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Evitando Predadores e Encontrando Comida - Comportamento Animal (Valor Adaptativo, Defesas Sociais, Comportamento Críptico e Comportamento Conspícuo, Comportamento Ótimo e Vantagem Dependente da Frequ

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@danie�eferreira._
Evitando Predadores e Encontrando Comida
Adaptação
Adaptação: característica hereditária que espalhou na população e substituiu uma característica
alternativa.
Obs: não é necessariamente algo bom para a espécie. A característica não tem que ser “perfeita”.
Valor Adaptativo
Valor Adaptativo é a contribuição de uma característica no sucesso reprodutivo do indivíduo. Nem
toda característica tem valor adaptativo.
Obs: valor adaptativo ≠ sucesso reprodutivo
Defesas Sociais
Os animais (incluindo o ser humano) não agem em prol do grupo/sociedade, e sim em prol de
si próprio. Porém, às vezes, agir de forma social, traz ganho individual.
Como em qualquer comportamento, no caso da defesa social também devemos avaliar os
custos e os benefícios. Em relação aos custos, a aglomeração dos indivíduos da espécie social facilita
a localização pelos predadores, o que gera maior sucesso na predação. Quanto aos benefícios, serão
dados exemplos no decorrer do assunto.
As defesas sociais se dividem em Defesas Ativas e Defesas Passivas.
Defesas Sociais Ativas
Vespa Polybia sp., demonstra sua força e afugenta o predador
através da aglomeração de indivíduos ao redor do ninho.
Mobbing (“assédio psicológico”): quando
um predador se aproxima, vários
indivíduos começam a vocalizar,
“assediando” o predador. Dessa forma,
eles conseguem diminuir
consideravelmente a predação dos ovos.
Se fosse apenas um indivíduo vocalizando,
o efeito seria menor, então mais ovos
seriam predados, o que seria ruim para todos os indivíduos.
No grupo dos suricatos, quando há um predador se
aproximando, um indivíduo dá o “sinal de alarme”
(como na foto ao lado). O indivíduo que dá esse sinal
se expõe ao maior risco de ser predado, mas o
comportamento favorece a sobrevivência dos seus
descendentes diretos e indiretos, então o risco acaba
valendo a pena, mesmo que ele acabe sendo predado.
Através de estudos, foi percebido que os suricatos e
outros animais que expressam o comportamento de
“sinal de alarme" tendem a expressá-lo apenas quando
estão bem alimentados. Isso se dá pois o fato de estar
bem alimentado aumenta a chance de sobrevivência.
Normalmente, quando os animais não estão bem
alimentados, eles não expressam esse comportamento.
Ou seja, há um controle endógeno desse
comportamento.
Defesas Sociais Passivas
Algumas defesas são consideradas como passivas. Os indivíduos não agem (não mostram força, não
vocalizam, etc).
Há algumas hipóteses para explicar o porque desses indivíduos se aglomerarem e o porquê de ser
considerado defesa:
- efeito de diluição: a pressão de predação diminui quando há um número grande de indivíduos
- efeito de confusão: quando há muitos indivíduos, o predador tem dificuldade de focar em uma
presa
- rebanho egoísta
- etc
A formiga-colhedeira tem a revoada sincronizada e
reproduzem todas no mesmo dia, então, mesmo que
haja predação, muitos indivíduos ainda sobrevivem.
Além disso, mesmo que haja alta disponibilidade de
alimento (as formigas), o predador não consegue comer
todos, o que faz com que dilua mais ainda o número de
predação. = efeito de diluição
Com as borboletas também é muito comum o efeito de
diluição. Quanto maior o tamanho do grupo, menor o
risco de predação. Porém, ainda não conseguiram
explicar porque o risco de predação é baixo em grupos
com menos de 10 indivíduos e em grupos com mais de
40 indivíduos.
Os efemerópteros têm o início da
fase adulta sincronizada - os
indivíduos emergem
praticamente no mesmo dia,
formando nuvens desses insetos.
Isso é considerado como defesa
social passiva e a hipótese é de
que haja efeito de diluição.
Através de estudos, conseguiram mostrar que, quando
emergem várias efêmeras no mesmo dia, a taxa de predação
cai em até 50%.
Estratégia do Rebanho Egoísta:
Tem um predador na água, mas os
pinguins precisam entrar na água para se
alimentarem, então eles empurram o
pinguim que estiver mais distraído na
beirada da água, para que o predador
pegue. Enquanto o predador está
distraído comendo o pinguim que foi
empurrado, o restante entra na água para
se alimentar.
Ou seja, o agrupamento reduz o risco
individual de predação, porém nem
todos os indivíduos terão o mesmo
benefício, então cada indivíduo compete
pela melhor localização.
A Estratégia do Rebanho Egoísta não ocorre apenas entre os pinguins.
Os pesquisadores perceberam que os Cacongos, quando avistam um predador, vão se afastando aos
poucos do indivíduo que estiver distraído se alimentando, para que ele vire uma presa fácil e outros
consigam escapar da predação.
Comportamento Críptico e Comportamento Conspícuo
Na natureza, temos um maior número de animais solitários do que animais que vivem em grupo.
Comportamento Críptico
Os animais com esse comportamento tendem a se esconder, evitam ser vistos no ambiente.
Um exemplo desse comportamento é a
camuflagem.
A camuflagem é divida em dois grandes
grupos: camuflagem estática e
camuflagem dinâmica.
A camuflagem estática é a que mais
vemos na natureza, e ela depende do
substrato (o animal depende do
substrato para estar camuflado - se
mudamos ele de lugar, ele passa a ser
visto facilmente).
Na camuflagem dinâmica, pode acontecer esse tipo de problema mostrado na imagem. A borboleta
melânica se camufla bem na árvore escura, mas na que tem líquen não. Já a borboleta não melânica,
se camufla bem apenas nas árvores com líquens.
Nas florestas poluídas, os líquens
não conseguem crescer, estão as
árvores apresentam sua cor escura
natural, o que faz com que as
borboletas não melânicas fiquem
sem local para se camuflar.
Nos nós das árvores não crescem
líquens, então as borboletas
melânicas usam essa área para se
esconder.
Na camuflagem estática, não é apenas a cor e a textura que influenciam. O animal tem que se
posicionar bem no substrato, de forma que o predador não perceba o “relevo”.
Estudos mostraram que mariposas bem posicionadas no substrato têm de 15 a 20% menos predação.
Na camuflagem dinâmica o animal
consegue adequar a sua camuflagem ao
ambiente.
Na foto da esquerda temos uma mariposa
camuflada em folhas.
Na foto da direita temos um polvo camuflado.
Comportamento Conspícuo
Nesse caso, o comportamento do animal é de chamar bastante
atenção.
Normalmente, esse tipo de comportamento “passa um recado”. Na maioria das vezes o animal possui
toxinas e, em alguns casos, o animal apenas finge ter toxinas. Para que o animal possa fingir que tem
toxinas, o predador tem que ter lembranças de que aquela cor da presa está associada à toxinas.
Para o indivíduo, não há vantagem
nenhuma em ser comido, mas para
a população da espécie, isso faz
diferença pois, se a espécie
predadora tiver capacidade
cognitiva, ela se lembrará de que a
presa possui toxinas, e não voltará
a predá-la.
Às vezes não é apenas a
aparência que engana o
predador, mas também o
comportamento, imitando
alguma espécie que seja
tóxica/venenosa. No caso da
imagem ao lado, a mosca
mimetiza os movimentos da
aranha para enganar os
predadores e não ser predada.
Existem várias espécies de vertebrados que pulam quando
percebem a presença de um predador ao invés de correr.
A explicação mais usada para explicar esse comportamento
é de que o indivíduo pula o mais alto que consegue para
“avisar” ao predador que ele é saudável e dará muito
trabalho para ser capturado. Porém, quando a presa não
consegue passar um sinal honesto de que está forte, acaba
sendo comido.
Esse comportamento de sinal honesto não ocorre apenas em
cervídeos. Há algumas espécies de lagartos que têm esse
comportamento, porém de uma outra forma: eles fazem flexão
(alguns realmente fazem flexão, outros apenas movimentam a
cabeça).
Através de experimentos, foi
percebido que há relação
entre o número de flexões e a
resistência do indivíduo, ou
seja, o número de flexões está
relacionado à capacidade de
fuga. Alguns testes já
mostraram que as cobras
realmente evitam predar os lagartos que fazem muitas flexões.
Os lagartos “fracotes” não fazem mais flexões para enganar seus
predadores pois eles realmente não conseguem,por serem mais
fracos (eles estão presos nesse limite biológico de força).
Comportamento “Ótimo” e Vantagem Dependente da Frequência
Teoria do “Ótimo”
A ideia dessa teoria é de que, se começa a ter seleção de uma característica (como por exemplo o
forrageamento), a tendência é de maximizar o ganho energético.
No gráfico ao lado tem-se 4
fenótipos que condicionam
4 comportamentos
diferentes, cada um tendo
seus custos e seus
benefícios. O mais
adaptativo é o fenótipo X,
pois tem um menor custo e
um maior benefício.
Porém, se X nunca tivesse
surgido, o fenótipo mais
adaptativo seria outro. Então, o comportamento ótimo depende do que existe de comportamento no
animal, ou seja, ele é o ótimo limitado ao escopo comportamental daquele animal. O “ótimo” não é o
melhor que pode existir na natureza, e sim o melhor que aquele animal pode fazer naquele momento
nas condições que ele tem.
A Teoria do ótimo pode ser aplicada em algumas situações:
- ganho calórico X energia gasta em forrageamento
- proteção comunal X competição por comida
- proteção comunal X competição por parceiros(as)
Exemplo de comportamento anti predador “ótimo”:
No caso do Perdiz-da-virgínia, estudos mostraram que, levando em consideração a taxa de
sobrevivência e o movimento diário para forrageamento correlacionados com o tamanho do bando, o
tamanho de bando ideal dessa espécie é em torno de 10 indivíduos. E, através de observações, os
pesquisadores conseguiram provar que realmente esse é o tamanho de bando que mais ocorre na
natureza.
Forrageamento ótimo:
Os animais fazem de tudo por comida, porém isso pode levar a alguns extremos, como é o caso de
uma espécie de sanguessuga que vive no reto de hipopótamos, e exclusivamente ali ela se alimenta e
copula.
Há uma espécie de corvo que se alimenta
de ostras e mexilhões, e utiliza a altura
como forma de quebrar as conchas, para
obter seu alimento. Esses corvos
selecionam conchas grandes, arremessam
de +/- 5 metros de altura e tentam várias
vezes com a mesma concha.
Através de experimentos, os
pesquisadores perceberam que
a altura de 5 metros é
realmente a melhor para
quebrar as conchas e que as
conchas com maior sucesso de
quebra são as grandes.
Conclusão: arremessar
conchas grandes de 5 metros
de altura seria mais adaptativo
(porém, isso só se torna uma
verdade se esse comportamento tiver influência no sucesso reprodutivo, o que não foi estudo ainda).
Já no caso dessa ave, a fêmea escolhe o macho
de acordo com o tamanho da pinha (alimento).
Premissa: mais alimento = maior valor
adaptativo
Conclusão: as fêmeas preferem os machos que
tiveram acesso a mais alimento
Neste estudo é possível ligar o comportamento
ao valor adaptativo, pois há influência no
sucesso reprodutivo.
Forrageamento ótimo nem tão ótimo assim:
O Dugongo fica forrageando a
procura de comida no fundo do mar.
Apesar de conseguir mais alimento se
ele enfiar a cabeça no fundo e
cavucar, quando ele faz isso, a água
fica turva, então ele não consegue
enxergar os predadores. Então, o
ótimo desse animal não é o ótimo
possível, pois ele poderia cavucar,
mas ele opta por buscar alimento na
superfície e ficar mal alimentado,
para poder enxergar o predador.
Estudos mostraram que nos locais com maior
presença de tubarões, o Dugongo para de cavucar.
Os lobos que viviam no Yellowstone National Park
e predavam os Uapitis foram extintos. Com isso,
os Uapitis passaram a forragear em áreas abertas,
onde havia maior abundância de alimento. Após
um tempo, fizeram a reintrodução da espécie de
lobos, e os Uapitis passaram a ficar escondidos nas
florestas, onde os alimentos eram mais escassos,
para evitar a predação pelos lobos.
Após a reintrodução dos lobos, além de se ter
um número menor de filhotes nascidos a cada
100 indivíduos, o número de filhotes mortos
no inverno aumentou (menos comida para os
adultos = menos energia = filhotes com saúde
mais frágil). Ou seja, os cervos não estão
conseguindo obter o mínimo para
sobrevivência após a reintrodução dos lobos.
Vantagem dependente da frequência
Tem uma espécie de peixe na África que se alimenta
de escamas de um outro peixe. Para isso, ele tem a
boca torta para a direita ou para a esquerda, sendo que
isso é condicionado geneticamente. Quando esse
peixe começa a se alimentar das escamas da presa, a
presa tende a mudar o seu comportamento, mudando
de lado, o que faz com que o predador não consiga se
alimentar. Porém, como alguns têm a boca torta para
a esquerda e outros para a direita, quando a presa
muda para a direita, a população de boca torta para a
esquerda tende a desaparecer. Quando a presa muda
para a esquerda, a população com a boca torta para a
esquerda volta a crescer e a população com a boca
torta para a direita tende a desaparecer. Ou seja,
essa condição genética faz com que essa espécie
de peixe não seja extinta pela falta de alimento
quando a presa muda de comportamento.

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