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Testes Diagnosticos

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Testes Diagnóstic�s
Referência: Bioestatística: tópicos avançados, Sonia Vieira, 5 edição, Capítulo 2:
Testes Estatísticos e Intervalos C
Quando o profissional de saúde
deseja realizar um diagnóstico deve
dar importância à precisão do
resultado do teste diagnóstico, ou
seja, o seu nível de acerto deve ser
idealmente o mais elevado possível,
registrando positivo quando positivo
e negativo quando negativo
O intuito deste estudo é mostrar que
é possível identificar um teste
diagnóstico que apresente um grau
de precisão considerável, através de
sua comparação com o teste de
referência ou teste padrão-ouro
(gold standart), para o diagnóstico
de uma dada doença.
- Idealmente, o padrão-ouro não
deveria ter resultados falsos.
- Na prática, o padrão-ouro é o
teste disponível capaz de
produzir o menor erro de
classificação possível
Propriedades do teste diagnóstico:
1. Sensibilidade
Expressa a probabilidade de um teste
dar positivo na presença da doença,
isto é, avalia a capacidade de um
teste detectar a doença quando ela
realmente existe.Quando um teste é
sensível, raramente deixa de
encontrar pessoas com a doença
(baixo índice de falso-negativos); mas
está sujeito a encontrar
falso-positivos (indivíduos com teste
positivo, mas que não apresentam a
doença)
Utilizamos um teste mais sensível
possível quando:
A doença é grave e não pode passar
despercebida
- A doença é tratável (existe
chance de cura)
- Os resultados errados (falsos)
não provocam trauma
psicológico, econômico ou
social para o indivíduo
- Triagem em banco de sangue
- Outras triagens diagnósticas
- Rastreamento de doenças em
grupos populacionais
2. Especificidade:
Expressa a probabilidade de um teste
dar negativo na ausência da doença,
isto é, avalia a capacidade de o teste
afastar a doença quando ela está
ausente.
Quando um teste é específico,
raramente cometerá o erro de dizer
que os não doentes (sadios) são
doentes (baixo índice de
falso-positivos); mas está sujeito a
encontrar falso-negativo (indivíduos
com teste negativo, mas que
apresentam a doença).
Utilizamos um teste mais específico
possível quando:
- A doença é importante, mas
difícil de tratar ou incurável
- O fato de saber que não se
tem a doença possui
importância sanitária e
psicológica
- Os resultados positivos
errados podem provocar
trauma psicológico, econômico
ou social
- O objetivo é a confirmação do
diagnóstico
3. Valores Preditivos:
É o valor preditivo do teste, ou seja,
sua capacidade de predizer a
doença ou a ausência dela, a partir
de seus resultados positivos e
negativos, respectivamente
As suas interpretações podem ser
obtidas nas seguintes perguntas:
➢ Valor preditivo positivo: Dado
que o teste diagnóstico foi
positivo, qual a probabilidade
de se ter a doença?
Valor Preditivo Positivo (VPP):
Expressa a probabilidade de um
paciente com teste positivo ter a
doença
➢ Valor preditivo negativo: Dado
que o teste diagnóstico foi
negativo, qual a probabilidade
de não se ter a doença?
Valor Preditivo Negativo (VPN):
Expressa a probabilidade de um
paciente com teste negativo não ter
a doença
Importante:
A Sensibilidade e a Especificidade
do teste não são influenciados pela
Prevalência.
Os valores preditivos de um teste
podem sofrer variações, dependendo,
além da sensibilidade e da
especificidade, da prevalência da
doença na população.
- Maior prevalência→ maior VPP
e menor VPN
- Menor prevalência → menor
VPP e maior VPN
Prevalência (real) = (a + c) / N
4. Acurácia:
É a proporção de acertos, ou seja, o
total de verdadeiramente positivos e
verdadeiramente negativos, em
relação à amostra estudada.
Desejamos uma elevada acurácia do
teste quando:
1. A doença é importante, mas
curável
2. Há possibilidade de
consequências graves na
identificação de falso-positivos
e falso-negativos
Relação do teste diagnóstico a
avaliação da doença
(positivo-negativo)
Sensibilidade = a / (a + c)
Especificidade = d / (b + d)
Valor Preditivo Positivo = a / (a + b)
Valor Preditivo negativo = d / (c + d)
Acurácia = (a + d) / N
Exemplo:
Na avaliação do desempenho de um
novo teste diagnóstico seus
resultados foram comparados aos do
teste padrão-ouro e os valores
mostrados na tabela a seguir
Sensibilidade = a / (a + c)= 160/200=
0,8 =80%
Especificidade = d / (b + d)=
1700/1800= 0,94= 94%
Valor Preditivo Positivo = a / (a + b)=
160/260= 0,61= 61%
Valor Preditivo Negativo = d / (c + d)=
0,977= 98%
Acurácia = (a + d) / N=
(160+1700)/2000= 1860/2000= 0,93=
93%
OBS: testes com alta sensibilidade e
alta especificidade (100%), porém, na
prática, isto raramente é possível,
pois elas estão relacionadas de
maneira inversa. Isto decorre do
fato de os resultados dos exames, na
maioria das vezes, serem expressos
em variáveis contínuas, não havendo
uma separação clara entre o que é
normal e anormal
Quando se deseja alta sensibilidade
de um teste?
Ex: Conduta em banco de sangue
Em bancos de sangue não pode haver
riscos de um resultado falso-negativo,
em diagnósticos de infecção, pelas
suas severas consequências: o sangue
será veículo de contaminação.
Quando se deseja alta
especificidade de um teste?
Ex: Pesquisa de paternidade
Quando se quer confirmar ou excluir
a paternidade devemos fazer um
teste com alta especificidade, pois
não pode haver riscos de um
resultado falso-positivo.
Relação Ideal entre sensibilidade e
especificidade:
Frequentemente, existe um
contrabalanço (trade-off) entre a
sensibilidade e especificidade
(quando uma aumenta, a outra
diminui)
➢ Na prática, pode ocorrer uma
superposição de valores:
Ou seja, indivíduos podem ser
diabéticos, mesmo tendo uma
glicemia dentro dos limites da
normalidade.
E indivíduos normais podem possuir
uma glicemia um pouco elevada.
Qual ponto escolher???
A Tabela e o gráfico expressam a
relação entre sensibilidade e
especificidade para diferentes
pontos de corte em relação ao
diagnóstico do diabetes.
- CURVA ROC (RECEIVER
OPERATOR CHARACTERISTIC
CURVE)
Quanto mais próxima a curva estiver
do canto superior esquerdo do
gráfico, melhor será o poder
discriminatório do teste diagnóstico
e quanto mais distante, até o limite
da diagonal do gráfico, pior será o
seu poder de discriminar doentes e
não doentes
Pode servir como orientação para a
escolha do melhor ponto de corte de
um teste diagnóstico que, em
geral,localiza-se no extremo da curva
próximo ao canto superior esquerdo
do gráfico.
- Nesse caso, o poder
discriminatório do teste, pode
ser mensurado através do
cálculo da área sob a curva
ROC; quanto maior for a área,
tanto melhor será o teste
diagnóstico.
Sensibilidade / Especificidade
Acurácia
Testes Múltiplos (série e paralelo):
Não existem testes 100% seguros,
além disso, muitos testes são muito
caros ou oferecem risco ou
desconforto ao paciente.
Frequentemente, é necessário lançar
mão de um verdadeiro arsenal para
diagnosticar uma determinada
doença, solicitando um conjunto de
testes diagnósticos.
A utilização de múltiplos testes na
prática clínica aumenta a qualidade
do diagnóstico, diminuindo o número
de resultados falsos.
Quando os resultados dos testes são
consistentes, o processo de
diagnóstico ou afastamento de uma
doença é mais fácil...
Os testes múltiplos podem ser
solicitados todos ao mesmo tempo
(testes em paralelo), ou
sequencialmente (testes em série).

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