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Trauma – Avaliação Primária X: Hemorragia eXsanguinante; A: Estabilizar a coluna cervical manualmente, verificar responsividade e verificar permeabilidade das vias Aéreas; B: Verificar respiração e ministrar oxigênio; C: Verificar Circulação e hemorragias menores. Pulso central presente? (se ausente = RCR precoce), pulso periférico, perfusão capilar, cor do paciente, medida da pressão arterial, verificar o débito urinário; D: Realizar exame neurológico sucinto; E: Expor a vítima (prevenir hipotermia) Segue o esquema XABCDE, que é a sequência em relação ao atendimento do paciente vítima de trauma; a etapa representada pelo X é a mudança incluída na nova edição do PHTLS: O torniquete deve estar logo acima da lesão; existem os dispositivos próprios para sua aplicação, podendo, na ausência desses, ser feito um torniquete improvisado ou o uso do esfigmomanômetro. Como se trata de um paciente de trauma, a avaliação primária em relação à verificação da via aérea vai ser apenas com manobra de Jaw-Thrust, projetando a mandíbula para frente. Deve-se verificar o pulso radial para saber se o paciente está em choque, porque quando ele está em choque o pulso radial pode estar ausente e o pulso central presente, ou pode estar bem filiforme, rápido e fraco. Na perfusão capilar se observa o enchimento capilar, tirando o sangue da extremidade e verificando se o sangue volta em menos de 2 segundos; se demorar mais, quer dizer que o paciente pode estar em choque com vasoconstrição periférica. Na etapa D, de avaliação neurológica, utiliza-se a escala de coma de Glasgow ou o AVDI, que é uma avaliação mais rápida, mais imediata. Na etapa de exposição da vítima para avaliação, deve-se fazer o controle da temperatura corporal para evitar a hipotermia. É importante saber que o XABCDE no paciente com trauma é diferente do CAB (compressão, abertura de via aérea e ventilação) do atendimento de uma parada cardiorrespiratória. A hemorragia exsanguinante pode ser contida por compressão direta, que é imediata, com gaze, compressa, alguma coisa de preferência estéril, desde que se tenha à mão; ou pela aplicação do torniquete, se a compressão não funcionar. O torniquete será retirado no centro cirúrgico, na hora de fazer hemostasia cirúrgica. O PHTLS garante o uso seguro do torniquete de 120 a 150 min.; o torniquete deve estar com a compressão total; se o paciente estiver consciente, pode ser administrado remédio para dor. O principal objetivo é evitar o choque hipovolêmico (nesse caso hemorrágico) pela perda de sangue exagerada. Se um torniquete não adiantar, pode ser aplicado um segundo. Avaliar a presença de lesões abertas e/ou fechadas no tórax; caso exista uma lesão aberta no tórax que leve a um pneumotórax aberto, que pode conduzir a um pneumotórax hipertensivo, é de extrema relevância colocar o curativo de três pontas (que consiste em usar uma superfície impermeável, como um pedaço de papel alumínio, para cobrir apenas três partes e deixar a parte de baixo do curativo aberta, que irá funcionar como uma válvula, não deixando o ar de fora entrar e permitindo a saída do ar em uma quantidade para não gerar um pneumotórax hipertensivo); No paciente com ventilação anormal, realizar a palpação de todo o tórax; Considerar a necessidade de ventilação assistida por meio de Bolsa Válvula máscara (BVM) com reservatório, caso a frequência respiratória seja inferior a 8 mrm, ou não mantenha ventilação ou oxigenação adequadas. Controlar sangramentos externos com compressão direta da lesão e/ou torniquete. O PHTLS é contra a elevação do membro para conter sangramento, pelo risco, em caso de fratura, de mobilização de fragmentos ósseos, lesionando outros vasos e nervos. Na compressão direta, a gaze não deve ser trocada quando encharcada de sangue; o correto é colocar outra gaze limpa por cima sem retirar a gaze primária que está em contato com a ferida, que está gerando a formação do coágulo sanguíneo; 5- Avaliar a circulação (presença de hemorragia e avaliação da perfusão): sequência de avaliação primária no trauma Manter as vias aéreas pérvias por meio de manobras de abertura das vias aéreas para o trauma, retirar secreções e corpo(s) estranho(s) da cavidade oral; Considerar o uso de cânula orofaríngea (cânula de Geddel); a cânula de Geddel é medida da comissura labial até o lóbulo da orelha do paciente; Verificar a oximetria e fornecer O2 por máscara facial, 10 a 15 l/min. se SatO2 < 94%; sobre essa questão do oxigênio e da saturação, existem novas literaturas que trazem a necessidade de só colocar oxigênio com saturação menor que 90%; Expor o tórax e avaliar a ventilação; Avaliar a simetria na expansão torácica; o paciente pode ter tido um trauma de tórax, pode estar com uma retração costal, com o tórax instável com aquele fragmento onde houve fratura em dois ou mais segmentos da costela de forma paradoxal à respiração; Observar a presença de sinais de esforço respiratório ou uso de musculatura acessória; quando o paciente usa outros músculos além do diafragma e intercostais internos e externos numa tentativa de compensar a falta de oxigênio, dando sinais de insuficiência respiratória; 1- Garantir a segurança do local; 2- Avaliar a responsividade (chamar o paciente) e executar simultaneamente a estabilização manual da coluna cervical e iniciar verificação da respiração; 3- Avaliar as vias aéreas: 4- Avaliar a presença de boa respiração e oxigenação: Aplicar AVDI ou a Escala de Coma de Glasgow; Avaliar pupilas. Cortas as vestes do paciente sem movimentação excessiva e somente das partes necessárias; Proteger o paciente da hipotermia com auxílio de manta aluminizada; Utilizar outras medidas para prevenir a hipotermia (ex.: desligar o ar-condicionado). Considerar a cinemática do trauma e sempre buscar possíveis lesões associadas; Repetir avaliações durante o transporte até chegada ao hospital. 6- Avaliar o estado neurológico: 7- Expor com prevenção e controle da hipotermia: 8- Realizar contato com a Regulação Médica e passar os dados de forma sistematizada: Avaliar reenchimento capilar (normal até 2 segundos); Avaliar características da pele (temperatura, umidade e coloração). Quando o paciente está com a pele fria, pálida e pegajosa (sinais de choque hipovolêmico) e não está com sangramento visível, pode existir uma hemorragia oculta, principalmente abdominal, que é um local que não mostra logo a hemorragia; nesse caso, o paciente deve ser removido o mais rápido possível, para que seja feita uma laparotomia exploratória e hemostasia do paciente no centro cirúrgico; Avaliar pulso central e radial: A título de suspeita de PCR, em crianças acima de 1 ano, adolescentes e adultos, é o pulso carotídeo que deve ser verificado; em crianças menores de 1 ano, o pulso braquial; Se possível, aferir a pressão arterial precocemente. a. Pulso radial ausente e pulso central presente – seguir atendimento de Choque; lembrando que o trauma é dinâmico e a reavaliação é contínua, porque o paciente pode a qualquer momento entrar na fase de descompensação. Quando o paciente começa a sangrar – classe I da classificação de Baskett –, ele ainda não tem alteração dos sinais vitais; quando entra na classe II, já começa a ter aumento da frequência cardíaca, diminuição da pressão, a pele começa a ficar pálida e fria, sinais da síndrome de compensação; nas classes III e IV, os sinais já estão bem perceptíveis até chegar na fase em que começa a entrar em descompensação; b. Pulso radial ausente e pulso central ausente – Seguir atendimento de PCR; cânula orofaríngea A cânula é colocada com a concavidade voltada para cima e girada em 180o. Existem vários tamanhos; o correto será da comissura labial até o lóbulo da orelha. Desinflar totalmente o manguito pneumático da ML com ajuda de uma seringa e uma superfície rígida. Lubrificar levemente (pode ser com xilocaína) a face posterior da máscara para facilitar o deslizamento pelo palato e pela curvatura da faringe. Evitar excessos. Segurar a ML usando a barra de fixação como apoio ou posicionandoo dedo indicador na junção do manguito com o tubo. Realizar uma leve extensão na cabeça do paciente (para os pacientes de trauma, realizar a manobra de projeção da mandíbula). Iniciar a passagem da ML com sua abertura dirigida para frente da língua e o dorso para o palato de forma alinhada e com movimento curvilíneo contínuo, breve e firme. Vários pareceres de vários CORENS trazem ao enfermeiro treinado e capacitado a possibilidade de usar a máscara laríngea, que existe também em vários tamanhos. A foto abaixo é do Manual do SAMU e utiliza um manequim. 1- Posicionar a COF próxima à face do paciente e realizar a medida da distância entre a comissura labial e o lóbulo inferior da orelha do mesmo lado. É ideal o tamanho que alcançar tais extremidades. 2- Selecionar o tamanho adequado da COF, conforme técnica. 3- Remover secreções ou sangue da boca e faringe por meio da aspiração. Obs.: No trauma, a aspiração da boca deve ser feita com a sonda rígida quando possível, porque ela tem um controle maior do local aspirado. 4- Inserir a COF conforme técnica. No adulto, inserir a COF com a concavidade voltada para o palato duro, até atingir a parede posterior da faringe, quando deve sofrer uma rotação de 180o e ser acomodada. Só deve ser usada quando o paciente estiver inconsciente. máscara laríngea Essa máscara é insuflada para melhor acoplar dentro do paciente. É considerada uma via invasiva, mas não tanto quanto o tubo endotraqueal. A figura à esquerda mostra uma manobra de elevação do ângulo da mandíbula, usada para abertura da via aérea e para passar a máscara laríngea. A figura à direita mostra a manobra da inclinação da cabeça e elevação do queixo, utilizada apenas no agravo clínico. e se o paciente estiver inconsciente, parte-se para as compressões torácicas para eliminar esse corpo estranho. Caso o quadro evolua para uma PCR, faz-se as manobras de reanimação. A manobra de Heimlich, então, é feita da seguinte forma: avaliar as vias aéreas Manter as vias aéreas pérvias através de manobras de abertura das vias aéreas para o trauma, retirar secreções e corpo(s) estranho(s) da cavidade oral. obstrução de vias aéreas Na avaliação do paciente de maneira geral, pode ser identificado um corpo estranho obstruindo a via aérea. No atendimento da avaliação primária, caso seja identificada uma obstrução de via aérea, o corpo estranho só deve ser removido se estiver visível. Se o paciente estiver consciente e for uma obstrução leve, deve-se estimular a tosse; se ele estiver consciente e com uma obstrução mais grave, com sinal de asfixia ou sem conseguir tossir/falar, é preciso fazer uma manobra de Heimlich, como a imagem a seguir mostra; Acalmar o paciente; Estimular a tosse. Fazer manobra de Heimlich. Compressões torácicas com objetivo de remoção do corpo estranho. 1- Abaixar e se posicionar atrás da vítima; 2- Fechar uma das mãos em punho e posicioná-la sobre o abdome da vítima, colocando a outra mão sobre esta. Em grávidas e obesas, é feito na região torácica, um pouco mais acima do abdome. 3- Aplicar compressões rápidas para dentro e para cima, na região acima da cicatriz umbilical. 4- Realizar a manobra até a saída do objeto ou até a vítima se tornar inconsciente. Em resumo: a. Obstrução leve em paciente responsivo: b. Obstrução grave em paciente responsivo: c. Obstrução grave em paciente irresponsivo: controle de hemorragia Compressão direta; Torniquete; Agentes hemostáticos. Quando a hemorragia não é nos membros inferiores ou superiores (em que se usa torniquete), o PHTLS recomenda o uso de curativo hemostático, que faz uma coagulação sanguínea mais rápida e contém o sangramento. avaliar o estado neurológico Anisocoria (pupilas desiguais): suspeita de TCE grave (que pode ter como outros sinais o “olho de guaxinim”, hematoma na região retroauricular, saída de líquido pelo nariz e ouvido); Miose (pupila contraída): pode ser uma interação medicamentosa; Midríase (pupila dilatada): pode ser sinal de parada cardiorespiratória. 1- Escala AVDI ou Glasgow: A- Alerta V- Resposta verbal D- Resposta a dor I- Inconsciente 2- Avaliar pupilas No caso de pacientes com: escala de coma de glasgow Essa escala tem hoje 4 parâmetros sendo avaliados: abertura ocular, resposta verbal, resposta motora e reatividade pupilar (alteração de 2018). A escala abaixo é a antiga, que ainda é muito cobrada em provas; as alterações estão riscadas. NT: Quando não se consegue avaliar o paciente; não testável. 3- Lesão gravíssima; Menor que 8 - Lesão grave (coma profundo); Entre 9 e 12 – Lesão moderada; Entre 13 e 15 – Lesão leve; 15 – Sem lesão. Passo a passo para aplicar a escala de Glasgow: Verificar → Observar → Estimular → Pontuar 1º PASSO: VERIFICAR Fatores que interferem com a comunicação, capacidade de respostas e outras lesões. Limitação- sedação, AVCi (hemiplégico), trauma de face, TCE antigo com sequelas. Escala ocular: “Pressão de abertura dos olhos” substituiu “abertura à dor”. Escala verbal: “Palavras inadequadas” foi modificado por “palavras” e “sons incompreensíveis” foi modificado por “sons”. O estímulo de pressão (antigo estímulo doloroso) será feito no leito ungueal, no músculo trapézio e no arco supra orbital. A pontuação deve ser documentada numericamente completa (O2V4 Min6= 12), para saber qual parâmetro está melhorando ou piorando. Obs: um paciente sedado não vai ter seu nível de consciência avaliado pela escala de Glasgow, mas por outras escalas. 2º PASSO: OBSERVAR Abertura ocular e o conteúdo do discursos e avaliação do movimento dos hemicorpos (lado direito e esquerdo). 3º PASSO: ESTIMULAR Estimulação sonora (ordem verbal e tom de voz) e estimulação física por pressão (antiga resposta a dor). Estimulação física realizada em 10 segundos nas região unguial, músculo trapézio ou incisura supraorbitária. 4º PASSO: PONTUAR De acordo com a melhor resposta observada (ocular, verbal e motora). Algumas modificações na Escala de Glasgow: abertura ocular resposta verbal melhor resposta motora locais para estimulação física características da resposta em flexão Modificado com autorização a partir de Van Der Naalt. 2004 Ned Tijdschr Geneeskd (-2) Inexistente = nenhuma pupila reage ao estímulo de luz; (-1) Parcial = apenas uma pupila reage ao estímulo de luz; e ( 0 ) Completa = as duas pupilas reagem ao estímulo de luz. Modificado com autorização a partir. Obs.: Quando se fala de flexão normal, ela é rápida, fica com níveis variados de ângulo entre o braço e o tronco, não tem a rotação do antebraço e encerramento do polegar. Uma flexão anormal é uma situação estereotipada, em que se vê o paciente com uma aproximação do braço com relação ao tronco, dedo cerrado e antebraço rodado; isso é a decorticação, que mostra uma lesão cerebral. O caso mais grave (com 2 pontos) é a descerebração, quando há uma extensão do braço. Reatividade pupilar (mudança em abril de 2018) Seu objetivo foca principalmente em uma avaliação com valor prognóstico tanto sobre mortalidade quanto sobre desfecho desfavorável. Reatividade Pupilar do paciente devem de encaixar em: Abaixo está a escala nova, com todas as alterações recentes. Ocular (1 a 4 pontos) Verbal (1 a 5 pontos) Motora (1 a 6 pontos) Reatividade pupilar (0 a -2) Pontuação mínima: 1 Pontuação máxima: 15
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