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Metabolismo do etanol Principal via de metabolização do álcool: Quando ingerido o etanol é rapidamente absorvido, em sua maior parte, no intestino. Após a absorção ele difunde-se entre todas as células do corpo humano, incluindo o cérebro. No fígado, há a transformação do etanol em acetaldeído (oxidação) por meio da álcool desidrogenase citosólica , essa reação é o sentido inverso da última etapa da fermentação alcoólica. O equilíbrio dessa reação favorece a formação de etanol, então o corpo precisa de um mecanismo para inverter o sentido da reação. Por isso, a acetaldeído desidrogenase transforma o aldeído em acetato e desloca o equilíbrio químico. Para onde vai o acetato? O acetato, semelhante às outras vias metabólicas, vai ser transformado em acetil-CoA por meio da acil-CoA sintetase, ou seja, o álcool consumido vai ser somado às calorias consumidas pela pessoa. Segunda via de metabolização do etanol Entretanto, se houver ingestão de etanol a longo prazo haverá uma segunda via de oxidação para o etanol, catalisada por um um sistema enzimático que se encontra no retículo endoplasmático, denominado sistema microssomal de oxidação do etanol, o citocromo P450 vai oxidar o etanol a acetaldeído utilizando NADPH e O2, formando água oxigenada. Na reação metabólica normal a enzima álcool desidrogenase é a mais importante, mas no caso de grande ingestão o citocromo P450 (Cyp 450) torna-se protagonista, sua concentração irá aumentar significativamente e isso poderá levar a dependência e tolerância. Na grande ingestão episódica de álcool, a oxidação de etanol a acetaldeído formará muito NADH no citosol das células hepáticas, desregulando o equilibrio entre NADH e NAD+, o que formará lactato por meio da lactato desidrogenase. A transformação de piruvato a lactato prejudicará a gliconeogênese de aminoácidos, pois não haverá piruvato convertido para ser convertido em glicose. Caso, a ingestão for feita com pouca glicose no sangue pode levar a hipoglicemia e até ao coma. Os níveis de NADH nas mitocôndrias também se elevam, pois a oxidação do acetaldeído inibe o Ciclo de Krebs (tem acúmulo de Acetil- CoA que é convertido em corpos cetônicos e causam cetoacidose) e o ciclo de Lynen (porque os ácidos graxos não são degradados) . No alcoolismo crônico há acúmulo de triacilgliceróis no fígado, em outras palavras, acúmulo de gordura o que é chamado de esteatose, e é o primeiro estágio da hepatopatia alcoólica, o que pode evoluir para cirrose- que é a redução de tecido hepático funcional. Os dois sistemas de metabolização formam aldeído que se liga covalentemente a proteínas e fosfolipídios, além de formar compostos de adição com o DNA, o que provavelmente é o motivo do álcool ser carcinogênico. Em quantidades corretas o acetaldeído pode ser terapêutico, existem remédios para o alcoolismo que aumentam a concentração de acetaldeído para gerar desconforto na ingestão do álcool e causar aversão. Ex: dissulfiram. A produção de H2O2 causa danos às proteínas, lipídios e ácidos nucleicos porque ele é um forte oxidante, além de consumir NADPH, responsável pela regeneração de glutationa (antioxidante).
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