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APG 13 - ACIDENTE OU ERRO - FASAVIC

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Julia Franco Fernandes de Carvalho Fagundes – 2˚ PERÍODO 
 MEDICINA – FASA 2021.2 
APG 13 
ERRO OU ACIDENTE? 
ANATOMIA TIREOIDE 
• A tireoide se localiza na região 
cervical, “abraçando” a traqueia, por 
isso em um corte transversal, seu 
formato é de letra U. Por fim, a tireoide 
está presente ântero-lateralmente em 
relação à traqueia; 
• Por sua porção superior da traqueia 
ter interação com a laringe e a posterior 
com o esôfago, e por um importante 
nervo que passa entre o eles (esôfago e 
traqueia), o nervo laríngeo recorrente, 
ramo do nervo vago que exerce função 
fundamental na fala, sendo que ele 
inerva quase todos os músculos da 
laringe responsáveis pela fonação; 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
• A tireoide possui interação com os 
músculos platisma, 
esternocleidomastóide, esterno-
hióideo, esternotireoideo e omo-hióide, 
onde fazem a proteção dos grandes 
vazos e às vísceras do pescoço; 
• A tireoide é formada por dois lobos: o 
direito e o esquerdo, já a região central 
da glândula se chama istmo, unindo os 
lobos; OBS: A casos que podem ter um 
lobo extra, o piramidal. Já outros casos 
podem ocorrer do individuo ter o istmo 
ausente ou incompleto. Outra 
característica que pode ocorrer é a 
existência de uma faixa de tecido 
conjuntivo do ápice do lobo piramidal 
ao osso hióide; 
• A glândula tireoide é originada de 
uma proeminência mediana do 
assoalho da faringe, seu local de origem 
é o forame cego da língua, fazendo um 
trajeto até sua fase adulta pelo ducto 
tireglosso; 
• A tireoide é circundada por uma 
cápsula fibrosa fina, que faz o papel de 
enviar septos profundos para o interior 
da glândula, sua parte externa é 
composta por uma bainha formada 
pela parte visceral da lâmina pré-
traqueal da fáscia cervical, que forma a 
cobertura da região; 
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• A glândula, além da relação com as 
vias aéreas, trato digestório, demais 
músculos e nervo laríngeo recorrente, 
também tem relações com os vasos 
cervicais, mais preciso as artérias 
carótidas e as veias jugulares, por tanto 
caso ocorra uma lesão na região, pode 
ocorrer um comprometimento dos 
vasos, além de uma recorrente 
obstrução das vias aéreas; 
 
HISTOLOGIA DA TIREOIDE 
• A glândula tireoide é revestida por 
uma delgada cápsula de tecido 
conjuntivo denso não modelado, a qual 
é oriunda da fáscia cervical profunda. 
Alguns septos emitidos por essa cápsula 
acabam dividindo a tireoide em lóbulos 
ao mesmo tempo em que promovem a 
sustentação e a condução de vasos e 
nervos ao parênquima ou porção 
funcional da glândula; 
• As unidades funcionais da tireoide são 
os folículos tireoidianos (F), estruturas 
semelhantes a cistos ou “bolhas”, nas 
quais, em seu lúmen, é armazenado os 
produtos de secreção da glândula 
(hormônios tireoidianos). Tais folículos 
são formados por um epitélio cúbico 
simples que envolve um lúmen 
preenchido por coloide (uma massa 
gelatinosa que contêm tireoglobulina, 
uma glicoproteína precursora dos 
hormônios tireoidianos); 
• Na tireoide, encontramos 
principalmente 2 tipos celulares: as 
células foliculares e as células 
parafoliculares ou células claras ou 
células tipo C. As células foliculares, 
aquelas que compõem os folículos 
tireoidianos, são as responsáveis pela 
síntese de T3 e T4, enquanto, as células 
parafoliculares (PF), encontradas 
isoladas ou em pequenos grupos 
associados aos folículos, produzem a 
calcitoninam (C); 
FISIOLOGIA DA TIREOIDE 
• A tireoide é um órgão folicular - seus 
folículos possuem uma área central 
preenchida por coloide e são revestidos 
por células foliculares que 
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delimitam esse conteúdo coloidal; 
 
• O T3 é o hormônio de fator 
biologicamente ativo, mas a maior 
parte da secreção tireoidiana é 
composta de T4. A tireoide libera mais 
tiroxina pois, uma vez lançado no 
organismo, esse hormônio só será 
captado e convertido em T3 a 
depender da necessidade metabólica 
momentânea de determinado tecido. 
Por tanto, se o tecido muscular está mais 
ativo e precisa de mais T3 que o tecido 
nervoso, a captação de T4 será maior 
pelas células musculares, havendo 
conversão de T4 em T3 em seu interior; 
OBS: Se a liberação de T3 fosse maior 
que a de T4, faria com que todos os 
tecidos que entrassem em contato 
fossem estimulados, alterando assim a 
homeostase do metabolismo. 
• Os efeitos do T3 e T4 de forma geral 
aumentam a taxa metabólica basal dos 
tecidos, fazendo com que o consumo 
de oxigênio e nutrientes seja elevado; 
• A calcitonina é um hormônio 
produzido pelas células parafoliculares 
(células C) da tireoide que tem como 
função principal a formação óssea 
(deposição de cálcio no osso). Como 
ela atua removendo cálcio do sangue 
para mineralizar os ossos, pode-se dizer 
que ela atua reduzindo a calcemia 
(hormônio hipocalcemiante) - por isso, 
fica claro entender que um dos 
estímulos mais fortes para sua secreção 
são os altos níveis de cálcio sérico, sua 
atuação também envolve o bloqueio 
da atuação do paratormônio 
(hormônio que aumenta a reabsorção 
de cálcio, aumentando sua 
concentração no sangue) e dos 
osteoclastos; 
ANATOMIA DA PARATIREOIDE 
• As paratireoides são 4 pequenas 
glândulas ovais e achatadas situadas 
na faca posterior da tireoide, estando 
intimamente associadas, diante disso as 
patologias que afetam a tireoide 
podem facilmente atingir as 
paratireoides; 
• Se divide em: glândulas paratireoides 
superiores direita e esquerda e 
glândulas paratireoides inferiores direita 
e esquerda. As glândulas paratireoides 
superiores tem uma localização 
constante acima 1 cm do local de 
entrada das artérias tireóides inferiores, 
ao nível da cartilagem cricoide, já as 
inferiores tem sua posição próxima aos 
polos inferiores da Tireoide, 1 cm abaixo 
daquele ponto de entrada arterial; 
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• OBS: Cerca de 1 a 5% das pessoas têm 
uma glândula paratireoide inferior 
localizada profundamente no 
mediastino superior; 
 
 
 
HISTOLOGIA DA PARATIREOIDE 
• Assim como ocorre na tireoide, 
extensões da cápsula de tecido 
conjuntivo denso não modelado 
penetram o seu parênquima, porção 
funcional, formando septos que o 
sustentam e permitindo a entrada da 
vasos sanguíneos, linfáticos e nervos na 
glândula; 
• Diferentemente da tireoide (que 
organiza suas células de modo folicular), 
as paratireoides possuem seu 
parênquima organizado de forma 
cordonal, semelhante a um cordão. O 
tecido conjuntivo na paratireoide 
costuma ter uma abundante presença 
de células adiposas, podendo chegar a 
ocupar cerca de 60% do estroma 
(tecido de sustentação) da glândula 
em idosos; 
• Nas paratireoides, encontramos 2 tipos 
celulares: as células principais e as 
células oxífilas. As células principais são 
as responsáveis pela síntese do 
paratormônio, logo, representam as 
células funcionais da glândula. As 
células oxífilas, por sua vez, ainda não 
tem sua função bem definida, mas 
acredita-se que elas correspondam a 
uma fase inativa das células principais; 
• No corte histológico, é válido notar a 
presença dos vasos sanguíneos (VS) 
associados às trabéculas de tecido 
conjuntivo que penetram no 
parênquima da glândula, o qual 
assume conformação similar a de 
cordões ou folhetos de células 
separados entre si por esses septos do 
tecido conjuntivo. As células principais 
(Cp) são as que se apresentam em 
maior número na glândula, sendo 
caracterizadas por um núcleo esférico 
basófilo circundado por um delgado 
citoplasma. Em menor número, as cé- 
lulas oxínticas (CO) caracterizam-se por 
serem notoriamente maiores que as 
células principais, contudo,possuem 
núcleos levemente menores e de 
coloração mais intensa, além de um 
citoplasma mais amplo e 
demarcadamente eosinófilos, o que nos 
permite aferir com certa precisão o 
limite entre essas células. Por fim, 
devemos notar a presença de 
adipócitos (a) nesse recorte da 
glândula. 
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FISIOLOGIA DA PARATIREOIDE 
• A paratireoide é secretora de um dos 
principais hormônios relacionados ao 
metabolismo do cálcio, o paratormônio 
(PTH), responsável pelo aumento da 
concentração de cálcio no sangue - 
por isso, pode-se dizer que ele aumenta 
a calcemia. Além disso, o PTH é 
essencial na produção de vitamina D, 
por atuar em uma de suas etapas de 
conversão, o que também interfere no 
metabolismo do cálcio pois essa 
vitamina tem como uma de suas 
funções o aumento da absorção 
intestinal desse íon; 
 
• O PTH é secretado pelas células 
principais da paratireoide, e sua 
secreção é regulada principalmente 
pela concentração de cálcio sérico, 
agindo em 3 frentes diferentes para 
aumentar a concentração de cálcio no 
sangue: 
- Promove reabsorção óssea através da 
ativação de osteoclastos: PTH não 
possui receptores para os osteoclastos, 
apenas para os osteoblastos. Os 
osteoblastos, quando ativados, 
sinalizam para os osteoclastos que, 
então, passam a realizar reabsorção; 
- Aumenta reabsorção de cálcio nos 
rins: através da troca de cálcio por 
fosfato, o PTH não apenas aumenta a 
calcemia como também reduz a 
fosfatemia; 
- Aumenta ativação da Vitamina D: o 
PTH atua em uma das etapas de síntese 
da vitamina D e estimula sua ativação, 
o que se caracteriza como uma ação 
indireta do hormônio no aumento da 
absorção de cálcio pelo trato 
gastrointestinal; 
VASCULARIZAÇÃO E INERVAÇÕES 
• Os vasos mais relevantes para a 
irrigação arterial são as artérias 
tireóideas superiores e as artérias 
tireóideas inferiores, como ditas acima, 
as artérias tireóideas superiores 
esquerda e direita constituem os 
primeiros ramos das artérias carótidas 
externas que, por sua vez, são ramos das 
artérias carótidas comuns. Já as artérias 
tireóideas superiores apresentam um 
trajeto descendente após a sua 
formação, em direção aos polos 
superiores da glândula, perfurando a 
lâmina pré-traqueal, dividindo-se em 
ramos anterior e posterior, que irão suprir 
a face antero superior da tireoide; 
• OBS: Um vaso que está presente em 
cerca de 10% das pessoas é a artéria 
ima, essa artéria, normalmente, 
ascende pela face anterior da traqueia, 
emitindo pequenos ramos para ela 
durante esse trajeto e prossegue até o 
istmo da tireoide, onde se divide para 
irrigá-la, apesar de estar presente em 
apenas 10% das pessoas, essa artéria 
não deve ser subestimada, sua 
existência deve sempre ser considerada 
na realização de qualquer 
procedimento na região cervical. 
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• A drenagem venosa da tireoide é 
realizada por 3 pares de veias que 
formam um plexo venoso tireóideo na 
face anterior da glândula: 
- As veias tireóideas superiores 
acompanham as artérias tireóideas 
superiores em seu trajeto e drenam o 
sangue advindo dos polos superiores da 
tireoide para a veia jugular interna; 
- As veias tireóideas médias, não 
acompanham as artérias, mas, em 
compensação, seguem trajetos 
praticamente paralelos às artérias 
tireóideas inferiores, drenando o sangue 
da região intermédia dos lobos também 
para a veia jugular interna; 
- As veias tireóideas inferiores 
apresentam trajeto independente, 
drenam o sangue dos polos inferiores da 
glândula, diretamente, para as veias 
braquiocefálicas, diferente das veias 
superiores e médias. 
• Os vasos linfáticos da tireoide seguem 
em seu tecido conjuntivo interlobular, 
normalmente próximo às artérias, e se 
comunicam com a rede capsular de 
vasos linfáticos, a partir desse ponto, 
esses vasos se dirigem, primeiramente, 
aos linfonodos pré-laríngeos, pré-
traqueais e paratraqueais: 
- Os linfonodos pré-laríngeos drenam a 
linfa para os linfonodos cervicais 
profundos superiores; 
- Os linfonodos pré-traqueais e 
paratraqueais drenam para os 
linfonodos cervicais profundos inferiores; 
• As glândulas tireoide e paratireoide 
sofrem uma modulação neuro-
hormonal muito significativa em seu 
funcionamento corriqueiro. Por meio de 
mecanismos de feedback, os níveis 
hormonais (de TSH, T3, T4, Calcitonina e 
Paratormônio) e de eletrólitos (como o 
Cálcio e o Iodo) no sangue irão fazer um 
controle mais apurado da produção e 
da liberação dos hormônios tireoidianos 
e paratireoi- dianos. No entanto, há 
também uma interação nervosa que 
apresenta grande relevância para o 
funcionamento fisiológico dessas 
glândulas; 
• Os nervos da tireoide são derivados 
dos gânglios cervicais superiores, 
médios e inferiores, os quais são gânglios 
simpáticos que recebem nervos 
advindos tanto da coluna vertebral 
quanto da divisão supra segmentar do 
sistema nervoso central. O gânglio 
cervical inferior é um gânglio simpático 
formado na maioria das vezes em fusão 
com o primeiro gânglio torácico, essa 
inervação chega à glândula através 
dos plexos cardíaco e periarteriais 
tireoideos superior e inferior, os quais 
acompanham as artérias tireóideas em 
seu trajeto. Vale ressaltar que essas 
fibras são VASOMOTORAS e, por isso, 
elas não induzem ou inibem 
diretamente a secreção da glândula, 
mas promovem a constrição dos vasos 
sanguíneos que a vascularizam. Sendo 
assim, a secreção endócrina da tireoide 
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é controlada hormonalmente através 
das alças de feedback; 
• A inervação das glândulas 
paratireoides é vasta, sendo derivada 
dos ramos tireoideos dos gânglios 
cervicais (simpáticos). Portanto, assim 
como ocorre na tireoide, essa inervação 
é vasomotora, e não secretomotora. A 
secreção endócrina da paratireoide 
também é controlada hormonalmente 
através das alças de feedback. 
ERROS MÉDICOS 
• Os erros médicos, quase sempre, 
causam dano e sofrimento aos 
pacientes, o que, aliado a uma relação 
médico-paciente insatisfatória, é 
responsável por grande parte das 
denúncias feitas nos Conselhos 
Regionais de Medicina (CRM). Deslizes 
cometidos por profissionais de outras 
áreas podem não acarretar maiores 
consequências, mas os erros dos 
médicos frequentemente provocam 
resultados indesejados e, muitas vezes, 
sequelas irreversíveis; 
• Há três maneiras de classificar o erro 
médico: 
- Imperícia, quando o médico realiza 
procedimento para o qual não é 
habilitado, o que corresponde a um 
despreparo teórico e/ou prático por 
insuficiência de conhecimento; 
- Imprudência, quando o médico 
assume riscos para o paciente sem 
respaldo científico para o seu 
procedimento, agindo sem a cautela 
necessária; 
- Negligência, quando não oferece os 
cuidados necessários ao paciente, 
sugerindo inação, passividade ou um 
ato omissivo; 
• O médico é passível de julgamento 
em dois tribunais: o da Justiça comum, 
que segue os preceitos do Código Penal 
e Civil, e o dos Conselhos de Medicina, 
cujos julgamentos se baseiam no 
Código de Ética Médica. O principal 
artigo do Código de Ética Médica 
(CEM) que caracteriza o erro médico é 
o artigo 29, determinando que “é 
vedado ao médico praticar atos 
profissionais danosos ao paciente, que 
possam ser caracterizados como 
imperícia, imprudência ou negligência”. 
 
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