Trato deste assunto com mais detalhes no parágrafo seguinte. 
6 Epistemologia ou Filosofia do conhecimento – caracteriza-se por ser uma reflexão filosófica da ciência. 
7Outros preferirão chamá-la de “Ciências psicológicas”. 
8Não obstante as consistentes críticas epistemológicas em relação ao objeto e à metodologia de pesquisa 
psicanalítica, este autor considera a psicanálise como um setor de pesquisas e proposições psicológicas ainda 
não-científicas. Uso a expressão “ainda”, pois aceito que as ciências não são capazes, ainda, de uma compreensão 
plena de todos os fenômenos (físicos e psicológicos) por ela estudados. Destarte, concebo a psicologia como que 
setorizada em dois grandes campos: um científico e outro, ainda, não -científico. 
9 O constructo aprendizagem , caro ao pensamento e à pesquisa behaviorista, será definido, grosso modo, como 
sendo o resul tado de uma nova e regular associação  entre um determinado estímulo e uma resposta 
comportamental experimentada como a mais adequada a esse mesmo estímulo. O aprendizado, contudo, só 
poderá ser afirmado se for  observada a mudança regular no comportamento  do sujeito após sucessivas 
apresentações desse mesmo estímulo que antes não eliciava a resposta comportamental agora a ele associada. 
10 O conceito de pulsão  na teoria psicanalítica (do original alemão  “trieb”) denotaria uma força impelidora ou uma 
pressão inconsciente. Estaria nas pulsões a origem de nossas vontades, impulsos e desejos. Tais forças, que 
teriam suas origens nos processos biológicos, produziriam necessidades (tensões) a serem realizadas 
(descarregadas). Na consciência tais pressões se associariam, por algum motivo histórico, a representações 
(objetos) que possibilitassem sua real ou imaginária descarga (e, a partir daí, as sensações de prazer). Obs.: Nota 
acrescida pelo autor do ensaio. 
11 Libido  corresponderia, grosso modo, a um tipo de energia oriunda das transformações das pulsões sexuais. 
Obs.: Nota acrescida pelo autor do ensaio. 
12 O conceito de narcisismo  em psicanálise corresponderia aos investimentos libidinosos que um indivíduo faria 
em si próprio e ao seu próprio corpo. Ou seja, a posição narcísica pressupõe como objetos da libido o próprio 
sujeito e seu corpo. Obs.: Nota acrescida pelo autor do ensaio. 
  
PRODUTO/RESULTADO: 
QUESTÃO 1 
Marque a alternativa CORRETA: 
São os objetos de estudo das ciências psicológicas bem como seus respectivos recursos de pesquisa: 
  
a. (   ) O comportamento através de constructos psicológicos e os processos mentais pela observação direta; 
b. (   ) O comportamento e os processos mentais através, unicamente, da observação direta; 
c. (   ) O comportamento pela observação direta e os processos mentais através de constructos psicológicos; 
d. (   ) O comportamento e os processos mentais através, unicamente, de seus constructos psicológicos. 
  
QUESTÃO 2 
O pressuposto de que o comportamento compõe -se de elementos de resposta e pode ser cuidadosamente 
analisado por métodos científicos, naturais e objetivos é  característica da seguinte teoria da Psicologia: 
(a) Naturalista; 
(b) Behaviorista; 
(c) Psicanalista; 
(d) Biológica. 
  
Estácio de Sá Página 2 / 5
Título 
Psicologia Aplicada ao Direito 
Número de Aulas por Semana 
 
Número de Semana de Aula 
1 
Tema 
Introdução ao Estudo da Psicologia 
Objetivos 
Ao final do primeiro encontro, o aluno deverá ser capaz de:  
·   Entender o plano de ensino da disciplina e seu mapa conceitual, que serão apresentados no início da aula; 
·   Compreender a importância do estudo da Psicologia para os futuros profissionais do Direito; 
·   Identificar as diferenças entre a Psicologia científica e o senso comum; 
·   Explicar os objetos de estudo da Psicologia; 
·   Compreender os fenômenos psicológicos, sua importância, e algumas Teorias da Psicologia. 
. Entender a história da Psicologia aplicada ao Direito e analisar os diferentes posicionamentos em relação ao trabalho do psicólogo junto ao Direito; 
Estrutura do Conteúdo 
A unidade I terá início com a diferenciação entre a Psicologia científica e o senso comum. Deverá ser abordado, brevemente, o que é ciência, explicitando, para o aluno, a 
Psicologia como ciência. Continuando a aula, será abordado o senso comum, como uma forma de conhecimento da realidade e visão de mundo. Osobjetos de estudo da 
Psicologia deverão ser explicados, e uma breve síntese sobre os fenômenos psicológicos e sua importância para a subjetividade será colocada para o aluno. Algumas teorias 
da Psicologia deverão ser apresentadas aos alunos. 
Conteúdos: 
·   Ciência 
·   Psicologia Científica X Senso comum 
·   Objetos de estudo da Psicologia 
·   Fenômenos psicológicos e sua importância na formação da subjetividade 
. Psicologia aplicada ao Direito 
  
Conceitos a serem desenvolvidos: 
Ciência ? atividade eminentemente reflexiva, que procura compreender, elucidar e alterar o cotidiano, a partir de estudos sistemáticos. ?Compõe-se de um conjunto de 
conhecimentos sobre fatos ou aspectos da realidade (objeto de estudo), expresso por meio de uma linguagem precisa e rigorosa. Esses conhecimentos devem ser obtidos de 
maneira programada, sistemática e controlada, para que se permita a verificação de sua validade.? (Bock, 2002, p. 19) 
  
Psicologia científica - Desde William James e de Wundt, a psicologia se considera como disciplina científica. Diante dessa afirmação há dois questionamentos evidentes: 1) O 
que é psicologia? 2) O que os psicólogos entendem por ciência? Se acompanharmos a história da psicologia, perceberemos que essas duas perguntas tiveram (e ainda têm) 
uma infinidade de respostas, o que, muitas vezes, alimentou a crítica à pretensão científica da psicologia. 
O que é psicologia? Um breve olhar sobre a história da psicologia revela que essa pergunta pode ser respondida de diversas maneiras. Não cabe aqui analisar cada uma 
dessas respostas, o que possivelmente nos conduziria à desconfortável conclusão de que cada psicólogo pode escolher a resposta que mais lhe agradar. 
Finalizar a aula , apresentando os primórdios da Psicologia aplicada ao Direito , integrando este tema  aos conceitos discutidos anteriormente. 
Aplicação Prática Teórica 
A psicologia, ao participar do desafio contemporâneo do diálogo inter, multi e transdisciplinar, tem sua definição precária de identidade dissolvida, revelando seu potencial de olhar para a 
complexidade de seu objeto. Tal situação tem o potencial de propiciar a construção de novas formas e práticas de se pensar o saber psicológico. Todavia, convida à realização de atividades 
cada vez mais em sintonia com outros saberes. Assim, uma dupla tarefa impõe-se: dialogar, ultrapassando fronteiras antes demarcadas, e sustentar um discurso construtor de uma 
identidade específica do saber psicológico. Considerando -se o texto, assinale a afirmação CORRETA. 
  
(a) A identidade emergente da psicologia contemporânea supera as suas dicotomias epistemológicas, ao dialogar com outros saberes, referendando -se neles, pois esses saberes possuem 
uma maior segurança metodológica; 
(b) A psicologia como ciência foi marcada pela tensão dos projetos de sua constituição, estabelecendo uma epistemologia única que se expressa em múltiplos métodos, que podem dialogar 
com outros saberes; 
(c) A psicologia, ao participar do diálogo inter, multi e transdisciplinar, tem reconstruído as fronteiras de sua identidade, pois, no contato com saberes diversos, revela sua característica: a 
complexidade epistemológica e metodológica;  
(d) O diálogo inter, multi e transdisciplinar dificultam a definição formal da psicologia como ciência, pois dissolve a identidade já bem constituída do saber psicológico, propondo uma 
identificação com outras formas do saber sobre o homem; 
(e) O psicólogo tem sido convidado a realizar diálogos que o desafiam a construir uma linguagem inter, multi e transdisciplinar, centrada no discurso epistemológico das ciências exatas, 
como a física quântica, e das ciências biológicas, como a genética.  
(ENADE/2009) 
2- Assinale a afirmativa CORRETA, a respeito da concepção de homem, entendido como um ser ?sócio-histórico?, segundo Bock, Furtado & Teixeira (1999): 
  
(a) Existe um conjunto de traços herdados que, em contato com um ambiente determinado, tem como resultado um ser específico, individual e particular; 
(b) As modificações biológicas hereditárias determinam o desenvolvimento sócio -histórico do homem e da humanidade; 
(c) A assimilação pelo homem de sua cultura é um processo de reprodução no indivíduo das propriedades e aptidões historicamente passadas pela espécie humana; 
(d) O homem é primitivamente um ser isolado e não social, desenvolve gradualmente a necessidade de relacionar-se com os outros indivíduos; 
(e) O homem surge como ser único cujas aptidões para relacionar-se dependem das situações de vida e históricas presentes no seu dia a dia. 
(PREFEITURA MUNICIPAL DE MANAUS- PSICÓLOGO/2004) 
3- Os cientistas fazem estudos, fazem pesquisas, que levam às descobertas. As descobertas precisam ser apresentadas aos demais cientistas, e estes precisam ficar convencidos de que a 
descoberta é verdadeira. Novas pesquisas estão sempre sendo feitas. Uma nova pesquisa pode questionar o que se pensava antes, pode provocar polêmica, pode dar margem a várias 
teorias. Uma ciência é, portanto, bem mais interessante do que uma coleção de fatos, leis e fórmulas. Ela é mais parecida com uma novela de televisão, ou melhor ainda, com um romance de 
mistério. A ciência tem enigmas, tem suspense, tem divergências e controvérsias, pistas falsas, becos sem saída, idas e vindas, reviravoltas e revoluções. (Prof. Julio Cesar de Rose ? 
UFSCAR) 
Partindo do texto apresentado e do conhecimento adquirido nas aulas e leituras de textos complementares, explique de que forma a Psicologia se tornou uma ciência. 
4- Você observou na aula que existem a Psicologia científica e a Psicologia do senso comum. Supondo que seu contato até o momento tenha sido apenas com a Psicologia do senso comum, 
relacione situações do cotidiano em que você e as pessoas com quem convive usem esta Psicologia. 
 ATIVIDADE EXTRACLASSE OBRIGATÓRIA 
Plano de Aula: Psicologia Aplicada ao Direito
PSICOLOGIA APLICADA AO DIREITO
NOME DA DISCIPLINA:  PSICOLOGIA APLICADA AO DIREITO 
                    
CÓDIGO: CCJ0004 
TÍTULO DA ATIVIDADE:  
Psicologia científica e senso comum. 
Objetos de estudo da Psicologia. Fenômenos psicológicos. 
Por: Adelmo Senra Gomes(1) 
OBJETIVO: 
  
Compreender a importância do estudo da Psicologia para os futuros profissionais do Direito;  
COMPETÊNCIAS/HABILIDADES:  
Identificar as diferenças entre a Psicologia científica e o senso comum e alguns conceitos desta Ciência 
DESENVOLVIMENTO: 
Psicologia científica e senso comum. 
Objetos de estudo da Psicologia. Fenômenos psicológicos. 
  
  
Este ensaio tem por objetivo introduzir uma reflexão sobre a psicologia e o seu status de ciência. Contudo, para 
atingirmos tal objetivo, importa que, inicialmente, examinemos os principais conceitos do que se convencionou 
chamar ciência , bem como suas principais diferenças em relação ao senso comum. 
O conhecimento científico fundamenta-se sobre os seguintes pressupostos: 1 º. “A ciência é uma estrutura 
construída sobre fatos.” (DAVIES apud CHALMERS, 1993, p.24); 2º O processo de obtenção, justificação e 
transmissão do conhecimento científico orienta-se por uma rigorosa metodologia de pesquisa . Ou seja: observação, 
experimentação (ou outra qualquer técnica científica de pesquisa); análise lógica, crítica e meticulosa dos fatos (é 
comum, inclusive, o emprego de instrumentos matemáticos).(2) 
Enquanto o senso comum habitualmente cinge-se aos dados imediatos, ou, então, procura explicações nem 
sempre profundas, o conhecimento científico procura bases sólidas, justificações claras e exatas. Isso não é 
possível em todos os casos. A tendência do cientista, porém, é se aproximar gradativamente de fundamentos fortes 
para seus conhecimentos. (LUNGARZO, 1993, p.12) 
  
  
  
3º. O conhecimento científico é sistêmico, organizado. As teorias científicas não devem ser contraditórias em si e 
entre si. Diferentemente, o senso comum, não preza por tal rigor, sendo, normalmente, fragmentado, desorganizado 
e, porvezes, até contraditório. 4º. O conhecimento científico constrói explicações gerais e não particulares ou 
casuísticas. Não se faz ciência de casos particulares, mas sim, do que há de regular e comum numa determinada 
classe de eventos. 5º. O conhecimento científico busca prognosticar futuras ocorrências dos fatos estudados. Tais 
prognósticos científicos têm um caráter probabilístico e não determinísticos(3). 
A ciência, em seu labor pelo conhecimento, desenvolve modelos explicativos (4) sobre os fatos estudados. Por 
serem modelos são aproximações e não a “verdade” sobre os fatos. 
Finalmente, as explicações científicas necessitam ser submetidas, regularmente, a um constante e rigoroso 
processo de verificação e testes ou, como propõe Popper (1993, p.41), a um constante esforço de falsificação , pois, 
se de fato forem falseadas, isto provará que o que os cientistas tinham por “conhecimento ”, não o era... 
Estabelecidos tais pressupostos sobre a ciência, passemos ao exame da psicologia. 
  
  
  
  
  
A história da psicologia enquanto ciência inicia -se em 1879 quando na Universidade de Leipzig, Alemanha, o 
médico, filósofo e psicólogo alemão, Wilhelm Wundt (1832 -1920), funda o primeiro laboratório de pesquisa 
experimental em psicologia. Antes de Wundt a psicologia era tida, simplesmente, como um ramo da filosofia. 
Em sentido lato, a psicologia tem por objetos de pesquisa o comportamento e os processos mentais de todos os 
seres vivos. (DAVIDOFF, 2001; MORRIS; MAISTO, 2004; MYERS, 2000) 
Define-se por comportamento toda forma de “[...] resposta ou atividade observável realizada por um ser 
vivo.”  (WEITEN, 2002, p. 520) Por seu turno, processos mentais aludiriam às  “[...] experiências subjetivas que 
infer imos através do comportamento (5) – sensações, percepções, sonhos, pensamentos, crenças, 
sentimentos. ” (MYERS, 1999, p.2). 
Com relação a esses objetos há que se ressaltar que o comportamento, por ser um dado objetivo, possibilita 
observações, mensurações, análises e interpretações quantitativas e qualitativas. Contudo, os processos da mente, 
por serem experiências subjetivas, não são passíveis à observação direta. Como então pesquisar e estudar dados 
subjetivos? São dois os caminhos possíveis: 1 º Como já dito anteriormente, pela observação de determinados 
comportamentos – estes últimos entendidos como conseqüências ou manifestações dos processos mentais; 2º 
Pela análise e interpretação do desempenho em algum instrumento psicológico de mensuração (os testes 
psicológicos são exemplos) e; 3º Pela associação dessas duas primeiras formas. 
Por ser uma ciência, a psicologia também desenvolve enunciados probabilísticos em relação aos seus objetos de 
pesquisa; tais enunciados são construídos a partir de uma rigorosa metodologia de pesquisa. As teorias 
psicológicas são organizadas e sistêmicas e, por serem teorias científicas, são de cunho generalista. 
Destaque-se neste ponto que os objetos de pesquisa da psicologia ocorrem em circunstâncias e momentos 
diversos. Do ponto de vista epistemológico(6), portanto, em face a essa diversidade, considera -se mais adequado 
pluralizar a própria psicologia. De fato, não seria uma só psicologia, mas várias psicologias(7). Analise o esquema 
abaixo: 
Ciências psicológicas: objetos e suas principais especialidades 
  
Por fim, falta-nos comentar que ao longo do processo histórico de desenvolvimento do pensamento e da pesquisa 
psicológica, várias escolas (ou, correntes) da psicologia foram surgindo. Na verdade, o que vai diferenciar uma 
escola da outra é a maneira como cada uma irá definir o fenômeno (ou, os fenômenos) psicológico(s) estudado(s), 
bem como a metodologia de pesquisa a ser utilizada. Neste ensaio citaremos somente as duas mais conhecidas: o 
behaviorismo e a psicanálise(8). 
1ª. A escola behaviorista (ou, comportamental) da psicologia – Essa escola surge nos EUA no início do século 
passado com o psicólogo John Watson (1878-1958). Para os behavioristas o comportamento é um conjunto de 
respostas adquiridas (ou, aprendidas (9)) que visa permitir ao organismo uma melhor adaptação ao mundo exterior. Esta resposta aparecerá progressivamente, através de uma série de ajustamentos, por tentativas e erros. 
A causalidade comportamental (Estímulo Ambiental?Resposta Comportamental, ou, na sua forma simplificada, E?
R), base do pensamento behaviorista, possibilitará àquela escola da psicologia a construção de explicações 
objetivas sobre as origens do comportamento, sua previsão e, sob determinadas condições, até mesmo o seu 
controle. Explicação, previsão e controle, lembremo-nos, são os principais objetivos das ciências. 
O Dr. B.F. Skinner (1904-1990) destacou-se como um dos mais profícuos pesquisadores e teóricos behavioristas 
do último século. Suas pesquisas com cobaias levaram -no ao desenvolvimento de uma teoria da aprendizagem 
conhecida como modelagem . Skinner verificou que as conseqüências de um dado comportamento funcionavam 
como estímulos a sua fixação ou extinção. Em resumo: quando as conseqüências de um comportamento 
aumentam a freqüência desse mesmo comportamento diante do estímulo que o eliciou, Skinner chamou tais 
conseqüências de  reforços.  De forma contrár ia,  quando as conseqüências diminuem a freqüência do 
comportamento diante do estímulo que o eliciou, Skinner chamou tais conseqüências de punições . Esquemas de 
reforços e punições são, segundo aquele pesquisador, as forças modeladoras de quaisquer comportamentos. 
Analise o esquema abaixo: 
  
Esquema simplificado do processo de modelagem de comportamentos, segundo Skinner 
  
Por fim, para a visão behaviorista uma criança ao nascer é provida unicamente de um certo número de reflexos, 
puramente fisiológicos. Tudo o mais, em termos comportamentais, ela terá que aprender a partir dos estímulos 
ambientais que receber. 
  
2ª A escola psicanalítica – A psicanálise surgiu no final do século XIX e início do século XX com o médico austríaco 
Sigmund Schlomo Freud (1856-1939). A principal tese psicanalítica é a da existência de processos  inconscientes na 
mente. O inconsciente, segundo Freud, estaria dissociado da realidade e seria regido pelo que ele chamou de 
princípio do prazer. Em 1900, em seu livro A interpretação do sonho , Freud propôs a sua primeira teoria (ou, tópica) 
sobre a estrutura da mente. Nela a mente foi dividida em três sistemas: o inconsciente (como já dito, regido pelo 
princípio do prazer) o pré -consciente e a consciência (estes últimos regidos pelo princípio da realidade ). Entre 
esses sistemas, as censuras  que impediriam que conteúdos indesejados do inconsciente e do pré -consciente 
chegassem à consciência. Analise a figura abaixo: 
1ª Tópica do aparelho psíquico de Freud (1900) 
  
  
  
  
Em 1920, Freud propôs um aperfeiçoamento de sua primeira teoria, incluindo processos dinâmicos da mente: o  id, 
o ego e o superego . Analise a figura abaixo: 
2ª Tópica do aparelho psíquico de Freud (1920) 
  
  
  
“[...] o id, pólo pulsional(10) da personalidade, o ego , instância que se situa como representante dos interesses da 
totalidade da pessoa e que como tal é investido de libido(11) narcísica(12), e, por fim, o superego , instância que 
julga e critica, constituída por interiorização das exigências e das interdições parentais. ” (LAPLANCHE & PONTALIS, 
1986, p.660) 
Para Freud a consciência seria largamente influenciada pelas pressões oriundas do inconsciente. 
“Ela [a psicanálise] nos ensinou, ainda, que nosso intelecto é algo débil e dependente, um joguete e um 
instrumento de nossos instintos e afetos, e que todos nós somos compelidos a nos comportar inteligente ou 
estupidamente, de acordo com as ordens de nossas atitudes [emocionais] e resistências internas.” (FREUD, 1914) 
  
Defenderá a tese de que a personalidade será moldada pelas primeiras experiências de vida, a partir de fases do 
desenvolvimento da sexualidade (ou, desenvolvimento psicossexual). O termo sexualidadeem Freud “não designa 
apenas as atividades e o prazer que dependem do funcionamento do aparelho genital, mas toda uma série de 
excitações e de atividades presentes desde a infância”  (LAPLANCHE & PONTALIS, 1986, p´. 619). Desta forma, 
então, a libido (ou,  “pressão sexual”), ao longo da vida, investiria uma série de objetos (pessoas, situações, coisas 
etc.) que representassem possibilidades de descarga da tensão por ela gerada, em face o seu acúmulo. Tais 
descargas possibilitariam ao sujeito a sensação de prazer. Um mecanismo cíclico do prazer, portanto, estaria 
criado. Analise a figurar abaixo: 
  
Os ciclos do prazer 
  
  
A personalidade, portanto, se organizaria segundo as formas regulares de investimentos da libido (investimentos 
construtivos ou destrutivos, tanto para o próprio sujeito quanto para o mundo externo com o qual ele lida). Tais 
formas de investimentos da libido se estruturariam, principalmente, enfatizo, durante a infância e se “atualizariam”, 
se “repetiriam”, inconscientemente, ao longo de toda a vida. 
Concluindo, a psicologia enquanto um vasto campo de possibilidades e desafios ao conhecimento humano existe 
segundo dois sentidos: a vida e o Homem; e, segundo dois propósitos: a paz e o bem. Nenhum outro conhecimento 
talvez seja mais polêmico e complexo quanto o psicológico. Porém, com o passar do tempo, e com o 
desenvolvimento das pesquisas e das teorias, novos tijolos são lentamente colocados nessa que talvez seja a mais 
arrojada das empreitadas humanas: o conhecimento de si mesmo. 
Bibliografia 
CHALMERS, A.F. O que é ciência, afinal? São Paulo: Brasiliense, 1993. 
DAVIDOFF, L.L. Introdução à psicologia. 3 ed. São Paulo: Makron Books, 2001. 
FREUD, S. Carta a Frederik Van Eeden. In: _____. Edição eletrônica brasileira das obras psicológicas completas 
de Sigmund Freud. v. XIV. Rio de Janeiro: Imago, [200?]. 
LUNGARZO, C. O que é ciência. 5 ed. São Paulo: Brasiliense, 1993. 
MORRIS, C.G.; MAISTO, A. A. Introdução à psicologia. 6 ed. São Paulo: Prentice Hall, 2004. 
MYERS, D.G. Psicologia social. 6 ed. Rio de Janeiro: LTC Editora, 2000. 
POPPER, K. A lógica da pesquisa científica. São Paulo: Cultrix, 1993. 
WEITEN, W. Introdução à psicologia: temas e variações. São Paulo: Pioneira Thomson, 2002. 
  
1Psicólogo; professor do Curso de Direito da Universidade Estácio de Sá. 
2 Este segundo pressuposto é, de fato, o principal: o que vai diferenciar o conhecimento científico das outras formas, 
não científicas, de saber. 
3 O autor deste ensaio alinha-se às correntes epistemológicas que defendem que as ciências (inclusive as físicas) 
só são capazes de construir leis probabilísticas e não determinísticas. A este respeito sugiro o exame de 
RODRIGUES, A.A pesquisa experimental em psicologia e educação . Petrópolis(RJ): Vozes, 1976, p. 14. 
4 Os modelos explicativos em ciência também são chamados de paradigmas científicos. 
5Essas inferências de processos mentais a partir da observação do comportamento são chamadas de constructos 
(ou, construções) psicológicos . Trato deste assunto com mais detalhes no parágrafo seguinte. 
6 Epistemologia ou Filosofia do conhecimento – caracteriza-se por ser uma reflexão filosófica da ciência. 
7Outros preferirão chamá-la de “Ciências psicológicas”. 
8Não obstante as consistentes críticas epistemológicas em relação ao objeto e à metodologia de pesquisa 
psicanalítica, este autor considera a psicanálise como um setor de pesquisas e proposições psicológicas ainda 
não-científicas. Uso a expressão “ainda”, pois aceito que as ciências não são capazes, ainda, de uma compreensão 
plena de todos os fenômenos (físicos e psicológicos) por ela estudados. Destarte, concebo a psicologia como que 
setorizada em dois grandes campos: um científico e outro, ainda, não -científico. 
9 O constructo aprendizagem , caro ao pensamento e à pesquisa behaviorista, será definido, grosso modo, como 
sendo o resul tado de uma nova e regular associação  entre um determinado estímulo e uma resposta 
comportamental experimentada como a mais adequada a esse mesmo estímulo. O aprendizado, contudo, só 
poderá ser afirmado se for  observada a mudança regular no comportamento  do sujeito após sucessivas 
apresentações desse mesmo estímulo que antes não eliciava a resposta comportamental agora a ele associada. 
10 O conceito de pulsão  na teoria psicanalítica (do original alemão  “trieb”) denotaria uma força impelidora ou uma 
pressão inconsciente. Estaria nas pulsões a origem de nossas vontades, impulsos e desejos. Tais forças, que 
teriam suas origens nos processos biológicos, produziriam necessidades (tensões) a serem realizadas 
(descarregadas). Na consciência tais pressões se associariam, por algum motivo histórico, a representações 
(objetos) que possibilitassem sua real ou imaginária descarga (e, a partir daí, as sensações de prazer). Obs.: Nota 
acrescida pelo autor do ensaio. 
11 Libido  corresponderia, grosso modo, a um tipo de energia oriunda das transformações das pulsões sexuais. 
Obs.: Nota acrescida pelo autor do ensaio. 
12 O conceito de narcisismo  em psicanálise corresponderia aos investimentos libidinosos que um indivíduo faria 
em si próprio e ao seu próprio corpo. Ou seja, a posição narcísica pressupõe como objetos da libido o próprio 
sujeito e seu corpo. Obs.: Nota acrescida pelo autor do ensaio. 
  
PRODUTO/RESULTADO: 
QUESTÃO 1 
Marque a alternativa CORRETA: 
São os objetos de estudo das ciências psicológicas bem como seus respectivos recursos de pesquisa: 
  
a. (   ) O comportamento através de constructos psicológicos e os processos mentais pela observação direta; 
b. (   ) O comportamento e os processos mentais através, unicamente, da observação direta; 
c. (   ) O comportamento pela observação direta e os processos mentais através de constructos psicológicos; 
d. (   ) O comportamento e os processos mentais através, unicamente, de seus constructos psicológicos. 
  
QUESTÃO 2 
O pressuposto de que o comportamento compõe -se de elementos de resposta e pode ser cuidadosamente 
analisado por métodos científicos, naturais e objetivos é  característica da seguinte teoria da Psicologia: 
(a) Naturalista; 
(b) Behaviorista; 
(c) Psicanalista; 
(d) Biológica. 
  
Estácio de Sá Página 3 / 5
Título 
Psicologia Aplicada ao Direito 
Número de Aulas por Semana 
 
Número de Semana de Aula 
1 
Tema 
Introdução ao Estudo da Psicologia 
Objetivos 
Ao final do primeiro encontro, o aluno deverá ser capaz de:  
·   Entender o plano de ensino da disciplina e seu mapa conceitual, que serão apresentados no início da aula; 
·   Compreender a importância do estudo da Psicologia para os futuros profissionais do Direito; 
·   Identificar as diferenças entre a Psicologia científica e o senso comum; 
·   Explicar os objetos de estudo da Psicologia; 
·   Compreender os fenômenos psicológicos, sua importância, e algumas Teorias da Psicologia. 
. Entender a história da Psicologia aplicada ao Direito e analisar os diferentes posicionamentos em relação ao trabalho do psicólogo junto ao Direito; 
Estrutura do Conteúdo 
A unidade I terá início com a diferenciação entre a Psicologia científica e o senso comum. Deverá ser abordado, brevemente, o que é ciência, explicitando, para o aluno, a 
Psicologia como ciência. Continuando a aula, será abordado o senso comum, como uma forma de conhecimento da realidade e visão de mundo. Os objetos de estudo da 
Psicologia deverão ser explicados, e uma breve síntese sobre os fenômenos psicológicos e sua importância para a subjetividade será colocada para o aluno. Algumas teorias 
da Psicologia deverão ser apresentadas aos alunos. 
Conteúdos: 
·   Ciência 
·   Psicologia Científica X Senso comum 
·   Objetos de estudo da Psicologia 
·   Fenômenos psicológicos e sua importância na formação da subjetividade 
. Psicologia aplicada ao Direito 
  
Conceitos a serem desenvolvidos: 
Ciência ? atividade eminentemente reflexiva, que procura compreender,elucidar e alterar o cotidiano, a partir de estudos sistemáticos. ?Compõe-se de um conjunto de 
conhecimentos sobre fatos ou aspectos da realidade (objeto de estudo), expresso por meio de uma linguagem precisa e rigorosa. Esses conhecimentos devem ser obtidos de 
maneira programada, sistemática e controlada, para que se permita a verificação de sua validade.? (Bock, 2002, p. 19) 
  
Psicologia científica - Desde William James e de Wundt, a psicologia se considera como disciplina científica. Diante dessa afirmação há dois questionamentos evidentes: 1) O 
que é psicologia? 2) O que os psicólogos entendem por ciência? Se acompanharmos a história da psicologia, perceberemos que essas duas perguntas tiveram (e ainda têm) 
uma infinidade de respostas, o que, muitas vezes, alimentou a crítica à pretensão científica da psicologia. 
O que é psicologia? Um breve olhar sobre a história da psicologia revela que essa pergunta pode ser respondida de diversas maneiras. Não cabe aqui analisar cada uma 
dessas respostas, o que possivelmente nos conduziria à desconfortável conclusão de que cada psicólogo pode escolher a resposta que mais lhe agradar. 
Finalizar a aula , apresentando os primórdios da Psicologia aplicada ao Direito , integrando este tema  aos conceitos discutidos anteriormente. 
Aplicação Prática Teórica 
A psicologia, ao participar do desafio contemporâneo do diálogo inter, multi e transdisciplinar, tem sua definição precária de identidade dissolvida, revelando seu potencial de olhar para a 
complexidade de seu objeto. Tal situação tem o potencial de propiciar a construção de novas formas e práticas de se pensar o saber psicológico. Todavia, convida à realização de atividades 
cada vez mais em sintonia com outros saberes. Assim, uma dupla tarefa impõe-se: dialogar, ultrapassando fronteiras antes demarcadas, e sustentar um discurso construtor de uma 
identidade específica do saber psicológico. Considerando -se o texto, assinale a afirmação CORRETA. 
  
(a) A identidade emergente da psicologia contemporânea supera as suas dicotomias epistemológicas, ao dialogar com outros saberes, referendando -se neles, pois esses saberes possuem 
uma maior segurança metodológica; 
(b) A psicologia como ciência foi marcada pela tensão dos projetos de sua constituição, estabelecendo uma epistemologia única que se expressa em múltiplos métodos, que podem dialogar 
com outros saberes; 
(c) A psicologia, ao participar do diálogo inter, multi e transdisciplinar, tem reconstruído as fronteiras de sua identidade, pois, no contato com saberes diversos, revela sua característica: a 
complexidade epistemológica e metodológica;  
(d) O diálogo inter, multi e transdisciplinar dificultam a definição formal da psicologia como ciência, pois dissolve a identidade já bem constituída do saber psicológico, propondo uma 
identificação com outras formas do saber sobre o homem; 
(e) O psicólogo tem sido convidado a realizar diálogos que o desafiam a construir uma linguagem inter, multi e transdisciplinar, centrada no discurso epistemológico das ciências exatas, 
como a física quântica, e das ciências biológicas, como a genética.  
(ENADE/2009) 
2- Assinale a afirmativa CORRETA, a respeito da concepção de homem, entendido como um ser ?sócio-histórico?, segundo Bock, Furtado & Teixeira (1999): 
  
(a) Existe um conjunto de traços herdados que, em contato com um ambiente determinado, tem como resultado um ser específico, individual e particular; 
(b) As modificações biológicas hereditárias determinam o desenvolvimento sócio -histórico do homem e da humanidade; 
(c) A assimilação pelo homem de sua cultura é um processo de reprodução no indivíduo das propriedades e aptidões historicamente passadas pela espécie humana; 
(d) O homem é primitivamente um ser isolado e não social, desenvolve gradualmente a necessidade de relacionar-se com os outros indivíduos; 
(e) O homem surge como ser único cujas aptidões para relacionar-se dependem das situações de vida e históricas presentes no seu dia a dia. 
(PREFEITURA MUNICIPAL DE MANAUS- PSICÓLOGO/2004) 
3- Os cientistas fazem estudos, fazem pesquisas, que levam às descobertas. As descobertas precisam ser apresentadas aos demais cientistas, e estes precisam ficar convencidos de que a 
descoberta é verdadeira. Novas pesquisas estão sempre sendo feitas. Uma nova pesquisa pode questionar o que se pensava antes, pode provocar polêmica, pode dar margem a várias 
teorias. Uma ciência é, portanto, bem mais interessante do que uma coleção de fatos, leis e fórmulas. Ela é mais parecida com uma novela de televisão, ou melhor ainda, com um romance de 
mistério. A ciência tem enigmas, tem suspense, tem divergências e controvérsias, pistas falsas, becos sem saída, idas e vindas, reviravoltas e revoluções. (Prof. Julio Cesar de Rose ? 
UFSCAR) 
Partindo do texto apresentado e do conhecimento adquirido nas aulas e leituras de textos complementares, explique de que forma a Psicologia se tornou uma ciência. 
4- Você observou na aula que existem a Psicologia científica e a Psicologia do senso comum. Supondo que seu contato até o momento tenha sido apenas com a Psicologia do senso comum, 
relacione situações do cotidiano em que você e as pessoas com quem convive usem esta Psicologia. 
 ATIVIDADE EXTRACLASSE OBRIGATÓRIA 
Plano de Aula: Psicologia Aplicada ao Direito
PSICOLOGIA APLICADA AO DIREITO
NOME DA DISCIPLINA:  PSICOLOGIA APLICADA AO DIREITO 
                    
CÓDIGO: CCJ0004 
TÍTULO DA ATIVIDADE:  
Psicologia científica e senso comum. 
Objetos de estudo da Psicologia. Fenômenos psicológicos. 
Por: Adelmo Senra Gomes(1) 
OBJETIVO: 
  
Compreender a importância do estudo da Psicologia para os futuros profissionais do Direito;  
COMPETÊNCIAS/HABILIDADES:  
Identificar as diferenças entre a Psicologia científica e o senso comum e alguns conceitos desta Ciência 
DESENVOLVIMENTO: 
Psicologia científica e senso comum. 
Objetos de estudo da Psicologia. Fenômenos psicológicos. 
  
  
Este ensaio tem por objetivo introduzir uma reflexão sobre a psicologia e o seu status de ciência. Contudo, para 
atingirmos tal objetivo, importa que, inicialmente, examinemos os principais conceitos do que se convencionou 
chamar ciência , bem como suas principais diferenças em relação ao senso comum. 
O conhecimento científico fundamenta-se sobre os seguintes pressupostos: 1 º. “A ciência é uma estrutura 
construída sobre fatos.” (DAVIES apud CHALMERS, 1993, p.24); 2º O processo de obtenção, justificação e 
transmissão do conhecimento científico orienta-se por uma rigorosa metodologia de pesquisa . Ou seja: observação, 
experimentação (ou outra qualquer técnica científica de pesquisa); análise lógica, crítica e meticulosa dos fatos (é 
comum, inclusive, o emprego de instrumentos matemáticos).(2) 
Enquanto o senso comum habitualmente cinge-se aos dados imediatos, ou, então, procura explicações nem 
sempre profundas, o conhecimento científico procura bases sólidas, justificações claras e exatas. Isso não é 
possível em todos os casos. A tendência do cientista, porém, é se aproximar gradativamente de fundamentos fortes 
para seus conhecimentos. (LUNGARZO, 1993, p.12) 
  
  
  
3º. O conhecimento científico é sistêmico, organizado. As teorias científicas não devem ser contraditórias em si e 
entre si. Diferentemente, o senso comum, não preza por tal rigor, sendo, normalmente, fragmentado, desorganizado 
e, por vezes, até contraditório. 4º. O conhecimento científico constrói explicações gerais e não particulares ou 
casuísticas. Não se faz ciência de casos particulares, mas sim, do que há de regular e comum numa determinada 
classe de eventos. 5º. O conhecimento científico busca prognosticar futuras ocorrências dos fatos estudados. Tais 
prognósticos científicos têm um caráter probabilístico e não determinísticos(3). 
A ciência, em seu labor pelo conhecimento, desenvolve modelos explicativos (4) sobre os fatos estudados. Por 
serem modelos são aproximações e não a “verdade” sobre

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