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Anamnese Pediátrica 
 
 
 
 Criança 
Anamnese ID: Nome, sexo, data de nascimento, etnia, endereço, naturalidade, procedência, nome dos pais ou responsáveis, 
confiabilidade da informação, procedência e naturalidade deste. 
QD: nem sempre há uma queixa. 
HMA: anamnese padrão. Importante perguntar ao informante como a criança se comportava antes do problema atual. 
ISDA: não é muito importante na anamnese da criança. Perguntas o básico → geral (sono, dificuldade para 
amamentar), sistema tegumentar, sistema cardiovascular, sistema respiratório, sistema gastrintestinal e sistema 
geniturinário. 
Vacinação: pedir a carteira de vacinação e conferir se foram tomadas. 
DNPM: avaliar as atividades motoras, adaptativas, linguísticas e pessoal-social da criança. 
Hábitos alimentares: perguntar quem prepara a refeição caso já coma comida, perguntar sobre a amamentação (se é 
ou não exclusiva e se não for, o porquê), checar técnica da mamada perguntar quando foi iniciada a alimentação com 
alimentos além do leite materno. 
Rotina de vida: pedir para que o informante conte um dia inteiro da criança, toda a rotina. 
Informações do parto: à termo?, houve intercorrências no parto? A mãe fez algum exame complementar durante a 
gravidez? Foi necessário que o bebê ficasse na UTI após o parto? Por quê? 
HF: anamnese padrão (em relação à família). 
Condições socioeconômicas: perguntar sobre a moradia, creche, escola. 
Sinais vitais e 
aparência geral 
Geral: BEG, MEG ou REG; icterícia, cianose, palidez, turgor (hidratação). 
Temperatura: geralmente axilar, no colo da mãe e com está auxiliando (retal é a mais apurada); prática rotineira. 
Pressão arterial: até os 2 anos o paciente deve estar deitado, com manguito adequado. 
Pulsos: 60 segundo nos pulsos femoral, radial ou carotídeo. 
FR: observar o movimento da parede torácica durante 30 segundos e multiplicar por 2. (20-40 irpm → 2 anos; 15 a 25 
irpm → segunda infância; níveis adultos a partir dos 15 anos). 
 
Exame físico Pele: avaliar a cor, presença de alterações como descamação, manchas, equimoses, hematomas. 
Millium sebáceo: Nódulos brancos minúsculos que costumam aparecer no rosto do bebê. Se desenvolve quando 
minúsculos flocos de pele ficam presos em pequenas bolsas perto da superfície da pele. Embora possa se desenvolver 
em qualquer idade, é mais comum entre os recém-nascidos. Os pequenos caroços brancos aparecem mais comumente 
no nariz, no queixo ou nas bochechas do bebê. Em pessoas idosas, também ocorrem principalmente no rosto, mas 
podem surgir em qualquer lugar. 
Miliária rubra: Condição cutânea causada pelo bloqueio dos canais sudoríparos e pelo acúmulo de suor sob a pele. A 
brotoeja é comum em clima quente e úmido. A erupção pode aparecer como bolhas ou caroços vermelhos. A brotoeja 
pode causar coceira ou irritação. 
Eritema tóxico: é uma alteração dermatológica comum nos recém-nascidos em que são identificadas pequenas 
manchas vermelhas na pele logo após o nascimento ou após 2 dias de vida, principalmente no rosto, tórax, braços e 
bumbum. 
Mucosas: avaliar os lábios e a conformação do palato, anatomia da língua e freio lingual, verificar as gengivas. 
Cabeça: inspeção do formato e tamanho (micro, macro ou normocefálico), suturas, fontanelas bregmática e 
lambdoide (observar tensão: abaulamento, retração e o seu fechamento), couro cabeludo, implantação das orelhas. 
Pescoço: tireóide, linfonodos, massas (caracteristicas), tumorações. Palpar as clavículas na procura de fraturas. 
Olhos: secreção, lacrimejamento, estrabismo, anisocoria, hipertelorismo, microftalmismo, exoftalmia, icterícia, 
enoftalmia. Teste do reflexo vermelho. 
Nariz: batimento de asa de nariz, obstrução, desvio de septo, simetria. 
Tórax: A ausculta cardíaca de crianças com mais de 3 anos deve ser feita nos focos pulmonar, aórtico, tricúspide e 
mitral. Em crianças com menos de 3 anos de idade, o tórax deve ser dividido em quadrantes - superior esquerdo, 
inferior esquerdo, inferior direito e superior direito - para a ausculta cardíaca. Quanto ao exame físico pulmonar, não 
há maiores diferenças em relação ao padrão. O tórax do lactente é mais arredondado do que o dos adultos. 
Abdome: inspeção, ausculta, percussão e palpação. 
Genitália: (masculino) inspecionar a morfologia, palpar o escroto a fim de verificar se ambos os testículos são tópicos. 
Caso um deles não seja palpável, deve-se procurá-lo nas regiões perineal e inguinal. (feminino) formação e o aspecto 
dos grandes e pequenos lábios. Observar a presença de três orifícios distintos (vagina, anus e óstio uretral), verificar 
o hímen. 
 Sistema musculoesquelético: palpar toda a extensão da clavícula para obsrevar irregularidade, coluna vertebral para 
observar deformidades, quadris (luxação → Ortolani e Barlow)), pesquisar encurtamento femoral, observar se existe 
diferença na altura dos joelhos, examinar os pés e as pernas para detectar anormalidades. Avaliar simetria, 
arqueamento, e torção dos membros inferiores. Examinar os pés (podem parecer deformados, deve ser possível 
corrigir). 
Barlow e Ortolani Primeiro, realiza-se a manobra de Ortolani, destinada a verificar se o quadril já está luxado. Tal manobra consiste em 
realizar, simultaneamente, abdução e tração da coxa do RN, que deve estar em decúbito dorsal. Se for sentido um 
“clique”, a manobra é positiva e indica que já havia luxação. Se a manobra de Ortolani for negativa, é necessário 
realizar a manobra de Barlow, cujo intuito é verificar se o quadril é luxável. Basicamente, a manobra de Barlow é o 
oposto da de Ortolani: com o RN em decúbito dorsal, a coxa deve ser, ao mesmo tempo, aduzida e forçada para baixo. 
Se for sentido um “clique”, a manobra é positiva - neste caso, deve ser realizada, em sequência, a manobra de Ortolani, 
a fim de reduzir a luxação realizada. É importante frisar que essas duas manobras devem ser realizadas sutilmente, 
evitando força desproporcional. 
Reflexos: 
Reflexo de Moro 
Eleva-se o tronco da criança a partir do decúbito dorsal, segurando-a pelo dorso e a nuca com o braço. O examinador 
deve “fingir uma queda” da criança, isto é, momentaneamente aliviar a sustentação, reforçando-a logo em seguida - 
o objetivo é provocar a extensão rápida do pescoço e da cabeça da criança. No reflexo de moro completo, a criança 
flexionará o pescoço, chorará e realizará um movimento de abdução-extensão dos membros superiores, seguido de 
sua adução e flexão (como um “abraço”). O reflexo de Moro está presente já ao nascimento e deve desaparecer aos 
6 meses de idade. 
Reflexo tônico-
cervical 
assimétrico (ou 
Magnus-Kleijn) 
Com a criança em decúbito dorsal, o examinador roda a cabeça dela para um dos lados e sustenta essa posição por 
15 segundos. A resposta esperada é a extensão dos membros superior e inferior do mesmo lado da rotação e a flexão 
dos membros do lado oposto. Deve desaparecer entre os 3 meses e os 4 meses. 
Reflexo de 
preensão palmar 
O examinador toca um dedo seu na palma da mão da criança. A resposta esperada é a flexão dos dedos e o fechamento 
da mão. Esse reflexo deve desaparecer aos 6 meses de idade. 
Reflexo de 
preensão plantar 
Pressiona-se, com o dedo polegar, a planta do pé da criança, logo abaixo dos dedos. A resposta esperada é a flexão 
plantar dos dedos. Deve desaparecer aos 15 meses de idade. 
Reflexo do apoio 
plantar e marcha 
Segura-se a criança de pé pelas axilas e apoiam-se seus pés sobre uma superfície rígida. A resposta positiva é a 
retificação do tronco e o início de uma marcha reflexa. Esse reflexo deve durar até os 2 meses de idade. Depois dessa 
idade, o reflexo deve desaparecer e, mais adiante, a criança aprenderá a realizar a marcha voluntária. 
Reflexo de 
sucção 
Ao tocar o lábio de um lactente, verificam-se movimentos de sucção. Esse reflexo deve desaparecer aos 3 meses com 
a criança em vigília e aos 6 meses com a criança dormindo. 
 
Reflexo de busca O examinadordeve tocar a região perioral da criança, o que fará com que ela vire a cabeça em direção ao estímulo, 
abrindo a boca e realizando uma tentativa de sucção com protrusão da língua. Por anteceder a pega correta, esse 
reflexo é extremamente importante para a amamentação. Ainda assim, espera-se que ele desapareça por volta dos 4 
meses de vida. 
Reflexo de Galant Ao verificar o reflexo de Galant, a criança deve estar em decúbito ventral, suspenso pelo examinador ou não, o qual 
deve realizar um estímulo tátil na região dorso-lateral da criança. Com isso, tanto o quadril quanto o tronco da mesma 
se direcionarão para o lado no qual ocorreu o estímulo, ou seja, será observado um encurtamento do tronco 
ipsilateral. Realizando esta manobra, que desaparece por volta dos 2 meses de vida, o examinador conseguirá avaliar 
a cintura pélvica da criança. 
 
 
 
 
Antropometria pediátrica 
Comprimento/altura 
Crianças de 0 a 23 meses – deitada 
Instrumento de medição 
A medição do comprimento da criança de 0 a 23 meses é feita deitada sobre uma mesa antropométrica ou com o auxílio de uma 
régua antropométrica sobre uma superfície plana. 
Procedimento 
• A criança deve estar descalça, despida, sem touca, protetores ou enfeites de cabeça. O cabelo deve estar solto. 
• Com o auxílio da mãe, deitar a criança mantendo seus ombros e cabeça apoiados na mesa ou superfície plana. Segurar os 
tornozelos da criança mantendo-se as pernas esticadas. 
• Encostar a cabeça da criança na extremidade fixa da régua ou mesa antropométrica. Deslizar a peça móvel até encostar nos 
calcanhares, mantendo os joelhos bem estendidos. Solicitar ajuda da mãe para manter a cabeça da criança na posição correta. 
• Proceder a leitura da medida. A medida correta exige a precisão até o milímetro, contudo, para evitar erros de medição 
aconselha-se aproximar, quando necessário, para o meio centímetro mais próximo (exemplo: 70,2cm aproximar para 70,0 
cm, 81,8cm, aproximar para 82,0 cm). Registrar imediatamente 
• Retirar a criança da mesa e orientar a mãe para vesti-la. 
• Avaliar a adequação do comprimento na tabela de percentis e informar a mãe sobre essa adequação. 
Altura – crianças de 24 a 72 meses - em pé 
Instrumento de medição 
A medição da altura da criança maior de 2 anos deve ser feita em pé, em balança plataforma com antropômetro ou em 
antropômetro de parede. 
Procedimento 
• A criança deve estar descalça, com roupas muito leves ou despida, sem touca, protetores ou enfeites de cabeça. O cabelo 
deve estar solto. 
• Colocar a criança de pé, sem curvar os joelhos, braços ao longo do corpo com os calcanhares e ombros eretos e olhando para 
a frente. 
• Deslizar o antropômetro ou haste metálica da balança até encostar na cabeça da criança, com pressão suficiente apenas para 
comprimir os cabelos, mantendo-a firme. 
• Proceder a leitura da medida. A medida correta exige a precisão até o milímetro, contudo, para evitar erros de medição 
aconselha-se aproximar, quando necessário, para o meio centímetro mais próximo (exemplo: 110,2 cm aproximar para 110,0 
cm, 131,8 cm, aproximar para 132,0 cm). Registrar imediatamente. 
• Avaliar a adequação da altura na tabela de percentis e informar a mãe sobre essa adequação. 
RN: 47cm a 52 cm 
Peso 
Crianças de 0 a 23 meses 
Instrumentos de medição 
As balanças mais apropriadas para esta faixa etária são as que possuem divisões em, no mínimo, 100g, capacidade total de, no 
mínimo, 25 kg, facilidade de leitura dos pesos e mecanismo de tara. As balanças portáteis são aconselháveis por permitirem a 
deslocação para visitas domiciliares, inquéritos, pesagens durante campanhas de vacinas, etc. 
• balança pediátrica, que possuem grande precisão com divisões em 10g mas menor capacidade (16kg) e portabilidade; 
• balança suspensa de braço com suporte para a criança; 
• balança suspensa tipo relógio com suporte para a criança. 
Técnicas de medição 
• Colocar a balança pediátrica em superfície plana em altura que permita uma boa visualização da escala, destravar e tarar a 
balança antes de toda e qualquer pesagem. 
• As balanças suspensas devem ser penduradas em local seguro e em altura que permita uma boa visualização da escala, 
normalmente na altura dos olhos do profissional de saúde, tarar a balança antes de toda e qualquer pesagem. 
• A criança deve estar descalça, despida ou, no caso de frio, com roupas muito leves, sem touca, protetores ou enfeites de 
cabeça. O cabelo deve estar solto. 
• Para a balança pediátrica: 
o Com o auxílio da mãe ou acompanhante, colocar a criança no centro da balança pediátrica, deitada ou sentada. 
o Movimentar o cursor maior (quilogramas) sobre o suporte aproximando-a do número de quilos esperados para a idade. 
Movimentar o cursor menor (gramas) fazendo o ajuste até o ponteiro atingir o equilíbrio. 
o Ler o peso da criança e anotá-lo, imediatamente, na ficha de registro. 
• Para as balanças suspensas 
o Com o auxílio da mãe, colocar a criança no suporte. 
o Movimentar a peça ao longo do suporte até atingir o equilíbrio (balanças de braço) ou ler o peso diretamente no relógio 
(balanças tipo relógio). 
o Ler o peso e anotá-lo, imediatamente, na ficha de registro. 
• Com o auxílio da mãe ou acompanhante, retirar a criança da balança. 
• Anotar o peso na curva de crescimento no Cartão da Criança e interpretar a evolução 
• Informar o peso da criança e a evolução do crescimento para a mãe ou acompanhante. 
• Nos casos de crescimento deficiente ou de desnutrição, proceder de acordo com as orientações deste manual. 
Crianças de 24 a 72 meses 
Instrumentos de medição 
Para o caso de crianças de 24 a 60 meses, as balanças mais apropriadas são as que possuem divisões em, no mínimo, 100g, 
facilidade de leitura dos pesos e mecanismo de tara. A balança que melhor atende a essas características é a balança 
plataforma, utilizada para a pesagem de adultos. Contudo, a portabilidade é também uma característica desejável, o que faz 
com que as seguintes balanças sejam recomendadas: 
• balança suspensa de braço com suporte para a criança; 
• balança suspensa tipo relógio com suporte para a criança. 
 
Técnica de medição 
• Colocar a balança de plataforma em superfície plana em altura que permita uma boa visualização da escala, destravar e 
ajustar a tara da balança antes de toda e qualquer pesagem. 
• As balanças suspensas devem ser penduradas em local seguro e em altura que permita uma boa visualização da escala, 
normalmente na altura dos olhos do profissional de saúde, tarar a balança antes de toda e qualquer pesagem. 
• A criança deve estar descalça, com roupas muito leves, sem protetores ou enfeites de cabeça. O cabelo deve estar solto. 
• Explicar para a criança o que será feito e o porquê. 
• Para a balança plataforma: 
o Colocar a criança, em pé, no centro da plataforma. 
o Movimentar o cursor maior (quilogramas) sobre o suporte aproximando-a do número de quilos esperados para a idade. 
Movimentar o cursor menor (gramas) fazendo o ajuste até o ponteiro atingir o equilíbrio. 
o Ler o peso da criança e anotá-lo, imediatamente, na ficha de registro. 
• Para as balanças suspensas: 
o Com o auxílio da mãe, colocar a criança no suporte. 
o Movimentar a peça ao longo do suporte até atingir o equilíbrio (balanças de braço) ou ler o peso diretamente no relógio 
(balanças tipo relógio). 
o Ler o peso e anotá-lo, imediatamente, na ficha de registro. 
• Retirar a criança da balança. 
• Anotar o peso na curva de crescimento do Cartão da Criança e interpretar a evolução. 
• Informar o peso da criança e a evolução do crescimento para a mãe ou acompanhante. 
• Nos casos de crescimento deficiente ou de desnutrição, proceder de acordo com as orientações deste manual. 
RN: de 2.500g a 4000g. 
IMC 
Calcula-se: peso (kg)/ (altura (m))2 
Perímetro torácico 
Deve ser medido ao nível dos mamilos. A criança deve estar em posição respiratória média. Geralmente o valor do perímetro 
torácicoé cerca de 2cm menor que o cefálico. 
Até os 2 anos de idade ele é igual ao cefálico, depois passa a ser menor. 
RN: 30,5 a 33cm. 
Perímetro cefálico 
Deve ser medido com fita métrica passando pela glabela, anteriormente, e pelo occipício, posteriormente. A fita deve ficar justa 
e não deve incluir as orelhas. Tira três medidas e registra a maior. 
O perímetro cefálio de RN menor que 31,5 para meninas e 32 para meninos é microcefalia. A medida norma é de 33 a 36cm. 
Perímetro abdominal 
Cerca de 2 a 3cm menor que o perímetro cefálico. A fita métrica deve passar pelo umbigo, com a criança (RN) em decúbito dorsal. 
Caso a criança já se mantenha de pé, pode ser feito nessa posição. 
 
 
 
Índices e dentição 
Índice cefálico-horizontal Dolicocefálico: < 74,9 
Mesocefálico: 74,9 < X < 80 
Braquicefálico: > 80 
 
Tamanho cefálico 
 
Macrocefálico: < 32 cm 
Microcefálico: 33 – 36 cm 
Normocefálico: < 36 cm 
Perfil facial Prógnato: < 83° 
Mesognato: 83° 
Ortognato: > 83° 
Índice facial superior Dolicofacial: > 55 
Mesocefacial: 49,9 < X < 55 
Braquifacial: < 49,9 
Tipos anatômicos de nariz 
 
 
Leptorrino: < 47,9 
Mesorrino: 47,9 < X < 53 
Platirrino: > 53 
 
 
 
 
Fases da dentição 
 
Primeiramente é importante saber que uma dentição decídua (dente de 
leite) completa é formada por 20 dentinhos. A dentição permanente 
terá 28 ou 32 dentes se forem considerados os terceiros molares (dente 
do Ciso). 
Dentição decídua: 6 meses aos 30-36 meses 
Dentição mista: momento de troca dos dentes decíduos pelos 
permanentes. 
Dentição permanente: 6 anos aos 17/18 anos (moças) e 19/20 anos 
(rapazes) 
 
 
Batimento de asa nasal 
 
É o alargamento da abertura das narinas durante a respiração. 
Frequentemente é um sinal de dificuldade respiratória. O batimento das 
asas do nariz é visto principalmente em bebês e crianças pequenas. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Oroscopia 
 
Características 
 
Orofarinfe normal 
 
1→ palato mole 
2→ úvula 
3→ pilar anterior 
4→ pilar posterior 
5→ parte posterior da faringe (fauce) 
Classificação de Mallampati 
 
Classificação: 
I → palato mole, fauce, úvula e pilares amigdalianos visíveis; 
II → palato mole, fauce e úvula visíveis; 
III → palato mole e base da úvula visíveis; 
IV → palato mole totalmente não visível. 
Amigdalite Viral 
 
Hipertrofia e hiperemia amigdaliana. A úvula se encontra normal. 
Amigdalite bacteriana (purulenta) 
 
Presença de pus (pontos esbranquiçados), úvula inchada, amigdalas 
inchadas e avermelhadas, garganta vermelha, língua saburrosa. 
Cáseos 
 
Caso encontre cáseos, limpar a orofaringe com gargarejo, pois pode 
evoluir para uma tonsilite. 
 
Tonsilite A amigdalite (tonsilite), popularmente chamada de “dor de garganta”, é 
uma inflamação geralmente aguda, mas que pode também ser crônica, 
das amígdalas por bactérias (principalmente estreptococos) ou vírus. 
Nos casos crônicos pode haver um mau hálito característico, formado por 
bactérias que se alimentam do muco acumulado nas amígdalas, o qual 
pode produzir um depósito amarelado que causa uma emissão de 
compostos gasosos sulfúricos 
Estomatite → Estomatite protética: é um processo inflamatório que se desenvolve 
em pacientes que utilizam próteses totais removíveis (dentadura) com a 
presença de áreas avermelhadas no palato duro (“céu da boca”). 
Geralmente assintomática, porém pode apresentar queimação, 
sintomatologia dolorosa, prurido e sabor desagradável. Pode se 
desenvolver devido ao uso contínuo da prótese ou por infecção por 
Candida. 
→ Gengivoestomatite herpética primária: é causada pelo vírus do herpes 
simples (HSV). A lesão é observada mais frequentemente em crianças 
com idade variando entre 1 a 5 anos e em adolescentes e adultos jovens. 
É caracterizada por inúmeras vesículas que rompem e formam pequenas 
ulcerações, acompanhadas de febre, mal-estar, irritabilidade, dor de 
cabeça e linfadenopatia regional. Pode acometer toda a mucosa oral 
envolvendo os lábios e gengiva. O tratamento pode ser dar através de 
utilização de aciclovir nas formas sistêmica e tópica e com colutórios 
bucais anestésicos. 
→Estomatite aftosa recorrente: é caracterizada pela presença de lesões 
aftosas na mucosa oral, podendo ser simples ou múltiplas possuindo 
diversas causas de desenvolvimento como deficiência nutricional, alergia 
a alimentos, relação com doenças autoimunes, etc. Esses pacientes 
apresentam dor e alteração das funções orais, tais como deglutir. Não há 
um tratamento estabelecido para a cura das lesões, mas tratamentos 
para o alívio dos sintomas e cicatrização. 
Prontuário: 
Boca – Mucosa oral rosada, boa dentição, faringe sem exsudatos, ou 
Mucosa oral rosada, cáries nos molares inferiores, faringeeritematosa, 
sem exsudatos. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Otoscopia Características 
Técnica 
Tímpano direito* 
→ paciente em pé ou sentado 
→ iniciar na orelha sem sintomas 
 → inspeção visual 
 → palpação do pavilhão auricular e da região pré-auricular e 
retroauricular (dor ou lesão) 
→ puxar a orelha para cima (adulto) ou para baixo (criança) e introduzir 
a ponta do otoscópio no orifício do canal auditivo 
→ analisar as estruturas da orelha externa e média 
→ retirar o otoscópio 
Na criança 
Mantê-la com o acompanhante, para que seja possível que ele segure os 
braços da criança com uma mão e a outra mão apoie a cabeça da criança, 
com o intuito dela ficar tranquila e relaxada; esta posição evita que a 
criança se mexa e haja algum trauma na orelha durante o exame. Outra 
forma é colocar a criança deitada de bruços e lateralizar a cabeça, assim 
consegue-se restringir sua mobilidade e facilitar a contenção. 
Otoscópio 
 
Tamanho dos espéculos auriculares (ou otocones) – o tamanho do 
espéculo é fundamental para a realização da otoscopia. Os espéculos 
são descartáveis e deveriam ter uso único. A preconização do tamanho 
adequado para cada idade é: 
2,5 milímetros – crianças até 3 anos de idade 
3,0 milímetros – para crianças de 3 anos até cerca de 12 anos de idade 
4,0 milímetros – crianças mais de 12 anos e adultos 
5,0 milímetros – adultos com canal muito largo 
Otoscopia normal Conduto auditivo sem edema e hiperemia, tímpano preservado 
(íntegro), flácido e translúcido (diáfano) evidenciado pela presença do 
triângulo luminoso e cabo do martelo visível. 
Otite média aguda com efusão Conduto auditivo com edema e intensa hiperemia, abaulamento 
timpânico com hiperemia sugestivo de efusão (purulenta) e presença 
do triângulo luminoso. 
Otite média aguda com perfuração timpânica Conduto auditivo com edema e hiperemia com tímpano roto pela 
efusão. 
Tímpano com perfuração traumática Conduto auditivo sem edema e hiperemia com tímpano perfurado sem 
sinais flogísticos (trauma?). 
Otite média secretora Conduto auditivo com edema e sem hiperemia, tímpano preservado e 
abaulado com efusão (serosa ou mucosa). 
 
Otite média recorrente com efusão Conduto auditivo com discreto edema e discreta hiperemia, tímpano 
preservado e abaulado com efusão (serosa ou mucosa). 
Otite média crônica com perfuração timpânica Conduto auditivo com edema e presença de fibrose, tímpano roto com 
exposição das estruturas adjacentes sugestivos de quadro crônico. 
 
Cerúmen impactado Conduto auditivo sem edema e hiperemia, tímpano não visualizado 
devido presença excessiva de cerúmen (rolha de cerúmen). 
 
 
 
 
 
Otite média aguda Entende-se por otite média aguda (OMA) a infecção aguda no ouvido 
médio com início rápido dos sinais e sintomas. Ocorre um episódio 
infeccioso em que os sintomas possuem uma duração inferior a quatro 
semanas. 
Otite média crônica A otite crônica – ou otite médica crônica – é um processo inflamatório 
da mucosa da orelha média que acomete desde a membrana timpânica 
até cavidades anexasà tuba auditiva e possui duração maior ou igual a 3 
meses. 
A grande diferença entre o quadro agudo e crônico é justamente o 
período de duração da doença. Como a otite crônica possui maior 
duração, o quadro da doença tende a ser mais persistente e destrutivo, 
causando uma série de complicações anatômicas e funcionais caso não 
seja tratada adequadamente 
Otite média recorrente Três episódios de otite média aguda em seis meses ou quatro episódios 
em doze meses. 
Otite média secretora É uma inflamação da orelha média em que há uma coleção líquida no 
seu espaço e a membrana timpânica está intacta. 
É o líquido resultante da otite média. Essa secreção pode ser serosa 
(fina e líquida), mucóide (espessa e viscosa) ou purulenta (secreção 
purulenta). Essa efusão pode resultar de uma otite média aguda ou de 
uma otite média secretora. 
Acuidade auditiva 
 
 
 
 
 
Teste com voz sussurrada: 
→ fique de pé 60 cm atrás do paciente sentado, de modo que ele não 
consiga ler seus lábios 
→ tampe a orelha que não está sendo avaliada com um dedo da mão e 
delicadamente friccione o trago em um movimento circular para evitar 
a transferência do som para a orelha que não está sendo testada 
→expire bem antes de sussurrar para garantir que a voz sairá baixa 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
→ sussurre uma combinação de três números e letras, tais como 3-U-1. 
Use uma combinação diferente de números/ letras para testar a outra 
orelha. 
Interpretação: 
Normal: o paciente repete a sequência inicial corretamente 
Normal: o paciente responde de modo incorreto, então, repita o teste 
com uma combinação diferente de números/letras; o pacinete repete 
corretamente pelo menos três dos seis números e letras 
Anormal: quatro dos seis números e letras não são corretos. Solicite 
uma audiometria. 
Teste com diapasão: 
Os testes podem ser realizados com diapasões das mais diversas 
frequências, como 128 Hz, 256 Hz, 512 Hz, 1.024 Hz ou 2.048 Hz. 
Diapasão de 512 Hz, essa frequência pode ser utilizada em qualquer um 
dos testes. 
Boa acurácia predizer a via auditiva acometida (via óssea ou via aérea). 
Avaliação da via aérea: 
O examinador deve percutir o diapasão e rapidamente colocá-lo a, 
aproximadamente, 1,5 cm do trago da orelha que deseja avaliar, 
mantendo as hastes livres paralelas ao plano coronal. O teste inicia-se 
sempre pelo lado de "melhor audição"; a seguir, repete-se o 
procedimento para o outro lado; e, ao final, pede-se ao paciente que 
informe em qual dos lados pode ouvir melhor a vibração do diapasão. O 
examinador deve ainda comparar a percepção sonora do paciente com a 
sua própria. Para isso, percute-se o diapasão e pede-se ao paciente que 
indique o momento em que parar de escutar o som. Nesse momento, o 
examinador aproxima o diapasão de sua própria orelha e confirma ou 
não a ausência do som. 
Avaliação da via óssea: 
Teste de Weber: o examinador deve percutir o diapasão e apoiar a 
extremidade inferior de seu cabo em alguma estrutura óssea 
equidistante das orelhas direita e esquerda do paciente (linha média 
craniana, vértex, testa, glabela, incisivos centrais superiores e inferiores). 
Ao final do exame, o paciente deverá informar se escutou o som na linha 
média, na orelha esquerda ou direita. Em indivíduos normais, o 
som/vibração é escutado igualmente em ambas as orelhas; por isso, os 
pacientes referem escutar o som na linha média ou igualmente em 
ambas as orelhas. Quando há perdas auditivas, ocorre uma lateralização 
do som. O paciente refere escutar melhor o som na orelha sadia, em 
casos de perda sensório-neural, e na orelha comprometida, em casos de 
perda por condução. 
Teste de Rinne: o examinador deve estimular a extremidade livre do 
diapasão e, a seguir, apoiar extremidade inferior do cabo deste contra o 
processo mastoide até o desaparecimento do som, em 
aproximadamente 20 segundos. Quando o som deixar de ser percebido, 
o diapasão deve ser colocado na região anterior do trago, próximo ao 
conduto auditivo externo. Nesse momento, os indivíduos normais 
voltam a ouvir o som por mais 30 a 40 segundos, uma vez que a via aérea 
é mais sensível que a via óssea para a condução sonora. Essa condição é 
denominada "Rinne presente ou positivo". 
Quando há lesão sensório-neural, a percepção do som retornará, uma 
vez que nesses casos há rebaixamento tanto da via aérea quanto da via 
óssea. Nos casos de lesões de condução, a percepção pela via óssea 
torna-se melhor do que pela via aérea e, consequentemente, o paciente 
ouvirá melhor o som com o diapasão apoiado sobre sua mastoide do que 
quando este é colocado próximo ao trago. Essa condição é denominada 
"Rinne ausente ou negativo". 
Como usar o otoscópio Adulto: 
Para visualizar o meato acústico e o tímpano, use um otoscópio com o 
maior espéculo auricular que o meato possa acomodar com facilidade. 
Posicione a cabeça do paciente, de modo a conseguir uma boa 
visualização com o otoscópio. Para retificar o meato acústico, segure 
firme e delicadamente o pavilhão auricular, tracione-o para cima e para 
trás, afastando-o discretamente da cabeça. 
Segure o cabo do otoscópio entre o polegar e os outros dedos, apoie sua 
mão na face do paciente. Dessa maneira, sua mão e o instrumento 
passarão a acompanhar movimentos inesperados realizados pelo 
paciente. Caso você tenha dificuldade em mudar de mão para examinar 
a orelha esquerda, poderá segurar a orelha e tracionála para cima e para 
trás com sua mão esquerda, segurando o otoscópio firmemente com sua 
mão direita conforme insere o espéculo com cuidado). Introduza o 
espéculo delicadamente no meato acústico, direcionando-o um pouco 
para baixo e para a frente e, se houver, por entre os pêlos. 
Criança 
As orelhas podem ser examinadas com a criança sentada no colo de um 
dos pais, se a criança não estiver muito temerosa. Vale a pena 
transformar o exame otoscópico em uma brincadeira; por exemplo, 
fingir que está tentando localizar um objeto imaginário na orelha da 
criança ou conversar de maneira brincalhona para diminuir o medo. Pode 
valer a pena posicionar com cuidado o espéculo do otoscópio no meato 
acústico externo de uma das orelhas e, depois, retirá-lo para que a 
criança se acostume com o procedimento, antes de começar de fato o 
exame. Também é útil mostrar à criança que o espéculo não machuca, 
permitindo que ela toque o instrumento e direcionando a luz através de 
seu dedo. Pergunte ao pai ou à mãe qual seria a preferência em relação 
ao posicionamento da criança para exame. Existem duas posições 
comuns – com a criança deitada e contida e com a criança sentada no 
colo do pai ou da mãe. Se a criança estiver em decúbito dorsal, peça a 
um dos pais que segure ambos os braços dela estendidos para cima ou 
próximo à lateral do corpo para limitar o movimento. Segure a cabeça e 
tracione a orelha externa para cima com uma das mãos e, com a outra, 
segure o otoscópio. Se a criança estiver no colo do pai ou da mãe, as 
pernas dela devem ser contidas entre as pernas do pai ou da mãe. Os 
pais podem ajudar envolvendo o corpo da criança com um dos braços e 
usando outro braço para segurar a cabeça (com a mão de um dos pais 
sobre a testa da criança). Desloque e tracione delicadamente a orelha 
externa antes e durante o exame otoscópico. É fundamental a inspeção 
cuidadosa da região por trás da orelha externa, sobre o processo 
mastoide do osso temporal. 
 
Fundoscopia (exame de fundo de olho) 
 
A fundoscopia, também chamada de oftalmoscopia ou 
exame de fundo de olho, é o exame em que se visualizam as 
estruturas do fundo de olho, dando atenção ao nervo óptico, 
os vasos retinianos, e a retina propriamente dita, 
especialmente sua região central denominada mácula. Para 
que esse exame seja realizado, a pupila deve ser dilatada, pois 
só assim é possível verificar a periferia da retina. O fundo de 
olho normal é visto comoum reflexo vermelho, denominado 
clarão pupilar. O examinador deve aproximar-se, sem perder 
o clarão de vista, até visualizá-lo. Entre o examinador e a 
retina, podem-se encontrar opacidades nos meios 
transparentes (córnea, cristalino e vítreo). Para estudá-las, 
usam-se lentes convexas. O disco óptico é o primeiro 
elemento a ser examinado. Em condições normais, é vertical 
e rosado, com uma depressão mais clara no centro - a 
escavação fisiológica 
No exame dos vasos sanguíneos, é necessário caracterizar as 
artérias e as veias. As artérias são de cor vermelho-clara; as 
veias, vermelho-escuras. A artéria é mais espessa, com um 
reflexo central mais brilhante. Visto que os vasos são 
transparentes, o que se observa, na realidade, é a coluna 
sanguínea no seu interior. O observador deve procurar 
estreitamentos focais ou generalizados das artérias, 
tortuosidades das veias, além de observar os cruzamentos 
arteriovenosos. A área macular localiza-se no lado temporal 
a uma distância correspondente a dois diâmetros do disco 
óptico. É uma área mais escura do que a retina que a rodeia. 
Não possui vasos na sua parte anterior e sua nutrição vem por 
trás, através da coroide. A área central da mácula, com um 
brilho característico, é a fóvea. Essa área é responsável pela 
visão central. Examina-se a periferia da retina solicitando-se 
ao paciente que olhe em diferentes direções (para cima, para 
baixo, para dentro e para fora). 
Oftalmoscópio 
 
O feixe redondo de maior diâmetro utiliza-se para visualizar 
grandes áreas retinianas. 
O feixe redondo de menor diâmetro permite visualizar 
melhor a mácula e as estruturas que necessitam de uma 
melhor definição. 
O feixe vertical é usualmente utilizado para definir melhor as 
alterações de relevo da superfície retiniana. 
O feixe de luz verde usa-se para uma melhor definição das 
fibras nervosas. 
Técnica O paciente e o médico deverão estar posicionados na frente 
um do outro. As suas cabeças deverão estar à mesma altura 
um do outro. 
O médico deverá usar o seu olho direito para examinar o olho 
direito do doente e vice-versa. Será conveniente segurar o 
oftalmoscópio na mão direita quando se examina o olho 
direito do paciente e na mão esquerda quando se examina o 
olho esquerdo. O oftalmoscópio deverá segurar-se 
verticalmente. 
O dedo indicador deverá estar sempre colocado no disco de 
rotação do oftalmoscópio, deste modo possibilitando colocar 
lentes convexas (+) ou concavas (-), de valor dióptrico entre 0 
a 20 – 30 dioptrias (consoante sejam hipermetropes ou 
miúpes), deste modo neutralizando as anomalias de 
refracção do doente e do próprio olho do médico. 
O oftalmoscópio deverá ser mantido a uma distância de mais 
ou menos 15 cm a uma distância do olho do doente 
aproximando-se gradualmente até que surge um reflexo 
avermelhado. 
O exame do fundo ocular é realizado habitualmente sem a 
dilatação da pupila, sendo utilizado mais frequentemente 
para a sua observação o feixe de luz redondo do 
oftalmoscópio. 
Fundoscopia normal Disco óptico e mácula densa preservados, vasos venosos 
(escuros) sem dilatações ou tortuosidades e vasos arteriais 
(pálidos) preservadas, ausência de exudatos, micro-
hemorragias e ausência cruzamentos arteriovenosos. 
 
Retinopatia diabética Disco óptico e mácula densa preservados, vasos venosos 
dilatados e retificados (ou ensalsichamento), apagamento 
dos vasos arteriais, presença de grande quantidade de 
exudatos, múltiplos pontos com micro-hemorragias 
(microaneurismas) e ausência cruzamentos artériovenosos. 
Nota-se ausência de proliferação neovascular em humor 
vítreo. 
Retinopatia hipertensiva inicial 
 
Disco óptico com borramento e bordas elevadas, mácula 
densa preservados, vasos venosos e arteriais tortuosos, 
presença de alguns pontos com exudatos, presenças de 
cruzamentos artério-venosos patológicos. 
Retinopatia hipertensiva avançada Disco óptico com intenso borramento e bordas elevadas, 
mácula densa com invasão de vasos venosos e arteriais 
intensamente tortuosos, presença de pontos com exudatos, 
presenças de cruzamentos artério-venosos patológicos e 
hemorragias em 
chama de vela. 
 
Deslocamento de retina 
 
Papiledema (hipertensão intracraniana) 
 
Disco óptico com borramento e protuso (invaginado), mácula 
densa com borramento, vasos venosos e arteriais não 
retificados e sem torutuosidades, ausência de exudatos, 
ausência de cruzamentos artério-venosos patológicos e 
presença de foco hemorrágico em quadrante superior direito. 
 
 
 
Acuidade visual Tabela de Snellen: 
Nesta tabela a acuidade é mostrada por dois números 
em forma de fração, como por exemplo, 20/100. O 
primeiro número é referente a distância entre o quadro 
e o paciente e o segundo representa a fileira das letras 
que o paciente consegue ler. Cada linha da Tabela de 
Snellen contém um número que equivale à distância na 
qual um olho "normal" consegue ler as letras desta 
fileira. Por exemplo, as letras da fileira "100" podem ser 
lidas por um paciente na distância de 100 metros. Isso 
significa que uma pessoa com acuidade de 20/100 
consegue ler à distância de 20 metros o que uma pessoa 
com acuidade visual total é capaz de ler à distância de 
100 metros. 
Desta forma, a partir desta tabela surgiu o termo "visão 
20/20", que significa que uma pessoa consegue ver 
detalhes a uma distância de 20 pés igual a uma normal 
enxerga. Quando o sistema métrico virou o sistema 
universal, este termo foi alterado para "visão 6/6", onde 
o teste de acuidade visual deve ser feito à 6 metros de 
distância do paciente e este consegue enxergar o que 
uma pessoa com visão normal enxerga. 
Caso a pessoa não saiba ler, usa-se a tabela com imagens ou 
a tabela para idade escolar, onde pede-se para que o paciente 
mostre com os dedos da mão a direção a qual o E está 
apontando. 
Para perto usa-se o teste de Jagger. 
Campo visual: 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Campimetria por confrontação: 
Método 1: 
→ O paciente deve estar preferencialmente sentado, 
relaxado e com um de seus olhos tapados; 
→ O examinador, em frente ao paciente, deve solicitar 
que este fixe o olhar em um ponto de sua face (como a 
ponta do seu nariz), ou que olhe diretamente em seus 
olhos, enquanto faz o mesmo na face do paciente; 
→ Em seguida, posiciona um pequeno objeto (como 
uma caneta, ou a ponta de seu dedo) além de seu 
campo visual e o aproxima vagarosamente da periferia 
para o centro do campo visual, enquanto pergunta ao 
paciente se este está vendo alguma coisa; 
→ Esse procedimento deve ser repetido para os quatro 
quadrantes (temporal superior, temporal inferior, nasal 
superior e nasal inferior) em cada olho separadamente 
e depois com os dois olhos abertos. 
Método 2: 
Olhando nos olhos do paciente, o examinador coloca os 
dedos de ambas as mãos a aproximadamente 60 cm de 
distância da parte lateral da cabeça dele. O médico vai 
aproximando os dedos em direção ao indivíduo de 
maneira circular, terminando com os dedos na frente do 
paciente. O indivíduo examinado deverá comunicar 
quando começar a enxergar os dedos do médico. Os 
dois lados devem começar a ver ao mesmo tempo; se 
isso não acontecer, pode haver algum desvio da 
normalidade. Se houver alguma alteração nesse 
primeiro exame, é necessário delimitá-la testando um 
olho de cada vez; o resultado do exame é obtido 
contrastando-se as respostas do paciente com as do 
examinador, que se supõe não possuir alterações em 
seu campo visual, e anotado de acordo com a 
normalidade ou não do campo visual, e não da retina. 
 
 
 
 
 
 
 
Vascular 
Pulso arterial É o choque mecânico e ondulatório na parede do vaso arterial, que pode ser palpável, e que 
corresponde à pressão da ejeção sistólica ventricular transmitida à parede arterial. 
Características: 
→ Localização: nome da artéria palpada, se direitaou esquerda 
→ Simetria: simétricos ou assimétricos 
→ Frequência – também chamado de FREQUÊNCIA DE PULSO / CARDÍACA 
 → bradisfigmia (< 60/min) ou bradicardia 
 → normosfigmia ou eucárdia 
 → taquisfigmia (>100/min) ou taquicardia 
→ Ritmo: rítmico (regular) ou arrítmico (irregular) 
→ Amplitude: amplo ou mediano (pouco amplo) ou filiforme 
→ Tensão: mole ou mediano ou duro 
Ausculta das carótidas 
 
A presença de sopro sugere estenose de carótida > 50%. Deve ser confirmado por ultrassom 
doppler de artérias carótidas. 
 
 
Estase jugular Coloca-se o paciente em decúbito dorsal, em um ângulo de 45°. 
A estase jugular refere-se ao ingurgitamento das veias jugulares. A distensão das veias 
jugulares traduz alterações de pressão e volume dentro do átrio direito (local onde 
desembocam as veias cavas superior e inferior). 
Claudicação intermitente Claudicação intermitente é a sintomatologia dolorosa nos membros inferiores durante o 
exercício, e aliviada com repouso. O local da dor geralmente é distal ao da doença oclusiva. 
Se a isquemia se agravar ainda mais, a dor, que aparecia apenas durante a deambulação, passa 
a surgir em repouso, tornando-se inclusive mais intensa quando o paciente se deita. Aí, então, 
recebe o nome de dor em repouso. 
Arterial Claudicação intermitente, dor intensa e súbita, palidez e diminuição de temperatura do 
membro afetado, pulsos distais à oclusão diminuídos ou ausentes. Pode evoluir para uma 
necrose e amputação. 
Venoso Edema, dor “moderada”, edema, vasos venosos dilatados e tortuosos típicos de congestão. 
Apresenta sinal de Bandeira, Olow, Homans e Bancroft positivos. 
Manobra de Allen 
 
Na insuficiência arterial ulnar ou radial. Comprime-se por 5 segundos as artérias, radial e ulnar, 
no nível do punho com as duas mãos e solicita-se ao paciente abrir e fechar a mão. Solta-se 
uma das artérias e avalia-se a coloração. Repete-se a manobra liberando a outra artéria. O 
teste é positivo quando enchimento é lento em alguma das artérias. 
Sinal de Godet ou Cacifo 
 
É um sinal clínico avaliado por meio da pressão digital sobre a pele, por pelo menos 5 segundos, 
a fim de se evidenciar EDEMA. Considerado positivo se a depressão ("cacifo") formada não se 
desfizer imediatamente após a descompressão. 
Classificação: 
→ 1+ Cacifo leve, sem deformação visível, desaparece rapidamente 
→ 2+ Cacifo um pouco mais profundo do que 1+, mas também sem deformação visível e que 
desaparece em 10 a 15 segundos 
→ 3+ Cacifo notadamente profundo, que demora mais de um minuto; o membro pendente 
aparenta estar aumentado e edemaciado. 
→ 4+ Cacifo muito profundo, que demora até 2 a 5 minutos, com membro pendente muito 
deformado. 
Sinal de Bandeira 
 
Observação de menor mobilidade da panturrilha acometida, que se encontra empastada, 
quando comparada ao membro contralateral. É sugestivo de TVP. 
Sinal de Homans 
 
Consiste na dorsiflexão do pé sobre a perna e o doente refere dor na massa muscular da 
panturrilha. É sugestivo de TVP. 
Sinal de Bancroft Presença de dor ao realizar a palpação da panturrilha. Se houver dor é sugestivo de TVP. 
Sinal de Olow Consiste em realizar uma compressão na musculatura da panturrilha contra o plano ósseo. Se 
houver dor é sugestivo de TVP. 
Manobra de Isquemia Provocada 
 
Com o paciente em decúbito dorsal realizar a elevação das extremidades com os membros 
inferiores elevados entre 45 e 60° durante um minuto, podendo se recomendar flexão e 
extensão dos dedos dos pés. Nos indivíduos normais a região plantar e os dedos sofrem 
discreta palidez e ao retornar à posição inicial ocorre perfusão. No entanto quando existe 
obstrução arterial o membro mais acometido torna-se mais pálido do que o contralateral. 
Doença arterial periférica A doença arterial periférica (DAP), também conhecida por doença arterial obstrutiva 
periférica dos membros inferiores, caracteriza-se por oclusão do lúmen arterial (interior ou 
espaço central, dentro das artérias por onde circula o sangue). A DAP refere-se à doença 
estenótica, oclusiva e aneurismática da aorta abdominal, seus ramos mesentérico e renal, e as 
artérias dos membros inferiores, distintas das artérias coronárias. 
Em condições normais, o lúmen arterial encontra-se desobstruído permitindo uma normal 
circulação do sangue. Na doença arterial periférica, as artérias da perna 
estão obstruídas resultando na diminuição do fluxo de sangue aos tecidos. Verifica-se 
insuficiência arterial dos membros inferiores cuja principal consequência é a presença de sinais 
e sintomas específicos de isquemia. Sua manifestação mais frequente é a claudicação 
intermitente. 
Tromboangite obliterante: A tromboangeíte obliterante, ou também chamada de Doença de 
Buerger, é uma doença inflamatória que acomete as artérias, principalmente as de pequeno e 
médio calibre, e atinge as extremidades dos membros superiores e inferiores. O fator causal 
ainda não foi determinado, porém a doença acomete principalmente jovens fumantes. Na 
doença ocorre a inflamação da parede do vaso que, consequentemente, leva à formação de 
um trombo, impedindo a circulação sanguínea no local afetado. O diagnóstico se dá pela 
eliminação de outras possíveis doenças, como arteriosclerose, e outras vasculites. Existem 
alguns tratamentos, porém o principal é a cessação do tabaco, que evita que o paciente passe 
por uma futura amputação do membro e evita que a doença se espalhe para outros membros. 
Trombose venosa profunda Trombose venosa profunda (TVP) é a coagulação do sangue em uma veia profunda de um 
membro (em geral de panturrilha, coxa) ou pelve. É a causa principal de EP. Decorre de 
condições que comprometem o retorno venoso, acarretando disfunção ou lesão endotelial 
ou provocando hipercoagulabilidade. Pode ser assintomática ou acarretar dor e edema do 
membro; embolia pulmonar é uma complicação imediata. O diagnóstico é feito por história 
e exame físico, e é confirmado por testes objetivos, tipicamente com ultrassonografia 
dúplex. Testes de D-dímero são usados quando há suspeita de TVP; um resultado negativo 
ajuda a excluir TVP, enquanto um resultado positivo é inespecífico e requer testes adicionais 
para confirmar a TVP. O tratamento envolve o emprego de anticoagulantes. O prognóstico é 
geralmente bom, com tratamento adequado e imediato. As complicações em longo prazo 
incluem insuficiência venosa, com ou sem a síndrome pós-flebítica. 
Úlcera vascular isquêmica Caracteriza-se clinicamente por extremidade fria e escura. Há palidez, ausência de estase, 
retardo no retorno da cor após elevação do membro (isquemia provocada), pele atrófica, 
perda de pelo, diminuição ou ausência das pulsações das artérias do pé e dor severa 
aumentada com a elevação das pernas. A úlcera é de bordas cortadas a pique, irregular, 
localizada nos tornozelos, maléolos e extremidades digitais (perna, calcanhar, dorso do pé ou 
artelho) 
Úlcera vascular varicosa 
 
Caracterizada pela perda circunscrita ou irregular do tegumento (derme ou epiderme), 
podendo atingir subcutâneo e tecidos subjacentes, que acomete as extremidades dos 
membros inferiores. É dolorosa com presença de dermatite ocre (depósito de hemossiderina 
por estase venosa) no membro e edema no membro por congestão venosa. 
 
Nome Posição do paciente Posição do médico Localização anatômica Forma a realizar a palpação 
Carotídeo Sentado ou em decúbito 
dorsal com a cabeça 
levemente fletida (cabeceira 
do leito elevada a aprox. 
30°). 
Diante do paciente quando o 
paciente se encontra 
sentado, e a sua direita 
quando está em decúbito 
dorsal. 
Região medial aos músculos 
esternocleidomastóideo, 
aproximadamente no nível da 
cartilagem cricóidea. 
Dedos indicador e médio ou o polegar esquerdo 
sobre a artéria carótida direita. Deve-se evitar 
comprimir o seio carotídeo, situado adjacente à 
cartilagem tireóidea, pois isso pode causar 
bradicardia, parada cardíacaou 
desprendimento de trombos aderidos a uma 
placa ateromatosa. Nunca devemos palpar as 
artérias carótidas ao mesmo tempo. Isso pode 
diminuir o fluxo sanguíneo para o cérebro e 
induzir síncope. 
Temporal Sentado, de pé ou em 
decúbito dorsal. 
Em frente ao paciente. Acima da articulação 
temporomandibular, logo adiante do 
trago. 
Palpada com as pontas dos dedos indicadores. 
Pode-se palpar também o ramo frontal, situado 
acima da arcada supraorbitária. 
Braquial Sentado ou em decúbito 
dorsal. 
Ao lado do membro a ser 
examinado, ou a direita do 
paciente. 
A artéria braquial é palpável em 
toda a sua extensão, sendo mais 
acessível, contudo, no seu terço 
distal. Sulco bicipital. 
O médico, com a mão homolateral, segura o 
antebraço do paciente, fazendo leve flexão 
sobre o braço, enquanto os dedos indicador, 
médio e anular da mão contralateral sentem as 
pulsações da artéria no sulco bicipital, 
abarcando o braço do paciente utilizando o 
polegar como ponto de fixação na face lateral 
do braço. 
Radial Sentado. De frente ao paciente. A artéria radial situa-se entre a 
apófise estiloide do rádio e o tendão 
dos flexores. 
 
Com as polpas dos dedos indicador e médio, 
variando a força de compressão até que seja 
obtido impulso máximo. O polegar se fixa 
delicadamente no dorso do punho do paciente. 
O examinador usa a mão direita para examinar 
o pulso esquerdo do paciente, e vice-versa. A 
mão do paciente deve repousar no leito ou na 
mesa de exame em completa supinação. 
Ulnar Sentado ou em decúbito 
dorsal. 
De frente ao paciente caso 
este esteja sentado, caso 
esteja em decúbito dorsal, o 
médico se posiciona 
lateralmente ao paciente. 
Superfície flexora do punho medial. O médico, com a mão homolateral, segura a mão 
do paciente, fazendo leve flexão, e com os 
dedos indicador, médio e anular da mão 
contralateral, pressiona profundamente na 
superfície flexora do punho medial. O pulso de 
uma artéria ulnar normal pode ser impalpável. 
Femoral Em decúbito dorsal. Ao lado do membro que 
será examinado. 
A artéria femoral é palpada na 
região inguinocrural, logo abaixo do 
ligamento inguinal, em sua porção 
média. 
Com os dedos indicador, médio e anular, o 
médico procura sentir as pulsações da artéria 
femoral comum no triângulo de Scarpa. Como a 
artéria femoral comum é superficial, não se 
deve fazer sobre ela muita compressão, 
principalmente nos indivíduos magros, pois isso 
pode provocar estreitamento do lúmen arterial 
com formação de um “falso” frêmito. 
Poplíteo (por 
ser de difícil 
palpação 
existem duas 
técnicas para 
a aferição) 
Decúbito ventral À direita do paciente. Oco poplíteo Com a mão esquerda, faz leve flexão da perna 
do paciente para diminuir a tensão do oco 
poplíteo. Firmando os dedos indicador, médio e 
anular na face anterior do joelho, o examinador 
aprofunda o polegar no oco poplíteo e tenta 
sentir as pulsações da artéria ali situada. 
Decúbito dorsal Ao lado direito Oco poplíteo O paciente com a perna a ser examinada 
semifletida, o médico se posta ao seu lado, 
abarcando o joelho com as mãos. O médico fixa 
os polegares na patela e aprofunda os dedos 
indicador, médio e anular de ambas as mãos no 
oco poplíteo. Enquanto os dedos de uma das 
mãos fazem compressão, os da outra 
procuram sentir as pulsações da artéria. 
Tibial posterior Decúbito dorsal, com leve 
flexão do joelho. 
Ao lado do membro a ser 
examinado (à direita), 
sustentando o calcanhar do 
paciente coma mão 
homóloga. 
A artéria tibial posterior é palpada 
na região retromaleolar interna. 
 
Com os dedos indicador, médio e anular da mão 
contralateral, o médico procura sentir as 
pulsações da artéria na região retromaleolar, 
fixando o polegar na região maleolar externa. 
Pedioso Decúbito dorsal, com leve 
flexão do joelho. 
Ao lado do membro a ser 
examinado (à direita) 
A artéria pediosa se situa entre o 
primeiro e o segundo metatarso. 
 
O médico palpa a artéria com os dedos 
indicador, médio e anular de uma das mãos e 
com a outra mão, o médico fixa o pé do 
paciente em dorsiflexão. Esta artéria pode 
apresentar variações de localização, e quando 
não é encontrada no local habitual, é necessário 
procurá-la em toda a extensão do dorso do pé. 
Supraclavicular Sentado, fazendo leve 
flexão da cabeça para o lado 
a ser examinado 
De frente, ao lado ou atrás 
do paciente 
Artéria subclávia na fossa 
supraclavicular 
O médico procura sentir a subclávia com os 
dedos indicador, médio e anular, na fossa 
supraclavicular, profundamente e 
posteriormente à clavícula. 
Axilar Sentado ou em decúbito 
dorsal 
Ao lado do membro a ser 
examinado 
Artéria axilar no oco axilar Enquanto a mão homolateral sustenta o braço 
ou antebraço do paciente, em leve abdução, os 
dedos indicador, médio e anular da mão 
contralateral procuram comprimir a artéria 
axilar contra o colo do úmero, no oco axilar. 
Aórtico 
abdominal 
Decúbito dorsal, fazendo 
leve flexão das coxas sobre 
a bacia para promover o 
relaxamento dos músculos 
abdominais 
À direita do paciente A aorta está entre o apêndice 
xifoide e a cicatriz umbilical. 
Com a mão direita, procura a aorta no espaço 
compreendido entre o apêndice xifoide e a 
cicatriz umbilical, pressionando-a contra a 
coluna vertebral. A mão esquerda deve apoiar-
se sobre a direita para ajudar na compressão. 
A palpação da aorta abdominal costuma ser 
difícil nos pacientes obesos e musculosos. Nos 
indivíduos muito magros e nas multíparas com 
flacidez na parede abdominal, as pulsações 
aórticas podem tomar-se tão evidentes que 
chegam a ser confundidas com aneurisma. 
No prontuário os pulsos devem ser registrados da seguinte forma: deve-se colocar todas as características indicando o local aferido, a posição do paciente, 
citando o ritmo, a frequência, tamanho da onda, simetria (assimétrico ou cheio), amplitude e o valor aferido em em ppm (pulsos por minuto) quando forem 
usados os termos bradisfigmia <60 e taquisfigmia >100. 
 
 
Respiratório 
Hiperventilação pulmonar A hiperventilação, por sua vez, é a ventilação aumentada dos alvéolos pulmonares, levando 
à perda excessiva de gás carbônico. Nesse caso, a concentração do gás carbônico no sangue 
diminui e o pH sanguíneo aumenta. 
Hipoventilação pulmonar A hipoventilação é a ventilação reduzida dos alvéolos pulmonares. Com isso, a eliminação 
de gás carbônico pelo corpo também reduz e, consequentemente, sua concentração 
aumenta no sangue, diminuindo o pH sanguíneo. 
Hiperpneia Aumento da frequência e da profundidade dos movimentos respiratórios. Amplitude 
respiratória aumentada. Acima de 24 irpm. 
Hipopneia Redução da amplitude respiratória. 
Apneia Ausência de frequência respiratória 
Taquipneia Frequência respiratória aumentada, acima de 20 irpm. 
Bradipneia Frequência respiratória abaixo de 12 irpm. 
Ilíaco Decúbito dorsal com as 
coxas levemente fletidas 
sobre a bacia. 
Ao lado do membro a ser 
examinado 
Artérias ilíacas externas estão na 
parede abdominal ao longo da linha 
entre a cicatriz umbilical e à parte 
média do ligamento inguinal. 
Com os dedos indicador, médio e anular da mão 
do mesmo lado, comprime a parede abdominal 
ao longo da linha que vai da cicatriz umbilical à 
parte média do ligamento inguinal. A mão oposta 
pode apoiar-se sobre a outra, auxiliando a 
compressão. Este pulso costuma ser difícil de 
palpar nos indivíduos obesos e musculosos. 
Eupneia Respiração normal entre 12 e 20 irpm. 
Normopneia vs eupneia Normopneia se refere à FR, portanto deve ser usado no exame físico. Já a eupneia refere-
se ao conforto respiratório do paciente, logo, só deve ser usado na anamnese. 
Dispeneia e taquipneia A dispneia é a dificuldade para respirar, podendo o paciente ter ou não consciência desse 
estado. Será subjetiva quando só for percebida pelo paciente, e objetiva quando se fizer 
acompanhar de manifestações que a evidenciam ao exame físico. A dispneia subjetivanem 
sempre é confirmada pelos médicos, e a objetiva nem sempre é admitida pelo paciente. 
Relacionando a dispneia com as atividades físicas, pode-se classificá-la em dispneia aos 
grandes, médios e pequenos esforços. Dispneia de repouso é a dificuldade respiratória 
mesmo em repouso. A dispneia pode acompanhar-se de taquipneia (frequência 
aumentada) ou hiperpneia (amplitude aumentada). 
A taquidispneia é a respiração rápida e difícil, com aumento do esforço de respiração. 
Inspeção estática e dinâmica Estática: 
O tórax é observado tanto com o paciente sentado como deitado. Na inspeção estática 
examinam-se a forma do tórax e suas anomalias congênitas ou adquiridas, localizadas ou 
difusas, simétricas ou não. Observar os aspectos gerais do tórax (detecção de possíveis 
desvios da coluna (escoliose/ hipercifose/ lordose), observar estrutura do esterno, costela 
e vértebras. Observar a presença de cicatrizes, abaulamentos, erupções cutâneas, 
tatuagens e piercings. Observar o formato do tórax: 
A morfologia torácica varia conforme o biotipo do paciente (normolíneo, longilíneo e 
brevilíneo), cuja caracterização leva em conta a abertura do ângulo formado pelas últimas 
costelas (ângulo de Charpy). No normolíneo, o ângulo de Charpy é igual a 90°; no longilíneo, 
menor que 90°; e no brevilíneo, maior que 90°. Observar a coloração (cianose/icterícia), 
grau de hidratação. Mamas devem ser comparadas quanto ao volume, posição do mamilo 
e existência de nódulos. 
Dinâmica: 
Na inspeção dinâmica observam-se os movimentos respiratórios, suas características e 
alterações. 
• Avalie a frequência respiratória para determinar se há taquipneia (> 25 
incursões/minuto) 
• Inspecione a cor do paciente para determinar se existe cianose ou palidez. Relembre 
achados prévios relevantes, como forma e cor das unhas dos dedos das mãos. 
• Ausculte os sons audíveis da respiração. Há sibilos audíveis durante a inspiração no 
pescoço ou nos pulmões? 
• Inspecione o pescoço. Durante a inspiração, há contração dos músculos acessórios da 
respiração, a saber, músculos esternocleidomastóideos e escalenos, ou retração 
supraclavicular? Durante a expiração, há contração dos músculos intercostais ou 
oblíquos do abdome? A traqueia está localizada na linha média? 
• Além disso, observe o formato do tórax, que normalmente é mais largo do que 
profundo. 
• Deformidades ou assimetrias na expansão do tórax. 
• Retração muscular anormal nos espaços intercostais ou durante a inspiração, mais 
visível na parte inferior dos espaços intercostais. 
• Alterações unilaterais ou bilaterais do movimento respiratório ou retardo unilateral 
desse movimento. 
Palpação
 
 
 
A sensibilidade superficial e profunda, a dor provocada e espontânea ou qualquer outra 
manifestação dolorosa relatada pelo paciente devem ser avaliadas pela palpação. Edema 
e enfisema subcutâneos são mais bem observados nas fossas supraclaviculares e espaços 
intercostais. O primeiro, como sinal precoce de obstrução da veia cava superior; o segundo, 
denunciando pneumotórax hipertensivo. 
Expansibilidade: A expansibilidade dos ápices pulmonares é pesquisada com ambas as 
mãos espalmadas, de modo que as bordas internas toquem a base do pescoço, os 
polegares apoiem-se na coluna vertebral e os demais dedos nas fossas supraclaviculares. 
Para avaliar a expansibilidade das bases pulmonares, apoiam-se os polegares nas linhas 
paravertebrais, enquanto os outros dedos recobrem os últimos arcos costais. Em ambas as 
manobras, o médico fica atrás do paciente em posição sentada, e este deve respirar 
profunda e pausadamente. Esta técnica é muito útil na identificação dos processos 
localizados nas bases e que reduzem a mobilidade da região. Paciente deve estar com os 
braços cruzados 
Frêmito torocovocal: O frêmito toracovocal (FTV) corresponde às vibrações das cordas 
vocais transmitidas à parede torácica. Estas vibrações são mais perceptíveis nos indivíduos 
cuja voz é de tonalidade grave. Como isto nem sempre ocorre, deve-se fazer com que o 
paciente pronuncie palavras ricas em consoantes, tendo-se consagrado em nosso meio as 
palavras "trinta e três”. Nos homens, em geral, e nos indivíduos com parede torácica 
delgada, o FTV é sempre mais nítido. A maneira correta de pesquisá-lo é colocar a mão 
direita espalmada sobre a superfície do tórax, comparando-se a intensidade das vibrações 
em regiões homólogas. O FTV é mais acentuado à direita e nas bases, e melhor sensação 
se obtém quando se coloca apenas a face palmar correspondente ao 2°, 3° e 4° 
quirodáctilos. 
Para a palpação da face posterior do tórax, o médico deve colocar-se à esquerda do 
paciente usando sua mão direita, que vai sendo deslocada de cima para baixo. Ainda 
estando atrás do paciente, o examinador pesquisa o FTV nas fossas supraclaviculares. A 
seguir, passando para diante e à direita do paciente, o médico apoia sua mão, 
alternadamente, sobre o hemitórax esquerdo e o direito, seguindo a linha médio-esternal 
de cima para baixo. 
Frêmito brônquico e frêmito pleural: Existem outros tipos de frêmito, como o frêmito 
brônquico, equivalente tátil dos estertores, e o frêmito pleural, que resulta da sensação 
tátil do ruído de atrito provocado pelas duas superfícies rugosas dos folhetos pleurais e 
que muitas vezes precede os derrames. SÃO TODOS PATOLÓGICOS. 
Percussão 
 
Quatro tonalidades de som são obtidas: (1) som claro pulmonar ou sonoridade pulmonar 
nas áreas de projeção dos pulmões; (2) som timpânico no espaço de Traube; (3) som 
submaciço na região inferior do esterno; (4) som maciço na região inframamária direita 
(macicez hepática) e na região precordial. 
A percussão só possibilita captar os sons de estruturas localizadas no máximo a 5 em do 
ponto de impacto do dedo percussor. Esse fato faz com que o método só tenha valor no 
estudo das lesões até essa profundidade e cujo tamanho seja suficiente para modificar a 
densidade relativa da região. 
A macicez substitui a ressonância (som claro atimpânico) quando líquido ou tecido sólido 
substituem o pulmão cheio de ar ou, então, ocupam o espaço pleural situado embaixo dos 
dedos que realizam a percussão. Os exemplos incluem: pneumonia lobar, na qual os 
alvéolos são preenchidos por líquido e células sanguíneas; e acúmulo pleural de líquido 
seroso (derrame pleural), sangue (hemotórax), pus (empiema), tecido fibroso ou tumor. O 
achado de macicez torna o diagnóstico de derrame pneumônico e de derrame pleural 3 a 
 
4 vezes mais provável, respectivamente. A hipersonoridade generalizada é mais comum 
sobre as regiões pulmonares hiperinsufladas da DPOC ou asma. A hipersonoridade 
unilateral sugere um grande pneumotórax ou uma grande bolha preenchida por ar. Essa 
técnica tende a superestimar movimentos reais do diafragma. 
Sinal de Signorelli Diferencia um derrame pleural de uma atelectasia. Possui som maciço na percussão do 7º-
11º espaço intercostal → derrame pleural. 
Ausculta da voz De início, o examinador coloca-se atrás do paciente, que não deve forçar a cabeça nem 
dobrar excessivamente o tronco. O paciente deve estar com o tórax despido e respirar 
pausada e profundamente, com a boca entreaberta, sem fazer ruído. 
Auscultam-se as regiões de maneira simétrica. É aconselhável solicitar ao paciente que faça 
algumas respirações profundas e tussa várias vezes. Com isso, visa-se separar os ruídos 
permanentes dos eventuais, de menor valor diagnóstico. 
Os sons pleuropulmonares podem ser classificados do seguinte modo: 
Sons normais: 
• Som traqueal 
• Som brônquico 
• Murmúrio vesicular 
• Som broncovesicular 
Sons anormais 
• Descontínuos: estertores finos e grossos 
• Contínuos: roncos, sibilos e estridor 
• Atrito pleural 
Sons vocais 
• Broncofonia, egofonia, pectoriloquia fônica e afônica 
Sons normais → Som traqueal e som brônquico: O som traqueal, audível na região de projeção da 
traqueia, no pescoço e na regiãoesternal, origina-se na passagem do ar através da fenda 
glótica e na própria traqueia. Diferenciam-se com facilidade seus dois componentes, sendo 
o inspiratório constituído de um ruído soproso, mais ou menos rude, após o qual há um 
curto intervalo silencioso que separa os dois componentes, e o expiratório, um pouco mais 
forte e mais prolongado. 
O som brônquico corresponde ao som traqueal audível na zona de projeção de brônquios 
de maior calibre, na face anterior do tórax, nas proximidades do esterno. O som brônquico 
muito se assemelha ao som traqueal, dele se diferenciando apenas por ter o componente 
expiratório menos intenso. Nas áreas que correspondem à condensação pulmonar, 
atelectasia ou nas regiões próximas de cavernas superficiais a respiração brônquica 
substitui o murmúrio vesicular. 
→ Murmúrio vesicular: som suave e grave. É auscultado durante toda a inspiração, 
continua sem pausa pela expiração e, em seguida, desaparece em torno do terço inicial da 
expiração. 
→ Som broncovesicular: compreende sons inspiratórios e expiratórios de mesma duração, 
por vezes separados por um intervalo de silêncio. As diferenças de tom e intensidade 
costumam ser mais facilmente detectadas durante a expiração. 
Sons anormais 
 
→ Estertores finos: ocorre na inspiração, não modifica com a tosse. Causado por acúmulo 
de líquido nos alvéolos. Se assemelha com o som do atrito de um punhado de cabelos junto 
ao ouvido ou ao som percebido ao se fechar ou abrir um fecho tipo velcro. 
→ Estertores grossos: ocorre no final da inspiração e na expiração, modifica com a tosse. 
Parecem ter origem na abertura e fechamento de vias respiratórias contendo secreção 
viscosa e espessa, bem como pelo afrouxamento da estrutura de suporte das paredes 
brônquicas. 
→ Roncos: são constituídos por sons graves, grossos e ásperos, portanto, de baixa 
frequência. 
→ Sibilos: por sons agudos, formados por ondas de alta frequência. Ocorre pelo 
fechamento brônquico, causa um chiado (bronquioconstrição), agudos e secos devidos vias 
estreitas (asmáticos) 
→ Estridor: O estridor é um som produzido pela semiobstrução da laringe ou da traqueia, 
fato que pode ser provocado por difteria, laringites agudas, câncer da laringe e estenose 
da traqueia. Quando a respiração é calma e pouco profunda, sua intensidade é pequena, 
mas, na respiração forçada, o aumento do fluxo de ar provoca significativa intensificação 
deste som. 
→ Atrito pleural: Nos casos de pleurite, por se recobrirem de exsudato, passam a produzir 
um ruído irregular, descontínuo, mais intenso na inspiração, com frequência comparado 
ao ranger de couro atritado. Representa um som de duração maior e frequência baixa, de 
tonalidade grave, portanto, o que toma fácil distingui-lo dos estertores. Para reconhecê-
lo, o examinador pode imitá-lo colocando uma das mãos de encontro ao próprio ouvido e 
atritando-o com a outra mão, com forte pressão. A sede mais comum do atrito pleural são 
as regiões axilares inferiores, onde os pulmões realizam movimentação mais ampla. O 
aumento da pressão do receptor do estetoscópio sobre a parede torácica pode tomá-lo 
mais intenso. Sua causa principal é a pleurite seca. 
Auscultar a voz Se for auscultada respiração broncovesicular ou brônquica em localização anormal, devem 
ser avaliadas as vozes falada e cochichada, usando as três técnicas a seguir. Com o 
diafragma de seu estetoscópio, ausculte regiões simétricas da parede torácica no caso de 
suspeita de ressonâncias vocais anormais para pneumonia e derrame pleural. 
• Egofonia. Solicite ao paciente que diga “I”. Normalmente será ouvido um i longo e 
abafado. 
• Broncofonia. Solicite ao paciente que diga “trinta e três”. Os sons transmitidos através 
da parede torácica são, em geral, abafados e indistintos. Sons vocais mais intensos e 
nítidos são denominados broncofonia. 
• Pectorilóquia afônica. Solicite ao paciente que sussurre “trinta e três” ou “um dois 
três.” A voz sussurrada normalmente é auscultada como um som baixo e indistinto, se 
o for. 
 
 
 
Cardíaco 
Inspeção do precórdio A inspeção e a palpação são feitas simultaneamente. Os seguintes parâmetros devem ser 
sistematicamente analisados: pesquisa de abaulamento, análise do ictus cordis ou choque 
da ponta, análise de batimentos ou movimentos visíveis ou palpáveis e pesquisa de 
frêmito cardiovascular. É importante visualizar cicatrizes. 
Frêmito cardiovascular: é a designação aplicada à sensação tátil determinada por 
vibrações produzidas no coração ou nos vasos. Ao encontrar-se um frêmito, 3 
características precisam ser investigadas: localização, usando-se como referência as áreas 
de ausculta; situação no ciclo cardíaco, diferenciando-se, então, pela coincidência ou não 
com o ictus cordis ou o pulso carotídeo, os frêmitos sistólico, diastólico e sistodiastólico; 
e intensidade, avaliada em cruzes da classificação de Levine. Os frêmitos correspondem 
aos sopros. 
Palpação do ictus cordis O ictus cordis, ou choque da ponta, é estudado pela inspeção e palpação, investigando-
se localização, extensão, mobilidade, intensidade e tipo da impulsão, ritmo e frequência. 
Portadores de enfisema pulmonar, obesos, pessoas com musculatura muito 
desenvolvida ou grandes mamas podem não ter o ictus cordis palpável. 
Avalia-se a extensão do ictus cordis procurando-se determinar quantas polpas digitais são 
necessárias para cobri-lo. Em condições normais, corresponde a 1 ou 2 polpas digitais. 
Determina-se a mobilidade do ictus cordis da seguinte maneira: primeiramente, marca-
se o local do choque com o paciente em decúbito dorsal. A seguir, o paciente adota os 
decúbitos laterais (direito e esquerdo), e o examinador marca o local do ictus nessas 
posições. Em condições normais, o choque da ponta desloca-se 1 a 2 em com as mudanças 
de posição; se houver sínfise pericárdica, isto é, se os folhetos do pericárdio estiverem 
aderidos entre si e com as estruturas vizinhas, o ictus não se desloca. A intensidade do 
ictus cordis é avaliada mais pela palpação do que pela inspeção. Para fazê-la 
corretamente, repousa-se a palma da mão sobre a região dos batimentos. Mesmo em 
pessoas normais, sua intensidade varia dentro de certos limites, sendo mais forte em 
pessoas magras ou após exercício, emoções e em todas as situações que provocam o 
aumento da atividade cardíaca. Assim, fala-se em ictus cordis difuso quando sua área 
corresponde a 3 ou mais polpas digitais; e ictus cordis propulsivo, quando a mão que o 
palpa é levantada a cada contração, a primeira indicando dilatação e a segunda, 
hipertrofia. 
Focos de ausculta 
 
O foco ou área mitral situa-se no 5° espaço intercostal esquerdo na linha hemiclavicular e 
corresponde ao ictus cordis ou ponta do coração. 
O foco ou área pulmonar localiza-se no 2º espaço intercostal esquerdo, junto ao esterno. 
É neste foco em que se têm as condições ideais para a análise dos desdobramentos - 
fisiológico ou patológico - da 2ª bulha pulmonar. Cumpre notar que os fenômenos 
acústicos originados nas valvas pulmonares, normais ou lesadas, são audíveis apenas 
nesta área, pouco ou nada se irradiando para os demais focos. 
O foco ou área aórtica situa-se no 2° espaço intercostal direito, justaesternal. No entanto, 
deve-se estar consciente de que, muitas vezes, o melhor local para perceber os 
fenômenos acústicos de origem aórtica é a área compreendida entre o 3° e o 4º espaço 
intercostal esquerdo, nas proximidades do esterno, à qual se dá a denominação de foco 
aórtico acessório. 
O foco ou área tricúspide corresponde à base do apêndice xifoide, ligeiramente para a 
esquerda. Os fenômenos acústicos originados na valva tricúspide - principalmente o sopro 
sistólico indicativo de insuficiência desta valva - costumam ser mais percebidos nas 
proximidades da área mitral. 
Posição de Pachon Decúbito lateral esquerdo do paciente, para melhor localizar o ictus. E os focos mitral etricúspide. 
Bulhas → Primeira bulha (B1): O principal elemento na formação da 1ª bulha cardíaca é o 
fechamento das valvas mitral e tricúspide, o componente mitral (M) antecedendo o 
tricúspide (T). A 1ª bulha cardíaca (B 1) coincide com o ictus cordis e com o pulso 
carotídeo. É de timbre mais grave e seu tempo de duração é um pouco maior que o da 2ª 
bulha. Para representá-la, usamos a expressão onomatopaica "TUM". Em condições 
normais, a 1ª bulha tem maior intensidade no foco mitral, no qual costuma ser mais forte 
que a 2ª bulha. 
→ Segunda bulha (B2): A 2ª bulha (B2) é constituída de 4 grupos de vibrações; mas 
somente são audíveis as originadas pelo fechamento das valvas aórtica e pulmonar. No 
foco aórtico e na ponta do coração, a 2ª bulha é sempre única pelo simples fato de se 
auscultar nestes focos somente o componente aórtico. Em condições normais, o 
componente aórtico precede o pulmonar. A 2ª bulha vem depois do pequeno silêncio, seu 
timbre é mais agudo, soa de maneira mais seca, de tal modo que a designamos pela 
expressão TA. Em condições normais, a 2ª bulha é mais intensa nos focos da base (aórtico 
e pulmonar). 
→ Terceira bulha (B3): A 3ª bulha é um ruído protodiastólico de baixa frequência que se 
origina das vibrações da parede ventricular subitamente distendida pela corrente 
sanguínea que penetra na cavidade durante o enchimento ventricular rápido. Ausculta-se 
uma 3ª bulha cardíaca normal com mais frequência nas crianças e nos adultos jovens. É 
mais audível na área mitral, com o paciente em decúbito lateral esquerdo; o receptor mais 
apropriado é o de campânula, isto porque esta bulha é um ruído de baixa frequência. 
Pode ser imitada pronunciando-se de modo rápido a expressão "TU". 
→ Quarta bulha (B4): A 4a bulha é um ruído débil que ocorre no fim da diástole ou pré-
sístole e pode ser ouvida mais raramente em condições normais nas crianças e nos 
adultos jovens. 
Desdobramentos Durante a expiração, ambas as valvas se fecham sincronicamente, dando origem a um 
ruído único. Na inspiração, principalmente porque a sístole do ventrículo direito se 
prolonga ligeiramente em função do maior afluxo sanguíneo a este lado do coração, o 
componente pulmonar sofre um retardo que é suficiente para perceber, nitidamente, os 
2 componentes. A este fato, se chama desdobramento fisiológico da 2ª bulha cardíaca. 
Quando a bulha está desdobrada, seu ruído corresponde à expressão "TLA”. O grau de 
desdobramento varia de indivíduo para indivíduo e é observado em quase todas as 
crianças. 
Galopes A denominação ritmo de galope, criada por Bouillaud há quase um século, aplicável ao 
ritmo tríplice por 3ª bulha patológica, originou-se de suas características sonoras. Isso 
porque os sons que se ouvem lembram o ruído das patas de um cavalo galopando, o qual 
pode ser imitado R T p repetindo-se ritmadamente a expressão PA-TA-TA, ou seja, PA-TA-
TA-PA-TA-TA-PA-TA-TA. O ritmo tríplice determinado por uma 3a bulha fisiológica pode 
ser reproduzido com os sons obtidos, pronunciando-se cadenciadamente as expressões 
TUM-TA-TU-TUM-TA-TUTUM-TA-TU. O ritmo de galope é mais audível quando se apoia o 
receptor, de preferência o de campânula, com suavidade sobre a parede torácica, 
podendo desaparecer quando se comprime demasiado o receptor. O ritmo de galope é 
mais audível na ponta do coração ou junto à borda esternal (área tricúspide), com o 
paciente em decúbito lateral esquerdo. Às vezes, o ritmo de galope é mais palpável que 
audível. O ritmo de galope compreende 3 tipos: o ritmo de galope ventricular, o ritmo de 
galope atrial e o ritmo de galope de soma. 
→ O ritmo de galope ventricular é, na verdade, o ritmo tríplice por 3ª bulha patológica; 
quase sempre associado à taquicardia, mas, em alguns pacientes, a frequência cardíaca 
permanece baixa- 60 a 80 bpm - fazendo com que não surjam os ruídos comparáveis ao 
galopar do cavalo, mesmo se houver uma 3a bulha patológica 
→ O ritmo de galope atrial pode ocorrer com ou sem descompensação cardíaca; por isso, 
seu significado clínico é diferente do ritmo de galope ventricular, sempre indicativo de 
sofrimento miocárdico. Contudo, seu encontro serve de alerta, pois, apesar de não ser 
um sinal de insuficiência ventricular descompensada, é uma indicação de insuficiência 
iminente. O ventrículo "doente" solicita e recebe ajuda atrial no sentido de aumentar o 
enchimento diastólico final e, consequentemente, a eficácia mecânica da contração. É 
encontrado principalmente na hipertensão arterial grave e na insuficiência coronária 
crônica, situações em que, pela hipertrofia ventricular e hipoxia miocárdica, há uma 
síndrome de disfunção diastólica. 
→ O ritmo de galope de soma aparece quando há elevação da frequência cardíaca, 
havendo, nestes casos, a fusão de 3ª e 4ª bulhas por encurtamento do período diastólico 
ventricular. Seu reconhecimento é difícil e, às vezes, só se dá após a diminuição da 
frequência cardíaca e a evidência de 3ª e 4ª bulhas nítidas, além das 2 bulhas principais, 
formando um ritmo de 4 tempos. 
Sopros Classificar o sopro: tempo do ciclo (diastólico ou sistólico, ou seja, entre B1 e B2 ou B2 e 
B1), sede (foco) e intensidade (classificação de Levine [frêmito]). Dizer se ele é contínuo 
ou não, rítmico. 
Classificação de Levine: 
• Grau I: difícil de ser auscultado; 
• Grau II: facilmente auscultado, porém ainda discreto; 
• Grau III: sopro mais intenso, porém sem frêmito (não precisa de manobras para se 
ouvir); 
• Grau IV: intenso e com presença de frêmito; 
• Grau V: auscultado com estetoscópio ligeiramente tocado na pele; 
• Grau VI: auscultado mesmo com o estetoscópio apenas próximo à pele. 
Sopros sistólicos: 
→ Estenose aórtica ou pulmonar: O sopro da estenose aórtica é auscultado na borda 
esternal direita alta (ou seja, no foco aórtico) e no foco aórtico acessório (3º espaço 
intercostal na borda esternal esquerda), irradiando para os dois lados do pescoço (região 
carotídea), podendo atingir até intensidade grau VI. Nem sempre a intensidade do sopro 
da estenose aórtica tem relação direta com a gravidade do mesmo! A duração, sim, tem 
relação com a gravidade. Quanto mais longo o sopro, mais grave o grau de estenose! Em 
geral, o sopro da estenose aórtica é mesotelessistólico. A estenose pulmonar produz um 
sopro intenso no foco pulmonar, podendo se apresentar com frêmito, irradiando para 
região infraclavicular esquerda e também para o dorso ipsilateral. 
→ Insuficiência mitral: O sopro é mais intenso no foco mitral, ou seja, na ponta do 
coração, irradiando para todo o precórdio, e pode chegar até as linhas axilares, dorso e 
escápula esquerda. Geralmente, é um sopro holossistólico, de alta frequência. Na 
insuficiência do folheto posterior da valva mitral, a irradiação é para pescoço e todo 
precórdio; quando o acometimento é do folheto anterior, a mesma acontece para linhas 
axilares e dorso. O sopro mitral de regurgitação ocorre “in decrescendo”. 
→Insuficiência tricúspide: Possui localização mais medial do que a da mitral, no 4º ou 5º 
espaço intercostal esquerdo, próximo à borda esternal ou sobre o apêndice xifoide. O 
sopro pode ser “in crescendo” ou “in decrescendo”, sendo agudo, acentuando-se com a 
inspiração (manobra de Rivero-Carvallo), e isso é o que diferencia do sopro da 
insuficiência mitral, por exemplo. 
Sopros diastólicos: 
→ Estenose mitral: Na maioria das vezes, é uma sequela da febre reumática. Geralmente, 
é um sopro precedido por estalido de abertura. Quanto mais próximo da segunda bulha, 
tanto o estalido quanto o sopro, mais grave é a estenose. Mais uma condição em que a 
intensidade não guarda relação direta com a gravidade do sopro; por outro lado, a 
duração do mesmo e o estalido sendo precoce, esses sim possuem relação direta com a 
gravidade da doença. É um sopro diastólico, melhor auscultado na ponta do coração (foco 
mitral), acentuando-se quando colocamos o paciente em decúbito lateral esquerdo.

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