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Problemas do Capítulo 7 Problemas resolvidos Problema 1 - Um balde recebe água de uma torneira que jorra 12 litros por segundo. O balde apóia-se em uma balança que irá medir a massa da água quando a torneira for fechada. Em um da do instante, o balde, com sua água, tem massa de 20,0 kg, e a superfície da água está 1,2 m abaixo da torneira. A velocidade da água ao sair da torneira é de 8,0 m/s. Qual é o “peso” acusado pela balança? Solução – Usando conservação de energia mecânica, vê-se que a água atinge o balde com velocidade dada por ghgh oo 2,2 222 +=+= v-vvv , onde vo é sua velocidade ao sair da torneira e h é a altura da queda. Durante o intervalo de tempo t∆ , o impulso que a balança imprime ao balde para frear a água que chega é mI ∆−=∆ v . A força envolvida nesse impulso é gh t m t m t I F oI 2 2 + ∆ ∆= ∆ ∆= ∆ ∆= vv . O “peso” acusado pela balança é gh t m mgPmgP oI 2 2 + ∆ ∆+=+=′ v . Substituindo os valores numéricos, obtemos N308 s m 2,181,9264 s kg 12N81,90,20 =××++×=′P Problema 2 - Duas partículas estão inicialmente em repouso, separadas pela distância d. Por atração mútua, elas movimentam-se em direção uma da outra até colidirem. Mostre, usando diretamente as leis de Newton, que seu movimento é tal que o centro de massa fica sempre parado, e portanto elas colidem naquele ponto. Figura 1 m1 m2 x 0 d F -F 2 Solução – As equações de movimento das partículas são . , 22 21 Fr Fr −= = && && m m Portanto, .02221 =+ rr &&&& mm Esta equação mostra que o centro de massa do sistema tem aceleração nula. Uma vez que o centro de massa estava inicialmente em repouso, permanecerá nesse estado durante o movimento das partículas. Problema 3 - Um carro com massa de 1200 kg move-se para o Norte com velocidade constante de 25 m/s. Outro carro, com massa de 1500 kg e movendo-se para o Oeste, tem velocidade de 10 m/s em t = 0 e mantém aceleração constante de 1,0 m/s2 até t = 20 s. Calcule a velocidade e aceleração do centro de massa do sistema entre 0 e 20 s. Solução - Tomando o eixo dos x ao longo da direção Oeste-Leste, sentido Leste, e o eixo dos y na direção Sul-Norte, sentido Norte, podemos escrever )1,0m/sm/s10( ,m/s25 2 2 1 t×+−= = iv jv . A velocidade do centro de massa será 21 2211 cm mm mm + + = vv v , s m ]251200) s 10(1500[ 2700 1 cm jiv ×++×−= t , s m ]100) s 10(5[ 9 1 cm jiv ++×−= t . Derivando essa velocidade em relação ao tempo, 2cm s m 9 5 ia −= . 3 Problema 4 – Uma metralhadora atira 600 balas por minuto. Cada bala tem massa de 10 g e parte com velocidade de 400 m/s. Calcule a força média exercida pelas balas sobre a metralhadora. Solução – O impulso transferido para cada bala pela metralhadora é vmI =1 , onde m é a massa da bala. Em um intervalo de tempo t são atiradas N balas que recebem um impulso total dado por vNmNII == 1 . Esse impulso é expresso por ∫ =′′= t tFtdtFI 0 )( . Portanto, a força média sobre a metralhadora é vm t N t I F == . Substituindo os números nesta fórmula, obtemos N40 s m 400kg1010 s 10 3 =×××= −F . Problema 5 – Um avião explode no ar e se divide em três partes, cujas massas e velocidades imediatamente após a explosão são: parte 1 - m1 = 4000 kg, m/s)25200(1 kiv += , parte 2 - m2 = 2000 kg, m/s)255050(2 kjiv −+−= , parte 3 - m3 = 2000 kg, m/s)2550(3 kjv −−= . (a) Qual era a velocidade do avião ao explodir? (b) Qual era seu momento linear? Solução – (a) Uma vez que as forças envolvidas na explosão são forças internas do sistema, a velocidade do seu centro de massa não pode ter se alterado nesse processo. Portanto, a velocidade do avião era igual à velocidade do centro de massa dos três fragmentos, dada por )2( 4 1 )200020004000( 8000 1 321321 vvvvvvv ++=++=cm . Substituindo os valores das velocidades, 4 m/s]2550255050)25200(2[ 4 1 kjkjikiv −−−+−+×=cm , m/s5,87iv =cm . (b) O momento linear, tanto do avião quando dos fragmentos logo após a explosão, é sN107,0m/s)5,87kg8000( 5 ⋅×=×= iP . Problema 6 – É comum dizer-se que quando um projétil explode no ar o centro de massa de seus fragmentos segue uma trajetória parabólica e atinge o mesmo ponto no solo que o projétil atingiria se não tivesse explodido. Isto é verdade? Para responder à questão, iremos considerar um caso específico: Um projétil é atirado com velocidade de 30,0 m/s a um ângulo de 45o com a horizontal. Ao atingir seu ponto de máxima altitude, ele explode em duas partes de massas iguais. Um dos fragmentos tem velocidade inicial m/s)1510(1 jiv +−=o Discuta o movimento posterior do centro de massa do sistema. Solução – Como vimos no Capítulo 4, o ponto de máxima altitude do projétil é m9,22m 81,92 )707,030( 2 )sen( 22 = × ×=θ= g h oo v , e seu alcance, caso não explodisse, seria m91,7m 81,9 900 2sen 2 ==θ= oog R v . A velocidade do projétil no momento da explosão é igual à componente horizontal de sua velocidade de lançamento: m/s2,21iV = . Como a explosão conserva o momento linear do sistema, podemos calcular a velocidade inicial do segundo fragmento: oooo Vm mm 1221 2,22 vvVvv −==+ . Substituindo os números nesta equação, obtemos m/s154,52(m/s15104,42(2 j)ij)iiv +=++=o . 5 Enquanto os dois fragmentos do projétil estiverem no ar, a única força atuando sobre o sistema será a gravidade, e portanto o centro de massa seguirá uma trajetória parabólica. No momento em que o primeiro fragmento atingir o solo, tal trajetória será interrompida. Obviamente, o fragmento 1, que é ejetado com velocidade vertical negativa, atingirá o solo primeiro. Sendo t = 0 o momento da explosão, sua coordenada vertical será dada por 2 11 2 1 )( gtthty oy −+= v , e o fragmento atingirá o solo no instante t1 dado por 0 2 1 12 1 =−− g h t g t oy 2v , g h gg t oyoy 2 2 11 1 + += vv , s1,12s 81,9 8,45 81,9 15 s 81,9 15 2 1 = + +−=t . A partir desse instante, o centro de massa não mais seguirá a trajetória parabólica inicial. Tomando como origem das coordenadas o ponto de lançamento do projétil, o fragmento 1 cairá no ponto de coordenada x1 dada por m34,7m)12,110 2 7,91 ( 2 111 =×−=+= tRx oxv . Nosso alvo agora é calcular onde cai o fragmento 2. Ele cairá no instante t2 dado por g h gg t oyoy 2 2 22 2 + += vv , s4,18s 81,9 8,45 81,9 15 s 81,9 15 2 2 = + +=t , no pondo de coordenada m265m)18,44,52 2 7,91 ( 2 221 =×+=+= tRx oxv . 6 Finalmente, o centro de massa cairá no ponto m150m 2 2657,34 =+=cmX , que é bem distante do ponto de coordenada R = 91,7 m onde cairia o projétil caso não houvesse a explosão. Problema 7 – Um átomo de Urânio, inicialmente parado, se desintegra por radioatividade, gerando uma partícula α e um átomo de Tório. Como será melhor descrito no Capítulo 45 (O núcleo atômico), tal desintegração é uma espécie de explosão em que uma quantidade de energia J1081,6 13−×=Q (energia nuclear) é transformada em energia cinética dos dois fragmentos da desintegração. Sabendo-se que as massas do átomo de tório e da partícula α são, respectivamente, kg10 25−=M e kg1064,6 27−×=m , calcule a energia cinética com que é emitida a partícula α . Solução – Uma vez que as forças envolvidas na desintegração, como ocorre em qualquer explosão, são forças internas, o momento linear do sistema se conserva no processo. Já que o átomo de Urânio estava parado, o momento linear inicial do sistema era nulo, o mesmo ocorrendo portanto com o momento linear final: V m M mM =∴=+ v,0vV , Onde V e v são, respectivamente, as velocidades com que são emitidos o átomo de tório e a partícula α . As energias cinética dos dois fragmentos são 22 2 2 2 1 , 2 1 2 1 MVKV m M mK Th ===α v . Portanto, ThKm M K =α . Vê-se então que partícula α , que é o fragmento mais leve, carrega, tem muito mais energia cinética que o átomo de Tório. Por outro lado, as somas das duas energias cinéticas é igual a Q, ou seja, 7 , , QK M m K QKK Th =+ =+ αα α Q mM M K + =α . Substituindo os númerosnesta equação, obtemos J106,50J1081,6 64,6388 388 1313 −− ×=× + =Q . Problema 8 – Um homem com massa de 70m kg está parado na extremidade de uma canoa também parada, cuja massa é de 60 kg, e cujo comprimento é de 4,0 m.Corre até a outra extremidade e salta na água com velocidade de 2,0 m/s na direção horizontal. (a) Com que velocidade recua a canoa? (b) De quanto a canoa recua até o instante do salto? Solução – Desprezando o atrito da canoa com a água, o centro de massa do sistema homem-canoa permanece imóvel até o momento do salto. Isto significa que seu momento linear permanece nulo,. Podemos então escrever 0=+ cchh mm vv . Portanto (a) s m 3,2 60kg 2,0m/s70kg −=×=−= c hh c m m v v . (b) a posição do centro de massa do sistema é dada por ch cchh cm mm xmxm x + + = . Como 0=∆ cmx , podemos escrever 0=∆+∆ cchh xmxm . Além disso, a diferença entre os deslocamentos do homem e da canoa é L = 4,0 m, ou seja, LxxLcx chxh +∆=∆∴=∆−∆ , . 8 Portanto, 0)( =∆++∆ ccch xmLxm , m2,2 130kg 4,0m70kg −=×−= + −=∆ ch h c mm Lm x . Problema 9 – Uma jangada tem comprimento L = 5,0 m e peso de 150 kg. Dois pescadores, um com massa de 85 kg e o outro com massa de 60 kg, estão parados, cada um em uma extremidade da jangada que também está parada em água tranqüila. Em dado momento, eles trocam de posição e após isso permanecem parados. De quanto se desloca a jangada? Solução – O centro de massa do sistema jangada-pescadores fica parado durante o processo, e sua coordenada é inicialmente j jj cm mmm xmxmxm x ++ ++ = 21 2211 , onde xj é a coordenada do centro de massa da jangada. Durante a troca de posição dos pescadores, 0=∆ cmx , e portanto 02211 =∆+∆+∆ jj xmxmxm Por outro lado, o deslocamento de cada pescador em relação à água é a soma do seu deslocamento em relação à jangada com o deslocamento da jangada em relação à água: .2 1 , j j xLx xLx ∆+−=∆ ∆+=∆ Podemos agora escrever 0)()( 21 =∆+∆+−+∆+ jjjj xmxLmxLm , j jjj mmm Lmm xLmmxmmm ++ − =∆∴−=∆++ 21 12 1221 )( ,)()( . Substituindo os valores numéricos, 9 m33,0 150)kg60(85 5,0m60)kg(85 = ++ ×−=∆ jx . Problema 10 - O foguete Saturno V, que lançou a nave Apolo 11 em 16/07/1969 no primeiro vôo tripulado à Lua, tinha, no momento de sua arrancada, massa total de 2,77 mil toneladas e seu primeiro estágio, S-IC, levava 1,96 mil toneladas de combustível., que era ejetado à velocidade relativa de 2,58 km/s e à taxa de 12,9 toneladas por segundo. (a) Qual era o empuxo do estágio S-IC? Qual foi a aceleração do foguete (b) logo após seu lançamento e (c) ao esgotar-se o combustível do estágio S-IC? Figura 2 Solução – Na Figura 2 vemos as forças atuando sobre o foguete (veja que ele não se parece com Saturno V!), seu empuxo F e seu peso mg. (a) O empuxo do estágio S-IC era N1033,3 s m 1058,2 s kg 109,12 733 ×=×××== RuF . A equação de movimento do foguete é ,mamgF =− g m F a −= . Colocando os números, obtemos (b) 2226 7 s m 2,2 s m )8,90,12( s m 8,9 kg102,77 N1033,3 =−=− × ×=a , F mg 10 (c) 2226 7 s m 31 s m )8,91,41( s m 8,9 kg101,96)-(2,77 N1033,3 =−=− × ×=a Problemas propostos 7.1E – João tem massa de 75 kg e está procurando Maria, cuja massa é de 50 kg. O centro de massa do casal está a 15 de Maria. Qual é a distância entre João e Maria? Resposta: d = 25 m. 7.2E – Um caminhão anda sob a chuva com velocidade constante igual a (25 m/s)i. O caminhão tem uma caçamba na qual caem 2,0 kg de água por segundo. Segundo um observador parado na estrada, a chuva cai na direção vertical com velocidade –(40 m/s)j. Calcule a força que a água da chuva faz sobre o caminhão. Resposta: N)8050( jiF +−= 7.3E – Um jogador de futebol rola a bola (massa de 450 g) para seu parceiro com velocidade de 15 m/s. Este a chuta com velocidade de 30 m/s em direção perpendicular à da trajetória inicial. Calcule o módulo do impulso transmitido à bola no chute. Resposta: sN15 ⋅=I . 7.4E – Um pescador, com massa de 70 kg, salta horizontalmente de sua canoa de 50 kg, inicialmente parada, com velocidade de 4,5 m/s em relação a ela. Qual é a velocidade do pescador no referencial da água? Resposta: v = 1,9 m/s 7.5E – Uma partícula de massa m move-se com velocidade v na direção de outra partícula parada de massa M. Calcule a energia cinética no referencial do centro de massa do sistema. Resposta: 2 2 1 v mM Mm K + = 7.6P – Um projétil, com velocidade de 30 m/s a um ângulo de 60o com a horizontal e à altitude de 20 m explode em duas partes iguais. Uma delas é lançada verticalmente para cima com velocidade de 20 m/s. Qual é a distância entre os pontos onde as duas metades atingem o solo? Resposta: d = 213 m. 11 7.7P – Imagine um foguete cuja propulsão fosse realizada por um poderoso laser emitindo luz para traz. Sabendo-se que a energia e o momento linear de um fóton são ligados pela equação E = pc, onde c é a velocidade da luz, mostre que o empuxo do foguete seria cPF /= , onde P é a potência emitida pelo laser. 7.8 P – Um foguete tem dois estágios. O primeiro tem massa de 100 toneladas, das quais 90 são de combustível, e o segundo tem massa de 12,0 toneladas, das quais 11,0 são de combustível. Ambos os estágios expelem seu gás com velocidade de 2,60 km/s. Ao completar a queima de seu combustível, o primeiro estágio é desconectado do segundo, e este começa a queimar seu combustível. (a) Qual é a velocidade do foguete quando o primeiro estágio é descartado? (b) Que velocidade terá o segundo estágio quando o seu combustível acaba? Ignore a gravidade. Resposta: (a) v = 4,23 km/s. (b) V = 10,7 km/s. Figura 3 7.9P – Um bloco de massa m desliza a partir do repouso sobre uma rampa de massa M, como mostra a Figura 3. A rampa apóia-se sobre um piso, e não há atrito entre a rampa e o piso nem entre a rampa e o bloco. Calcule (a) A energia cinética somada do bloco e da rampa quando o bloco atinge o piso. (a) A velocidade do bloco quando atinge o piso. Despreze a dimensão do bloco. Resposta: (a) mghK = . (b) θ+ = 2cos 2 mM Mgh v . 7.10P – Identifique todas as operações de simetria de um cilindro Resposta: a – Rotação de qualquer ângulo em torno de seu eixo; b – reflexão em qualquer plano contendo o seu eixo; c – rotação de 180o em torno de qualquer reta ortogonal ao seu eixo e passando pelo seu centro. m M h θ 12
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