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1 HABILIDADE CLÍNICAS | MEDICINA | RAYSSA OLIVEIRA SANTOS O exame físico das orelhas de recém-nascidos e lactentes é importante, pois várias anormalidades podem ser detectadas, desde problemas estruturais até otite média e perda auditiva. Os principais objetivos são a determinação da posição, do formato e das características das orelhas para detectar anormalidades. Observe a posição da orelha em relação aos olhos. Uma linha imaginária traçada dos cantos internos e externos dos olhos deve atravessar a orelha externa. Se a orelha externa estiver abaixo dessa linha imaginária, a implantação das orelhas desse recém- nascido é baixa. O exame otoscópio do recém-nascido só consegue detectar se o meato acústico está desobstruído, porque o vérnix caseoso acumulado ofusca a membrana timpânica nos primeiros dias de vida. O meato acústico do lactente está direcionado para baixo a partir da parte externa; portanto, pode ser necessário tracionar com cuidado a orelha externa para baixo e não para cima, para obter a melhor visão do tímpano (membrana timpânica, segundo a Terminologia Anatômica). Uma vez visualizada a membrana timpânica, observe que o reflexo luminoso é difuso e só adquire o formato de cone após alguns meses de vida. O reflexo acústico é a piscadela do recém-nascido e do lactente como resposta a um som agudo súbito. Pode-se provocar esse reflexo estalando os dedos ou usando uma campanhia, buzina ou outro dispositivo que produza barulho a uma distância de cerca de 30 cm da orelha do recém-nascido ou do lactente. É preciso ter cuidado para não produzir deslocamentos de ar que possam provocar a piscadela no lactente. Pode ser difícil desencadear esse reflexo nos primeiros 2 a 3 dias de vida. Após ele ser desencadeado várias vezes durante um curto período, desaparece. Esse é um fenômeno conhecido como habituação. Este teste grosseiro da audição certamente não é diagnóstico. A tendência atual é pela realização de rastreamento auditivo universal em todos os recém- nascidos, e não apenas nos de alto risco para problemas auditivos. O componente mais importante do exame do nariz dos recém- nascidos é o teste de desobstrução das fossas nasais. Ele pode ser realizado mediante a oclusão cuidadosa de cada uma das narinas, de modo alternado, enquanto o recém-nascido/lactente é mantido com a boca fechada. Isso normalmente não provoca angústia, porque a maioria dos lactentes respira pelo nariz. Na verdade, alguns lactentes são respiradores nasais obrigatórios e têm dificuldade de respirar pela boca. Não se deve ocluir as duas narinas simultaneamente – isso causará um transtorno considerável! Inspecione o nariz para assegurar-se de que o septo nasal se encontra na linha média. Um espéculo nasal calibroso do otoscópio pode ser inserido delicadamente no nariz do recém-nascido e/ou do lactente. Problemas perinatais que elevam o risco de defeitos auditivos incluem peso ao nascimento < 1.500 g, anoxia, tratamento com medicação potencialmente ototóxica, infecções congênitas, hiperbilirrubinemia grave e meningite. pediátrica EXAMES ESPECÍFICOS Otoscopia Rinoscopia 2 HABILIDADE CLÍNICAS | MEDICINA | RAYSSA OLIVEIRA SANTOS Quando o bebê nasce, apenas as células etmoidais e o seio maxilar encontram-se desenvolvidos; portanto, a palpação dos seios paranasais nos recém-nascidos não tem utilidade. Inspecione com abaixador de língua e lanterna, e palpe para examinar a boca e a faringe. A boca do recém-nascido não tem dentes e a mucosa alveolar é lisa, com bordas finamente serrilhadas. Às vezes, observam-se cistos de retenção peroláceos acompanhando as chanfraduras alveolares, que são facilmente confundidos com dentes – esses costumam desaparecer no prazo de 1 a 2 meses. As petéquias também são achados comuns no palato mole após o nascimento. Palpe o palato duro superior para verificar sua integridade. As pérolas de Epstein, cistos de retenção mucosos arredondados minúsculos de cor branca ou amarela, localizam-se na linha média posterior do palato duro e desaparecem em alguns meses. Inspecione a língua. O frênulo da língua (segundo a Terminologia Anatômica) tem tamanho variável e, às vezes, estende-se quase até a ponta da língua; em outros casos, é grosso e curto, restringindo a protrusão da língua (anquiloglossia, ou língua presa); essas variações dificilmente interferem na fala ou na funcionalidade da língua. É muito frequente observar uma camada esbranquiçada sobre a língua. Se essa cobertura for consequência de leite, é fácil removê- la raspando-a e enxugando-a. A melhor maneira de observar a faringe do bebê é durante o choro. É provável que você tenha dificuldade para usar o abaixador de língua, pois este provoca um forte reflexo faríngeo (do vômito). Não espere conseguir visualizar as tonsilas. Lactentes não têm tecido linfoide proeminente. O tamanho das tonsilas aumenta à medida que a criança cresce. O padrão de erupção dos dentes é previsível, mas variável. Como regra geral, uma criança ganha um dente por mês entre os 6 e 26 meses de vida, compondo um total de 20 dentes primários. Esses pontilhados anormais na íris sugerem síndrome de Down. O estrabismo (desalinhamento ocular)pode comprometer a visão. A esotropia, aqui mostrada, consiste no desvio dos olhos para alinha mediana da face A otite média é um dos quadros mais comuns em crianças pequenas. O espectro da otite média é mostrado aqui. A. Otite média aguda típica com membrana timpânica vermelha, distorcida e abaulada em uma criança com sinais e sintomas significativos. B. Otite média aguda com formação de bolhas e líquido visível por trás da membrana timpânica. C. Otite média As vias nasais dos recém nascidos podem estar obstruídas na atresia de cóanos (segundo a Terminologia Anatômica). Nos casos graves, a obstrução nasal pode ser avaliada pela tentativa de introduzir um tubo de alimentação no 8 pelas narinas até a parte posterior da faringe. Oroscopia 3 HABILIDADE CLÍNICAS | MEDICINA | RAYSSA OLIVEIRA SANTOS com derrame, evidenciando líquido amarelado por trás de uma membrana timpânica retraída e espessada. Ulcerações dolorosas na mucosa oral circundadas por eritema Temperatura Pode ser obtida por mensuração retal, oral ou axilar. A primeira seria a mais fidedigna; entretanto, uma vez que, para fins clínicos, não é preciso ter valores extremamente acurados, por hábito e praticidade pode-se aferir a temperatura axilar. A temperatura axilar é cerca de 0,5 ºC menor que a oral, que é cerca de 0,5 ºC menor que a retal. A temperatura corporal normal representa uma estabilidade entre o calor produzido e o perdido pelo corpo. O valor normal considerado para adultos e crianças varia em torno de 36,7º C. ▪ Quando a temperatura axilar estiver até 37,5º C dar banho e observar o estado geral da criança; ▪ Se acima de 37,7° medicar na unidade com paracetamol 01 gota/Kg, avaliar o estado geral e agendar consulta. TEMPERATURA CENTRAL (RETAL OU ORAL) Normotermia 36 A 38°C Hipertermia > 38°C Febre alta > 39°C TEMPERATURA PERIFÉRICA (AXILAR) Hipotermia ≤ 35°C Normotermia 36 A 37,5 °C Hipertermia ≥ 37,5°C Febre alta ≥ 38,5°C ATENÇÃO !! A presença de febre é um dos principais motivos de consulta pediátrica e a quase totalidade das crianças febris apresentam, como etiologia da síndrome febril, uma doença infecciosa.2,4,9 Em cerca de 80% das crianças febris, o médico não encontrará dificuldade para estabelecer a causa do processo mórbido subjacente, pois estarão presentes outros sinais ou sintomas que permitirão a identificação da doença. Entretanto, em 20% dos lactentes febris, a febre é um achado isolado, o que significa que, mesmo após anamnese e exame físico cuidadosos, nenhum foco é identificado e estacondição recebe a denominação de “febre sem foco”. Entre os pacientes com febre sem foco, a imensa maioria é portadora de uma infecção viral benigna, entretanto um pequeno grupo desses pacientes pode ser portador de uma condição que, na ausência de um nome específico, é conhecida como bacteremia oculta. Considerando os pacientes com bacteremia oculta, alguns resolverão espontaneamente essa condição tornando-se afebris, outros persistirão febris e com bacteremia, e um terceiro grupo evolui rá para uma infecção bacteriana focal (inclusive meningite), quando reavaliado 24-48 horas após a consulta inicial. Frequência cardíaca A medida da freqüência de pulso na criança é feita por um dos seguintes métodos: • Palpação dos pulsos periféricos (femoral, radial e carotídeo); • Ausculta cardíaca direta; • Observação da pulsação das fontanelas. PULSO CAROTÍDEO A febre aumenta as frequências respiratória e cardíaca, consequentemente o controle da temperatura também regula a FC e a FR. Caso o descontrole dessas taxas perdure, ocorre SEPSE. SINAIS VITAIS 4 HABILIDADE CLÍNICAS | MEDICINA | RAYSSA OLIVEIRA SANTOS Você pode se colocar a frente do paciente, que pode estar em pé ou sentado. O pulso direito é palpado com a polpa do polegar esquerdo (que afasta a borda do músculo esternocleidomastoideo). As polpas do dedo médio e indicador se fixam sobre as vértebras cervicais. Também pode ser feita deitada, com a cabeça um pouco fletida e o médico à direita. Deve-se palpar os batimentos com as polpas dos dedos indicador, médio e anular. É importante palpar com delicadeza para não comprimir o seio carotídeo. PULSO FEMORAL Localizado na região inguino-crural, logo abaixo do ligamento inguinal, em sua porção mediana. O paciente deve estar em decúbito dorsal e o médico deve estar no lado do paciente que será examinado. Com os dedos indicador, médio e anular procura-se sentir a pulsação da artéria femoral comum no triângulo de Scarpa. Ela é superficial, por isso não se deve comprimir com muita força. PULSO RADIAL Situado entre o processo estilóide do rádio e o tendão dos flexores. Deve-se utilizar as polpas digitais da mão direita para examinar o pulso esquerdo. O polegar do examinador deve estar fixado delicadamente no dorso do punho. O paciente pode estar sentado ou deitado. AVALIAÇÃO DA FREQUENCIA DE PULSO Simetria: verificar se há desigualdade entre os pulsos radiais e femorais. Frequência: n° de pulsações por minuto. Crianças acima de 1 ano < 150 bpm Crianças abaixo de 1 ano < 180 bpm ATENÇÃO !! Bradicardia neonatal = menor que 90 bpm Bradicardia em crianças = menor que 60 bpm Ritmo: é o intervalo dado pela sequência de pulsações. Se elas ocorrem em intervalos iguais, o ritmo é regular. Se os intervalos variam, o ritmo é irregular. Amplitude: é a sensação captada pelo examinador a cada pulsação. É avaliada como: ampla (estado febril; hipertireoidismo; esforço), mediana, pequena ou parvus (diminuição do DC). AUSCULTA DIRETA 1° Foco Mitral: localizado no 5° espaço intercostal esquerdo na linha hemiclavicular. Localização do ictus cordis. É o local para a melhor percepção de alteração nas bulhas, estalidos, sopros, originados em uma valva mitral. 2° Pulmonar: localizado no 2° espaço intercostal esquerdo, junto ao esterno. 3° Aórtico: localizado no 2° espaço intercostal direito, é justaesternal. Muitas vezes o melhor local para percebemos os fenômenos de origem aórtica é entre o 3° e 4° espaço intercotal esquerdo, nas proximidades do esterno. Lá se localiza o foco Aórtico Acessório. 4° Tricúspide: localizado à esquerda da base do apêndice xifoide. CAUSAS DA TAQUICARDIA - Anemia - Hipertireoidismo - Arritmia - Febre 5 HABILIDADE CLÍNICAS | MEDICINA | RAYSSA OLIVEIRA SANTOS Crianças acima de 1 ano > 180 bpm Crianças abaixo de 1 ano > 220 bpm Frequência respiratória Observar, além da freqüência, a amplitude e a facilidade ou dificuldade dos movimentos respiratórios. Alguns métodos úteis: • Observação das incursões abdominais (principalmente no início da infância, quando predomina a respiração diafragmática e a incursão torácica é mínima); • Ausculta do tórax; • Colocação do estetoscópio diante da boca e das narinas; • Observação direta ou palpação do movimento torácico, nas crianças maiores. No lactente e, sobretudo, no recém-nascido prematuro, os movimentos respiratórios podem ser irregulares, arrítmicos, intermitentes e ainda com alternância da profundidade. AUSCULTA PULMONAR ANÁLISE ANTERIOR 1° foco: na direção da linha hemiclavicular (HC), uns 2 cm abaixo da clavícula. • 2° foco: na direção da linha HC, um pouco acima do mamilo. 3° foco: na direção da linha HC com a linha do contorno mamário. Já no lado esquerdo, afasta-se um pouco para lateral do ponto demarcado, para diminuir a influência cardíaca. ANÁLISE LATERAL Faz-se um prolongamento da linha do contorno mamário Foco: no prolongamento da linha do contorno mamário com linha axilar média. ANÁLISE POSTERIOR Traça-se uma linha a partir da espinha da escápula. 1° foco: entre a linha da escápula e a coluna vertebral. 6 HABILIDADE CLÍNICAS | MEDICINA | RAYSSA OLIVEIRA SANTOS 2° foco: palpar o ângulo inferior da escápula. Colocar o estetoscópio um pouco para cima. 3° foco: palpar o ângulo inferior da escápula. Colocar o estetoscópio um pouco abaixo e mais lateralmente. Observação direta O paciente deve respirar de maneira profunda e pausada. Ápices. Ambas as mãos devem estar espalmadas de modo que as bordas internas toquem a base do pescoço, os polegares se apoiem na coluna vertebral e os demais dedos na fossa supraclaviculares. Bases. Apoiam-se os polegares nas linhas para vertebrais, enquanto os outros dedos vão recobrir os arcos costais. Até 2 meses 60 ipm De 2 meses a 1 ano 50 ipm 1 ano a 5 anos 40 ipm APNEIA - recém-nascidos fazem pausa respiratória - encaminhar para UTI - pausa de mais de 20s - pausa de mais de 10s acompanhada de bradicardia Pressão arterial A pressão arterial deve ser medida rotineiramente a partir dos três anos de idade, na criança assintomática. Também medí-la em crianças sintomáticas, no atendimento de emergência, ou em situações sugestivas de hipertensão na infância (sopro abdominal, coarctação da aorta, neurofibromatose, etc). A escolha do manguito apropriado para cada criança é essencial na mensuração adequada da pressão arterial. A bolsa de borracha do manguito deve circundar 80 a 100% da circunferência do braço; sua largura deve ser no mínimo igual a 40% da circunferência do braço; ao ser colocado no braço, o manguito deve deixar espaço suficiente tanto na fossa antecubital, para a colocação do estetoscópio, como na parte superior, evitando a obstrução da axila. A preparação adequada é essencial: a criança precisa ser avisada do procedimento e estar tranqüila, confortavelmente sentada, com o braço direito totalmente exposto e descansando sobre uma superfície de apoio ao nível do coração. Em lactentes, pode-se medir com a criança em posição supina. É conveniente, ao registrar o exame físico, descrever o manguito utilizado e a posição em que foi mensurada a pressão arterial. Registrar os percentis correspondentes aos níveis tensionais sistólico e diastólico, consultando as tabelas de níveis normais de pressão arterial para idade e altura. PROPEDêUTICA O braço direito é preferencial Localizar a pulsação da artéria braquial. Colocar o manguito 2 cm acima da fossa cubital. Palpar o pulso radial. Inflar o manguito até o desaparecimento do pulso radial. Desinflar o manguito lentamente O reaparecimento do pulso indica o valor da pressão sistólica Deve-se colocar o estetoscópio sobre a artéria braquial e insuflar o manquito 20 mmHg acima do valor da Pressãosistólica. Soltar o ar, de maneira contínua, até o ar esvaziar por completo Quando a pressão no manguito chegar próximo àquela onde se constatou o sumiço do pulso radial, ocorrerá o aparecimento de um som que vai ser claro como uma pancada, bem audível e facilmente identificável, marcando a pressão sistólica. O desaparecimento desse som, marca a pressão diastólica. Caso o ruído seja percebido com dificuldade, deve-se aumentar o ângulo entre o braço e o tórax. 7 HABILIDADE CLÍNICAS | MEDICINA | RAYSSA OLIVEIRA SANTOS ATENÇÃO !! Hipotensão: - choque séptico circulatório - parada cardíaca em 12 horas Neonatal < 60 mmHg 1 mês a 1 ano < 70 mmHg 1 ano a 10 anos < 70 + 2 x idade mmHg Habitualmente as crianças e adolescentes hipertensos são assintomáticos. Alguns podem apresentar quadro de cefaleia, irritabilidade e alterações do sono. Os sinais e sintomas podem sugerir envolvimento de algum órgão ou sistema específico, por exemplo, rins (hematúria macroscópica, edema, fadiga), coração (dor torácica, dispneia aos esforços, palpitação). A hipertensão arterial na faixa etária pediátrica, assim como nos adultos, pode ter causa primária ou secundária, sendo a última mais frequente em crianças do que em adultos. Ao longo dos últimos anos, a hipertensão primária na faixa etária pediátrica vem crescendo, chegando até a ultrapassar as causas secundárias, em alguns centros de referência norte- -americanos. Geralmente, a HAS primária ocorre em crianças acima de 6 anos, que têm sobrepeso ou obesidade ou história familiar positiva para HAS. A gravidade da elevação da PA não difere entre HAS primária e secundária. A elevação da PA diastólica está mais relacionada à hiper tensão secundária, enquanto hipertensão sis tólica parece ser mais preditiva de HAS primária. Pode-se identificar causas mais frequentes por faixas etárias como demonstrado no Quadro 5, ou Achados de exame físico e história clínica sugestivos de causa secundária, como demonstrado no Quadro 6. Nas Diretrizes atuais, no entanto, é sugerido que crianças maiores de 6 anos, que têm sobrepeso ou obesidade, história familiar positiva para HAS e/ou não têm achados sugestivos de causa secundária na história clínica ou exame físico, não precisariam de uma avaliação extensa para causa secundária. No caso do Brasil, é necessário interpretar essa recomendação com cuidado, visto que a medida da PA ainda não é rotina na maioria dos exames feitos na criança e algumas causas secundárias podem passar despercebidas. Além disso, o fato de o indivíduo ter sobrepeso ou obesidade, não exclui a possibilidade de ter alguma causa secundária associada. Na investigação das causas, é muito importante ser feita história clínica e exame físico detalhados e completos na tentativa de identificar aspectos que possam sugerir causa secundária da HAS. 8 HABILIDADE CLÍNICAS | MEDICINA | RAYSSA OLIVEIRA SANTOS Os exames complementares são realizados na tentativa de confirmar o diagnóstico, de identificar alguma causa secundária da HAS ou consequência da mesma, determinando alteração em órgãos-alvo. A MAPA é uma excelente ferramenta na condução da Hipertensão arterial. Infelizmente ainda não é disponibilizada em todos os lugares e nem sempre as clínicas têm experiência na realização de MAPAs em crianças. Na Tabela 5, estão descritas as situações e o racional para a indicação de MAPA na faixa etária pediátrica. Destaca-se a importância para confirmação diagnóstica e avaliação da eficácia terapêutica, para descartar hipertensão do avental branco e identificar hipertensão mascarada e hipertensão noturna. Na Tabela 6, destaca-se os exames habitualmente realizados para avaliação inicial dos pacientes com HAS, devendo ser complementados com outros, de acordo com a suspeita clínica. 9 HABILIDADE CLÍNICAS | MEDICINA | RAYSSA OLIVEIRA SANTOS Coloração normal Palidez relatada por pais ou cuidadores Pele pálida/ manchada/ acinzentada/ azulada Resposta a normal a comandos Contente/sorri Permanece acordado ou desperta rapidamente Choro forte normal ou não chora Não responde normalmente a comandos Não sorri Acorda somente com estimulação prolongada Atitude reduzida Não responde a comandos Responde apenas com suporte médico Não acorda ou se despertado, não permanece acordado Choro fraco, agudo ou contínuo Alargamento nasal Taquipneia: - FR > 50 ipm (6 a 12 meses) - FR > 40 ipm (maiores de 1 ano) Saturação de oxigênio acima de 95% Crepitação no tórax Roncos Taquipneia: FR > 60 ipm Moderado ou severo desconforto torácico Pele e olhos normais Membranas mucosas úmidas Taquicardia: - > 160 bpm (menores de 1 ano) - > 150 bpm (1 a 2 anos) - > 140 bpm (2 a 5 anos) Tempo de retorno capilar maior que 3 segundos Membranas mucosas secas Má alimentação em RN Produção de urina reduzida Turgor cutâneo reduzido Nenhum sinal ou sintoma vermelho ou amarelo Idade: 3 a 6 meses, temperatura acima de 39°C Febre por 5 dias ou mais Rigidez Inchaço de um membro ou articulação Membro sem peso ou não utiliza algum membro Idade = menor de 3 meses: temperatura acima de 38°C Erupção cutânea sem palidez Fontanelas protuberantes Rigidez de pescoço Estado epiléptico Sinais neurológicos focais Convulsões focais 10 HABILIDADE CLÍNICAS | MEDICINA | RAYSSA OLIVEIRA SANTOS
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