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Maria Alice M Moura EXAME FÍSICO EM ORTOPEDIA 1. Coluna Cervical INSPEÇÃO ESTÁTICA - Assimetrias do pescoço: redutíveis (ativa ou passivamente) ou irredutíveis. o Torcicolo espasmódico. o RN: tumoração no músculo esternocleidomastóideo (ECM) - torcicolo congênito. o Tumores: tumor de Pancost (assimetria na fossa vupraclavicular). o Malformações. - Alterações no tegumento: presença de vesículas, descolorações ou cicatrizes. - Alterações na altura da implantação dos cabelos. INSPEÇÃO DINÂMICA - Amplitude dos movimentos: solicita-se que o paciente realize ativamente a flexão, extensão, rotação e a inclinação lateral para ambos os lados. Para medir a angulação, pode pedir para o paciente segurar uma espátula com os dentes. o Flexão: encostar o queixo no tórax (130º). o Extensão: angulação 130º entre plano horizontal e do nariz. o Rotação: queixo alinhado com ombros (80º). o Inclinação lateral: sem movimentar os ombro (45º). - Assimetrias nessa fase podem ser provocadas por deformidades ou bloqueio antálgico. PALPAÇÃO DE PARTES MOLES - Face anterior (trígono anterior) e face posterior. o Trígono anterior: Delimitado superiormente pela margem inferior da mandíbula, anteriormente pela linha mediana anterior do pescoço e posteriormente pela margem anterior do ECM. - Palpação: Em supina, palpa-se ECM, cadeia linfática, glândula tireóide, parótida, fossa supraclavicular em busca de irregularidades, dor, cistos ou tumorações e pulso carotídeo, comparando os lados. o Trígono Posterior: Delimitado inferiormente pelo terço médio da clavícula, anteriormente pela margem posterior do ECM e posteriormente pela margem anterior do trapézio. Maria Alice M Moura - Palpação: Palpar trapézio, cadeia linfática, nervos occipitais maiores e procurar por pontos dolorosos no ligamento nucal superior, que vai da protuberância occipital externa até C7. PALPAÇÃO ÓSSEA - Face anterior: o Osso hióide = C3 o Cartilagem tireoidiana = C4 o Primeiro anel cricóide = C6 - Face posterior: o Protuberância occipital externa, linha nucal superior, processo mastoideo e processos espinhosos C2 e C7, à procura de dor, crepitação ou desalinhamento. Maria Alice M Moura EXAME NEUROLÓGICO - C5: Reflexo bicipital e braquiorradial. Motor - deltoide e bíceps. - C6: Reflexo braquiorradial, bicipital e tricipital. Motor - bicipital e extensores do punho. - C7: Reflexo tricipital. Motor - tríceps, flexores do punho e extensores dos dedos. - C8: Reflexo tricipital. Motor -músculos interósseos e flexores digitais. - T1: Motor - músculos Interósseos. TESTES ESPECIAIS Maria Alice M Moura o Teste da distração: Distração da região cervical, a qual ao abrir os forames neurais, pode aliviar a dor consequente à compressão radicular. o Manobra de Spurling: Flexão lateral da cabeça do paciente, com pressão sobre o topo da cabeça. Teste positivo se aumento dos sintomas radiculares na extremidade. o Sinal de Lhermitte: Irritação meníngea, sendo visualizado também na esclerose múltipla. Com o paciente sentado, flete-se a cabeça de encontro ao tórax, podendo-se sensibilizar o teste com a flexão dos quadris. Positivo quando o paciente refere dor ou parestesias, podendo irradiar para as extremidades. o Manobra de Valsalva: Pede para o paciente prender a respiração e fazer força como se fosse evacuar. Com a manobra ocorre aumento da pressão intratecal, agravando os sintomas de eventuais lesões que comprimem o canal, como tumores e hérnias de disco cervicais. o Teste da deglutição: algumas vezes, dor e dificuldade à deglutição podem ser decorrentes de doenças na região anterior da coluna cervical, como protuberâncias ósseas, osteófitos, intumescências dos tecidos moles devido a hematomas, infecções e tumores. o Teste da artéria vertebral: Testa a patência das artérias vertebrais, as quais atravessam os forames vertebrais. Com o paciente em supina, deve ser mantido nas seguintes posições por pelo menos 30s: extensão cervical, rotação para os dois lados e rotação para ambos os lados com o pescoço estendido. A rotação para a direita afeta a artéria vertebral esquerda e vice-versa. Os sintomas de estenose são tonturas, sensação de cabeça vazia e nistagmo. o Teste de Adson: Testa a permeabilidade da artéria subclávia que pode ser comprimida pela costela cervical ou contratura dos músculos escalenos anterior e médio. Palpando-se o pulso radial, deve-se abduzir e rodar externamente o membro superior do paciente. Em seguida, o paciente deve prender a respiração e mover a cabeça em direção ao membro examinado. Qualquer compressão da artéria será percebida como uma diminuição ou mesmo desaparecimento do pulso. o Manobras deficitárias: Em parestesias leves, muitas vezes somente com manobras deficitárias é percebida a diminuição de força. Para tanto, o paciente deve ser mantido sentado, com os braços estendidos para frente e os dedos afastados entre si, mantendo-se por 2 minutos. É possível constatar déficits distais, proximais ou globais. Maria Alice M Moura 2. Coluna Torácica INSPEÇÃO ESTÁTICA - Avaliar paciente em pé, despido e sem sapato. - Analisar postura e massa muscular, buscando assimetrias, contratura ou aumento de volume. - Assimetria de escápula: congênita ou doença de Sprengel. - Identificar linha média vertebral: retilínea, sem desvios grosseiros da protuberância occipital à saliência da apófise espinhosa de C7 e daí até o sulco interglúteo. - Comparação do “triângulo de talhe” de cada lado, buscando assimetria que pode indicar escóliose. - Inspecionar a pele buscando: manchas café-com-leite, nódulos (manchas e nódulos na presença de deformidades costumam estar associados à neurofibromatose) e formações que possam indicar malformações congênitas, como tufos pilosos ou retrações de pele. - Lateralmente, avaliar as lordoses cervical e lombar compensadas pela cifose torácica. Patologias: cifose do adolescente, cifose senil, por osteoporose ou espondilite anquilosante (raio longo) e cifose de raio curto (enfermidades como tuberculose – mal de Pott – ou neurofibromatose). Um aumento da Lordose pode sugerir espondilolistese associada a deformidade do segmento superior da coluna. - Observar existência de deformidades da parede, detectando-se o pectus carinatus, saliente, e o pectus excavatum, retraído. Maria Alice M Moura INSPEÇÃO DINÂMICA o Verificação do alinhamento da coluna: Fio de primo apoiado em C7, devendo acompanhar a linha média até o sulco interglúteo. o Avaliar nivelamento das cristas ilíacas: Quando é percebido um desnível por discreto encurtamento, pede-se que o paciente eleve o calcanhar até que a régua nivele, corrigindo o encurtamento e seu efeito na coluna. o Avaliação da mobilidade da coluna: Flexão, extensão e inclinação lateral com até 45º. o Fita métrica medindo diferença entre as posições normal e flexionada: Normal atinge 2,5 de diferença. Limitações podem ser devido a dor pelo processo patológico básico, ou por anquilose, no caso de espondilite.o Fita métrica avaliando expansibilidade torácica: Na linha do mamilo, diferença entre inspiração e expiração deve ser de pelo menos 3 cm. o Teste da inclinação anterior: Mais sensível à presença de escoliose. Na sua presença, será observado uma Giba costal ou lombar, medindo-se sua altura. o Exame do Músculo Serrátil Anterior: Paciente de frente para a parede, com as mãos apoiadas nela, empurrando-a. Na deficiência do M. serrártil anterior, será identificado inclinação da escápula, afastando-se do gradeado costal. PALPAÇÃO - Palpação e delimitação da escápula (vai da 2ª à 7/8ª costela). - T3 se situa na mesma linha da espinha da escápula. A partir de C7 e T3, palpar todas as vértebras. Maria Alice M Moura - Palpar apófises de T9 e T11, pontos de tração e inserção muscular, sendo locais frequentes de dor de origem postural, que podem ser despertados por compressão digital. - Em decúbito lateral, palpar os arcos costais do paciente. - Rotação da coluna, especialmente na pesquisa de dor, pode ser realizada passivamente pelo examinador, fixando e empurrando a pelve para um lado e trazendo o ombro para o lado oposto. - Dor entre a escápula e a coluna pode ser por afecção dos músculos romboides, de etilogia profissional em geral (lesão por esforço repetitivo – LER – e distúrbios osteomusculares relacionados ao trabalho – DORT. Sua presença deve ser avaliada pela palpação (membro superior em rotação interna máxima e adução) dos músculos romboides, que se originam entre C7-T5 e se inserem na margem medial da escápula. - Avaliação da sensibilidade pelos dermátomos: 3. Coluna Lombar ANAMNESE LOCALIZAÇÃO DA DOR LOMBAR: Trauma, artrite. Maria Alice M Moura LOMBAR E MEMBRO INFERIOR: Hérnia, estenose do recesso lateral. MEMBRO INFERIOR APENAS: Estenose do canal vertebral. • L4 – Dor na face anterior da coxa e medial da perna • L5 – Dor na face lateral da perna e dorsomedial do pé • S1 – Dor na face lateral do pé e região plantar HORÁRIO DA DOR: Dor noturna – Infecção ou tumor. AGUDO x CRÔNICO DOR AGUDA – Trauma, distensão, infecção, tumor. DOR CRÔNICA – Hérnia, artrose, estenose, listese. IDADE Tumores metastáticos > 50 anos Espondilite anquilosante > 45 anos Claudicação intermitente > 40 anos Hérnia incomum em < 20 ou > 60 anos Discite na ausência de proc. invasivos - Crianças ou > 60 anos TIPO DE DOR CIÁTICA (RADICULAR): - Dermátomo + déficit motor ou sensitivo da raiz afetada. - Alfinetada, queimação, agulhada, adormecimento. ESCLERÓTOMO - Estímulo nocivo a tecidos de origem mesodérmica. - Distribuição menos definida, não respeita dermátomos. DOR VASCULAR OU REFERIDA - Cãimbra, dor profunda. Maria Alice M Moura INSPEÇÃO ESTÁTICA - Avaliar marcha, abaulamentos, retrações musculares, hipo/hipertrofias musculares, cicatrizes, assimetrias, alinhamentos, postura, vestígios de lesões traumáticas (edema, equimose, derrame), pele e fâneros. INSPEÇÃO DINÂMICA - Amplitude de movimento. Flexão: 40-60º Extensão: 20-35º Inclinação lateral: 15-20º Rotação 5-20º Movimentos combinados TESTE DE SCHOBER - Avaliar flexibilidade da coluna lombar. Delimita o espaço de 15 cm (10 cm acima e 5 cm abaixo de L5). O teste é positivo se não ocorrer aumento de pelo menos 6 cm durante a flexão máxima da coluna lombar. PALPAÇÃO Palpar espinhas ilíacas anterossuperiores e póstero-superiores. Verificar o alinhamento da bacia. Tentar palpar o nervo ciático em todo seu trajeto (Identificar compressões nervosas, tumores, lesões por injeção). Referenciais anatômicos: Crista ilíaca corresponde ao espaço discal L4-L5 EIPS – S2 TESTES ESPECIAIS o TESTE DA ELEVAÇÃO UNILATERAL DO MEMBRO INFERIOR: Teste útil para hérnias em L4-L5 L5-S1 (estiramento do ciático). Decúbito dorsal, eleva o membro inferior passivamente pelo tornozelo com o joelho estendido e observa o grau de flexão de quadril que os sintomas aparecem: 35-70º tensão no ciático; > 70º estresse localiza na coluna lombar. Maria Alice M Moura O TESTE DA ELEVAÇÃO É MUITAS VEZES MENCIONADO COMO TESTE DE LASÈGUE. Descrição original de Lasègue: Flexão do quadril e joelho a 90º, seguido de extensão do joelho → Dor ciática. o TESTE DA ELEVAÇÃO DO MEMBRO INFERIOR CONTRALATERAL: O aparecimento dos sintomas durante a elevação do membro inferior que não apresenta sintoma é indicativo de grande protusão discal. o SINAL DO TRIPÉ: A extensão passiva do joelho com o paciente sentado resulta na inclinação do tronco para trás e apoio das mãos. Associado a irritação radicular ou contratura dos músculos posteriores da coxa. Maria Alice M Moura o TESTE DE KERNING: Decúbito dorsal, joelhos e quadris a 90º. Extensão do joelho. + se dor a extensão e melhora a flexão. o TESTE DE BRUDZINSKI: Decúbito dorsal. Realiza flexão ativa da cervical para desencadear os sintomas. Flexão dos joelhos e quadris alivia os sintomas. o TESTE DE NACHLAS: Teste de estiramento do nervo femoral (L3, L3, L4). Decúbito ventral, flete o joelho até calcanhar tocar a nádega. Positivo: Dor lombar, nádegas ou coxa. o MANOBRA DE VASSALVA: Paciente sentado, faz expiração forçada com a boca fechada e esforço semelhante ao de evacuar. Aumento da pessão intretecal: Dor. Agrava sintomas de compressão medular. o TESTE DE NAFFZIGER: Decúbito dorsal, faz compressão das jugulares por 10s. Quando face ficar ruborizada pede para o paciente tossir. Se dor lombar: Aumento da pressão intratecal. Maria Alice M Moura o SINAL DE BOWSTRING: Mantendo a posição do quadril que provocou a dor no membro na elevação, faz a flexão de 20º do joelho e aplica uma pressão sobre o nervo tibial (fossa poplítea). Provoca reaparecimento dos sintomas. o SINAL DE BRAGARD: Após a realização da elevação, o membro pode ser abaixado até a posição em que os sintomas desaparecem. Realiza a dorsiflexão do tornozelo, que provoca o reaparecimento dos sintomas. +: Dor por estiramento da raiz. o TESTE DE PATRICK (FABERE – FLEXÃO, ABDUÇÃO E ROTAÇÃO EXTERNA): Sacro- ilíaca contralateral. Decúbito dorsal, flexão do joelho e quadril e o pé apoiado no joelho contralateral (que estará em extensão). Fixa a pelve com uma das mãos e faz pressão sobre o joelho. Positivo quando a dor aparece ou é exarcebada. o TESTE DE GAENLSEN (SACRO-ILÍACA): Decúbito dorsal, flexão dos joelhos e quadris até o tronco. Apoia uma nádega na mesa. O outro lado é estendido e solto. Positivo: Surgimento de dor na sacro-ilíaca do lado testado. Maria Alice M Moura TESTES DE SIMULAÇÃO o TESTE DE HOOVER: Sustentar os MMII pelos calcanhares e solicitar a elevação de um dos membros. A ausência de força compensatória para baixo no contralateralsugere simulação. o TESTE DE BURNS: Ajoelhado sobre uma cadeira é solicitado que pegue objetos no solo, o que é possível por meio da flexão dos quadris (mesmo em pacientes com doença lombar). Se relatar que não consegue é positivo. SINAIS DE MIELOPATIA o SINAL DE BABINSKI: Reflexo cutâneoplantar. Normal: Flexão dos dedos. Patológico: Extensão do hálux. o SINAL DE OPPENHEIM: Estimula a crista da tíbia. Patológico: Extensão do hálux e flexão dos demais dedos. o CLÔNUS: Alongamento passivo de um músculo. Contrações contínuas. Maria Alice M Moura 4. Ombro ASPECTOS ANATÔMICOS E FUNCIONAIS Maria Alice M Moura - A estabilidade do ombro é devida, em grande parte, à ação dos músculos subescapular, supra- espinhal, infra-espinhal e redondo menor, cujos tendões se fundem em forma de coifa, constituindo no manguito rotador. Essa estrutura tendínea abraça 2/3 da cabeça do úmero e está firmemente aderida à cápsula articular glenoumeral. INSPEÇÃO ESTÁTICA - Observar vestígios de lesão traumática, como edema e equimose, ou deformidades características, como ombro em “cabide” ou em “dragona”, presentes na luxação anterior, e o sinal da “tecla”, típico de luxação acromioclavicular. - Avaliar deformidades da coluna vertebral e alteração do relevo muscular que revelam atrofias musculares, principalmente supra e infra-espinhal e do redondo menor, que possam estar relacionadas, respectivamente, com lesão dos nervos supra-escapular e axilar, ou hipotrofias musculares de desuso, comuns em lesões maciças de longa evolução do manguito rotador. - Observar se há deformidade do ventre muscular do bíceps sugestiva de rotura do tendão da sua cabeça longa ou lesão do nervo musculocutâneo. Maria Alice M Moura INSPEÇÃO DINÂMICA - Abdução: 0º a 90º. A partir da abdução de 90º, no plano coronal, realizar: o Rotação interna: 0º a 90º o Rotação externa: 0º a 90º o Flexão horizontal: 0º a 135º o Extensão horizontal: 0º a 40º - Elevação: 0º a 180º. - Adução: 0º a 75º. - Flexão: 0º a 180º. - Extensão: 0º a 60º. - Rotação interna: Avaliada pela capacidade de apor o dorso da mão nas costas, com amplitude classificada em apontar o polegar para o trocanter ipsilateral, nádega ipsilateral, região sacral ou os vários níveis da coluna, de L5 a T7. - Rotação externa: Cotovelo a 90º de flexão. Vai de 0º a 75-90º. Maria Alice M Moura Em todos os movimentos, o lado afetado deve ser comparado com o lado oposto, pois a flexibilidade capsuloligamentar normal é variável de pessoa para pessoa! PALPAÇÃO Maria Alice M Moura TESTES RELACIONADOS COM A DOR E COM A MOBILIDADE MUSCULAR TESTES PARA O MÚSCULO SUPRA-ESPINHAL (ABDUÇÃO DO OMBRO) o Teste do Impacto de Neer: Ergue-se o ombro em extensão, rotação neutra passiva e rápida. Nessa posição, o tubérculo maior arremete-se contra a face ântero-inferior do acrômio, reproduzindo o impacto, com dor característica provocada pela irritação da bolsa serosa e do tendão do supra-espinhal. o Teste do Impacto de Hawkins-Kenney: O terapeuta deverá apoiar a sua mão no ombro do paciente e com a outra mão conduzir o cotovelo em flexão de 90º de rotação externa para interna. Esse teste avalia se há atrito ou impacto do tendão supra-espinhoso sob a abóboda acromial, podendo reproduzir a sintomatologia dolorosa. o Teste do Impacto de Yokum: De pé com o braço acometido em flexão e adução, cotovelo a 90º e mão apoiada no ombro oposto. O terapeuta, em frente ao paciente, instrui para que o mesmo realize uma flexão do braço até o cotovelo tocar a testa. O terapeuta poderá auxiliar o paciente a elevar ainda mais o cotovelo, isso irá exacerbar os sintomas de uma tendinite do supra-espinhoso ou alguma lesão na articulação acromioclavicular. o Teste do Supra-espinhal: Testado pela elevação no plano da escápula do MS, em extensão e rotação neutra, contra a resistência oposta pelo examinador. Resposta com dor na face ântero-lateral do ombro acompanhada ou não de redução da força ou mesmo incapacidade de elevar o MS. Indicado desde tendinites até roturas completas do tendão. o Teste de Jobe: Semelhante ao Teste Supra-espinhal, porém com rotação interna do MS, sensibilizando a tensão exercida no tendão do SE. Respostas semelhantes ao teste de Teste Supra-espinhal. TESTE DO BÍCEPS (Speed): Indica a presença de alterações da cabeça longa do bíceps e é testado pela flexão ativa do MS, em extensão e rotação externa, contra a resistência oposta pelo examinador. Paciente refere dor no sulco intertubercular. Maria Alice M Moura TESTES PARA O MÚSCULO INFRA-ESPINHAL (ROTAÇÃO EXTERNA, JUNTAMENTE COM O REDONDO MENOR) o Teste do Infra-espinhal: MS ao lado do tórax e cotovelo fletido em 90º, pedindo-se para o paciente fazer ativamente a rotação externa, contra a resistência do examinador. o Teste do Infra-espinhal de Patte: MS em abdução de 90º com o cotovelo em 90º de flexão e o paciente deve forçar a rotação externa contra a resistência imposta pelo examinador. o Teste da “Cancela” ou rotação externa não mantida: MS ao lado do tórax e cotovelo fletido em 90º, com o examinador rodando passivamente o braço lateralmente. Tal posição deve ser mantida pelo infra-espinhal e redondo menor. Não sustentando a rotação externa, o braço retorna espontaneamente em sentido medial (cancela), indicando lesão principalmente do M. IE. o Teste da “quebra do braço”: MS posicionado igual no teste de Patte, mas é feita a rotação externa passiva pelo examinador, que deve ser mantida pelo infra-espinhal e redondo menor. A não sustentação da rotação externa faz com que o braço caia para baixo e para frente, indicando principalmente lesão principalmente do M. IE. Esse teste é utilizado em pacientes que não possuem a elevação ativa do MS. TESTES PARA O MÚSCULO SUBESCAPULAR (ROTAÇÃO INTERNA) Maria Alice M Moura o Teste do Subescapular de Gerber: O paciente coloca o dorso da mão ao nível de L5 e procura afasta-la das costas, rodando internamente o braço. A incapacidade de fazê-lo ou manter o afastamento, indica lesão do subescapular. o Teste do Subescapular (“abdominal press test”): O paciente coloca a mão no abdome, na linha coronal, forçando a mão sobre o abdome, que faz com que o cotovelo se desloque posteriormente se estiver lesado, assim que o examinador solta o cotovelo. o Teste da Flexão-adução ou da articulação acromioclavicular: O paciente faz ativamente a flexão-adução horizontal forçada do MS, ou é feito passivamente pelo examinador. O paciente acusará dor se houver alteração da articulação acromioclavicular. o Teste da Compressão Ativa de O’Brien: É executado em dois tempos: primeiro, com o paciente fletindo o ombro em 90º e aduzindo 15º com o cotovelo em extensãoe antebraço em pronação (polegar aponta para o solo). Nesse momento solicita-se ao paciente realizar força de elevação do membro superior, contra a resistência do examinador. No segundo momento, repete-se o teste com o membro em supinação, com palma voltada para cima. Consideramos o teste positivo quando no primeiro momento há dor anterior no ombro e, no segundo momento, ocorra alívio da mesma. Maria Alice M Moura TESTES RELACIONADOS COM A ESTABILIDADE o Teste da Apreensão: O teste de apreensão do ombro é geralmente utilizado para testar a integridade da cápsula articular glenoumeral ou para avaliar a instabilidade da articulação do ombro. O terapeuta irá fletir o cotovelo do paciente a 90º e abduzir ombro do paciente a 90º, mantendo a rotação neutra. Nesta posição o examinador aplica lentamente uma força de rotação lateral ao braço a 90º. Uma reação de apreensão do paciente durante a manobra, e não dor, é considerado um teste positivo. o Teste da Instabilidade Posterior (Fukuda): Paciente em pé e de costas para o examinador, com o cotovelo em 90º, flexão de braço a 90º, adução do braço em 20º e em rotação neutra. O terapeuta atrás do paciente posiciona a sua mão sobre o olécrano do membro superior a ser testado e realiza uma tração do braço em sentido posterior. Com a outra mão espalmada ele mantém a escápula e visualiza a possível luxação posterior da cabeça umeral. Nesse teste, o terapeuta visualiza a luxação posterior da cabeça umeral. o Teste da “Gaveta” Anterior e Posterior: o Teste do Sulco: Com o ombro do paciente em posição neutra, e cotovelo flexionado a 90º, o profissional de saúde puxa o ombro no sentido caudal, a aparição de um sulco de 1cm ou mais entre o acrômio e a cabeça do úmero adverte para frouxidão capsuloligamentar. o Teste da Recolocação: Paciente deitado em decúbito dorsal, flexão do cotovelo a 90º e abdução de braço a 90º e em rotação externa. O avaliador segura o braço do paciente em rotação externa, enquanto que com a outra mão realiza uma tração para cima procurando subluxar anteriormente a articulação glenoumeral. Nesse momento, o paciente fica tenso e apreensivo. Na mesma posição o terapeuta inverte o sentido da tração e empurra a cabeça umeral para baixo, reduzindo-a. Em pacientes que possuam algum tipo de subluxação a manobra de recolocação alivia a insegurança e a apreensão, no entanto, naqueles pacientes que possuam algum tipo de dor decorrente da síndrome do impacto do ombro continuarão a sentir dor e desconforto mesmo após a recolocação. O s pacientes que possuem algum tipo de lesão ligamentar na articulação glenoumeral sentirão dor e desconforto durante a manobra. Após a recolocação sentirão alívio enquanto naqueles pacientes com algum problema de tendinite ou lesão do manguito rotador continuarão a sentir dor. Maria Alice M Moura 5. Cotovelo INSPEÇÃO ESTÁTICA • Anterior: Alinhamento (ângulo de carregamento – entre úmero e antebraço), fossa cubital. • Lateral: Alt. Volumétricas, atrofias musculares. • Posterior: Proeminência do olecrano, alterações volumétricas, sinais de trauma. • Medial: Proeminências ósseas, túnel do n. ulnar. INSPEÇÃO DINÂMICA - Flexão: 140º. - Extensão: 0º. - Pronação: 75º. - Supinação: 80º . Maria Alice M Moura PALPAÇÃO - Localizar três referências anatômicas: Olécrano, epicôndilo medial e lateral. - Lateralmente: Epicôndilo lateral, origem da m. extensora, complexo ligamentar lateral, cabeça do rádio. - Anteriormente: Fossa cubital: Tendão do bíceps, artéria braquial, nervo mediano. Pulso braquial: medial ao tendão do bíceps. - Medial: Epicôndilo medial e nervo ulnar (móvel no sulco). - Posterior: Olécrano e bursa olecraneana. FORÇA MUSCULAR TESTES ESPECIAIS o TESTE DA EPICONDILITE MEDIAL: Avaliação da epicondilite medial. Cotovelo é fletido, o antebraço mantido em supinação e o punho em extensão. Em seguida realiza extensão vagarosa do cotovelo e se o paciente apresentar dor no epicôndilo medial será sugestivo de epicondilite medial. Pode ocorrer dor a flexão do punho. Maria Alice M Moura o TESTE DE COZEN: Avaliar epicondilite lateral. Cotovelo em 90º flexão e o antebraço pronado, pede ao paciente que realize extensão ativa do punho contra a resistência do examinador. Positivo: Dor no epicôndilo lateral, origem da musculatura extensora do punho e dos dedos. o TESTE DE MILL: Avaliar epicondilite lateral. Cotovelo em 90º de flexão ou em extensão e antebraço pronado. O examinador forçara o punho em flexão e o paciente é orientado resistir o movimento. O examinador forçara o punho em flexão e o paciente é orientado resistir o movimento. Positivo: Dor no epicôndilo lateral. o INSTABILIDADE EM VARO: Cotovelo discretamente fletido (15º). Realizado com rotação interna máxima do úmero. Estresse em varo é realizado no cotovelo. Maria Alice M Moura o INSTABILIDADE EM VALGO: Cotovelo discretamente fletido (15º). Rotação externa máxima do úmero. Estresse em varo é realizado no cotovelo. o TESTE DO GANCHO (HOOK TEST): Avaliação do tendão do bíceps. Cotovelo com 90º de flexão e o paciente realiza a supinação ativa do antebraço → Estando o tendão do bíceps íntegro, permitirá ao examinador passar o dedo indicador como um gancho ao redor do tendão de lateral para medial. 6. Mão INSPEÇÃO ESTÁTICA - Aumento de volume (edema, tumores, sinovite), cicatrizes (cirurgia ou traumatismo prévio), ferimentos (pode indicar mecanismo), unhas, pregas cutâneas (faces palmar e dorsal) e comissuras, hematomas, equimoses, flictenas (traumatismos). - DEFORMIDADES TÍPICAS: Dedo em martelo: Flexão da interfalangeana distal (IFD) Dedo em botoeira: Flexão da interfalangeana proximal (IFP) e extensão da IFD Dedo em pescoço de cisne: Extensão da IFP e flexão da IFD Maria Alice M Moura INSPEÇÃO DINÂMICA - PUNHO: • Flexão: 70-80º Extensão: 60-70º • Desvio ulnar 45º e desvio radial 15º • Pronação: 80º Supinação: 90º PALPAÇÃO - Avaliar proeminências, temperatura, tumoração. - Túnel do carpo (nervo mediano, tendões flexores superficiais e profundos e flexor longo polegar). - Tendões extensores e flexores. - Pulsos radial e ulnar. EXAME NEUROLÓGICO o LESÃO DO NERVO ULNAR: Inerva flexor ulnar do carpo, flexor profundo dos 4º e 5º dedos, adutor do polegar, interósseos, lumbricais etc. Lesão típica: garra ulnar, incapacidade de estender 4º e 5º dedos. Teste de Froment. Abdução dos dedos em extensão. o LESÃO DO NERVO RADIAL: Inerva os extensores do punho e dos dedos e o abdutor longo do polegar. Lesão típica: Paralisia dos extensores dos dedos, incapacidade de estender a articulação metacarpofalangeana. Se lesão acima do cotovelo = Mão caída (lesão do extensor radial do carpo). Maria Alice M Mourao LESÃO DO NERVO INTERÓSSEO ANTERIOR (MEDIANO): Paralisia dos músculos flexor profundo dos dedos e flexor longo do polegar. Sinal de Benediction = Incapacidade de fazer a pinça entre o polegar e o indicador, como ponta-ponta. Realiza a hiperextensão da articulação interfalangeana do polegar durante a pinça para compensar a incapacidade de flexão da IFD 2º dedo e IF polegar. o SENSIBILIDADE: • Amarelo: Mediano • Azul: Ulnar • Verde: Radial TESTES ESPECIAIS o SINAL DE TINEL NO TÚNEL DO CARPO: Avaliar síndrome do túnel do carpo (STC). É a percussão suave de um nervo. A percussão do nervo lesado desencadeia a sensação de choque, em geral irradiando p/ distal. o TESTE DE PHALEN: Diagnóstico de STC. Mantém os punhos em flexão máxima por 1 minuto. Positivo: Sensação de formigamento ou dormência no território do mediano ou piora da dor. Maria Alice M Moura o TESTE DE DURKAN: Avalia STC. Compressão direta do túnel do carpo por 30 segundos. Positivo: Parestesia na região do nervo mediano. É o teste mais sensível e específico. o TESTE DE FINKELSTEIN: Avaliar tenossinovite do 1º compartimento dorsal (AbdLP e ECP) – Tenossinovite de De Quervain. Com o polegar aduzido e fletido na palma da mão, faz-se um desvio ulnar do punho. Positivo: Dor na região do processo estiloide do rádio. o TESTE DE ALLEN: Avalia a permeabilidade das artérias radial e ulnar. O examinador, com ambas as mãos, faz a compressão das artérias no punho e solicita ao paciente que abra e feche a mão várias vezes, com vigor e rapidez, de modo a retirar o sangue da mão, que ficará pálida. Solicita ao paciente que abra a mão. Libera uma artéria, mantendo a outra pressionada. A perfusão da mão indica a permeabilidade da artéria. o TESTE PARA OS TENDÕES FLEXORES SUPERFICIAL E PROFUNDO DOS DEDOS: Avalia integridade dos tendões. • TFS: Bloqueia a flexão dos demais dedos e solicita que o paciente realize a flexão do dedo a ser avaliado. • TFP: Bloqueia a articulação interfalangeana proximal em extensão e solicita que o paciente realize flexão da articulação interfalangeana distal. Maria Alice M Moura 7. Quadril INSPEÇÃO - Observar desvios posturais, contraturas, tipos de marcha, cicatrizes e hipotrofias. PALPAÇÃO FACE ANTERIOR 1- Espinha ilíaca ântero-superior 2- Artéria femonal (nervo-artéria-veia: NAV) OBS: punção de quadril – lateral ao nervo femonal. FACE LATERAL 1- Trocanter maior (inserção do tendão do M. glúteo médio – comum tendinites e bursites). FACE POSTERIOR 1- Espinha ilíaca póstero-superior: abaixo da depressão cutânea, na região supeior da nádega. 2- Articulação sacroilíaca posterior: ponto médio da linha imaginária transversa entre as duas espinhas ilíacas póstero-superiores. 3- Tuberosidade isquiática: meio da nádega, ao nível da prega glútea, mais facilmente ao quadril em flexão. Nervo ciático lateralmente. Sede de frequente dor referida por causa de hérnias de disco lombar. 4- Cristas ilíacas: examinas com o paciente em pé e médico sentado nas costas. MOBILIDADE ARTICULAR - Articulação sinovial tipo esférica – ampla quantidade de movimentos. - Ligamentos que protegem: iliofemoral (mais forte), pubofemoral e isquiofemoral. 1- Flexão (0-120) – DD. 2- Extensão (0-30) –DV. 3- Rotação interna (0-40) – quadril em extensão. Aumento fisiológico do ângulo sugere anteversão do colo femoral. Movimento limitado na coxartrose. 4- Rotação externa (0-50) – quadril em extensão ou flexão. Aumento fisiológico do ângulo sugere retroversão. 5- Abdução (0-50) – DD, quadril em extensão ou flexão. Referência na distância intermaleolar para medir angulação. Maria Alice M Moura 6- Adução (0-30) – DD. Sentir a pelve mover-se no grau máximo de angulação de fechamento. Adução com flexão do quadril também pode ser feita e é dificultada em casos de sinovite ou alguma alteração mecânica. TESTES DE CONTRATURA o Teste de Ely: Contratura do músculo reto femoral. Paciente em DV, segura-se o tornozelo e flexiona o joelho passivamente. Em contratura, quadril também flexiona, elevando a pelve, na tentativa de reduzir a tração sobre o músculo. o Teste de Ober: Contratura do trato iliotibial. Paciente em DL com quadril e joelho estendidos, o quadril é abduzido e o médico tenta aduzir o quadril para verificar se há contratura da musculatura abdutora. Maria Alice M Moura o Teste de contratura dos músculos posteriores da coxa: Paciente sentado, com um dos membros fletidos e o outro, a ser examinado, estendido e levemente abduzido, solicitando que o paciente toque no pé examinado. Se não conseguir, teste positivo. TESTES ESPECIAIS o Teste de Trendelenburg: Avalia o M. glúteo médio. Paciente em pé e examinador de costas observando. Paciente flexiona o joelho da perna examinada, contraindo o músculo e elevando a crista ilíaca. Se incompetência, a crista ilíaca abaixa e a contralateral se eleva. Sinal de Trendelenburg: O glúteo médio funciona como alavanca na marcha impedindo que o membro que está na fase de balanço penda, evitando desequilíbrio. Se enfraquecido, há desequilíbrio, com marcha característica a fim de contrabalançar a queda. o Teste de Thomas: Avalia o grau de contratura em flexão do quadril. Pede para o paciente segurar uma das pernas em flexão sobre o quadril e estende o outro ao máximo sobre a mesa, até o quadril tremer, medindo a angulação com a mesa e determinando, assim, o grau de contratura em flexão do quadril. o Teste de flexo-adução: Flexionar o quadril e o joelho do paciente a 90 graus com adução, devendo-se passar da linha média do corpo, alcançando a linha axilar contralateral. Havendo alguma doença, como espasmo, não alcança. Maria Alice M Moura o Síndrome do músculo piriforme: O nervo ciático corre superficialmente aos rotadores externos e profundamente sob o piriforme. Caso haja espasmo deste, o paciente relata dor localizada em região glútea, que piora em abdução e rotação interna (eleva tensão sobre musculo piriforme). o Teste do câmbio: Paciente em DL e perna em extensão, abduz quadril, podendo haver um bloqueio à abertura do quadril em virtude do trocanter maior chocar-se contra o ílio; realiza- se, depois, flexão do quadril e tenta-se novamente abduzi-lo, sendo possível aumentar o grau de abdução. o Teste de Patrick: Paciente em DD, fazendo um 4 com aperna a ser examinada (tornozelo sobre coxa oposta). O médico vai exercer força sobre a parte medial do joelho e coxa e se o paciente referir dor na virilha, a doença pode ser derivada do quadril, se na região posterior, sobre a sacroilíaca contralateral, indicando doença da articulação sacroilíaca contralateral. o Teste de Gaenslen: Paciente em DD, segurando membro contralateral em flexão sobre o quadril, enquanto o médico, segurando o tornozelo, deixa o outro membro descer rente a Maria Alice M Moura maca, estressando a articulação sacroilíaca ipsilateral. Paciente refere dor se houver doença naregião sacroilíaca. EXAME NEUROLÓGICO DO QUADRIL 8. Joelho Maria Alice M Moura FICHA CLÍNICA - Considerar idade, sexo, profissão, atividade física principal, de lazer ou profissional, esporte preferido, lado dominante, lado acometido, vícios posturais, dentre outros. Lesões comuns por idade: Crianças: deslocamentos epifisários Adultos: lesões ligamentares Idosos: fraturas Queixas principais: Dor – localização (alta, baixa, anterior, posterior, lateral, medial), periodicidade (diurna, noturna), relação com atividade profissional, esportiva, recreativa e início (insidioso, agudo ou repentino). Estalo ou Estalido – torções agudas. Falseio – surge após lesão traumática aguda ligamentar, causando sua instabilidade. Travamento – mais demorado e muitas vezes demora mais pra se desfazer, diferente do falseio (momentâneo, rápido e instantâneo). Diferente do pseudotravamento por contração espontânea e involuntária muscular, desencadeada por pinçamento momentâneo (afecções dolorosas de joelho). Derrame – consequência do processo irritativo mecânico, podendo estar associado a travamento ou falseio. Antecedentes mórbidos – estudo de doença femoropatelar (luxação recidivante). EXAME FÍSICO 1. INSPEÇÃO Observar alinhamento dos membros inferiores, varo ou valgo ou em dois (desvios torcionais), alinhamento patelar, ângulo “Q”, presença de edema, derrame, equimose, atrofias musculares, alterações na marcha e deformidades (doença de Osgood-Schlatter – aumento da tuberosidade anterior da tíbia - medial). OBS: “quem é valgo, não cavalga”. Thrust ou flambagem – deformidade látero-lateral durante fase de apoio de marcha. Pode ser por lesão de ligamento cruzado anterior, desvio em varo do joelho, degeneração artrítica etc. Maria Alice M Moura 2. PALPAÇÃO - Placa sinovial medial, facetas articulares da patela. 3. TESTES ESPECIAIS 1. Meniscais o McMurray: identificar lesões dos cornos posteriores dos meniscos. Deitado em supino → examinador faz rotação interna e externa da perna. Dor na rotação externa = lesão em menisco medial Dor na rotação interna = lesão no menisco lateral Maria Alice M Moura o Appley: paciente em pronação e joelho flexionado → examinador imobiliza coxa do pct apoiando seu próprio joelho → compressão axial + rotação interna e externa → tração + rotação interna e externa. Dor ou estalidos na fase de compressão durante rotação externa (menisco medial) e rotação interna (menisco lateral). o Steinmann: paciente sentado com perna fora da maca em 90° → faz a rotação externa e interna da perna → dor ou estalido na rotação externa = lesão m medial, rotação interna = m lateral. o Sinal de Smillie: (lesão meniscal), dor à palpação da interlinha. o Marcha de pato: Pedir que o paciente dê alguns passos agachado no chão. Na lesão do corno posterior do menisco medial, há dor que impede o paciente de executar o movimento. 2. Testes de função ligamentar o Lachman: Paciente em decúbito dorsal e joelho fletido 30° → examinador segura com uma mão a região supracondilar do fêmur e com a outra a região superior da tíbia → movimentos antagonicos com as duas mãos para as superfícies deslizarem uma sobre a outra. Tíbia desloca para frente = sinal de lesão do cruzado anterior Maria Alice M Moura Tíbia desloca para trás = sinal de lesão no cruzado posterior o Gaveta: Flexão quadril em 45° e joelho em 80/90°. - anterior: senta no pé do paciente → traciona para frente → deslizamento anterior da perna sobre a coxa. Detecta lesão no LCA. Deve ser pesquisado em posição externa, neutra e interna. - posterior: traciona para trás. Testa integridade do LCP. o Jerk Test: lesões do LCA → força em varo; produz subluxação anterior da extremidade superior da tíbia, fazendo discreto valgo do joelho → estende lenta e progressivamente até um repentino ressalto articular = subluxação anterolateral do joelho → até a extensão total. Maria Alice M Moura o Pivo-shift: + na LCA → força em valgo. A partir da posição final do jerk test com o joelho estendido e a tíbia subluxada anteriormente → inicia-se a flexão → redução da subluxação anterior. 3. Colaterais o Estresse em Valgo: abdução da perna → instabilidade (frouxidão) do ligamento colateral medial. o Estresse em Varo: adução da perna → instabilidade ligamento colateral lateral. 4. Patelares o Teste da Inclinação Patelar: mobilização lateral e medial da patela em extensão e em 30° de flexão. o Apreensão: luxação ou subluxação da patela = mobilidade lateral maior que o normal → pressão na borda medial da patela. Maria Alice M Moura 9. Tornozelo e Pé ANATOMIA - Compartimento lateral: ligamentos calcâneo fibular, talofibular anterior e posterior. - Compartimento medial: ligamento colateral medial do tornozelo = deltoide. Obs: Síndrome de Haglund: tendinite do aquileu (esporão) → recomenda-se usar salto baixo para poupar a distensão do aquileu. INERVAÇÃO - Flexão dorsal do pé: Músculo Tibial Anterior, Nervo Fibular (L4 e L5). - Flexão plantar do pé: Músculo Gastrocnêmio e Sóleo, Nervo Tibial (L5 e 1). - Extensão do hálux: Músculo Extensor Longo do Hálux, Nervo Fibular (L5 e S1). OBS: Pé caído = nervo fibular superficial. Maria Alice M Moura MOVIMENTOS - Eversão e inversão. - Abdução e adução. - Dorsiflexão (L4 e L5) e flexão plantar (L5 e S1). MANOBRAS o Thompson: testa a integridade do tendão de Aquiles; Decúbito ventral + joelho fletido → comprime-se vigorosamente a massa muscular da panturrilha → encurtamento → flexão plantar quando as estruturas estão íntegras (+). Negativo quando houver rotura completa do tendão. Dor pode referir trombose venosa profunda. Se houver lesão do nervo: Thompson +, porém não há movimentação ativa. o Gaveta Anterior do Tornozelo: integridade do ligamento fibulotalar e porção ântero-lateral da cápsula articular; quando tem lesão → deslocamento anterior do talo → zona de depressão na face ântero-lateral = sinal do vácuo. o Estresse em Varo: integridade do ligamento fibulocalcâneo e cápsula lateral do tornozelo; quando há lesão = exagero no varismo do pé. o Estresse em Valgo: integridade do ligamento deltoide. Maria Alice M Moura o Rotação do Talo: integridade dos ligamentos da sindesmose tibiofibular distal. o Gaveta Posterior da Fíbula: sindesmose tibiofibular distal + com dor. o Pillings: identifica trauma ou inflamação dos ligamentos e articulações tibiofibular distal; compressão do terço médio da perna → dor antero-lateral. o Jack: articulação subtalar, tendão flexorlongo do hálux e sincronização entre musculaturas intrínsecas e extrínsecas do pé → levanta o hálux → varização do retropé, acentuação da abóboda do pé e rotação externa da perna; quando não ocorre é - → doenças articulares, tendíneas ou neuromusculares. o Rotação Externa do Pé: articulação subtalar. o Blocos de Coleman: avaliação e diagnóstico diferencial dos pés cavos varos e flexíveis. Maria Alice M Moura o Compressão Látero-Lateral: compressão do antepé → dor é + = sinal de Murder → indica neuroma de Morton, geralmente entre o 3º e 4º metatarso. No exame físico pode ser encontrado o sinal de Mulder, no qual o médico realiza uma compressão do antepé, acompanhada de pressão na face plantar do terceiro espaço intermetatarsal. Quando positivo, ocorre estalido e ressalto doloroso resultante da movimentação do neuroma no espaço entre as cabeças metatársicas.
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