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ANTIBIÓTICOS ANTIBIÓTICOS - são as substâncias químicas produzidas por microrganismos capazes de inibir o crescimento ou destruir bactérias e outros microrganismos. As bactérias podem ser: Bacteriostático – são os que inibem o crescimento e a reprodução bacteriana sem provocar sua morte imediata, sendo reversível o efeito, uma vez retirada a droga. Ex: Macrolídeos, Linezolida e Lincosaminas Bactericida - são aqueles capazes de matar ou lesar irreversivelmente as bactérias. Ex: Beta-lactâmicos, Aminoglicosídeos, Glicopeptídeos, Quinolonas. Classificação de acordo com mecanismo de ação: 1. Biossíntese da parede celular; 2. Síntese Protéica; 3. Biossíntese de ácidos nucléicos (RNA e DNA); 4. Metabolismo do ácido fólico e alterações na permeabilidade da membrana celular. Foco Clínico Marisa, uma mulher de 52 anos, sofria de fortes dores abdominais, inchaço dos gânglios linfáticos, fadiga e febre. Ela tinha acabado de voltar para casa depois de visitar uma família extensa em seu país natal, o Camboja. Enquanto estava no exterior, ela recebeu atendimento médico no vizinho Vietnã para uma medula espinhal comprimida. Ela ainda sentia desconforto ao deixar o Camboja, mas a dor aumentou à medida que sua viagem para casa continuou e seu marido a levou direto do aeroporto para a sala de emergência. Seu médico considera se Marisa pode estar sofrendo de apendicite, infecção do trato urinário (ITU) ou doença inflamatória pélvica (DIP). No entanto, cada uma dessas condições é normalmente precedida ou acompanhada por sintomas adicionais. Ele considera o tratamento que ela recebeu no Vietnã para a medula espinhal comprimida, mas a dor abdominal geralmente não está associada à compressão da medula espinhal. Ele examina mais detalhadamente seu histórico de saúde. • Que tipo de infecção ou outra condição pode ser responsável? • Que tipo de exames de laboratório o médico pode prescrever? Cultura + antibiograma No primeiro momento tratar com um antibiótico de amplo espectro ESPECTRO DE ATIVIDADE Espectro estreito – tem como alvo apenas subconjuntos específicos de patógenos bacterianos Amplo espectro – tem como alvo uma ampla variedade de patógenos bacteriano O uso de antimicrobianos de amplo espectro pode levar ao desenvolvimento de uma superinfecção. O espectro de atividade de um medicamento antibacteriano está relacionado à diversidade de bactérias alvo. Um antimicrobiano de espectro estreito tem como alvo apenas subconjuntos específicos de patógenos bacterianos. Por exemplo, alguns medicamentos de espectro estreito têm como alvo apenas bactérias gram-positivas, enquanto outros têm como alvo apenas bactérias gram-negativas. Se o patógeno que causa a infecção for identificado, é melhor usar um antimicrobiano de espectro estreito e minimizar os danos colaterais à microbiota normal. Um antimicrobiano de amplo espectro tem como alvo uma ampla variedade de patógenos bacterianos, incluindo espécies gram-positivas e gram- negativas, e é frequentemente usado como terapia empírica para cobrir uma ampla gama de patógenos potenciais enquanto espera pela identificação laboratorial do patógeno infectante. Antimicrobianos de amplo espectro também são usados para infecções polimicrobianas (infecção mista com múltiplas espécies bacterianas) ou como prevenção profilática de infecções com cirurgia / procedimentos invasivos. Finalmente, antimicrobianos de amplo espectro podem ser selecionados para tratar uma infecção quando um medicamento de espectro estreito falha devido ao desenvolvimento de resistência ao medicamento pelo patógeno alvo. O risco associado ao uso de antimicrobianos de amplo espectro é que eles também atingirão um amplo espectro da microbiota normal, aumentando o risco de uma superinfecção , uma infecção secundária em um paciente com uma infecção preexistente. Uma superinfecção se desenvolve quando o antibacteriano destinado à infecção preexistente mata a microbiota protetora, permitindo que outro patógeno resistente ao antibacteriano se prolifere e cause uma infecção secundária. Exemplos comuns de superinfecções que se desenvolvem como resultado do uso de antimicrobianos incluem infecções por fungos (candidíase) e colite pseudomembranosa causada por Clostridium difficile, que pode ser fatal. INIBIDORES DA FUNÇÃO DE MEMBRANA/ INIBIDORES DA SÍNTESE DA PAREDE CELULAR BACTERIANA ✓ β-lactâmicos ✓ GLICOPEPTÍDEOS – inibidores da parede celular • Vancomicina - A vancomicina tem ação bactericida sobre microrganismos Gram-positivos. Sua ação resulta principalmente da inibição da biossíntese da parede celular, da alteração da permeabilidade da membrana citoplasmática e da síntese do RNA (ácido ribonucléico). - Não há resistência cruzada entre a vancomicina e outras classes de antibióticos. - Eficaz contra bactérias gram-positivas, sendo utilizada para Enterococos resistentes - Primeira escolha para tratamento de infecções causadas por Staphylococcus aureus e Staphylococcus epidermidis resistentes a meticilina. - Age nos gram-positivos aeróbicos: Difteroides Enterococos (Enterococcus faecalis) Estafilococos, incluindo Staphylococcus aureus e Staphylococcus epidermidis (incluindo cepas heterogêneas resistentes à meticilina), Streptococcus bovis e Estreptococos do grupo viridans - Impede a síntese de proteínas da membrana • Teicoplanina - Administrado por via intramuscular ou intravenosa - Ação mais prolongada que vancomicina ✓ Fosfomicina ✓ Bacitracina ✓ POLIMIXINA • Polimixina B e polimixina E (colistina) - são lipofílicos com propriedades semelhantes a detergentes e interagem com o componente lipopolissacarídeo da membrana externa das bactérias gram-negativas, rompendo suas membranas externa e interna e matando as células bacterianas. • Perda eletrolítica • As polimixinas são ativas contra uma grande variedade de bacilos gram-negativos (incluindo P. aeruginosa e Acinetobacter spp.) incluindo muitas espécies de enterobactérias (como E. coli e Klebsiella spp.) e bacilos não- fermentadores. • Desta forma, as polimixinas têm sido utilizadas na prática clínica no tratamento de infecções graves por bacilos gram-negativos multirressitentes como P. aeruginosa e A. baumannii, principalmente, no tratamento de pneumonias associadas à assistência à saúde, infecções da corrente sanguínea relacionadas a cateteres, nas infecções do sítio cirúrgico e nas infecções do trato urinário. • Nefrotóxico e hepatotóxico ✓ DAPTOMICINA • Ação sobre bactérias gram positivas • A principal indicação clínica deste antimicrobiano é o conjunto das infecções causadas por estafilococos resistentes à oxacilina e os enterococos. • Mostra-se potente, também, contra bactérias resistentes à vancomicina e linezolida. • Apesar de apresentar excelente atividade in vitro contra pneumococo, a daptomicina é inativada pelo surfactante pulmonar, não podendo dessa maneira ser utilizada no tratamento de pneumonia. • Não são seletivas para membranas bacterianas • Nefrotóxico e hepatotóxico • Modo de ação: liga-se à membrana celular via inserção dependente de CÁLCIO da cauda lipídica. Isso causa uma despolarização rápida, mas fazendo com que o K + deixe a célula. resulta em morte celular rápida Formação de poros, primeiro o cálcio e magnésio tem sua saída abrupta do espaço intracelular, gerando uma depolarização e uma perda de eletrólitos INIBIDORES DA SÍNTESE DE PROTEÍNAS Esses medicamentos inibem a síntese proteica bacteriana ao se ligarem e interferirem nos ribossomas. A maioria é bacteriostática, porém alguns são bactericidas contra determindaos organismos. Em virtude do uso excessivo, é comum a resistência à tetraciclina e a macrolídeos. Inibidores da síntese (subunidade 30S)✓ AMINOGLICOSÍDEOS • Esses antibióticos ligam-se à subunidade 30S do ribossomo, inibindo assim a síntese proteica da bactéria. • São poucos absorvidos por via oral, mas são bem absorvidos por peritônio, cavidade pleural, articulações (e nunca devem ser instilados nestas cavidades) e pele lesionada. • Bactericida • São antimicrobianos usados principalmente no tratamento de pacientes com infecções graves causadas por bactérias gram-negativas aeróbias • São ineficazes contra anaeróbios Amicacina Estreptomicina Neomicina Gentamicina Tobramicina • Mecanismo de ação dos Aminoglicosídeos (Bactericida) ✓ TETRACICLINAS São antibióticos bacteriostáticos que se ligam à subunidade 30S do ribossomo, inibindo desta forma a síntese proteica bacteriana. Podem ser utilizadas no tratamento de infecções causadas por clamídias, riquétsias, cólera, brucelose e actinomicose. São alternativas no tratamento de infecções causadas por Mycoplasma pneumoniae, Neisseria gonorrhoeae, Haemophilus ducreyi, Treponema pallidum e em pacientes com traqueobronquites e sinusites. Mecanismo de ação dos Tetraciclinas (Bacteriostática) - Inibidores da síntese (subunidade 30S) Tetraciclinas se ligam a um sítio na subunidade 30S do ribossomo bacteriano impedindo a ligação do aminoacil-t-RNA no sítio A do ribossomo, a adição de aminoácidos e, consequentemente, impedindo a síntese protéica Exemplos de tetraciclinas: Demeclociclina; Doxiciclina; Minociclina; Tetraciclina ✓ GLICILCICLINAS tigeciclina - A tigeciclina, um derivado da tetraciclina minociclina, e o primeiro antibiótico de glicilciclina disponível. https://www.msdmanuals.com/pt/profissional/doen%C3%A7as-infecciosas/bact%C3%A9rias-e-f%C3%A1rmacos-antibacterianos/vis%C3%A3o-geral-dos-antibacterianos https://www.msdmanuals.com/pt/profissional/doen%C3%A7as-infecciosas/bact%C3%A9rias-e-f%C3%A1rmacos-antibacterianos/vis%C3%A3o-geral-dos-antibacterianos - Tem amplo espectro de atividade contra patógenos gram- positivos multirresistentes, alguns microrganismos gram- negativos e anaeróbios. - A tigeciclina é eficaz contra várias bactérias resistentes, inclusive as resistentes às tetraciclinas. - É indicada no tratamento de infecções complicadas de pele e tecidos moles, bem como infecções intra- abdominais complicadas. - É ativa contra bactérias Gram-positivas (Staphylococcus aureus sensíveis e resistentes à meticilina, Streptococcus pneumoniae com sensibilidade reduzida à penicilina, Enterococcus faecalis sensíveis à vancomicina, E. faecium resistentes à vancomicina e Listeria spp - É ativa contra bactérias Gram-negativas, como Acinetobacter baumannii multirresistente, o Stenotrophomonas maltophilia, Haemophilus influenzae e a maioria das Enterobacteriaceae (incluindo algumas cepas produtoras de betalactamases de amplo espectro [ESBL] e outras cepas resistentes aos carbapenêmicos com base na produção de carbapenemase ou metalobetalactamase) - Contra patógenos respiratórios atípicos (Chlamidiae, Mycoplasma spp.), Mycobacterium abscessus, M. fortuitum e anaeróbios, como Bacteroides fragilis, Clostridium perfringens e Clostridioides difficile (antigo Clostridium difficile).. - Inibe a síntese da proteína pela ligação à subunidade 30S do ribossomo. - Bacteriostática Inibidores da síntese (subunidade 50S) ✓ MACROLÍDEOS Os macrolídeos são ativos contra: - Cocos Gram-positivos aeróbios e anaeróbios; porém, a maioria dos enterocococos, muitas cepas de Staphylococcus aureus (especialmente meticilina- resistentes), alguns Streptococcus pneumoniae e cepas de S. pyogenes são resistentes - Mycoplasma pneumoniae - Chlamydia trachomatis - Chlamydophila pneumoniae - Legionella sp - Corynebacterium diphtheriae - Campylobacter sp - Treponema pallidum - Propionibacterium acnes - Borrelia burgdorferi • Exemplos de macrolídeos: Azitromicina; Claritromicina; Eritromicina; Telitromicina (Cetolídeo) Mecanismo de ação dos Macrolídeos - Inibidores da síntese (subunidade 50S) • Os macrolídeos (eritromicina, azitromicina, claritromicina) • São drogas bacteriostáticas de amplo espectro que bloqueiam o alongamento das proteínas ao inibir a formação de ligações peptídicas entre combinações específicas de aminoácidos. • Impedem a transpeptidação e translocação. OXAZOLIDINONAS A linezolida e Tedizolida representam a classe de antimicrobianos sintéticos conhecidos como oxazolidinonas. Possui excelente atividade contra cocos gram-positivos. Não apresenta atividade contra bactérias gram-negativas. Modo de Ação: bloqueio da formação do complexo de iniciação (complexo 70S) – bacteriostático. https://www.msdmanuals.com/pt/profissional/doen%C3%A7as-infecciosas/bacilos-gram-positivos/listeriose https://www.msdmanuals.com/pt/profissional/doen%C3%A7as-infecciosas/cocos-gram-positivos/infec%C3%A7%C3%B5es-estafiloc%C3%B3cicas https://www.msdmanuals.com/pt/profissional/doen%C3%A7as-infecciosas/cocos-gram-positivos/infec%C3%A7%C3%B5es-estreptoc%C3%B3cicas https://www.msdmanuals.com/pt/profissional/doen%C3%A7as-infecciosas/clam%C3%ADdias-e-micoplasmas/micoplasmas https://www.msdmanuals.com/pt/profissional/doen%C3%A7as-infecciosas/clam%C3%ADdias-e-micoplasmas/clam%C3%ADdias https://www.msdmanuals.com/pt/profissional/doen%C3%A7as-infecciosas/bacilos-gram-negativos/infec%C3%A7%C3%B5es-por-legionella https://www.msdmanuals.com/pt/profissional/doen%C3%A7as-infecciosas/bacilos-gram-positivos/difteria https://www.msdmanuals.com/pt/profissional/doen%C3%A7as-infecciosas/bacilos-gram-negativos/campylobacter-e-infec%C3%A7%C3%B5es-relacionadas https://www.msdmanuals.com/pt/profissional/doen%C3%A7as-infecciosas/doen%C3%A7as-sexualmente-transmiss%C3%ADveis-dsts/s%C3%ADfilis https://www.msdmanuals.com/pt/profissional/doen%C3%A7as-infecciosas/espiroquetas/doen%C3%A7a-de-lyme Linezolida • A linezolida é um antibiótico de oxazolidinona que tem atividade contra: • Estreptococos • Enterococos, incluindo enterococos resistentes à vancomicina (VRE) • Estafilococos, incluindo S. aureus resistente à meticilina (MRSA) e outras cepas resistentes a outras classes de antibióticos • Micobactérias • Anaeróbios,como Fusobacterium, Prevotella, Porphyromon as e Bacteroides spp Tedizolida • Tedizolida é um antibiótico da classe das oxazolidinonas com espectro de atividade semelhante ao da linezolida, embora possa ter atividade contra alguns cocos Gram- positivos resistentes à linezolida. INIBIDORES DA SÍNTESE DE ÁCIDOS NUCLÉICOS As rifamicinas são antibióticos bactericidas; e inibem o DNA bacteriano dependente da RNA-polimerase, suprimindo a síntese de RNA. As fluoroquinolonas exibem atividade bactericida proporcional à concentração por meio da inibição da atividade da DNA-girase e da topoisomerase, enzimas essenciais para a replicação do DNA bacteriano. Dividido em dois grupos: Grupo mais antigo: ciprofloxacino, norfloxacino e ofloxacino Ciprofloxacino é um antibiótico de amplo espectro, indicado para o tratamento de vários tipos de infecções, como bronquite, sinusite, prostatite ou gonorreia, por exemplo Grupo mais recente: delafloxacino, gemifloxacino, levofloxacino e moxifloxacino Modo de ação da Rifamicina e Ciprofloxacina Inibem a atividade da DNA girase ou topoisomerase II – DNA descompactado e Síntese proteica descontrolada (morte da célula) INDICAÇÕES CLÍNICAS DAS QUINOLONAS I. Trato genito-urinário II. Trato gastrintestinal III. Trato respiratório IV. Osteomielites V. Partes moles VI. Ação contra microbactérias INIBIDORES DAS VIAS METABÓLICAS (ÁCIDO FÓLICO) Os microrganismos também precisam do ácido fólico para crescer ou reproduzir, sintetizando o folato a partir do PABA (ácido p-aminobenzóico), da pteridina e do glutamato. (Enquanto o organismo humano não tem a capacidade de sintetizar o ácidofólico, devendo captar o folato pré-formado na forma de vitamina da dieta). Os antibióticos antagonistas de folato são considerados bacteriostáticos, e, inibem a síntese do ácido fólico, constituindo, principalmente, os seguintes antibióticos: sulfonamidas e trimetoprima. O Sulfametoxazol-Trimetoprima é uma combinação sinérgica que bloqueia a produção de ácido fólico e a síntese de ácido folínico. O sulfametoxazol é comumente empregado em associação com o trimetoprim, uma diamino- pirimidina, associação mais conhecida como cotrimoxazol. O efeito das duas drogas é sinérgico, pois atuam em passos diferentes da síntese do ácido tetra-hidrofólico (folínico), necessária para a síntese dos ácidos nucléicos. O sulfametoxazol inibe um passo intermediário da reação e o trimetoprim a formação do metabólito ativo do ácido tetra-hidrofólico no final do processo. Cotrimoxaxol O cotrimoxaxol é indicado nas infecções do trato urinário, altas e baixas, uretrites e prostatites agudas ou crônicas. É utilizado no tratamento de otite média, sinusite e exacerbação aguda de bronquite crônica como alternativa para pacientes alérgicos aos ß-lactâmicos. ✓ ISONIAZIDA • A isoniazida é utilizada para tratamento de todos os tipos de tuberculose, sendo empregada simultaneamente com outros fármacos. • É sempre incluída em todos os esquemas terapêuticos, a não ser que haja contra-indicação ou resistência ao medicamento. • Devido à resistência, a droga deve ser sempre associada a outros tuberculostáticos. https://www.msdmanuals.com/pt/profissional/doen%C3%A7as-infecciosas/cocos-gram-positivos/infec%C3%A7%C3%B5es-estreptoc%C3%B3cicas https://www.msdmanuals.com/pt/profissional/doen%C3%A7as-infecciosas/cocos-gram-positivos/infec%C3%A7%C3%B5es-por-enterococos https://www.msdmanuals.com/pt/profissional/doen%C3%A7as-infecciosas/cocos-gram-positivos/infec%C3%A7%C3%B5es-estafiloc%C3%B3cicas https://www.msdmanuals.com/pt/profissional/doen%C3%A7as-infecciosas/micobact%C3%A9rias/tuberculose-tb https://www.msdmanuals.com/pt/profissional/doen%C3%A7as-infecciosas/bact%C3%A9rias-anaer%C3%B3bias/vis%C3%A3o-geral-das-bact%C3%A9rias-anaer%C3%B3bias https://www.msdmanuals.com/pt/profissional/doen%C3%A7as-infecciosas/bact%C3%A9rias-e-f%C3%A1rmacos-antibacterianos/vis%C3%A3o-geral-dos-antibacterianos https://www.msdmanuals.com/pt/profissional/doen%C3%A7as-infecciosas/bact%C3%A9rias-e-f%C3%A1rmacos-antibacterianos/vis%C3%A3o-geral-dos-antibacterianos#v39350938_pt https://www.msdmanuals.com/pt/profissional/doen%C3%A7as-infecciosas/bact%C3%A9rias-e-f%C3%A1rmacos-antibacterianos/vis%C3%A3o-geral-dos-antibacterianos#v39350938_pt • Tratamento de primeira linha de tuberculose para tuberculose sensível a medicamentos Foco clínico Lendo detalhadamente o histórico de saúde de Marisa, a médica percebeu que, durante sua hospitalização no Vietnã, ela foi cateterizada e recebeu os antimicrobianos ceftazidima e metronidazol . Ao saber disso, o médico pediu uma tomografia computadorizada do abdômen de Marisa para descartar apendicite; o médico também solicitou exames de sangue para ver se ela tinha uma contagem elevada de leucócitos e solicitou um exame de urina e cultura de urina para verificar a presença de leucócitos, hemácias e bactérias. A amostra de urina de Marisa deu positivo para a presença de bactérias, indicando infecção do trato urinário (ITU). O médico prescreveu ciprofloxacina. Nesse ínterim, sua urina foi cultivada para cultivar a bactéria para testes adicionais. Que tipos de antimicrobianos são normalmente prescritos para ITU? As quinolonas e fluoroquinolonas são fármacos bactericidas muito utilizados no tratamento de infecções do trato urinário e também no tratamento de infecções causadas por micro- organismos resistentes aos agentes antibacterianos mais usuais. Infelizmente, a infecção do trato urinário de Marisa não se resolveu com o tratamento com ciprofloxacina. Os exames laboratoriais mostraram que sua infecção foi causada por uma cepa de Klebsiella pneumoniae com resistência antimicrobiana significativa. O perfil de resistência deste K. pneumoniae incluiu resistência à classe de antibacterianos carbapenem , um grupo de β- lactamas que é tipicamente reservado para o tratamento de bactérias altamente resistentes. K. pneumoniae é um bastão gram-negativo oportunista, encapsulado, que pode ser um membro da microbiota normal do trato intestinal, mas também pode causar uma série de doenças, incluindo pneumonia e ITUs. Testes laboratoriais específicos para a produção de carbapenemase foram realizados nas amostras de Marisa e deram positivo. Com base neste resultado, em combinação com seu histórico de saúde, suspeitou-se da produção de uma carbapenemase conhecida como New Delhi Metallo-β- lactamase (NDM). Embora a origem da carbapenemase NDM não seja completamente conhecida, muitos pacientes infectados com cepas contendo NDM têm histórias de viagens envolvendo hospitalizações na Índia ou países vizinhos. Como os médicos determinariam quais tipos de medicamentos antimicrobianos devem ser administrados? Como regra, o dignóstico de infecção deve ser embasado em resultados clínicos, epidemiológicos e laboratoriais. Em muitas doenças infecciosas o quadro clínico e os dados epidemiológicos permitem a presunção da etiologia com grande margem de certeza. Por exemplo, sarampo, caxumba, erizipela, pneumonia pneumocócica. Em outras circunstâncias é importante a identificação do agente etiológico e de sua sensibilidade aos antimicrobianos por meio de exames laboratoriais. Por exemplo, pielonefrite, peritonite, sepsi. RESOLUÇÃO A ITU de Marisa foi provavelmente causada pelos cateterismos que ela fez no Vietnã. A maioria das bactérias que causam ITUs são membros da microbiota intestinal normal, mas podem causar infecções quando introduzidas no trato urinário, como pode ter ocorrido quando o cateter foi inserido. Alternativamente, se o próprio cateter não fosse estéril, bactérias em sua superfície poderiam ter sido introduzidas no corpo de Marisa. A terapia antimicrobiana que Marisa recebeu no Camboja também pode ter sido um fator complicador, pois pode ter selecionado cepas resistentes a antimicrobianos já presentes em seu corpo. Essas bactérias já teriam contido genes de resistência antimicrobiana, sejam adquiridos por mutação espontânea ou por transferência gênica horizontal e, portanto, teve a melhor vantagem evolutiva para adaptação e crescimento na presença da terapia antimicrobiana. Como resultado, uma dessas cepas resistentes pode ter sido posteriormente introduzida em seu trato urinário. Testes de laboratório no CDC confirmaram que a cepa de Klebsiella pneumoniae da amostra de urina de Marisa foi positiva para a presença de NDM, uma carbapenemase muito ativa que está começando a surgir como um novo problema na resistência antimicrobiana. Embora as cepas NDM-positivas sejam resistentes a uma ampla gama de antimicrobianos, elas mostraram suscetibilidade à tigeciclina (estruturalmente relacionada à tetraciclina) e às polimixinas B e E ( colistina ). Para evitar que a infecção se propagasse, Marisa foi isolada dos outros pacientes em uma sala separada. Todos os funcionários do hospital que interagiram com ela foram aconselhados a seguir protocolos rígidos para evitar a contaminação de superfícies e equipamentos. Isso inclui práticas especialmente rigorosas de higiene das mãos e desinfecção cuidadosa de todos os itens que entram em contato com ela. A infecção de Marisa finalmente respondeu à tigeciclina e acabou curando. Ela recebeu alta algumas semanas após a internação e uma amostra de fezes de acompanhamento mostrou que suas fezes estavam livres de K. pneumoniae contendo NDM , o que significa que ela não estava mais abrigando a bactéria altamente resistente.
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