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Direito Penal - Roubo

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ROUBO
Art. 157, caput, CP: roubo simples (próprio)
§1º: roubo simples (impróprio)
§2º: roubo majorado (alterado pelas Leis 13.654/18 e 13.964/19)
§2º-A: roubo majorado (incluído pela Lei 13.654/18)
§2º-B: roubo majorado (incluído pela Lei 13.964/19)
§3º: roubo qualificado (alterado pelas Leis 13.654/18 e 13.964/19).
Art. 157, CP – Roubo
Bem jurídico tutelado: é o patrimônio e a incolumidade pessoal do indivíduo.
Crime complexo: nasce da fusão do furto + o delito de constrangimento ilegal. Art. 155 + art. 146 = art. 157.
Sujeito ativo: é um crime comum, qualquer pessoa pode praticar, com exceção do proprietário, pois exige subtração de coisa alheia. O proprietário que subtrai coisa sua em posse de terceiro, pode responder eventualmente por exercício arbitrário das próprias razões.
Sujeito passivo: qualquer pessoa. Pode ser alguém que não seja proprietário da coisa, mas sofreu a violência ou grave ameaça. Exemplo: roubo a um posto de gasolina, em que o agente agride o frentista e ameaça um cliente para roubar o posto. Obs.: as vítimas não são computadas como testemunhas. Então é possível o arrolamento de 8 testemunhas mais as vítimas.
Condutas: Art. 157, caput, do CP – roubo simples próprio: “subtrair coisa móvel alheia, para si ou para outrem, mediante grave ameaça ou violência a pessoa, ou depois de havê-la, por qualquer meio, reduzido à impossibilidade de resistência: Pena – reclusão, de quatro a dez anos, e multa”.
§1º - roubo impróprio ou por aproximação: “Na mesma pena incorre quem, logo depois de subtraída a coisa, emprega violência contra pessoa ou grave ameaça, a fim de assegurar a impunidade do crime ou a detenção da coisa para si ou para terceiro”.
O roubo impróprio nada mais é um furto que se transforma em furto por conta das circunstâncias.
No roubo próprio o antecedente é o uso da violência física, grave ameaça ou qualquer outro meio, que é a violência imprópria, como, por exemplo, o uso de psicotrópicos, “boa noite Cinderela”. Assim, é possível a violência imprópria no roubo próprio. O subsequente é a subtração. No roubo impróprio o antecedente é a subtração e o subsequente é a violência física e a grave ameaça. Existe o prévio apoderamento, o agente começa subtraindo, e depois que o agente se apodera ele emprega violência física ou grave ameaça para assegurar a detenção da coisa ou da impunidade. Não existe qualquer outro meio, não existe violência imprópria no roubo impróprio. No roubo impróprio, é imprescindível o prévio apoderamento.
Situações:
1. Fulano, ameaçando Beltrano de morte, subtrai sua motocicleta: roubo próprio.
2. Fulano entrou na casa de Beltrano para subtrair sua TV. Quando deixava o imóvel com o aparelho, foi surpreendido por Beltrano. Fulano agrediu Beltrano para assegurar a detenção da coisa: roubo impróprio.
3. Fulano entrou na casa de Beltrano para subtrair sua TV. No entanto, antes de se apoderar do objeto visado, foi surpreendido por Beltrano. Fulano emprega violência para assegurar sua fuga, provocando em Beltrano lesões graves: tentativa de furto em concurso material com lesão corporal grave. Art. 155 c/c art. 14, II, c/c art. 129, §1º, todos do CP.
Voluntariedade: o crime é punido a título de dolo + o fim especial. No caput, o fim especial é obter a coisa para si ou para outrem. No §1º o fim especial é assegurar a impunidade do crime ou a detenção da coisa para si ou para terceiro.
Consumação: Roubo próprio: Súmula 582 do STJ, seguida pelo STF: “consuma-se o crime de roubo com a inversão da posse do bem mediante emprego de violência ou grave ameaça, ainda que por breve tempo e em seguida à perseguição imediata ao agente e recuperação da coisa roubada, sendo prescindível a posse mansa e pacífica ou desvigiada”. Teoria da Amotio.
Tentativa: é possível. O agente emprega violência ou grave ameaça, mas não consegue se apoderar da coisa por circunstâncias alheias à sua própria vontade.
Roubo impróprio: 
Consumação: consuma-se com o apoderamento seguido de violência ou grave ameaça.
Tentativa: no roubo impróprio, existe indisfarçável controvérsia. Uma primeira corrente diz que não admite tentativa. A segunda corrente discorda, afirmando que é perfeitamente possível a tentativa, quando o agente subtrai a coisa, mas não consegue aplicar a violência ou grave ameaça por circunstância alheias a sua vontade. Prevalece, entretanto, a primeira corrente, de que o roubo impróprio não admite tentativa.
# É possível o roubo de uso? Há doutrina que diz que não há roubo, pois o animus de uso exclui o furto que integra o roubo. No roubo de uso, o agente deve responder somente por constrangimento ilegal. É a tese adotada por Rogério Greco, mas não é a que prevalece. A tese que prevalece é a que o roubo de uso é crime de roubo, pois, diferentemente do furto de uso, o animus de uso não exclui o delito do art. 157. Também prevalece ser incabível o princípio da insignificância no crime de roubo.
Roubo Majorado - §2º - causas de aumento do roubo
Art. 157, §2º, CP: A pena aumenta-se de um terço até a metade:
I – se pela violência ou ameaça é exercida com emprego de arma – foi revogado pela lei 13.654/18.
II – se há concurso de duas ou mais pessoas;
III – se a vítima está em serviço de transporte de valores e o agente conhece tal circunstância;
IV – se a subtração for de veículo automotor que venha a ser transportado para outro Estado ou para o exterior;
V – se o agente mantém a vítima em seu poder, restringindo sua liberdade.
VI – se a subtração for de substâncias explosivas ou de acessórios que, conjunta ou isoladamente, possibilitem sua fabricação, montagem ou emprego – incluído pela Lei 13.654/18.
VII – se a violência ou grave ameaça é exercida com emprego de arma branca – incluído pela Lei 13.964/19.
Veja-se que o emprego de arma foi excluído da majorante do inciso I para ser colocado como uma qualificadora no §2º-A. Da mesma forma, o emprego de arma branca havia sido retirado da majorante, pela lei de 2018, para ser utilizada como circunstância judicial na fixação da pena base, mas, posteriormente, foi incluída novamente como majorante, pela lei de 2019, o pacote anticrime.
Roubo com emprego de arma
Arma branca: aplica-se o art. 157, §2º, VII – a pena é aumentada de um terço até a metade.
Arma de fogo de uso permitido: o aumento é fixo, não é variável. O aumento é de 2/3 – art. 2º-A: I – se a violência ou ameaça é exercida com emprego de arma de fogo; II – se há destruição ou rompimento de obstáculo mediante o emprego de explosivo ou de artefato análogo que cause perigo comum (não é crime hediondo, diferentemente do furto cometido nessas circunstâncias).
Arma de fogo de uso restrito ou proibido: §2º-B: aplica-se a pena do caput em dobro, ou seja, a pena passa a ser de 8 a 20 anos.
Assim:
Arma branca: aumenta de 1/3 até 1/2
Arma de fogo de uso permitido: aumento de 2/3
Arma de fogo de uso restrito: aumento em dobro.
Obs.: roubo com arma de branca não é hediondo.
O conceito de arma branca se dá por exclusão, sendo qualquer instrumento que não se ajusta ao conceito de arma de fogo, mas que serve ao ataque ou defesa. Não é só faca, espada etc., pode ser pedaço de madeira, lâmina de barbear etc.
Súmula 443 do STJ: “O aumento na terceira fase de aplicação da pena no crime de roubo circunstanciado exige fundamentação concreta, não sendo suficiente para a sua exasperação a mera indicação do número de majorantes”. – Em relação ao §2º - “a pena aumenta de um terço até a metade”.
§3º - Se da violência resulta:
I – lesão corporal grave, a pena é de reclusão de 7 a 18 anos;
II – morte, a pena é de reclusão de 20 a 30 anos e multa.
O §3º inteiro é crime hediondo, conforme redação da Lei 13.964/19 – Pacote anticrime.
Lembrando: a finalidade do agente é atacar o patrimônio da vítima. Assim, não se pode imaginar que o crime, ainda que qualificado pela morte, vá ser julgado pelo Tribunal do Júri. Não é crime contra a vida, mesmo que resulte em morte.
Obs. 1: roubo qualificado pela lesão grave ou pela morte – crime hediondo.
Obs. 2: os resultados qualificadores podem ser fruto de dolo ou culpa.Obs. 3: os resultados devem ser fruto de violência, não abrangendo a grave ameaça.
Obs. 4: a violência deve ser empregada: a) durante o assalto (fato tempo); b) em decorrência do assalto (fator nexo).
# Fulano, dias depois de assaltar um posto de gasolina, percebe que foi reconhecido por um frentista. Buscando assegurar sua impunidade, Fulano mata o frentista. Fulano praticou qual crime? Roubo (art. 157) + homicídio com o intuito de assegurar impunidade de crime (art. 121, §2º, V) em concurso material pelo nexo entre as condutas. Não será latrocínio porque, apesar da violência ter decorrido do assalto, não ocorreu durante o assalto, faltando o fator tempo.
Obs. 5: prevalece não incidir no §3º as majorantes dos parágrafos anteriores. O juiz vai considerar as circunstâncias dos parágrafos anteriores na fixação da pena base. Assim, se o roubo é qualificado, o juiz vai considerar as majorantes na fixação da pena base.
Latrocínio – roubo qualificado pela morte
É crime contra patrimônio. A subtração é o alvo, a morte é o meio. Súmula 603 do STF: “A competência para o processo e julgamento de latrocínio é do juiz singular e não do tribunal do júri”.
Obs. 1: Assaltante que mata o outro para ficar com o proveito do crime responde por latrocínio? Não responde, pois o assaltante que morreu não tinha a posse legítima da coisa, de modo que o direito não tutela esse patrimônio, que é ilícito. Assim, pode-se falar de delito contra a vida do outro assaltante – homicídio.
Obs. 2: Assaltante que, por erro na execução, mata comparsa? Aplica-se o art. 73 do CP, considerando-se a vítima pretendida, podendo-se considerar o latrocínio.
Obs. 3: Pluralidade de mortes numa só subtração? 1ª C: entende que a pluralidade de mortes não desnatura a unidade do crime. O crime continua um só, o juiz vai considerar a pluralidade de mortes na fixação da pena base. 2ª C: entende que a pluralidade de mortes configura concurso formal de crimes. O STJ já decidiu nesse sentido. Cada morte é um crime e as várias mortes serão consideradas dentro de um concurso formal de crime.
Obs. 4: Consumação: o latrocínio será consumado ou tentado de acordo com o que ocorrer com a vida da vítima, independentemente do que acontecer com a subtração.
	SUBTRAÇÃO
	MORTE
	LATROCÍNIO
	Consumada
	Consumada
	Consumado
	Tentada
	Tentada
	Tentado
	Consumada
	Tentada
	Tentado
	Tentada
	Consumada
	Consumado – Súmula 610 do STF: “Há crime de latrocínio, quando o homicídio se consuma, ainda que não se realize o agente a subtração de bens da vítima”
Rogério Greco critica essa súmula, falando que ela ignora o conceito de consumação, pois o art. 14 do CP diz que se consuma o crime quando reunidos todos os elementos de sua definição legal, então como poderia se falar em latrocínio consumado sem a subtração?

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