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FACULDADE PADRÃO DIREITO PREVIDENCIÁRIO Professora: Ludmila Pinheiro Fontes GOIÂNIA / 2021 INTRODUÇÃO A partir de hoje vamos juntos estudar o Direito Previdenciário. E para isso iremos passear por tudo que engloba a Seguridade Social, onde o Direito Previdenciártio está inserido. Para isso, iremos transcorrer pelo caminho histórico da Seguridade Social, os marcos que deram início à Saúde, Assistência Social e a Previdência Social. Iremos estudar a legislação pertinente; nossa Carta Magna e ainda as transformações ocorridas desde a promulgação da CRFB/88. Então vamos lá? 1. A SEGURIDADE SOCIAL. O Sistema de Seguridade Social foi introduzido no ordenamento brasileiro pela Constituição Federal de 1988. Sua previsão legal está contida no artigo 194 da CF, e é composto de: • Saúde; • Previdência Social; • Assistência Social. Então não vamos esquecer o tripé da Seguridade Social. O artigo 194 dispõe que a seguridade social compreende um conjunto integrado de ações de iniciativa dos Poderes Públicos e da sociedade, destinadas a assegurar os direitos relativos à saúde, à previdência e à assistência social Ludmila já falamos sobre onde a Seguridade Social se inicia no nosso ordenamento, “artigo 194 da Constituição Federal”, mas queremos saber sobre o que está intrínseco nesse seguridade, como a constituição federal chegou nesta definição de proteção. Ah, que ótimo, então vamos aprofundar... Olha nossa constituição federal nem é tão antiga assim; e sabemos que nem sempre, houve a preocupação efetiva com a proteção dos indivíduos quanto a seus infortúnios. Somente em tempos mais recentes, a partir do final do século XIX, a questão se tornou importante dentro da ordem jurídica dos Estados. A marcha evolutiva do sistema de proteção, desde a assistência prestada por caridade até o estágio em que se mostra como um direito subjetivo, garantido pelo Estado e pela sociedade a seus membros, é o reflexo de três formas distintas de solução do problema: a da beneficência entre pessoas; a da assistência pública; e a da previdência social, que culminou no ideal de seguridade social, ok? Embora seja recente na história do homem a concepção de proteção social aos riscos no trabalho, é certo que desde os tempos mais remotos e em qualquer lugar do mundo, as civilizações sempre tiveram em mente a preocupação com a insegurança natural dos seres humanos. Em períodos passados, anteriormente ao surgimento das primeiras leis de proteção social, a defesa do trabalhador quanto aos riscos no trabalho e perda da condição de subsistência se dava pela assistência caritativa individual ou pela reunião de pessoas. No período das corporações de ofício, na Idade Média Europeia, tem-se o aparecimento das guildas, entre cujos escopos estava também o de associação de assistência mútua. Porém, é somente com o desenvolvimento da sociedade industrial que vamos obter um salto considerável em matéria de proteção, com o reconhecimento de que a sociedade no seu todo deve ser solidária com seus incapacitados. Podemos citar alguns marcos históricos como as sociedades romanas e gregas da Antiguidade se encontram referências a associações de pessoas com o intuito de, mediante contribuição para um fundo comum, receberem socorro em caso de adversidades decorrentes da perda da capacidade laborativa. Agora sim, começamos a entender o objetivo da seguridade social, que abarca o infortuito, a capacidade laborativa, e o necessitado da assistencia social. Então essa seguridade social nada mais é do que uma proteção social, sendo um conjunto de medidas de caráter social destinadas a atender certas necessidades individuais; mais especificamente, às necessidades individuais que, não atendidas, repercutem sobre os demais indivíduos e, em última análise, sobre a sociedade. Sim! Mas não para por aí! Um grande marco histórico, ocorreu na Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão, em 1789, que inscreve o princípio da Seguridade Social como direito subjetivo assegurado a todos. Tal acontecimento se deu por influência dos movimentos dos trabalhadores que deflagrou a ideia de previdencia social, pública, gerida pelo Estado, com participação de toda a sociedade. Com o desenvolvimento da sociedade industrial vai se obter um salto considerável em matéria de proteção social, com o reconhecimento de que a sociedade no seu todo deve ser solidária com seus integrantes. Mas agora vamos falar de um divisor de águas no mundo, onde se inicia de fato a Previdencia Social, ocorrida na segunda metade do século XIX até o início do século XX, ou seja, é um garnde marco mas ocorreu de forma gradual: os Estados da Europa, precursores da ideia de proteção estatal ao indivíduo vítima de infortúnios, estabeleceram, um sistema jurídico que garantiria aos trabalhadores normas de proteção em relação aos seus empregadores nas suas relações contratuais, e um seguro – mediante contribuição destes – que consistia no direito a uma renda em caso de perda da capacidade de trabalho, por velhice, doença ou invalidez, ou a pensão por morte, devida aos dependentes. Aí já não mais era uma política assistencialista. No nosso país as primeiras manifestações de preocupação com a necessidade de implantação de seguro social deram-se através das santas casas de misericórdia, como a de Santos (1543), montepios e sociedades beneficentes, todos de cunho mutualista e particular. O Código Comercial, de 1850, dispôs, no artigo 79, que os empregadores deveriam manter o pagamento dos salários dos empregados por três meses, no caso de ocorrência de acidentes imprevistos e inculpados. A carta de 1891 aludiu, pela primeira vez, à expressão aposentadoria para funcionários públicos, totalmente custeada pela nação. Em 1919, a lei nº 3.724 instituiu o seguro obrigatório de acidente do trabalho, bem como uma indenização a ser paga pelos empregadores, nesses casos. No entanto, considera-se o marco da previdência social no Brasil a lei Eloy Chaves, Decreto Legislativo nº 4.682, de 24/01/1923, que determinou a criação de caixas de aposentadoria e pensão para os empregados das empresas ferroviárias, impondo uma característica mantida até os dias atuais na administração da previdência pública: a administração colegiada, artigo 194, § único, VII, da CRFB/88. A Constituição Federal de 1988 trouxe-nos uma completa estruturação da previdência, saúde e assistência social, unificando esses conceitos sob a definição de “seguridade social”. A Constituição Federal de 1988 estabeleceu o sistema de Seguridade Social, como objetivo a ser alcançado pelo Estado brasileiro, atuando simultaneamente nas áreas da saúde, assistência social e previdência social, de modo que as contribuições sociais passaram a custear as ações do Estado nestas três áreas, e não mais somente no campo da Previdência Social. Porém, antes mesmo da promulgação da Constituição, já havia disposição legal que determinava a transferência de recursos da Previdência Social para o então Sistema Único Descentralizado de Saúde – SUDS, hoje Sistema Único de Saúde – SUS. O Regime Geral de Previdência Social – RGPS, nos termos da Constituição atual (art. 201), não abriga a totalidade da população economicamente ativa, mas somente aqueles que, mediante contribuição e nos termos da lei, fizerem jus aos benefícios, não sendo abrangidos por outros regimes específicos de seguro social. Ficaram excluídos do chamado Regime Geral de Previdência: os servidores públicos civis, regidos por sistema próprio de previdência; os militares; os membros do Poder Judiciárioe do Ministério Público; e os membros do Tribunal de Contas da União, todos por possuírem regime previdenciário próprio; e os que não contribuem para nenhum regime, por não estarem exercendo qualquer atividade. Garante-se que o benefício substitutivo do salário ou rendimento do trabalho não será inferior ao valor do salário mínimo (art. 201, § 2º). Os benefícios deverão, ainda, ser periodicamente reajustados, a fim de que seja preservado seu valor real, em caráter permanente, conforme critérios definidos na lei. Pelas ações na área de saúde, destinadas a oferecer uma política social com a finalidade de reduzir riscos de doenças e outros agravos, é responsável o SUS (art.198 da Constituição), de caráter descentralizado. O direito à saúde, que deve ser entendido como direito à assistência e tratamento gratuitos no campo da Medicina, é assegurado a toda a população, independentemente de contribuição social, para que se preste o devido atendimento, tendo atribuições no âmbito da repressão e prevenção de doenças, produção de medicamentos e outros insumos básicos, bem como ordenar a formação de recursos humanos na área de saúde, participar da política e execução das ações de saneamento básico, incrementar o desenvolvimento científico e tecnológico, exercer a vigilância sanitária e as políticas de saúde pública, além de auxiliar na proteção do meio ambiente (art. 200 da CF). Em termos de regramentos legais, ressalte-se a edição da Lei n. 8.689/1993, que extinguiu o INAMPS – autarquia federal, absorvida sua competência funcional pelo SUS (sem personalidade jurídica própria), este gerido pelo Conselho Nacional de Saúde, na órbita federal, e pelos colegiados criados junto às Secretarias Estaduais e Municipais de Saúde, na instâncias correspondentes. Cumpre ressaltar, ainda, que a Constituição prevê a prestação de serviços de saúde pela iniciativa privada, sem restrições (art. 199), podendo participar do SUS, de forma complementar, mediante contrato de direito público ou convênio (§ 1º), vedada a destinação de recursos públicos para auxílio ou subvenção de instituições privadas com fins lucrativos (§ 2º). No âmbito da Assistência Social, são assegurados, independentemente de contribuição à Seguridade Social, a proteção à família, à maternidade, à infância, à adolescência e à velhice; o amparo às crianças e aos adolescentes carentes; a promoção da integração ao mercado de trabalho; a habilitação e reabilitação profissional das pessoas portadoras de deficiência; e a renda mensal vitalícia – de um salário mínimo – à pessoa portadora de deficiência e ao idoso que comprovem não possuir meios de subsistência, por si ou por sua família (art. 203). É prestada por entidades e organizações sem fins lucrativos, no atendimento e assessoramento aos beneficiários da Seguridade Social, bem como pelos que atuam na defesa e garantia de seus direitos, segundo as normas fixadas pelo Conselho Nacional de Assistência Social – CNAS. A seguridade social está contida no artigo 6º da Constituição da República Federativa do Brasil; que relaciona a saúde, a previdência social, a proteção a maternidade e a infância a assistência aos desamparados. Vejamos que esses direitos, encontra-se no rol dos direitos fundamentais. Devemos saber que a competência para legislar sobre a seguridade social é privativa da união conforme preceitua o artigo 22, XXIII. A seguridade social compreende um conjunto integrado de ações de iniciativa dos poderes públicos e da sociedade, destinadas a assegurar os direitos relativos à saúde , à previdência social e à assistência social. Pessoal, fizemos um breve histórico mundial e ainda do nosso país sobre a seguridade social e podemos concluir então que o direito da seguridade social destina- se a atender às necessidades básicas do ser humano. O artigo 194 da CF federal conceitua a seguridade social, vamos fazer a leitura do referido artigo. Art. 194. A seguridade social compreende um conjunto integrado de ações de iniciativa dos Poderes Públicos e da sociedade, destinadas a assegurar os direitos relativos à saúde, à previdência e à assistência social. Parágrafo único. Compete ao Poder Público, nos termos da lei, organizar a seguridade social, com base nos seguintes objetivos: I - universalidade da cobertura e do atendimento; II - uniformidade e equivalência dos benefícios e serviços às populações urbanas e rurais; III - seletividade e distributividade na prestação dos benefícios e serviços; IV - irredutibilidade do valor dos benefícios; V - eqüidade na forma de participação no custeio; VI - diversidade da base de financiamento, identificando-se, em rubricas contábeis específicas para cada área, as receitas e as despesas vinculadas a ações de saúde, previdência e assistência social, preservado o caráter contributivo da previdência social; VII - caráter democrático e descentralizado da administração, mediante gestão quadripartite, com participação dos trabalhadores, dos empregadores, dos aposentados e do Governo nos órgãos colegiados. Vimos que a seguridade social é gênero de direitos sociais que compreende direitos à previdência social, saúde e assistência social. Agora vamos fixar, resolvendo um exercício? 1) A seguridade social, que compreende um conjunto integrado de ações, de iniciativa dos Poderes Públicos e da sociedade, é destinada a assegurar os direitos relativos a(à): a) desportos, à assistência social e à educação. b) saúde, à previdência e à assistência social. c) educação, à cultura e a desportos. d) cultura, à previdência e a desportos. e) saúde, à cultura e à educação. Vamos fazer outro? 2)Acerca da seguridade social e seus princípios, julgue o item a seguir. O princípio da universalidade de cobertura e do atendimento é próprio da previdência social, de maneira que não se aplica à saúde e à assistência social. (V) (F) 2. Lei e Regulamento do Custeio da Seguridade Social Conforme vimos, a Seguridade Social têm como objetivo prevenir que pessoas caiam na pobreza através de prover padrões de vida adequados, protegendo os indivíduos trabalhadores e as pessoas que deles dependem. A doutrina e os organismos ligados à pesquisa em matéria de seguridade social têm lançado suas luzes sobre a formação de modelos mais recentes de financiamento e distribuição de benefícios, superando a noção de uma só forma de custeio (baseada em contribuições exclusivamente, ou não) e de níveis de cobertura aos beneficiários, com o fito de atingir o objetivo da universalidade do atendimento àqueles que necessitam de proteção. A isto se costuma denominar de modelos construídos sobre mais de um “pilar”. Segundo o Relatório sobre a Seguridade Social de 2009 da Conferência Interamericana de Seguridade Social, a literatura sobre o tema sugere a formação de três pilares: o primeiro seria uma rede de seguridade ou pensão mínima para todos os cidadãos, financiada por impostos gerais; o segundo, um sistema de benefícios contributivo, voltado à atividade laborativa, financiado por contribuições sobre salários; e o terceiro, baseado na economia voluntária individual. O modelo brasileiro atual vai ao encontro a esta tendência, se observarmos que ao chamado “primeiro pilar” podemos associar as políticas de assistência social e saúde, ao “segundo pilar” os Regimes de Previdência Social – atualmente todos contributivos e em modelo de repartição simples –, e ao “terceiro pilar”, a Previdência Complementar Privada, em forma de capitalização. A Constituição estabelece, ainda, princípios específicos em relação ao custeio da Seguridade Social. O art. 195 da Constituição brasileira estabelece que a seguridade social será custeada por toda a sociedade, de forma direta e indireta,nos termos da lei, mediante recursos provenientes dos orçamentos da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios. Acrescenta-se a essa forma de custeio (disciplinado pela Lei n. 8.212/91 e regulamentado pelo Decreto n. 3.048/99) as seguintes contribuições: a) do empregador, da empresa e da entidade a ela equiparada na forma da lei, incidentes sobre a folha de salários e demais rendimentos do trabalho pagos ou creditados, a qualquer título, à pessoa física que lhe preste serviço, mesmo sem vínculo empregatício; a receita ou o faturamento; o lucro; b) do trabalhador e dos demais segurados da previdência social, podendo ser adotadas alíquotas progressivas de acordo com o valor do salário de contribuição, não incidindo contribuição sobre aposentadoria e pensão concedidas pelo Regime Geral de Previdência Social; c) sobre a receita de concursos de prognósticos; e d) do importador de bens ou serviços do exterior, ou de quem a lei a ele equiparar. Lei complementar federal poderá instituir outras fontes destinadas a garantir a manutenção ou expansão da seguridade social, além daquelas diretamente previstas na Constituição Federal. A Constituição estabelece que a receita da Seguridade Social constará de orçamento próprio, distinto daquele previsto para a União (art. 165, § 5º, III; art. 195, §§ 1º e 2º). O legislador constituinte originário pretendeu, com tal medida, evitar que houvesse sangria de recursos da Seguridade para despesas públicas que não as pertencentes às suas áreas de atuação. Nosso sistema previdenciário é pautado pela universalidade de atendimento, nenhuma pessoa que exerça trabalho remunerado pode ficar isenta de contribuir com parcela de seus ganhos, seja este trabalhador vinculado à iniciativa privada ou ao serviço público – uma vez que mesmo os servidores públicos contribuem para os chamados regimes próprios de previdência. Diante desta compulsoriedade, o indivíduo que tenha exercido atividade que o enquadrava como segurado obrigatório é sempre considerado devedor das contribuições que deveria ter feito, salvo na ocorrência de decadência, transferindo se tal responsabilidade à fonte pagadora quando a lei assim estabeleça. Vamos relembrar o artigo 195 da CF? Art. 195. A seguridade social será financiada por toda a sociedade, de forma direta e indireta, nos termos da lei, mediante recursos provenientes dos orçamentos da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, e das seguintes contribuições sociais: I - do empregador, da empresa e da entidade a ela equiparada na forma da lei, incidentes sobre: a) a folha de salários e demais rendimentos do trabalho pagos ou creditados, a qualquer título, à pessoa física que lhe preste serviço, mesmo sem vínculo empregatício; b) a receita ou o faturamento; c) o lucro; II - do trabalhador e dos demais segurados da previdência social, podendo ser adotadas alíquotas progressivas de acordo com o valor do salário de contribuição, não incidindo contribuição sobre aposentadoria e pensão concedidas pelo Regime Geral de Previdência Social; III - sobre a receita de concursos de prognósticos. Vamos pausar aqui rapidinho, para falarmos sobre essa forma de arrecadação... O Art. 26, da Lei 8.212/91 também trata dos concursos: Constitui receita da Seguridade Social a renda líquida dos concursos de prognósticos, excetuando-se os valores destinados ao Programa de Crédito Educativo. De acordo com o § 1º do art. 26 da lei 8212/91, são considerados concursos de prognósticos: “todos e quaisquer concursos de sorteios de números, loterias, apostas, inclusive as realizadas em reuniões hípicas, nos âmbitos federal, estadual, do Distrito Federal e municipal”. O art. 26 § 2º determina que a receita da Seguridade Social seja a renda líquida de tais concursos, assim considerada o total da arrecadação, deduzidos os valores destinados a pagamento de prêmios, impostos e despesas de administração, conforme for determinado na legislação específica. Entendido né?! Além de estar previsto na Constituição Federal, a lei 8.212 também dispõe sobre a arrecadação dos concursos de prognósticos. Agora voltaremos ao artigo 195 da CF: IV - do importador de bens ou serviços do exterior, ou de quem a lei a ele equiparar. § 1º As receitas dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios destinadas à seguridade social constarão dos respectivos orçamentos, não integrando o orçamento da União. § 2º A proposta de orçamento da seguridade social será elaborada de forma integrada pelos órgãos responsáveis pela saúde, previdência social e assistência social, tendo em vista as metas e prioridades estabelecidas na lei de diretrizes orçamentárias, assegurada a cada área a gestão de seus recursos. § 3º A pessoa jurídica em débito com o sistema da seguridade social, como estabelecido em lei, não poderá contratar com o Poder Público nem dele receber benefícios ou incentivos fiscais ou creditícios. § 4º A lei poderá instituir outras fontes destinadas a garantir a manutenção ou expansão da seguridade social, obedecido o disposto no art. 154, I. § 5º Nenhum benefício ou serviço da seguridade social poderá ser criado, majorado ou estendido sem a correspondente fonte de custeio total. § 6º As contribuições sociais de que trata este artigo só poderão ser exigidas após decorridos noventa dias da data da publicação da lei que as houver instituído ou modificado, não se lhes aplicando o disposto no art. 150, III, "b". § 7º São isentas de contribuição para a seguridade social as entidades beneficentes de assistência social que atendam às exigências estabelecidas em lei. § 8º O produtor, o parceiro, o meeiro e o arrendatário rurais e o pescador artesanal, bem como os respectivos cônjuges, que exerçam suas atividades em regime de economia familiar, sem empregados permanentes, contribuirão para a seguridade social mediante a aplicação de uma alíquota sobre o resultado da comercialização da produção e farão jus aos benefícios nos termos da lei. § 9º As contribuições sociais previstas no inciso I do caput deste artigo poderão ter alíquotas diferenciadas em razão da atividade econômica, da utilização intensiva de mão de obra, do porte da empresa ou da condição estrutural do mercado de trabalho, sendo também autorizada a adoção de bases de cálculo diferenciadas apenas no caso das alíneas "b" e "c" do inciso I do caput. § 10. A lei definirá os critérios de transferência de recursos para o sistema único de saúde e ações de assistência social da União para os Estados, o Distrito Federal e os Municípios, e dos Estados para os Municípios, observada a respectiva contrapartida de recursos. § 11. São vedados a moratória e o parcelamento em prazo superior a 60 (sessenta) meses e, na forma de lei complementar, a remissão e a anistia das contribuições sociais de que tratam a alínea "a" do inciso I e o inciso II do caput. § 12. A lei definirá os setores de atividade econômica para os quais as contribuições incidentes na forma dos incisos I, b; e IV do capu t, serão não- cumulativas. § 13. (Revogado). § 14. O segurado somente terá reconhecida como tempo de contribuição ao Regime Geral de Previdência Social a competência cuja contribuição seja igual ou superior à contribuição mínima mensal exigida para sua categoria, assegurado o agrupamento de contribuições. Vamos conhecer outras fontes de custeio? OUTRAS RECEITAS DA SEGURIDADE SOCIAL De acordo com o disposto no art. 27, da Lei 8212/91, constituem outras receitas da seguridade social: • As multas, a atualização monetária e os juros moratórios; • A remuneração recebida pela prestação de serviços de arrecadação, fiscalização e cobrança prestados a terceiros; • As receitas provenientesde prestação de outros serviços e fornecimento ou arrendamento de bens; • As demais receitas patrimoniais, industriais e financeiras; • As doações, legados e outras receitas eventuais; • 50% da receita obtida na forma do § único do art. 243 da CF, repassado para o INSS aos órgãos responsáveis pelas ações de proteção à saúde e a ser aplicada no tratamento e recuperação de viciados em entorpecentes e drogas afins; • 40% do resultado dos leilões dos bens apreendidos pela Secretaria da Receita Federal; • 50% do valor do prêmio recolhido pelas companhias seguradoras que mantém o seguro obrigatório de danos pessoais causados por veículos automotores de via terrestre que é o (DPVAT). Este valor deve ser destinado ao SUS (Sistema Único de Saúde) para o custeio da assistência médico hospitalar aos segurados vitimados em acidentes de transito; • E outras receitas previstas em legislação específica. Vamos para mais um exercício? O gabarito de todos os exercícios estão ao final do material. 3) A seguridade social é financiada por toda a sociedade, de forma direta e indireta, mediante recursos provenientes dos orçamentos da: a) União e dos Estados, apenas. b) União, dos Estados, do Distrito Federal, dos Municípios e de contribuições sociais. c) União, dos Estados, dos Municípios e de contribuições sociais. d) União, dos Estados e dos Municípios. Resposta dos exercícios: 1) Gabarito B; CF 88 Art. 194. A seguridade social compreende um conjunto integrado de ações de iniciativa dos Poderes Públicos e da sociedade, destinadas a assegurar os direitos relativos à saúde, à previdência e à assistência social. 2) Errado. Art. 194. A seguridade social compreende um conjunto integrado de ações de iniciativa dos Poderes Públicos e da sociedade, destinadas a assegurar os direitos relativos à saúde, à previdência e à assistência social. Parágrafo único. Compete ao Poder Público, nos termos da lei, organizar a seguridade social, com base nos seguintes objetivos: I - universalidade da cobertura e do atendimento; ou seja, não é próprio da previdência, mas também deve ser observado na saúde e na assistência social. 3) Gabarito letra B. Art. 195 da CF|88 A seguridade social será financiada por toda a sociedade, de forma direta e indireta, nos termos da lei, mediante recursos provenientes dos orçamentos da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, e das seguintes contribuições sociais: I - do empregador, da empresa e da entidade a ela equiparada na forma da lei, incidentes sobre: a) a folha de salários e demais rendimentos do trabalho pagos ou creditados, a qualquer título, à pessoa física que lhe preste serviço, mesmo sem vínculo empregatício; b) a receita ou o faturamento; FACULDADE PADRÃO GOIÂNIA / 2021 1. A SEGURIDADE SOCIAL. 2. Lei e Regulamento do Custeio da Seguridade Social
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