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ECTOSCOPIA E EXAME FÍSICO

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Propedêutica Médica 
 
Nathália Machado - ​Tut 01 
 
Exame Físico 
Composto por: 
- Inspeção 
- Palpação 
- Percussão 
- Ausculta 
 
Nessa jornada estudaremos: 
1 - Ectoscopia 
2 - Dados vitais 
3 - Antropometria 
4 - Exame Geral 
5 - Exame Segmentar, composto por​: 
- Cabeça e pescoço; 
- Tórax: Aparelho respiratório e Aparelho Cardiovascular; 
- Abdômen; 
- Aparelho genito urinário; 
- Aparelho osteomuscular; 
- Exame neurológico. 
 
 
1 
 
 
 
E para ilustrar e auxiliar nesse momento de aprendizado,                 
contaremos com a presença da nossa querida paciente a                 
Sra. Gretchen, ao longo do nosso exame físico ela servirá de                     
cobaia. 
 
1 - Ectoscopia: 
A impressão inicial do paciente fornece dados de extrema importância para o 
raciocínio diagnóstico. Nela constará os dados obtidos antes mesmo de tocar o 
paciente. 
Vamos começar!! A Sra. Gretchen entrou em nosso 
consultório, o que devemos observar? 
 
Serão observados no paciente os seguintes itens: 
a) Estado geral 
b) Lucidez (consciência) 
c) Orientação (qualidade da 
consciência) 
d) Atitude ativa/passiva típica ou 
atípica 
e) Idade aparente 
f) Icterícia 
g) Palidez 
h) Hidratação 
i) Cianose 
j) Edema 
k) Biotipo 
l) Respiração 
m) Estado de higiene 
n) Estado nutricional 
o) Postura 
p) Fácies 
q) Humor 
r) Marcha 
 
 
Descreveremos agora todos esses itens: 
 
 
2 
 
 
 
a) Estado Geral: 
Pode ser classificado em:  
Bom estado geral (BEG), regular estado geral ou ruim estado geral. 
É uma avaliação que descreve a impressão obtida ao observar o paciente, para que                           
se saiba até que ponto a doença atingiu o organismo visto como um todo. 
Serve de alerta para o médico caso o paciente não apresente sintomas que                         
justifique o estado geral, indicando a necessidade de uma investigação mais                     
aprofundada. 
O contrário também pode ocorrer, um BEG em situação de doença grave indica uma 
boa capacidade de reação do organismo. 
b) Lucidez (Consciência): 
O paciente está lúcido, orientado do tempo e espaço? Responde aos estímulos? 
Para o exame de nível de consciência, deve se considerar os seguintes fatores: 
- Perceptividade: Capacidade de responder perguntas simples (ex: “Como               
vai?”), ou informar aspectos como nome dos familiares, endereço, realizar                   
cálculos simples ou atender a ordens como “Sente-se no leito Sra. Gretchen”,                       
“Sra. Gretchen, tire a camisa, por favor”. 
- Reatividade: ​Capacidade de reagir a estímulos inespecíficos, como desviar os                   
olhos e a cabeça para um ponto onde se provocou um barulho. Pode ser                           
avaliada também em relação a dor. 
- Deglutição:​ Capacidade de levar os alimentos a boca e degluti-los. 
- Reflexos: Respostas às manobras de alguns reflexos tendinosos: patelar,                 
plantares, cutâneos, abdominais e pupilares. 
Pode ser classificado em: 
Alerta, sonolento, obnubilado, torporoso ou coma: 
- O paciente ​sonolento​ responde a estímulos verbais ou ao toque leve.  
 
3 
 
 
 
- O paciente ​letárgico ou obnubilado​ responde a estímulos mais vigorosos.  
- O paciente ​torporoso​ apresenta retirada somente a estímulos dolorosos. 
- Coma é um estado de arresponsividade e pressupõe que os olhos estejam                       
fechados. Os pacientes comatosos não obedecem a comandos, não                 
apresentam abertura ocular mesmo a dor e não têm movimentação                   
espontânea. 
 
c) Orientação (qualidade da consciência): 
O paciente está lúcido, orientado no tempo e espaço? (LOTE)  
Realiza-se perguntas como: “Sra. Gretchen, a senhora sabe onde está? Que dia é                         
hoje Sra. Gretchen? Está dia ou noite?” 
d) Atitude ativa/passiva típica ou atípica: 
A posição adotada pelo paciente no leito ou fora dele, por comodidade, hábito ou                           
com o objetivo de conseguir alívio para algum padecimento.  
Algumas posições são conscientemente procuradas pelo paciente (voluntárias),               
enquanto outras independem de sua vontade ou são resultantes de estímulos                     
cerebrais (involuntárias).  
Daí se vê que a primeira preocupação do médico deve ser distinguir essas duas                           
condições, só tendo valor diagnóstico as atitudes involuntárias ou as que                     
proporcionam alívio para algum sintoma. Se isso não for observado, pode-se dizer                       
que o paciente não tem uma atitude específica ou que ela é indiferente. 
Atitude ativa ​são as que o ​paciente adota por sua vontade​, que pode ser                           
classificada em Boa Postura e Má Postura. 
Posição antálgica:  
Atitude em que o paciente assume para alívio de alguma dor. E podem ser: 
 
4 
 
 
 
- Ortopneica: Posição de alívio em casos de dispneia decorrente de                   
insuficiência cardíaca, asma brônquica e ascites volumosas. 
- Genupeitoral: Atitude em “prece meometana”, facilita o enchimento do                 
coração em casos de derrame pericárdico. 
- Posição de cócoras: Observada em crianças com cardiopatia congênita                 
cianótica, a posição gera um alívio da hipóxia generalizada pois aumenta o                       
retorno venoso ao coração. 
- Parkinsoniana:​ Típico do paciente de Parkinson. ​(autoexplicativo né queridos?) 
- Diferentes decúbitos: Posição em que o paciente, de forma voluntária, assume                     
para alívio de algum padecimento. Decúbito lateral​, tanto direito quanto                   
esquerdo, costuma ser adotada quando há uma dor pleurítica, ele se repousa                       
sobre o lado da dor. ​Decúbito dorsal​: com as pernas fletidas sobre as coxas e                             
estas sobre a bacia, é observado dos processos inflamatórios pelviperitoniais.                   
Decúbito ventral:​ mais comuns em portadores de cólica intestinal. 
Atitudes passivas: 
São atitudes que independem da vontade do paciente; impossibilidade do paciente                     
de mudar de posição sem ajuda de outra pessoa. 
Incluem a ​atitude passiva (observada em pacientes inconscientes ou comatosos), ​o                     
ortótono, ​o epistótono, emprostótono, pleurostótono, ​a ​posição de gatilho e                   
torcicolo ​e​ mão pêndula da paralisia radial. 
Pacientes que não apresentam atitudes antálgicas ou passivas podem ser                   
considerados pacientes que possuem atitude atípica, isto é, normal. Já os pacientes                       
que assumem determinada posição, seja de maneira ativa ou passiva, assumem                     
atitudes típicas. 
Idade aparente: 
A aparência do paciente condiz com a sua idade? 
 
 
 
5 
 
 
 
e) Icterícia: 
O paciente está ictérico ou anictérico? No caso de icterícia, deve atribuir o número                           
de cruzes de acordo com o grau da coloração (+/++++). 
- Esse sintoma tem relação com problemas de origem hepática. 
- Observar coloração da palma da mão, esclera e freio da língua. A icterícia se                           
caracteriza por um tom amarelado nessas regiões.  
O excesso de betacaroteno pode se assemelhar à icterícia. Para diferenciar as duas                         
condições, observe se o tom amarelado/alaranjado está presente apenas na pele                     
(caroteno) ou também na esclera e freio lingual (icterícia). 
Icterícia neonatal - classificação: 
 
f) Palidez: 
A pele e as mucosas podem se apresentar ​pálidas ou coradas e a palidez pode ser                               
classificada de acordo com a quantidade de cruzes (+/++++). 
Observar mucosa palpebral da conjuntiva, mucosa oral, leito ungueal e palma das                       
mãos. 
g) Hidratação: 
O nível de hidratação ou desidrataçãopode ser classificado em cruzes (+/++++). 
 
6 
 
 
 
Sinais que podem ser observados na ectoscopia do paciente sugestivo de                     
desidratação, são: 
- Pele seca ​(a elasticidade e turgor estarão diminuídos mas para avaliar essa                       
parte é necessário o contato com o paciente, fugindo do conceito de                       
ectoscopia) 
- Mucosas secas 
- Olhos afundados (enoftalmia) 
- Fontanelas deprimidas em crianças 
- Estado geral comprometido 
- Excitação psíquica ou abatimento 
 
h) Cianose: 
Observar uma coloração mais azulada no lábio, leito ungueal, e outras extremidades                       
(cianose) que é indicativa de redução da oxigenação do sangue ou de redução da                           
perfusão sanguínea. 
Então cuidado! O paciente pode estar com a coloração mais azulada por um                         
hipoperfusão sanguínea em razão de frio (cianose periférica causada pela                   
vasoconstrição periférica induzida pelo frio). Neste caso, tente esquentar a mão do                       
paciente e observar se melhora 
O paciente pode se apresentar ​cianótico ou ​acianótico​, esse sinal tem relação com o                           
nível de oxigênio. Pode ser classificado também segundo o sistema das cruzes                       
(+/++++). 
i) Edema: 
Excesso de líquido acumulado no espaço intersticial ou intracelular, pode ocorrer em                       
qualquer sítio do organismo mas, do ponto de vista semiológico, interessa apenas o                         
edema cutâneo.  
 
7 
 
 
 
A investigação sobre o edema iniciará na anamnese, quando se pergunta o tempo de                           
duração, localização e evolução. Posteriormente no exame físico completa-se a                   
análise, investigando pontos como: localização, distribuição, intensidade,             
consistência, elasticidade, temperatura, sensibilidade e outras alterações. 
j) Biotipo: 
Análise simples onde se observa o tipo morfológico através de um conjunto de                         
características, pode ser classificado em: 
- Longilíneo: Tórax afilado e chato, pescoço longo e delgado, ​ângulo de Charpy                       
menor que 90º​, musculatura delgada, panículo adiposo pouco desenvolvido,                 
tendência a estatura elevada. 
- Mediolíneo: Tipo intermediário, equilíbrio entre os membros e o tronco,                   
desenvolvimento harmônico,​ ângulo de Charpy em torno de 90º​. 
- Brevilíneo: Tórax alargado e volumoso, pescoço curto e grosso, membros                   
curtos em relação ao tronco, ângulo de Charpy maior que 90º​, musculatura                       
desenvolvida e panículo adiposo espesso, tendência para baixa estatura. 
A determinação do biotipo encontra sua principal utilidade para a correta                     
interpretação das variações anatômicas que acompanham cada tipo morfológico,                 
pois há uma relação entre a forma exterior do corpo e a posição das vísceras. 
Assim, a forma do coração e a localização do ictus cordis serão diferentes nos três                             
tipos. A forma do estômago, por sua vez. está estreitamente relacionada com a                         
morfologia externa do indivíduo 
 
 
8 
 
 
 
k) Respiração: 
Observar se há dificuldades para respirar ou se está usando força excessiva (uso de                           
musculatura acessória) para inspirar. 
O paciente pode estar ​eupneico ou se apresenta algum sinal visível de dificuldade                         
respiratória, o paciente está ​dispneico​. 
 
l) Estado de Higiene 
Avaliar de o paciente possui um ​bom ou ​mau estado de higiene. O paciente apresenta                             
mau-cheiro? Mau-hálito?  
 
m) Estado Nutricional 
Avaliar o estado nutricional do paciente, ​se aparenta sinais de ​sobrepeso​,                     
obesidade, desnutrição​ ou se ele se encontra​ bem nutrido​. 
 
n) Postura 
Pode ser descrita das seguintes formas: 
- Ortostase: ​em pé. 
- Sedestação:​ sentado. 
- Decúbito lateral, dorsal ou ventral. 
 
o) Fácies 
Conjunto de dados exibidos da face do paciente, esse item é importante pois certas                           
doenças imprimem na face traços característicos, e o diagnóstico pode nascer da                       
simples observação da face. Os principais tipos são: 
 
9 
 
 
 
- Fácies normal ou atípica 
- Fácies hipocrática: ​olhos fundos, parados e inexpressivos. Apontam para                 
doença grave. 
- Fácies renal: edema em torno dos olhos, palidez cutânea. Observada das                     
doenças difusas dos rins, como a síndrome nefrótica e na glomerulonefrite                     
difusa aguda. 
- Fácies leonina: alterações produzidas pela Hanseníase, como pele espessa                 
onde se encontram diversos lepromas, lábios grossos, bochechas deformadas                 
pelo aparecimento de nódulos, barba escassa ou inexistente. 
- Fácies adenoidiana: nariz pequeno e afilado e a boca sempre entreaberta.                     
Apresenta-se em pacientes portadores de hipertrofia das adenoides. 
- Fácies parkinsoniana: cabeça inclinada para frente e imóvel nessa posição,                   
olhar fixo, supercílios elevados, testa enrugada e expressão de espanto. 
- Fácies basedowniana: exoftalmia, olhos brilhantes, rosto magro, expressão que                 
indica vivacidade mas, às vezes, apresenta aspecto ansioso, pode apresentar                   
bócio. Indica hipertireoidismo. 
- Fácies mixedematosa: rosto arredondado, nariz e lábios grossos, pele seca,                   
espessa e acentuação dos seus sulcos, supercílios escassos, cabelos secos e                     
sem brilho. Indica hipotireoidismo ou mixedema. 
- Fácies acromegálica: apresenta saliência das arcadas supraorbitárias,             
proeminência das maçãs do rosto, aumento do nariz, lábios e orelha e maior                         
desenvolvimento do maxilar inferior. Os olhos parecem pequenos em meio a                     
tantas estruturas hipertrofiadas. 
- Fácies cushingnoide: arredondamento do rosto sem atenuação dos traços                 
faciais, acne. Observamos em casos de Síndrome de Cushing por hiperfunção                     
do córtex da suprarrenal, ou em pacientes que usam corticoides. 
- Fácies mongoloide: olhos oblíquos e distantes, rosto redondo, boca                 
entreaberta. Observada no mongolismo e na Síndrome de Down. 
- Fácies etílica: ​olhos avermelhados e certa ruborização da face, hálito etílico,                     
voz pastosa e sorriso indefinido. 
 
 
10 
 
 
 
p) Humor 
O humor do paciente pode ser classificado em: 
- Eutímico: normal 
- Triste 
- Eufórico 
- Irritado 
 
q) Marcha 
O modo de andar do paciente poderá ser de grande utilidade diagnóstica,                       
especialmente nas afecções neurológicas. Deve ser analisada solicitando-se ao                 
paciente que caminhe certa distância (acima de 5 m), descalço, de preferência com                         
calção, com olhos abertos e fechados, indo e voltando sob a observação do                         
examinador. 
A marcha normal pode sofrer variações em relação a particularidades individuais                     
("cada pessoa tem seu jeito característico de andar"), ou em razão de distúrbios do                           
aparelho locomotor. 
Então, como seria a descrição da ectoscopia da nossa querida paciente Sra.                       
Gretchen sabendo que ela se encontra saudável?  
 
 
 
11 
 
 
 
2 - Dados Vitais 
Agora iremos colher os dados vitais do paciente, e continuaremos usando a Sra.                         
Gretchen de cobaia. Nesse momento iremos analisar: 
- Frequência Cardíaca 
- Pulso Radial 
- Frequência Respiratória 
- Temperatura 
- Tensão Arterial 
- Enchimento Capilar 
- Saturação 
- Dor 
 
FrequênciaCardíaca: 
A FC vai determinar o ritmo do coração e o número de                         
batimentos. ​A contagem de batimentos se faz no intervalo de 1                     
minuto. Isto é, 60 segundos, ​nem cogite trapacear e contar                   
apenas 15 ou 30 segundos pois algumas arritmias ​não são                   
percebidas em um intervalo de tempo tão curto. 
Podemos classificar a frequência conforme a quantidade de               
batimentos por minuto em ​bradicardia, normocardia ou taquicardia​. 
Abaixo os valores de referência da frequência cardíaca em adultos: 
 
 
12 
 
 
 
Pulso Radial: 
Habitualmente, a artéria radial situa-se entre a apófise               
estiloide do rádio e o tendão dos flexores. Ficou                 
confuso? Observe a imagem ao lado da mãozinha da                 
querida paciente Sra. Gretchen. 
Para apalpá-la, empregam-se as polpas dos dedos             
indicador e médio, variando a força de compressão até                 
que seja obtido impulso máximo. 
O polegar se fixa delicadamente no dorso do punho do paciente. ​Nessa imagem,                         
podemos observar que o nosso querido colega estudante de medicina na empresa                       
medicina claramente esqueceu de fixar o polegar no dorso da Sra. Gretchen. 
O examinador usa a mão direita para examinar o pulso esquerdo do paciente, e                           
vice-versa. Ademais, a mão do paciente deve repousar no leito ou na mesa de exame                             
em completa supinação. 
Então vamos de tutorial meninas! 
!º ​Encontre a artéria radial do paciente. 
2º Pressione conforme a necessidade com os dois dedinhos a artéria até obter o                           
pulso máximo. 
3º​ Não esqueça de fixar o polegar no dorso. 
4º​ Não me fale mentirinhas e ​conte o pulso durante 60 segundos​. 
5º Outro ponto importante é a simetria, então é necessário que se faça a contagem                             
nos dois braços.  
Características do Pulso Radial: 
Agora que você já sabe identificar o pulso e fazer a contagem, aprenderá sobre as                             
características dele. São elas: 
 
13 
 
 
 
- Frequência: É necessário contar sempre o número de pulsações durante um                     
minuto inteiro, comparando-se este valor com o número de batimentos                   
cardíacos. A frequência do pulso varia com a idade e em diversas outras                         
condições fisiológicas.  
- Ritmo: É dado pela sequência das pulsações. Se elas ocorrem em ​intervalos                       
iguais​, diz-se que o ritmo é ​regular​. Se os ​intervalos são variáveis - ora mais                             
longos, ora mais curtos -, trata-se de ritmo ​irregular​. A irregularidade do                       
pulso indica alteração do ritmo cardíaco - arritmia -, que pode ser fisiológica                         
ou patológica. 
- Amplitude: Essa característica é avaliada pela sensação captada em cada                   
pulsação e está diretamente relacionada com o ​grau de enchimento da                     
artéria durante a sístole e seu esvaziamento durante a diástole​. Quanto à                       
amplitude, classifica-se o pulso em ​amplo, mediano e pequeno​. Bom exemplo de                       
pulso amplo é o da insuficiência aórtica. Na estenose aórtica, observa-se o                       
contrário, ou seja, o pulso é pequeno. 
- Dureza: Avalia-se a tensão ou dureza do pulso pela compressão progressiva                     
da artéria. ​Se for pequena a pressão necessária para interromper as                     
pulsações, caracteriza-se pulso mole​. Ao contrário, ​se a interrupção da onda                     
sanguínea exigir forte pressão, trata-se de pulso duro​. Denomina-se a                   
situação intermediária de tensão mediana. 
- Simetria: As artérias braquiais dos dois braços devem apresentar                 
similaridade das características. 
 
Frequência Respiratória: 
No intervalo de 60 segundos é feita a contagem do número de                       
respirações observando o tórax do paciente. 
O interessante seria fazer a contagem enquanto finge estar                 
contando a frequência do pulso radial, observando as elevações                 
do tórax, pois quando o paciente é avisado que será feita a                       
 
14 
 
 
 
contagem do número de respirações, inconscientemente ele acaba mudando o ritmo                     
normal. 
Pode ser classificado em ​bradipneico, eupnéico ​e​ taquipneico​. 
 
É importante verificar também o ritmo da respiração​, que pode conter pausas,                       
períodos de inspiração/expiração profunda ou ser arrítmica; uso de musculatura                   
acessória, tiragem (retração dos espaços intercostais, da fossa supraclavicular ou                   
da região epigástrica), que evidenciam dificuldade para respirar. Observar se não                     
há tempo expiratório prolongado (o normal é o tempo da inspiração ser maior do que                             
o da expiração, o que pode se inverter em situação de broncoespasmo – “crise de                             
asma”).  
A unidade de medida utilizada é: incursões respiratórias por minuto (irpm). 
 
Temperatura: 
 
 
Locais de aferição e suas temperaturas normais: 
 
Axilar:​ 35,5ºC a 37,5ºC 
Bucal:​ 36ºC a 37,4ºC 
Retal:​ 36ºC a 37,5ºC 
 
15 
 
 
 
 
O reto é o local que indica melhor a temperatura do corpo e                         
com maior precisão.  
 
 
 
Tensão Arterial: 
 
Pressão arterial é a força exercida pelo sangue sobre as paredes dos vasos. Sofre 
variações contínuas, na dependência da posição do indivíduo, das atividades e das 
situações em que ele se encontra. 
 
Tem por finalidade promover uma boa perfusão dos tecidos e assim possibilitar as 
trocas metabólicas. 
 
 
Considerações importantes: 
 
- Verificar se o manguito está adequado para o braço do paciente e não pode ser                               
colocado por cima da roupa; 
- Perguntar se houve consumo de café ou uso de cigarro nos 30 minutos que                             
antecederam o exame, se está sentindo dor, se a bexiga está cheia e deve colocar o                               
paciente em repouso por pelo menos 3 minutos. 
- O manguito deve ocupar a região mediana entre o acrômio e o olécrano. 
- A artéria braquial deve estar na altura do coração e o braço deve estar apoiado                               
em uma superfície; 
- De preferência coloque o paciente na posição de sedestação, encostado e sem as                           
pernas cruzadas; 
- Verificar a simetria, a diferença deve ser de até 10 mmHg; 
- Aconselha-se a usar a campânula do estetoscópio ao invés do diafragma; 
 
 
E agora vamos de tutorial novamente, meninas!  
 
!º Verificar o pulso radial, posicionar o manguito               
centralizado sobre a artéria braquial, inflar o manguito até                 
o pulso sumir. O valor onde o pulso desaparece é                   
provavelmente o valor da PA sistólica do paciente. 
 
2º Posicionar o estetoscópio na fossa antecubital, inflar o                 
manguito até 20 a 30 mmHg acima do valor encontrado no                     
pulso radial. 
 
 
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3º Desinsuflar o manguito lentamente, o primeiro batimento regular audível é a PA                         
sistólica (fase 1 do som de Korotkoff). O último batimento regular audível é a PA                             
diastólica, fase 5 de Korotkoff. 
 
À medida que desinsuflar o manguito, volta a ocorrer a passagem do sangue pela                           
artéria antes colabada, surgindo os ruídos chamados ​sons de Korotkoff​, classificados                     
em 5 fases: 
 
Fase 1: Aparecimento de sons, o primeiro som é muito claro como uma pancada. A                             
clareza do batimento depende de força, velocidade e quantidade de sangue. O pulsoarterial não se manifesta inicialmente, pois a quantidade de sangue na porção distal                         
do manguito ainda é insuficiente. 
 
Fase 2: Batimentos com murmúrios, com a dilatação da artéria pressionada, a                       
contracorrente reverbera e cria murmúrios na parede dos vasos sanguíneos. 
 
Fase 3: Murmúrio desaparece, os batimentos passam a ser mais audíveis e mais                         
acentuados. A artéria que sofreu constrição continua a se dilatar com a redução da                           
pressão do manguito. 
 
Fase 4: Abafamento de sons, os batimentos repentinamente tomam-se menos                   
acentuados. Há, portanto, um abafamento dos sons. 
 
Fase 5: Desaparecimento de sons, restabelece-se o calibre normal da artéria e o                         
sangue não mais provoca ruídos perceptíveis à ausculta da artéria radial. 
 
 
17 
 
 
 
 
Enchimento Capilar 
 
A extremidade deve ser colocada na altura do coração e pressionar por 10 segundos                           
a falange distal. 
 
A coloração deve voltar ao normal em no máximo 2 segundos. 
 
 
Saturação: 
 
Medição realizada com o oxímetro cujo objetivo é verificar o nível de saturação de                           
oxigênio. 
Idealmente, mais de 89% das suas células vermelhas devem estar transportando                     
oxigênio. 
 
 
*Peak Floow: É um instrumento que serve para medir a eficácia da função pulmonar e                             
indica quão abertas estão as vias respiratórias ou quão difícil é respirar. É um                           
aparelho pequeno, portátil, que mede o fluxo de ar ou a taxa de fluxo expiratório                             
máximo. 
 
 
Dor: 
 
 
Então, sabendo que nossa paciente Sra. Gretchen encontra-se saudável, como                   
poderíamos descrever seus dados vitais? 
 
 
 
 
18 
 
 
 
3 - Antropometria: 
Nesse momento será avaliado os seguintes dados antropométricos dos nossos                   
pacientes mas, em especial (como vocês já sabem), a querida Sra. Gretchen: 
- Peso 
- Altura 
- IMC 
- Envergadura 
- Perímetro cefálico 
- Perímetro torácico 
- Perímetro abdominal 
- Medida do quadril 
- Perímetro braquial 
 
Peso: 
Na prática, emprega-se a balança comum para a determinação do peso. Para os                         
recém-nascidos é necessária uma balança própria, e, para os pacientes                   
impossibilitados de deambular, pode-se usar a cama-balança. 
 
Ideal​: O paciente deve estar desnudo, deve ser pesado no                   
mesmo horário, preferencialmente em jejum e de bexiga vazia.                 
Além disso, o paciente deve ficar de costas para a balança e                       
descalços, em postura ereta. 
Obtido o peso, este é comparado com os valores considerados                   
normais em relação à idade, a altura e ao sexo. 
 
Altura: 
O paciente deve estar em ortostase, usa-se o antropômetro vertical ou estadiômetro                       
de parede. O Comprimento deve ser obtido com o paciente em decúbito dorsal. 
 
 
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IMC: 
O índice de massa corporal é um indicador útil, de fácil interpretação e aplicável à 
maioria dos pacientes adultos para se avaliar o estado nutricional. 
 
Conforme o IMC, categoriza-se o paciente em magreza, eutrofia, sobrepeso e graus                       
de obesidade.  
É importante notar a proporção massa muscular/massa de gordura, pois pode levar a                         
interpretações errôneas acerca do IMC. 
 
 
Dependendo da tabela de referência, pode haver uma pequena variação dos valores. 
 
 
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Envergadura: 
A envergadura é medida com o paciente em ortostase e                   
com os braços em posição de cristo redentor, como                 
mostra nossa paciente ao lado. Essa medida normalmente               
coincide com a altura. 
 
Perímetro Cefálico: 
- Preferencialmente utilizar fita métrica de papel ou de metal flexível, já que a fita                             
métrica flexível pode esticar; 
- Colocar a fita em torno da cabeça da criança, passando pelos pontos                         
imediatamente acima das sobrancelhas e orelhas, e em torno                 
da saliência occipital; 
- Se a circunferência da cabeça do bebê está acima do                     
normal ou abaixo do normal, uma avaliação mais detalhada é                   
necessária; 
- Crianças com circunferência cefálica pequena podem             
indicar craniossinostose ou microcefalia, sendo que bebês             
nascidos de mães usuárias de cocaína ou álcool podem ter circunferências cefálicas                       
menores. 
- Pode ser medido com o paciente em posição de sedestação ou em ortostase.  
Perímetro Torácico: 
A fita deve ser posicionada na linha mamilar e a medição                     
deve ser feita no momento da expiração. 
 
 
 
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Perímetro abdominal: 
A medida da circunferência abdominal logo acima da               
crista ilíaca é um procedimento simples e útil na                 
avaliação de risco de doença mesmo com peso               
corporal normal. O excesso de gordura abdominal             
está relacionado com alterações metabólicas         
(síndrome metabólica), incluindo dislipidemias,       
resistência à insulina, diabetes melito tipo 2,             
hipertensão arterial e doença arterial coronariana. 
Deve ser medida no ponto médio entre a última costela do gradil costal e o bordo                               
superior da crista ilíaca. 
Deve ser medido sem blusa. 
Os valores normais são: 
Homens:​ até 102 cm 
Mulheres:​ até 88 cm 
 
Relação cintura-quadril: 
Outro índice é a relação cintura-quadril (RCQ). Para               
obtê-lo divide-se a circunferência da cintura pela             
circunferência do quadril. 
A circunferência da cintura é o perímetro abdominal e a                   
circunferência do quadril deve ser medida posicionando             
a fita no local mais saliente dos glúteos. 
Mulheres:​ RCQ < 0,8 
Homens:​ RCQ < 0 ,9 
 
 
 
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Perímetro Braquial 
O perímetro braquial é medido no ponto médio entre o                   
acrômio e o olécrano. 
 
 
Pregas cutâneas: 
 
As dobras ​cutâneas são medidas para avaliação da gordura corporal. Entre essas                       
dobras, temos: 
 
- Prega bicipital 
- Prega tricipital 
- Prega subescapular 
- Prega suprailíaca 
 
4 - Exame Geral 
Chegamos agora em uma parte muito legal do exame físico, e essa parte do exame 
inclui: 
- Pele 
- Área Subcutânea 
- Mucosa 
- Fâneros 
- Linfonodos/gânglios 
 
 
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Pele: 
Primeiramente iremos analisar a pele da nossa querida paciente Sra. Gretchen. 
A pele é composta por: 
Epiderme: ​Dividida em 5 camadas, os estratos:  
- Germinativo 
- Espinhoso 
- Granulosa 
- Lúcido 
- Córnea 
É pobre em vasos sanguíneos e contém os melanócitos e os queratinócitos. 
Derme: ​Camada vascularizada, inervada e onde se encontram glândulas sudoríparas                   
e sebáceas. 
Hipoderme: Nem todos os autores consideram essa uma camada da                   
pele, mas a Sra. Gretchen pediu para avisar a vocês que nessa                       
camada encontramos tecido adiposo e é o local de fixação com os                       
outros tecidos, tem função de depósito nutritivo, isolamento térmico                 
e modela a superfície corporal. 
Além disso, como eu espero que você saiba, na anamnese você deve perguntar a Sra.                             
Gretchen sobre a presença de sinais e sintomas subjetivos, como prurido, ardor, dor,                         
fatores desencadeantes, por exemplo. E ainda, não esquecer de perguntar sobre os                       
antecedentes e a história epidemiológica e o ambiente. 
O exame de pele é composto por 4 passos: 
1. inspeção: 
- da lesão 
- de toda a pele 
- deve utilizar lente ou fotômetro 
2. Palpação24 
 
 
 
3. Digito/Vitro pressão 
4. Compressão 
Agora descreveremos cada um deles. 
INSPEÇÃO 
Nesse momento você deverá observar: 
- Quantidade: lesão única ou múltipla 
- Localização: onde anatomicamente se encontra a lesão 
- Distribuição da lesão: focais (apenas um ponto apresenta lesão), multifocal 
(vários pontos), difusa (em todo o órgão). 
- Forma: puntiforme (1mm), lenticular (ovaladas), numular (arredondadas), 
arciformes (em forma de arco), anulares (em forma de anel) 
- Tamanho 
- Coloração 
- Observar a borda: regular? Irregular? 
- Observar limites: Bem definido? Mal Definido? 
PALPAÇÃO 
Agora você vai verificar as seguintes características: 
- Tamanho: deverá ser medido de maneira precisa 
- Superfície: lisa, áspera ou rugosa 
- Consistência: dura ou mole 
- Sensibilidade 
- Temperatura: frio ou quente 
- Umidade: Úmido ou seco 
- Mobilidade: móvel ou aderida 
DIGITO-PRESSÃO 
É realizada com a polpa do polegar ou do indicador. 
VITRO-PRESSÃO 
 
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Pressiona-se a lesão com os dedos ou com um vidro provocando uma isquemia local, 
isso permite distinguir o eritema da púrpura ou de outras manchas vermelhas. 
COMPRESSÃO 
Nesse momento serão avaliados os edemas. 
 
Agora que você já sabe descrever uma lesão, gostaríamos que descrevesse uma 
lesão no braço apresentada pela paciente Sra. Gretchen, vamos lá? 
Descreva as seguintes características: 
Quantidade 
Localização 
Forma 
Distribuição da lesão 
Tamanho – medir o maior diâmetro 
Coloração 
Observar borda - Regular? Irregular? 
Observar limites - Bem definido? Mal definido? 
Superfície: lisa, áspera ou rugosa? 
Consistência: Dura? Mole? 
Sensibilidade 
Temperatura: Fria/quente 
Umidade : Úmida? Seca? 
Mobilidade : Móvel? Aderida? 
 
Resposta: ​Lesão única, localizada no braço, formato numular, focal, coloração                   
rosácea, borda regular, limites bem definidos, superfície aparentemente lisa,                 
 
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aparentemente seca, aparentemente mole, sem sensibilidade segundo Sra. Gretchen.                 
Aparentemente pois não temos bola de cristal e através de consulta EAD não dá pra                             
definir com exatidão, mas coloquei para vocês irem quebrando a cabeça rs. 
 
Lesões Elementares 
Lesões elementares são alterações no tegumento cutâneo determinadas por                 
processos inflamatórios, degenerativos, circulatórios, neoplásicos, por distúrbios de               
metabolismo ou por defeitos de formação. 
Da combinação de lesões elementares surgem os sinais morfológicos que                   
caracterizam síndromes e afecções. São classificadas de acordo com os seguintes                     
grupos: 
1) Alterações de cor 
2) Elevações edematosas 
3) Formações sólidas 
4) Coleções líquidas 
5) Alterações de espessura 
6) Perdas e reparações 
Existem as lesões elementares       
primárias​, que ocorrem ​sobre a pele           
sadia​. As ​secundárias​, que ocorrem         
sobre uma lesão primária prévia​. 
O conjunto de lesões primárias é chamado de erupção. 
Pode ser monomorfa (reação alérgica) ou polimorfa (varicela). 
1) Alterações de cor 
Possuem coloração diferente da pele do paciente e não possuem relevo. 
São classificadas em: 
 
27 
 
 
 
Mácula: ​possuem menos de 1 cm. 
Mancha: ​possuem mais de 1 cm. 
As máculas e as manchas são lesões elementares primárias. 
Elas são divididas ainda em ​pigmentares, vasculares e hemorrágicas​. As pigmentares                     
possuem relação com a quantidade de melanina, enquanto que as vasculares são                       
resultado de uma maior quantidade de sangue no local da lesão, o que as diferencia                             
é a localização desse sangue, se dentro (vasculares) ou fora (hemorrágicas) do vaso.                         
Através da digito/vitro pressão é possível diferenciar as duas, se a colocação                       
desaparecer é​ vascular​, caso não desapareça, é ​hemorrágica​. 
- Pigmentares: 
Variação da quantidade de melanina. 
Pode ser: 
Manchas leucodérmicas: Manchas brancas decorrentes de diminuição ou ausência de                   
melanina. 
Manchas hiperpigmentares ou hipercrômicas: Ocorre por aumento da melanina ou                   
de outros pigmentos.  
As lesões por aumento da melanina da epiderme são de coloração castanha e as                           
lesões com presença de melanina na hipoderme são mais azuladas.  
Outros pigmentos que pode causar manchas: hemossiderina, bilirrubina, caroteno. 
- Vasculares: 
Eritemas: mancha vermelha decorrente da vasodilatação (desaparece à               
vitropressão). Pode ser classificada segundo a cor, localização, extensão e evolução. 
Exantemas: manchas eritematosas disseminadas na pele e de evolução aguda, que                     
pode ser e​xantema morbiliforme ou rubeoliforme​, quando as manchas são                   
entremeadas por pele normal, ou e​xantema escarlatiniforme​, quando a pele é                     
 
28 
 
 
 
uniformemente eritematosa sem áreas de pele entremeadas. Os exantemas nas                   
mucosas recebe o nome de ​enantema​. 
A cianose é um eritema arroxeado, por congestão passiva ou venosa com diminuição                         
da temperatura. 
O ​rubor é um eritema vermelho vivo por vasocongestão ativa ou arterial com                         
aumento de temperatura. 
A ​eritrodermia ​é um eritema generalizado crônico e persistente que se acompanha                       
de descamação. 
Mancha angiomatosa: Mancha de cor vemelha decorrente de uma                 
neoformação vascular na derme.  
 
 
 
Mancha anêmica: Mancha branca por agenesia vascular             
em determinada área da pele. 
 
Telangiectasias/Spider: telangiectasias são dilatações       
nos vasos terminais, ou seja, arteríolas, vênulas e               
capilares. Spider é uma telangiectasia cujo formato se               
assemelha a uma aranha, isto é, possui um corpo                 
central de onde emergem várias perninhas diferentes e               
em várias direções. Desaparece ao pressionar o ponto               
central.   
- Hemorrágicas: 
Púrpura: Mancha vermelha por extravasamento de hemácias na derme e não                     
desaparecem a vitro/digitopressão. Podem ser de dois tipos: ​petéquias​, que são                     
lesões menores que 1 cm, ou ​equimoses​, que são lesões maiores que 1 cm. 
 
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2 - Lesões edematosas: 
São elevações circunscritas causadas por edema na derme ou hipoderme. 
Urticária: elevação efêmera, irregular, de tamanho e cor variável do branco-róseo                     
ao vermelho pruriginosa, resulta do extravasamento de plasma com formação de                     
edema dérmico. 
Angioedema: área de edema circunscrito, que pode ocorrer no subcutâneo,                   
causando tumefação 
Resultam de processo inflamatório ou neoplásico, atinge isoladamente ou                 
conjuntamente epiderme, derme e hipoderme.  
 
3 - Formações sólidas: 
As formas sólidas podem ser classificadas em: 
Pápula: lesão sólida, circunscrita, elevada e menor que 1                 
cm. 
Placa: lesão elevada, de superfície geralmente plana,             
maior que 1 cm, pode apresentar superfície descamativa,               
crostosa ou queratinizada, pode ser formada pela             
confluência de pápulas. 
Tubérculo​: Elevação sólida e circunscrita de ​localização             
dérmica​, com mais de 1 cm de diâmetro. Ex: Hanseníase Virchowiana;                     
neurofibromatose. 
Nódulo​: lesão sólida, circunscrita, saliente ou não de 1 a 3 cm de tamanho. 
Nodosidade ou tumor​: lesão sólida, circunscrita e maior que 3 cm, o termo tumor é                             
utilizado preferencialmente para neoplasia. ​localização hipodérmica​, com até 3 cm                   
de diâmetro. Ex: Hanseníase virchowiana; neoplasias.Verrucosidade: Lesão sólida, elevada, de superfície dura e inelástica, formada por                     
hiperqueratose. 
 
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 4 - Coleções líquidas:  
As formas líquidas podem ser classificadas: 
Lesões de conteúdo líquido que pode ser serosidade, sangue ou pus. 
Vesícula​: elevação circunscrita de até 1cm, com conteúdo claro                 
(seroso) que pode se tornar turvo (purulento) ou rubro                 
(hemorrágico). 
Bolha ou Flictena​: difere-se da vesícula apenas pelo               
tamanho, que é maior que 1cm.  
Pústula: ​elevação de até 1cm e de conteúdo purulento. 
Abscesso: ​possui tamanho variável, é formado por             
coleção purulenta da pele ou tecidos subjacentes. Sinais               
flogísticos podem estar presentes:edema, dor, rubor, calor. 
Hematoma: formada por derrame de sangue na pele ou tecidos subjacentes,                     
difere-se da equimose por haver alteração de espessura. Pode infectar e haver                       
presença de sinais flogísticos, e o conteúdo hemorrágico pode tornar-se purulento. 
 
5 - Alterações na espessura da pele: 
Queratose​: espessamento da pele por aumento da camada córnea, tornando-se                   
áspera e com a superfície amarelada. 
Liquenificação​: espessamento da pele com acentuação dos sulcos e da cor própria,                       
apresentando aspecto quadriculado.  
Edema​: aumento de espessura, depressível, cor da própria pele ou                   
rósea-avermelhada por extravasamento de plasma. 
Esclerose​: alteração da espessura com aumento da consistência da pele,                   
tornando-se lardácea ou coriácea. A pele pode estar espessada ou adelgaçada,                     
havendo hiper ou hipocromia associadas. Resulta de fibrose do colágeno. 
 
31 
 
 
 
Atrofia​: diminuição da espessura da pele. Ocorre redução do número e volume dos                         
constituintes teciduais. 
 
6 - Perdas ou reparações: 
Lesões oriundas da eliminação ou destruição patológicas e de reparações em tecidos                       
subcutâneos. 
Escama: massa furfurácea, micácea ou foliácea que se desprende as superfície                     
cutânea por alteração de queratinização. 
Exulceração: ​perda superficial somente de epiderme. 
Ulceração: perda circunscrita de epiderme e derme, podendo atingir hipoderme e                     
tecidos subjacentes. 
Fissura: perda linear da epiderme e derme, no contorno de orifícios naturais ou em                           
áreas de pregas e dobras.  
Crosta: concreção de cor amarela, esverdeada ou vermelha escura, que se forma em                         
área de perda tecidual. Resulta do dessecamento da serosidade, pus ou sangue                       
misturado a restos epiteliais. 
Cicatriz: lesão de aspecto variável, pode ser saliente ou deprimida, móvel ou                       
aderente. Não possui poros ou anexos cutâneos. Resulta da reparação de processo                       
destrutivo da pele, associado a atrofia, fibrose e discromia. 
Finalmente acabou, nem Sra. Gretchen aguentava mais ouvir               
falar sobre tantos tipos de perebas. Vamos agora para o                   
exame das mucosas! 
 
 
 
 
 
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Exame das Mucosas 
Nesse momento analisaremos nas mucosas dos pacientes: 
- Cor 
- Umidade 
- Integridade 
Cor:  
A coloração normal é róseo-avermelhada, decorrente da rica rede vascular das                     
mucosas. Quando estão normais, denomina-se ​mucosas normocoradas​. 
Em caso de descoramento das mucosas, denomina-se ​mucosas descoradas e                   
classifica segundo o sistema de cruzes (+/++++). 
A descoloração é um achado semiológico de grande valor prático pois indicam                       
anemia. 
Além disso, a mucosa pode apresentar-se ​hipercorada​, podendo haver inclusive,                   
mudança da tonalidade para vermelho-arroxeada.  
Mucosas hipercoradas indicam aumento de hemácias na área, como ocorre em                     
inflamações (conjuntivite, gengivites) e nas poliglobulias.  
Além disso a mucosa pode se apresentar ​cianótica, ictérica e leucoplásica                     
(esbranquiçada por espessamento do epitélio). 
Umidade: 
A umidade das mucosas pode estar normal, apresentando um discreto brilho                     
indicativo de tecidos hidratados. 
Porém, o paciente pode apresentar mucosas secas, com perda do brilho, os lábios e                           
língua adquirem aspecto ressecado. Na maioria das vezes indicam desidratação. 
Integridade: 
Deve observar no paciente se as mucosas estão íntegras ou se possuem lesões.  
 
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Exame dos Fâneros: 
- Implantação 
- Distribuição: verificar se é uniforme, se há calvície/alopécia. 
- Quantidade: a queda de cabelos é um dado de interesse semiológico. 
- Coloração 
- Brilho 
- Textura 
UNHAS 
- Forma 
- Implantação 
- Espessura 
- Superfície 
- Consistência 
- Brilho 
- Coloração 
 ​5 - Exame Segmentar de Cabeça e Pescoço 
Dividido em Crânio x Face 
Face: 
- Olhos 
- Orelhas 
- Boca 
- Nariz 
- Seios paranasais 
Pescoço 
Nesse momento do exame segmentar usaremos as técnicas de inspeção e palpação. 
 
 
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Crânio: 
Analisar: 
- Tamanho: macro ou microcefalia 
- Formato: alteramento por traumas ou fechamento prematuro de suturas 
- Posicionamento 
- Pontos dolorosos 
- Ulcerações 
- Tumorações 
- Depressões 
Face: 
Olhos: 
- Globos oculares: 
Tamanho (momento em que se analisa a presença de exoftalmia, entre outros) 
Simetria (momento em que se analisa a presença de estrabismo, entre outros) 
Distância 
- Supercílios e cílios: 
Quantidade 
Tamanho 
Direção 
Coloração 
- Pálpebras: 
Cor, fissuras, simetria; 
Movimentos de abertura e       
fechamento 
Bordas  
Edema 
 
35 
 
 
 
Lesões 
Ressecamento/lacrimejamento 
excessivo 
Conjuntiva: anemia ou pterigio. 
Acuidade visual 
Pupila (midríase ou miose) 
Orelha: 
- Pavilhão 
- Secreções 
- Tumorações e lesões 
- Processos inflamatórios 
- Sensibilidade 
- Corpo estranho  
- Comprimir tragus (otite média e         
externa) 
- Comprimir mastóide 
Nariz: 
- Formato 
- Simetria 
- Tumorações, lesões e depressões 
- Narina: mucosa, secreções e vibrissas 
- Septo nasal 
Através da rinoscopia é possível observar no paciente o assoalho da fossa nasal, o                           
septo nasal, a cabeça da concha nasal inferior e a entrada do meato inferior. Com o                               
paciente em hiperextensão é possível observar a concha média, a porção alta do                         
septo nasal e a fenda olfativa. 
Seios paranasais:​ palpação em busca de sensibilidade dolorosa 
 
 
 
36 
 
 
 
Boca: 
A classificação/teste de Mallampati é muito utilizada por anestesistas para avaliar o                       
grau de abertura da cavidade bucal. 
 
- Mucosa 
- Gengivas 
- Dentes 
- Língua 
- Assoalho da boca 
- Palato 
- Tonsilas 
- Úvula 
- Lábios 
Pescoço: 
Momento em que será analisado os linfonodos e a glândula tireóide. 
Inspeção geral: deve verificar toda a região cervical na busca de alguma alteração                         
visível ou assimetrias. 
Cadeias ganglionares: 
- Pré-auriculares 
- Auriculares posteriores 
- Occipitais 
- Tonsilares 
- Submandibulares 
- Submentonianos 
- Cervicais superficiais 
- Cervicais profundos 
- Cervicais posteriores 
- Supraclaviculares 
Descrição do linfonodo: 
- Localização 
- Tamanho 
 
37 
 
 
 
- Número 
- Consistência 
- Sensibilidade  
- Mobilidade x aderência 
- Confluência 
Essas características ajudam a diferenciar um processo inflamatório de uma                   
neoplasia, uma vez que dor, bordas bem delimitadas com bordas macias e certa                         
mobilidade tem uma indicação de inflamação ao invés de neoplasia, cujas as                       
características são, de certa maneira,antagônicas. 
 
Laringe e Traqueia: 
Identifique o osso hióide e as cartilagens             
tireóide e cricóide, elas devem se mover             
durante a deglutição. 
Os anéis cartilaginosos devem ser distintos e             
indolores. 
Palpação da tireoide: 
- Cartilagem tireóide (pomo de Adão) 
- Ligamento cricotireóideo 
- Cartilagem cricoide 
- Tireoide 
Avaliar o tamanho, a simetria, consistência,           
superfície e se há hipersensibilidade (dor). 
O examinador deve se posicionar à direita, em               
frente ao paciente. 
 
 
38 
 
 
 
Após localizar o istmo da tireóide, posiciona o polegar e o                     
indicador direito em cada um dos lados da traqueia.  
 
Solicite que Sra. Gretchen degluta, assim você poderá               
sentir a glândula bilateralmente passando pelos dedos.  
Na palpação do lobo direito da tireoide do paciente, o                   
examinador utiliza o polegar direito, e no lobo               
esquerdo, usa o polegar esquerdo. 
 
Em outro tipo de palpação, o paciente deve estar em                   
sedestação e o examinador em ortostase atrás do               
paciente. O paciente deve fletir a cabeça para o                 
lado a ser examinado para descontrair o músculo e                 
os dedos indicador e médio do observador penetram               
na face interna daquele músculo, explorando o lobo               
da glândula, deslizando os dedos desde a cartilagem               
tireóidea até o 6º anel da traquéia. A manobra é                   
repetida para o outro lado. 
A deglutição deve ser solicitada pois facilita a identificação da glândula. 
Ausculta: 
Artérias carótidas: possível identificar sopros de aneurisma e               
sopros de estenose da artéria aórtica. 
A ausculta pode ser feita na tireóide uma vez que é possível                       
auscultar sopros causados por aumento de fluxo             
sanguíneo por tireotoxicose.  
Na traqueia ausculta-se som traqueal, produzido pela             
passagem do ar na fenda glótica e na própria traquéia. 
 
39 
 
 
 
5.1 - Semiologia do Aparelho Respiratório 
É composto por: 
- Inspeção estática 
- Inspeção dinâmica 
- Palpação 
- Percussão 
- Ausculta 
O tórax de uma maneira bastante geral compreende a                 
região da parede torácica, que se estende             
dorsalmente da vértebra T1 até T12, e lateralmente é                 
delimitado pelas costelas. 
Toda a propedêutica pulmonar deve ser feita na               
porção posterior e anterior, de forma a abranger               
todas as regiões pulmonares, e bilateralmente           
(comparar um hemitórax com o outro).  
 
 
Exame do tórax: 
O paciente deve estar       
preferencialmente despido. 
É importante identificar regiões e         
linhas anatômicas. 
Deve buscar comparar as regiões         
simétricas do pulmão, pois isso         
permite encontrar alterações que podem estar presentes em apenas um dos                     
pulmões. 
 
40 
 
 
 
 
 
 
 
Devemos lembrar que na porção posterior há a presença da escápula e da coluna                           
vertebral devendo-se, portanto, solicitar ao paciente que se posicione de modo a                       
afastá-las dos campos pulmonares. 
Uma das maneiras mais utilizadas é solicitando a ele que cruze os braços e coloque                             
as mãos sobre os ombros. 
 
41 
 
 
 
 
 
Inspeção estática: 
Basicamente devemos olhar a aparência do tórax. 
Observar se o paciente possui desvios           
de coluna: 
- Escoliose: coluna em S 
- Cifose: “corcunda” 
- Lordose: entrada aprofundada na       
lombar 
 
Além disso, no exame estático,         
deve-se observar a estrutura do         
esterno, das costelas e das         
vértebras, pois isso pode ser         
indicativo de certas alterações       
estruturais como: 
 
42 
 
 
 
- Pectus excavatum (tórax escavado ou “tórax de sapateiro”), no qual há a                       
inversão da concavidade do esterno. 
- Tórax em barril, que apresenta uma retificação das colunas vertebrais e                     
elevação do esterno (tórax comum em enfisematosos). 
 
Inspeção dinâmica: 
Visa definir o padrão respiratório do paciente, que pode estar eupneico, taquipneico                       
ou bradipneico. 
Observar se existe uso da musculatura acessória: 
- Tiragem intercostal 
- Retração subdiafragmática 
- Retração supraesternal 
- Retração de fúrcula esternal 
Palpação: 
Deve-se fazer a palpação superficial de toda a caixa torácica visando a avaliação                         
de: 
- Pontos dolorosos 
- Lesões superficiais 
- Crepitação 
Avaliação da complacência pulmonar: 
A palpação deve ser realizada no ápice, na base e                   
entre elas. 
Para ser realizada no ápice, deve-se colocar as               
mãos na base do pescoço, com os polegares juntos                 
na região da proeminência das vértebras cervicais             
na pele (processo espinhoso) e os dedos sobre a                 
região acima da escápula de cada lado. 
 
43 
 
 
 
Peça para o paciente realizar movimentos           
inspiratórios e expiratórios profundos, devendo         
ambos lados estarem com expansibilidade         
simétrica (as duas mãos devem fazer a mesma               
amplitude de movimento). 
Deve-se repetir o processo mais duas vezes até a                 
base (aproximadamente até a vértebra T12). 
Procura-se com isso encontrar assimetrias entre           
os campos pulmonares (direito ou esquerdo) e entre os terços pulmonares (superior,                       
médio e inferior). 
Avaliação do Frêmito tóraco-vocal: 
É como se define a vibração sentida quando o paciente emite um som estridente,                           
como quando requisitado a falar “33”. 
Isso é importante, pois auxilia diagnóstico de processos patológicos, tais como                     
derrame pleural ou consolidações pulmonares. 
Nos derrames, o frêmito se encontra diminuído devido ao fato de haver líquido entre                           
a pleura e o pulmão, dificultando a propagação do som até a parede torácica. 
Nas consolidações (uma espécie de “massa”), ex.: pneumonia ou tumor, o som                       
encontra-se aumentado, posto que o meio sólido da consolidação permite maior                     
transmissibilidade por meio da árvore brônquica.  
Palpação: 
 
 
 
 
 
 
 
44 
 
 
 
Percussão: 
A percussão deve ser realizada com a mão dominante, usando-se a falange distal                         
(ponta do dedo) do terceiro dedo sobre o segundo ou terceiro dedo da outra mão. 
Você irá prosseguir batendo a falange contra o outros dedos realizando-se sempre a                         
comparação entre os sons produzidos na porção de um hemitórax com a do outro                           
hemitórax.  
É possível identificar quatro sons pulmonares.  
 
Som claro pulmonar​: som da percussão do pulmão normal. Entre a macicez e o                           
timpanismo.  
Som timpânico​: som de característico de estruturas mais "ocas", ou seja, com grande                         
quantidade de ar no parênquima pulmonar ou na cavidade torácica, é encontrado em                         
casos de enfisema pulmonar e de pneumotórax. 
Som submaciço​: ocorre quando há líquido interposto entre o parênquima pulmonar e                       
a parede torácica, como em derrames pleurais (uma espécie de líquido na camada                         
que reveste o pulmão). 
Som maciço​: obtido quando se percute regiões mais "densas", ou seja, quando há uma                           
diminuição da quantidade de ar no pulmão ou em suas proximidades. Isto está                         
 
45 
 
 
 
presente em tumores periféricos e em pneumonias (consolidação). Você irá sentir                     
que está percutindo algo sólido.A percussão pode apresentar certas alterações que não determinam estados                   
patológicos. É importante ressaltar que abaixo do sexto espaço intercostal direito é                       
possível encontrar um som maciço que corresponde ao fígado (principalmente quando                     
a percussão é executada na porção anterior do tórax).  
Ausculta: 
Para a ausculta, devemos pedir ao paciente que realize inspirações e expirações                       
profundas com a boca entreaberta, sem realizar barulho, uma vez que isso pode                         
gerar alguns ruídos adventícios. 
Assim como na percussão, deve-se realizar uma comparação entre duas regiões                     
simétricas do hemitórax, indo do ápice até a base. 
Os sons respiratórios normais podem ser classificados como: som traqueal,                   
respiração brônquica e murmúrios vesiculares. 
Murmúrio vesicular:  
É o som normal escutado no pulmão. 
Representa o som causado pela entrada e saída de ar dos pulmões. 
Pode estar presente , ausente ou diminuído. 
Em situações patológicas é possível auscultar ruídos adventícios (sons anormais),                   
indicativos, cada um deles, de certas alterações.  
Estertores finos (crepitações): 
São tipos de sons nítidos e descontínuos             
semelhantes ao friccionar dos cabelos. 
São gerados quando o ar entra em um alvéolo                 
pulmonar que contenha líquido. 
Ocorrem no final da inspiração.  
 
 
 
46 
 
 
 
Estertores grosseiros: 
São menos agudos e duram mais que os finos. 
Sofrem nítida alteração com a tosse e podem ser                 
ouvidos em todas as regiões do tórax. 
São audíveis no início da inspiração e durante a                 
expiração. 
Têm origem na abertura e fechamento das vias aéreas                 
contendo secreção viscosa e espressas. Comuns na bronquite crônica e nas                     
bronquiectasias. 
Sibilos: 
São sons contínuos, musicais e de longa duração. 
Têm sua origem nas vias aéreas e requerem o fechamento prévio dos brônquios. 
As paredes brônquicas devem ser trazidas aos pontos de oclusão para que ocorra os                           
sibilos. 
Por outro lado, em vez de acontecer uma reabertura súbita, as paredes brônquicas                         
passam a vibrar ao serem atingidas por fluxo aéreo em alta velocidade. 
Os sibilos acompanham as doenças que levam à obstrução de fluxo aéreo. 
Em geral são múltiplos e disseminados. Acontece na asma e na bronquite (DPOC). 
 
Atrito Pleural: 
Ocorre por um processo inflamatório das pleuras             
visceral e parietal. 
Isso torna a superfície das pleuras irregulares,             
gerando o atrito pleural. 
Dica: O som é similar ao atrito de um pano velho.  
 
47 
 
 
 
Estridor: 
Pode ser considerado como um tipo           
especial de sibilo, com maior intensidade           
na inspiração, audível à distância. 
Acontece nas obstruções altas da laringe           
ou da traquéia. 
Pode ser provocado por laringites agudas,           
câncer da laringe e estenose da traquéia. 
 
Síndromes torácicas: 
 
 
48 
 
 
 
 
5.2 Semiologia do Aparelho Cardiovascular 
Avaliação Geral:  
- Alterações da coloração da pele e           
mucosas (palidez e cianose) 
- Edema e perfusão periférica. 
Exame dos Pulsos Arterial e Venoso Jugular: 
Hora de avaliar as seguintes características,           
lembram? Não detalhei pois vocês nessa           
altura do campeonato já devem ter gravado o               
significado de cada uma delas. Se não             
recorda, sobe ai em dados vitais e revisa, ok? 
- Localização 
- Frequência 
- Ritmo 
- Amplitude 
- Dureza 
- Simetria 
Nessa espécie de escultura romana ao lado temos os pontos do corpo onde é possível                             
avaliar o pulso. 
 
49 
 
 
 
 
Exame do Precórdio 
Eta lasqueira, agora o bicho pega! Corre aqui               
Sra. Gretchenn!! 
Enton meninas, vocês devem saber onde se             
localiza o coração. Em pacientes homens pode             
ser difícil encontrar, mas Sra. Gretchen jura             
que lá no fundo em algum lugar tem um, então é                     
preciso fazer esses exames nos homens também, tá? 
Além disso, existem linhas importantes que vocês devem saber pois elas te ajudarão                         
nos exames. 
 
 
 
50 
 
 
 
Anatomia do coração: 
 
Exame do precórdio: 
Deve ser realizado com o paciente em decúbito dorsal                 
com o tórax exposto. 
Para melhor avaliação da válvula mitral​: decúbito             
lateral esquerdo. 
Para melhor avaliação da ​válvula aórtica​: sedestação,             
tórax inclinado para a frente. 
 
Inspeção do precórdio: 
- Malformações torácicas 
- Abaulamento: ​Para facilitar o reconhecimento de           
abaulamento, a observação da região precordial           
deve ser feita em 2 incidências: tangencial, com o                 
examinador de pé ao lado direito do paciente e                 
frontal, o examinador fica junto aos pés do paciente que permanece deitado.                       
Abaulamento pode indicar a ocorrência de aneurisma da aorta,                 
cardiomegalia, derrame pericárdico e alterações da própria caixa torácica. 
- Retrações 
 
51 
 
 
 
- Impulsões 
- Ictus Cordis 
Um dos sinais mais importantes de disfunção cardíaca é a turgência da veia jugular                           
interna, também designada estase jugular. 
 
Palpação do precórdio: 
O mais importante da palpação cardíaca nesse             
momento é determinar a localização do ictus             
cordis (ápice do coração) e a presença de pulsos. 
 
Ictus Cordis:  
- Localização: 5º (as vezes 4º) EICE/LMC 
- Extensão: 1 a 2 polpas digitais 
- Amplitude: +/4+ 
- Duração: até ⅓ da sístole 
Mais facilmente percebido na palpação, na forma de               
batidas bruscas, que correspondem à propulsão do VE nas contrações (é a ponta do                           
coração que bate na parede torácica). Utilizam-se as polpas digitais de vários dedos                         
para a palpação. O ápice se encontra geralmente no 5º EI (espaço intercostal) sobre                           
a linha hemiclavicular. 
Se palpado mais para baixo ou mais para a esquerda, pode ser sugestivo de                           
cardiomegalia. 
Também deve ser observado o diâmetro, amplitude e duração do ictus.  
Impulsão paraesternal:  
- Alta:​ hipertensão pulmonar 
- Média:​ normal 
 
52 
 
 
 
- Baixa: ​sobrecarga do ventrículo direito 
Ausculta: 
- Foco Aórtico: 2º EICD (espaço         
intercostal direito)/LPE (linha     
paraesternal) 
- Foco Pulmonar:​ 2º EICE/LPE 
- Foco Tricúspide: ​base do       
apêndice xifóide levemente à       
esquerda (4º ou 5º EIC) 
- Foco Mitral: 5º (4º) EICE/LMC,         
corresponde ao ictus cordis 
- Foco Aórtico Acessório: 3º       
EICE/LME 
 
Bulhas Cardíacas: 
Chegamos nas famosas bulhas cardíacas, então Sra.             
Gretchen, afinal o que ouvimos nessas bulhas?  
Primeira bulha (B1) - Sístole 
Fechamento das válvulas mitral e tricúspide, componente mitral antecede a                   
tricúspide, coincide com o ictus cordis e pulso carotídeo, timbre mais grave.                       
Representado com um TUM. 
Fonese: hiper x normo x hipofonéticas 
Segunda Bulha (B2) - Diástole 
Fechamento das valvas aórtica e pulmonar, timbre mais agudo, representado por um                       
TA. 
 
 
53 
 
 
 
Desdobramento: 
As Válvulas Aórtica e Pulmonar tem uma diferença no tempo de fechamento, mas                         
esse tempo em situação normal é tão mínimo que se torna imperceptível. Mas quando                           
a pessoa tem um desdobramento fisiológico, há um retardo ainda maior, a aórtica                         
fecha primeiro e a pulmonar depois, com um intervalo de tempo maior. Isso faz comque o som ouvido mude de tum-ta para tum-tla. 
- Fisiológico: causado por um retardo no fechamento da VP → inspiração                     
profunda retarda o fechamento da VP, ao pedir que o paciente inspire                       
profundamente ajuda a ouvir melhor o desdobramento. 
- Amplo: insuficiência cardíaca esquerda → hipertensão pulmonar → retardo do                   
fechamento da válvula pulmonar (intensifica inspiração profunda) 
- Paradoxal:​ ocorre na expiração → estenose da válvula aórtica 
Para discernir a B1 da B2, aconselha-se sentir o pulso cardíaco (carotídeo ou radial,                           
por exemplo) que será simultâneo à sístole, marcada por B1. Assim, é mais fácil                           
identificar as bulhas que se está ouvindo. Massss, atencionnn!! ​O pulso radial do                         
paciente pode não estar sincronizado com o coração, no caso de um paciente                         
arrítmico, podendo levar a uma falsa identificação. 
As bulhas geralmente ocorrem de forma rítmica e não acompanhadas de demais                       
sons, sendo descritas com a onomatopéia “tum-tá”. 
Terceira Bulha (B3) 
Penetração rápida do sangue na cavidade ventricular. 
Ruído de baixa frequência → utilizar a campânula, é representado por um TU 
Fisiológico: em crianças e atletas 
Patológico: insuficiência cardíaca descompensada 
 
 
 
54 
 
 
 
Quarta Bulha (B4) 
Ruído débil que ocorre no final da diástole → choque entre o sangue da sístole atrial                               
e o sangue ventricular no fim da diástole (traduz déficit diastólico, comum em                         
idosos). 
 
Sopros: 
Vibrações decorrentes de mudança do         
fluxo sanguíneo de laminar para         
turbulento. 
Características e classificação: 
Localização: Foco único ou mais de um?             
No segundo caso, qual o mais forte? 
Localizar no ciclo cardíaco: ​sístole/diástole/contínuo 
Temporal:​ proto x meso x tele x holo 
Timbre: ​musical, rude, áspero, aspirativo, ruflar, entre outros. 
Forma: ​crescente, decrescente, crescente/decrescente, em platô. 
Irradiação 
Grau:​ classificação de 1 a 6 de acordo com a sua intensidade. 
 
 
55 
 
 
 
Intensidade - Classificação de Lavine 
I -​ Muito difícil de ouvir 
II -​ Pouco mais fácil de ouvir 
III -​ Ouve-se com facilidade 
IV -​ Presença de frêmito, ouve-se com o estetoscópio todo encostado ao tórax. 
V -​ Tem frêmito, ouve-se com apenas uma parte do estetoscópio encostada no tórax 
VI -​ Frêmito, ouve-se com o estetoscópio levemente suspenso no tórax 
Atrito pericárdico: ​ruído provocado pelo         
roçar dos folhetos que perderam suas           
características normais. 
Ritmo cardíaco: 
- Regular 
- Irregular (extrasístoles, fibrilação     
atrial, fibrilação ventricular) 
Por fim, usando a nossa paciente Sra. Gretchen,               
considerando ela uma paciente saudável, como           
poderíamos descrever o exame dela? 
 
 
Descrição do exame normal: Pulsos simétricos, rítmicos, com               
amplitude e consistência preservada. Ausência de estase de               
jugular. Precórdio calmo, ictus visível no 5º EICE/LMC, medindo 1                   
polpa digital, impulsivo, +/4+ de curta duração, ausência de                 
impulsão paraesternal esquerda, bulhas palpáveis ou frêmitos, à               
ausculta bulhas rítmicas normofonéticas, em 2 tempos, sem               
sopros. 
 
56 
 
 
 
E assim, chegamos ao final da nossa jornada em                 
propedêutica essa unidade. Se você chegou aqui, parabéns               
guerreiro! Sra. Gretchen agradece sua companhia.  
 
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