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Artigo - Breve análise do Manual de Lógica Jurídica Aplicada

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Uma Breve análise do “Manual de Lógica Jurídica Aplicada” 
destacando a construção lógica das soluções Jurídicas 
 
[...] não é um trabalho sobre filosofia ou sociologia do Direito, nem o de 
um técnico do Direito com preocupações dogmáticas. [...] O que me 
encorajou para este propósito foi a convicção de que o futuro tenderá 
para uma destas duas alternativas. Ou seremos incapazes de minimizar 
os efeitos destrutivos do sistema capitalista, o que determinará desagregação e 
ruptura. 
Ou lograremos recuperar poder político para a sociedade 
(o espaço do homem comum) com o que se fará possível fixar 
limites e impor diretivas ao processo econômico e às atividades de governo, 
colocando-as a serviço dos homens e não obsessivamente voltadas para o lucro, a 
produtividade e a eficiência. 
 Este resultado somente se logrará se, majoritariamente, os atores sociais 
adquirirem a capacidade 
de se posicionarem criticamente diante dos acontecimentos, atitude 
viável apenas quando se tem competência para decodificar o discurso do 
poder instituído. (CALMON DE PASSOS, 1999, p. 01). 
 
Resumo: O presente artigo tem como objetivo uma breve reflexão sobre fenômenos 
jurídicos, regras, fontes, métodos do direito e sua relação com os atores jurídicos estes 
detentores ou não de conhecimento técnico-cientico. Em síntese uma releitura associada 
a um processo interpretativo na sombra da obra de Hamilton Rangel Junior, incipientes 
discentes vislumbram um apanhado do universo jurídico tangenciando o caminho para 
construção de argumentos e soluções tornando possível e viável a interlocução entre a 
sociedade e a lógica Jurídica aplicada. 
Palavras-chave: Fato Jurídico. Argumentação. Metodologia. Interdisciplinaridade. 
Procedimento Dialético. 
 
Sumário: 1. Introdução; 2. A Construção Lógica das Soluções Jurídicas;2.1 
Multiplicidade sintático-semântica entre hipóteses e sanções;2.2Processos jus-
silogisticos;2.3 Elementos de Interdisciplinaridade;2.4 Eliminação de antinomias e 
Integração Jurídica;2.5 Argumentação Jurídica;2.6 Transmissão das conclusões 
jurídicas:as linguagens do jurista;2.7Linguagem de Massa;3.Considerações Finais; 
Referências 
 
1. Introdução 
 
 A liberdade é uma das características humanas, que disponibiliza de forma 
absoluta valores da vida como a verdade, o bem, o belo e outros. Quando se fala em 
liberdade a ideia de limitação parece incompatível, pois estar tomada como melhor 
pressuposto da noção do bem-estar. 
 Se tomarmos a noção de liberdade como absoluta, haveremos de conceber que o 
indivíduo é livre até mesmo para optar pela arbitrariedade, no que, tomada nossa linha de 
raciocínio, será condenado pela moralidade. 
 Uma possível antítese e que a ideia de liberdade é enganosa, já que a vida em 
sociedade impõe limites sem os quais um ser humano eliminaria o outro. Esse somatório 
entre liberdade de não ser constrangido e a inteligente obrigação de não constranger é o 
que poderíamos denominar autodeterminação individual legitima, ou princípio da 
autonomia da vontade individual. 
 A natureza absoluta da autonomia individual manifesta-se, também, quanto ao 
conteúdo do inciso II do mesmo artigo 5º da constituição federal: o princípio da 
legalidade. A verdadeira razão-de-ser de a lógica estar na necessidade humana de exercer 
sua liberdade com inteligência, algo somente possível por meio do raciocínio, no qual a 
lógica, resumida na noção de coerência, é essencial. 
 O direito é uma manifestação do conhecimento humano que, investigativo das 
soluções para os conflitos patrimoniais e pessoais, nas relações humanas, reúne as quatro 
básicas características identificadoras da cientificidade: objeto, regras jurídicas, pesquisa, 
experiência e método, a dedução e a analogia. O método é o que exige maior acuidade 
lógica- indução, dedução e analogia são organizações silogísticas clássicas que o Direito 
se utiliza. 
 No entanto, o primeiro elemento a ser analisado por um jurista e sempre o fato 
como sendo uma premissa menor, a título de premissa maior segue a interpretação do 
ordenamento acerta do fato; finalmente, da coerência, entre as premissas menores e 
maiores, vem à conclusão, que se manifesta na forma de decisão. 
 A sociedade, para melhorar sua organização, constrói regras costumeiras (a 
moral), visando sempre o bem-estar das pessoas. 
podemos dizer que o raciocínio jurídico não se baseia somente em dados analíticos, mas 
em proposições dialéticas, mas dedicado a argumentação, que seria o melhor caminho 
para entender os fatos. 
 
 Todo o raciocínio dos juristas há de reunir habilidades logico-formal, pois com, 
mas domínio dos conceitos técnicos oferece, mas flexibilidade na visão dos fatos, fazendo 
que as decisões jurídicas sejam enriquecidas pela elasticidade teórica dos conceitos. 
 
2. A construção lógica das soluções jurídicas 
 
 Os fenômenos jurídicos devem ser analisados a partir de um levantamento de 
verdades. Segundo Hamilton Rangel Junior (2009, Pg.27) esta análise se dá em quatro 
paragens cognitivas: (1) a exploração da estrutura frásica do dispositivo jurídico e sua 
multiplicidade sintático-semântica, (2) a composição integrativa entre princípios e 
normas, (3) Contribuição das fontes de revelação da licitude e (4) processo jus-silogístico. 
Essas etapas são de suma importância para a que o profissional do direito faça um trabalho 
sério e realmente cientifico. 
 
2.1. Multiplicidades sintático-semântica entre hipóteses e sanções 
 
 O jurista deve ter uma atenção muito grande quanto à redação das normas para 
que ele alcance a interpretação exata. Uma norma mal redigida pode resultar na ineficácia 
ou na aplicação arbitraria de uma lei, perdendo assim o seu sentido na sociedade. 
 
i. Composições integrativas entre princípios e normas 
 
 As regras jurídicas estão dispostas em dois modos: os princípios e as normas. Os 
princípios têm a função de proteger o ordenamento jurídico das subjetividades individuais 
na interpretação das normas, e suprimir as lacunas deixadas pelas normas. 
 Os princípios são tão fundamentais ao ordenamento quanto às normas. Perguntar 
qual é o tipo de regra jurídica é mais importante ao ordenamento é o mesmo que perguntar 
a um pássaro qual das suas asas é mais importante. Deve-se entender o fato de que as leis 
são imperfeitas, e por isso necessitam dos princípios para complementá-las. No entanto 
Reale lembra que se deve existir objetividade na compreensão dos fatos jurídicos, mas 
não se deve perder a compreensão axiológica. 
 
ii. Contribuições das fontes de revelação de licitude 
 
 Todas as fontes devem ter o seu ponto de partida na constituição (federal), pois 
ela é quem norteia todas as relações institucionais em um determinado Estado. Caso uma 
decisão jurídica não seja baseada em nenhuma fonte, esta não merece credibilidade, pois 
não passará de meras conjecturas feitas a respeito de um tema. 
 
2.2 Processos jus-silogístico 
 
 Os juristas, em sua maioria, utilizam o silogismo como técnica de trabalho, como 
meio de chegar a uma conclusão final de determinado assunto. "A premissa maior, ideia 
genérica, válida para todos, será não exatamente a regra jurídica, mas a hermenêutica que 
dela se tem de fazer das fontes, visando-se sempre - e isso é essencial - a que se alcance 
o ideal de moralidade institucional embutida no Ordenamento" (RANGEL, 2009, p. 36). 
No entanto esse silogismo não é meramente formal e sim acrescido da possibilidade de 
diálogo, argumentação, embate, a chamada dialética. 
 
2.2.1 Premissa menor: análise interdisciplinar dos fatos 
 
 Todo fato jurídico que sofre ação do Direito deve-se enquadrar em três categorias 
de interesses: autonomia individual, autonomia privada e autonomia política, mesmonenhuma dessas sendo arbitrárias entre si. No caso de um fato pertencer a mais de uma 
dessas esferas, o critério da interdisciplinaridade deve ser usado para apontar qual delas 
é mais importante nessa situação, e, portanto, qual será aplicada. Esse critério também 
leva em conta as questões sociais e evita que alguma autonomia prevaleça de forma 
injusta, sendo fiel assim a moralidade institucional. 
 
2.2.2 Premissa maior: análise hermenêutica 
 
 Segundo Rangel Junior (2009, p. 38) a hermenêutica, no Direito, é a 
interpretação, através de cinco critérios (exegeses, epistemologia, eliminação de 
antinomias, integração e argumentação jurídicas) das expressões jurídicas para assim 
determinar como estas tentam alcançar a moralidade institucional. Os critérios 
hermenêuticos identificam os caracteres dos fatos jurídicos, que são: sujeitos, objetos, 
meios, fins imediatos e tempo, para evitar que haja arbitrariedade entre as autonomias de 
interesses. 
 
2.2.2.1 Métodos exegéticos 
 
 São os métodos de uma leitura profunda do texto, que são usados de forma 
completar ou todos de vez quando a complexidade do texto exigir. Iniciam o processo 
hermenêutico e tentam garantir o ideal de moralidade institucional. Esses métodos são: 
método gramatical, método lógico-sistemático, método histórico-sociológico-evolutivo e 
método teleológico-axiológico. 
 
a) Método gramatical: analisa toda a gramática do texto normativo, aspectos semânticos, 
sintáticos, linguísticos. Extrai os sentidos imediatos das palavras empregadas nas regras. 
 
b) Método lógico-sistemático: relaciona normas distintas, mas pertinentes ao mesmo 
objeto e com isso alcançar uma melhor solução a problemática que estiver em questão. 
Esse método muitas vezes tem como resultado precisas conceituações. 
 
c) Método histórico-sociológico-evolutivo: analisa o meio em que a regra foi criada, os 
significados e condições daquele período passado, comunicando-a com os dias atuais, 
compreendendo o contexto de sua aplicação, e até mesmo com as aspirações futuras da 
sociedade. 
 
d) Método teleológico-axiológico: busca os fins sociais e da dignidade humana, dando-
lhe certa autonomia em relação ao tempo que ela foi feita. Defende algo maior do que o 
que está explicitamente escrito na regra. 
 
2.2.2.2 Epistemologia como enriquecimento interdisciplinar da exegese 
 
 A interdisciplinaridade associada à epistemologia, permitindo um maior diálogo 
entre a ciência do Direito e as demais ciências, enriquece a análise dos fatos jurídicos, da 
lógica jurídico-material e a interpretação das regras. Ou seja, contribuí também para uma 
melhor aplicação da hermenêutica, pois se tem contribuição de diversas áreas do 
conhecimento. A interdisciplinaridade 
tem que estar presente desde a formação do profissional jurista, nos cursos de direito. Os 
fatores que estruturam o currículo acadêmico dessa área e que, portanto, devem conter 
aspectos de interdisciplinaridade são: grade de disciplinas, conteúdos programáticos e 
metodologia de aula. 
 
2.3 Elementos da Interdisciplinaridade 
 
2.3.1 Dinamização da Grade de Disciplinas 
 O curso de direito tem que oferecer durante os seus mínimos cinco anos de 
duração uma grade de matérias em cada um de seus períodos (anual ou semestral). 
Nesta grade é necessário que ocorra uma interdisciplinaridade entre as matérias e para 
que isto ocorra segundo Rangel, existem dois requisitos básicos: 
- Indispensabilidade de disciplinas metajurídicas: Existem disciplinas que apesar de 
serem pertinentes aos conteúdos de outras formações são necessárias para a graduação 
do aluno. “A natureza de ciência social que o Direito possui exige do futuro jurista 
sensibilidade humanística suficiente para, em sua decisão, poder aplicar a regra jurídica 
sem olvidar qualquer aspecto relativo ao contexto de vida em que se insere o fato sobe o 
qual decidir;” (RANGEL, 2009, pg. 44). 
- Suplementaridade crescente dos conteúdos das disciplinas dogmáticas: É necessária 
uma sequência entre as disciplinas ministradas, pois é preciso um conhecimento anterior 
como requisito para a próxima disciplina. 
2.3.2 Transversalização dos Conteúdos Programáticos 
 São temas, situados transversalmente a todas as matérias, fundamentais para a 
formação do jurista apresentados durante todo o curso de maneira que o aluno tenha 
contato com ele sob várias óticas e diferentes enfoques. Segundo Rangel (2009, p.44) o 
melhor recurso para isso é o projeto pedagógico do curso definir o que chamamos de 
rubricas de interdisciplinaridade. 
 Para implantação da interdisciplinaridade no curso de Direito é sugerido por 
Rangel (2009, p.44) que os planos de ensino sejam organizados de acordo com os 
conteúdos programáticos para que a abordagem humanística, a contextualidade, 
criatividade e a critico-reflexividade façam com que os conteúdos abordados tenham 
total integração e harmonia. Rangel define diferentes rubricas de interdisciplinaridade 
de forma que as matérias não deixem de abordá-los e permitindo ao aluno fazer dialogar 
com todos os conteúdos da grade. A rubrica de interdisciplinaridade seria: 
- Etiologia Jurídica: “estudo das origens, das causas de um fenômeno qualquer.” 
(RANGEL, 2009, pg. 45). No estudo do Direito suas origens se localizam na noção 
filosófica de Liberdade. 
- Ontologia Jurídica: “estudo do ‘ser’ de algo; é a análise dos elementos que compõem 
um determinado ente, tornando-o apto a produzir seus efeitos.” (RANGEL, 2009, pg. 
45). Nos direitos os aspectos ontológicos: a evolução histórica da dogmática, a tipologia 
de regras jurídicas, sua estrutura frásica, a noção de licitude e as fontes de revelação 
desta; 
- Ontognoseologia Jurídica: “estudo de como se estuda o ‘ser’; é um aprofundamento 
sobre o instrumental conceitual, lógico e linguístico necessário para se conhecer um 
determinado ente.” (RANGEL, 2009, pg. 45). No Direito é aplicada na análise das 
dicotomias dogmáticas, da classificação enciclopédica, das categorias internas à regra 
jurídica e da hermenêutica jurídica. 
- Teleologia Jurídica: “estudo dos fins de algo.” (RANGEL, 2009, pg. 45). No Direito é 
usada para entender a noção de “decisão” e o entendimento da ideia de instituição de 
forma que estas instituições proporcionem as decisões é preciso entender os fatos 
jurídicos sob varias perspectivas de diferentes planos. 
- Axiologia Jurídica: “estudo dos valores contidos em algo, defendidos por ele.” 
(RANGEL, 2009, pg. 45). Leva, no Direito, a noção de ‘Justiça’ no ponto de vista 
formal e no material. 
 Na pratica essa interdisciplinaridade se concretizará também no cumprimento 
rigoroso do programa e a essa sequência de rubricas e com isso teremos tanto 
disciplinas propedêuticas quanto profissionalizantes em sala de aula ou no universo 
cognitivo do aluno. 
2.3.3 Atividades Extracurriculares – Ensino, Pesquisa e Extensão 
 São as atividades complementares ao currículo, sempre simultâneas ao curso, a 
título de integração de horas extracurriculares aos alunos matriculados a partir do 1º 
semestre. Podem ser: 
- extensão universitária na forma de: cursos, colóquios, palestras, congressos e demais 
promoções técnicas – cientificas, entre outras; 
- programas de monitoria; 
- práticas de pesquisa científica composta de: procedimentos de orientação docente a 
alunos e programas de monografia conclusiva do curso. 
2.3.4 Estágio de Prática Jurídica 
 Estágio sob supervisão docente especifica, para alunos a partir do 7º semestre, 
sem prejuízo da continuidade das atividades complementares. 
2.3.5 Metodologia de Aula voltada à Sensibilização 
 Caminhos sem prejuízo das contribuições experienciais de cada docente: 
- Método indutivo-argumentativo-maiêutico: para Rangel (2009, p.47) deve ser 
priorizado quantoà exposição temática. É a realização de debates que induz o aluno a 
relacionar sua realidade cotidiana a ideia e conceitos propostos em aula até que essa 
discussão faça surgir o termo buscado pelo mestre. Ao invés de monólogos, exposições 
dialógicas onde o mestre oferece o conteúdo de forma mais construtiva aproveitando o 
universo experimental. 
- Método de psicologia da gestalt: Apresentação do conteúdo de forma mais simples, 
através de esquemas sinópticos que permite o graduando visualiza toda a matéria 
graficamente, explorando sua capacidade. “Trata-se de uma linha de psicologia, que 
estuda os processos de apreensão de conhecimentos. Max Wertheim, Kurt Kofka e 
Wolfgang Kohler são seus principais nomes.” (RANGEL, 2009, pg. 48). 
 O jurista para apresentar com riqueza seu discurso, identificar os sujeitos, 
objetos, meios, fins e de ter habilidade epistemológica em seu trabalho em seu trabalho 
hermenêutico precisa ter no seu processo de formação essas características da 
interdisciplinaridade que oferecerá a ele uma futura decisão mais próxima da justiça. 
2.4 Eliminação de antinomias e Integração Jurídica 
 
 
2.4.1 Eliminação de antinomias 
 
 Uma antinomia é a contradição entre regras jurídicas, que devem ser superadas 
para se saber qual a regra aplicável em caso concreto. Serão citados alguns critérios de 
eliminação de antinomias. As antinomias entre lei e constituição federal, são resolvidas a 
partir do momento em que se reconhece que a lei é nula quando vai de encontro à 
constituição, sendo chamada de inconstitucional, prevalecendo, assim o que disser a 
constituição. A esse tipo de eliminação de antinomia, é dado o nome de critério da 
hierarquia. Um exemplo disso é a Lei 7.716/89, alterada pela 9.459/97, que pune 
criminalmente o preconceito. Mas os dispositivos que aderem punição a toda forma de 
preconceito ‘’pecam por imprecisão conceitual, estão viciados de nulidade parcial’’, 
como afirma (RANGEL, 2009, pg. 50). Já para a solução de antinomias entre lei nova 
(posterior) e lei velha (anterior), prevalece a lei mais nova, pois se entende que esta está 
em maior sintonia com os dias atuais. Ou seja, é adotado o critério da cronologia, na 
iminência de um novo Código Penal Brasileiro. Temos ainda a antinomia entre lei 
específica e lei genérica, para qual, deve-se utilizar com resolução o prevalecimento da 
lei mais específica frente a uma lei mais vaga. Com isso, é adotado o critério da 
especialidade. 
 A partir dos critérios de eliminação das antinomias, podem ser feitas algumas 
observações. Em havendo conflito entre o critério da cronologia e da especialidade, 
prevalece-se a ordem defendida por Alf Ross: 1º hierarquia, 2º cronologia, 3º 
especialidade. Assim, a resolução do impasse é feita pelo prevalecimento da lei mais 
nova, embora mais genérica. Outra observação é a revogação de uma lei. Esta última, 
quando de encontro com a constituição, se torna nula desde o seu nascimento (nulificação 
da lei). Mas a antinomia entre duas leis, por uma ser apenas invalida a partir do momento 
que a outra entra em vigor, se trata de uma revogação de lei. Entretanto, se analisar todos 
os meios, tempo e cada situação jurídica é o que deve prevalecer. Fins e meios se 
apresentam em constante interação, transformação e releitura a partir do desenvolvimento 
dos argumentos nos mais diversos espaços e contextos. 
 
2.4.2 Integração jurídica: a prova da que não há lacunas no Ordenamento 
 
 Alguns caminhos são estabelecidos pelo próprio sistema para a solução das 
aparentes incompletudes do mesmo. Assim, quando uma regra não conseguir tutelar toda 
a matéria, a Ciência do Direito pode encontrar um meio lógico de integrá-la, tornando-a 
completa. Impondo esse raciocínio, são utilizados quatro princípios gerais do Direito, são 
eles: o princípio da moralidade institucional; o princípio da ampla defesa (art. 5º, LV, 
CF); o princípio da inafastabilidade do judiciário (art. 5º, XXXV, CF); e por fim, o 
princípio exemplificatividade dos direitos e garantias fundamentais (art. 5º, § 2º, CF). Já 
os quatro métodos usados para essa completude do sistema são: analogia ‘’legis’’; 
analogia ‘’iuris’’; costumes; e vontade negocial. 
 A analogia ‘’legis’’ é quando se aplica uma regra pelo fato do caso ser 
semelhante àquele de que ela tutela. A analogia ‘’iuris’’ tem a mesma imposição da 
analogia ‘’legis’’ porém, ‘’somente após o seu enriquecimento com Princípios Gerais do 
Direito’’(RANGEL, 2009 p.53), sendo alguns destes, o princípio da igualdade, princípio 
da constitucionalidade, etc. Já os costumes são a parte não dogmática de direito, mas que 
sua prática coletiva se torna uma obrigação cultural para todos. Através dos costumes 
podemos observar também a evolução de hábitos da sociedade civil. Por último, à vontade 
negocial, que trata dos atos constitutivos entre particulares, sendo lícitos e não 
paramilitares. O estado só deve intervir em caso de insuficiência das entidades privadas. 
Mas além de tomar meras iniciativas particulares, deve-se ter como anseio e 
obrigatoriedade, o equilíbrio e respeito entre as partes, não sendo apenas canal de livres 
escolhas como diz o princípio da Autonomia Privada. A partir desta, se criam novas 
ordens jurídicas em que o Estado não poderia alcançar. 
 
2.5 Argumentação jurídica 
 
 A argumentação finaliza o processo hermenêutico, é a maneira persuadir ao outro 
a aderir a uma determinada causa, desenvolvendo o discurso decisório. 
É importante ressaltar que a argumentação jurídica não pode ser confundida com a arte, 
já que sua finalidade não é emocionar, apesar de utilizar a sensibilidade humana como 
um meio, e sim lidar tão somente com a verdade. 
Vejamos a seguir as duas etapas de estudo da argumentação jurídica. 
 
2.5.1 Ética da argumentação 
 
 É a partir de posturas argumentativas, refletidas pelo jurista, que se alcança o 
convencimento do contraditor sem constrangê-lo, evitando assim as posturas 
antiargumentativas. São posturas argumentativas: 
1) dialogicidade: é sempre estar favorecendo o debate, dando espaço para o outro 
estar se manifestando. 
2) impessoalidade: se neutralizar diante do assunto sem expor suas emoções. 
 Para atingir a dialogicidade e a impessoalidade é necessária a adaptação do 
auditório, pois é importante ter consciência de que os interlocutores variam em nível 
cultural, socioeconômico, ou pelo meio do canal usado na comunicação. 
 As posturas antiargumentativas resultam em monólogo, isso causado por omissão 
do outro, por procedimentos castradores, ou por um diálogo de constrangimentos. A ética 
da argumentação auxilia a lógica jurídica na relação entre os debatedores. 
 
2.5.2. Tipos clássicos de argumento 
 
 O argumento é o recurso indispensável na argumentação jurídica, pois resume 
toda a argumentação e mesmo assim segue priorizando o convencimento do interlocutor. 
Eles são de infinitas possibilidades, mas algumas levam destaque: 
- Argumentação ab auctoritate: objetiva convencer a pessoa, comparando a sua 
história com a de alguma personalidade de alta credibilidade no assunto. 
- Argumento ad hominem: tenta convencer o contraditor de que está equivocado, 
partindo da própria ideia deste. 
- Argumento exemplar: utiliza a semelhança entre soluções consagradas já 
atribuídas a casos análogos. 
- Argumento ad rem: através da obviedade da causa defendida, a enfatiza por 
não ter de explicá-la excessivamente. 
- Argumento ab absurdo: enfatiza não à obviedade da ideia defendida, mas sim 
o absurdo que seria defender sua negação. Tem a mesma eficácia do ad rem. 
- Argumento a contrario sensu: “convence-se a outra parte da propriedade de 
uma ideia, a partir da comprovação de que o contrário do seu oposto também é 
apropriado.” (RANGEL,2009,p. 60) 
- Argumentoa pari: tem uma semelhança com o exemplar, partindo da 
semelhança entre fatos. 
- Argumento a fortiori: “traduz-se na ideia de que aquilo que possui capacidade 
para fazer o maior tem- na para fazer o menor.” (RANGEL, 2009, p. 60) 
- Argumento a maiori ad minus: revela que o critério utilizado para o maior é o 
mesmo para o menor. Muito próximo do a fortiori. 
- Argumento a minori ad maius: é o oposto do a maiori ad minus, ou seja, o 
critério utilizado para o menor é o mesmo para o maior. 
- Argumento por entimema: “aquele em que o silogismo é incompleto, por ter 
uma de suas premissas subentendidas. “(RANGEL, 2009, p. 61) 
- Argumento a priori: parte-se de uma verdade para a conclusão de um fato 
ocorrido anteriormente. 
- Argumento a posteriori: ideia oposta ao a priori, conclui- se um fato tomando 
por base uma ideia posterior. 
 
2.5.3 Conclusão: procedimento dialético 
 
2.5.3.1 As duas etapas conclusivas 
 
 A conclusão, ou solução da questão, se dá a partir da compatibilização da análise 
do fato e a hermenêutica. 
 A sequência de ideias utilizadas para convencer alguém deverá obedecer à 
estrutura dialética de desenvolvimento de raciocínio. A dialética de complementaridade 
é tida como a melhor modalidade de raciocínio dialético, e na escolha dela, se promoverá 
entre as categorias técnicas internas à regra jurídica um diálogo, a fim de escolher na 
relação jurídica em questão, quais os direitos,” obrigações e deveres que seus atos 
jurídicos lícitos e/ou ilícitos tornaram exigíveis no fato jurídico processual em que se dará 
a decisão. “(RANGEL, 2009, p. 62) 
 A conclusão do raciocínio jurídico é também um trabalho duplo, pois conclui- se 
e apresenta- se a conclusão, mesmo depois das duas etapas pré- conclusivas. Isso porque, 
além de construir a solução para o caso, é necessário expressar por meios técnicos, 
verbalizados, por escrito ou oralmente. 
O profissional enfrentará dois momentos, em toda e qualquer momento da experiência 
jurídica: 
 
1. Etapa cognitiva 
1.1 Análise interdisciplinar do fato 
1.2 Promoção da adequada hermenêutica da dinâmica entre as fontes de revelação da licitude 
(premissa maior); 
2. Etapa aplicativa 
2.1 Verificação da compatibilidade do fato com a hermenêutica (conclusão); 
2.2 Exposição dialética de sua conclusão, revelando suas razões e o descabimento das 
possíveis contrarrazões (apresentação da conclusão). 
 
 
2.6 Transmissões das conclusões jurídicas: as linguagens do jurista 
 
 O texto demonstra que o procedimento jurídico só é útil se seu processo 
argumentativo possuir uma estética, ou seja, uma organização de sinais de comunicação. 
Só assim, é possível causar impacto no receptor da mensagem, convencendo o auditório 
por meio da argumentação do jurista. Essa estética jus argumentativa é chamada de 
retórica jurídica. 
 Apesar dos juristas utilizarem a mesma relação de premissas, a estética com que 
concluem a mensagem é diferente e depende do público alvo. Isso é capaz de criar 
distintas formas de linguagem jurídica, específicas para cada público e com características 
próprias. Estas se classificam em: acadêmica, judicial, política e de massa. 
 
2.6.1 Linguagem acadêmica 
 Entende-se pelo discurso voltado a reflexão didática, que auxilia a formação do 
jurista, através do ensino do Direito. Utiliza a retórica doutrinária como estética 
conclusiva. Vale salientar que os dados ensinados devem possuir credibilidade científica. 
Esta se inicia na precisão terminológica. 
 Caso o magister (indivíduo de afirmações dogmáticas) utilize conteúdo 
inconsistente em sua comunicação, será capaz de gerar efeitos negativos na formação de 
profissionais: o descrédito técnico científico do emissor e o desconhecimento no receptor. 
Instaura-se assim, uma formação ineficiente e a prestação de um serviço jurídico fraco 
pelo futuro profissional. 
 
2.6.2 Linguagem judicial 
 
 A linguagem judicial é utilizada em consultas, petitórios e julgados, tem o 
objetivo de fazer conhecer um raciocino preventivo e não possui anseios didáticos, 
diferenciando-se, deste modo, da linguagem acadêmica. Suas características contribuem 
para que seja evitado um embate judicial. 
 Tratando-se de uma peça técnica consultiva, o recurso utilizado é o parecer 
jurídico. Como retrata Rangel, os aspectos formais da peça parecerística devem 
apresentar a seguinte estrutura: ementa, relatório do caso, quesitos, apresentação da 
metodologia utilizada pelo consultor, desenvolvimento, conclusão, local/data, assinatura 
do parecerista (bacharéis em Direito com titulação acadêmica podem emitir pareceres) 
(RANGEL, 2009, p. 65). 
 O pragmatismo da eficiência deve caracterizar a retórica parecerística, ou seja, 
deve-se buscar razões práticas pelas quais a ocorrência de determinado fato não é 
permitida ou pelas quais o outro não tem razão. A organização de sinais comunicacionais 
conclusivos deve lançar mão de recursos altamente pragmáticos e enfatizar o parecer do 
consultor, caso queria causar impacto sensorial em favor de seu consultante. 
 Nas petitórias e decisórias o impacto sensorial deverá levar o auditório (o 
contraditor e/ou o juízo) a submissão em face de uma petição ou decisão. Nesses casos, a 
linguagem judicial exige uma retórica submissa. 
 Segundo Rangel, os elementos da estrutura material de um julgado são a 
identificação do processo, ementa, relatório e decisão (RANGEL, 2009, p. 66). 
Ainda segundo as concepções deste autor, os petitórios em geral, apresentam a seguinte 
estrutura material: vocativo, condições da ação, causa do pedir e pedido (RANGEL, 2009, 
p. 66-67). 
 A linguagem judicial é caracteriza pela retórica da consistência dos resultados. 
 
2.6.3 Linguagem política 
 
 Na retórica utilizada pelas casas legislativas e órgãos da administração pública é 
de se esperar conclusões em que se sobressaia a imperatividade socioinstitucionalmente 
sensível. Deve haver um respeito aos aspectos formais dos atos legislativos e dos 
correspondentes atos normativos. 
 A linguagem política utiliza-se do discurso jurídico dogmático. Nesse discurso, 
a preocupação inicial do governante é a sintaxe socioconstitucional entre hipóteses e 
sanções. Apenas o império advindo do mandato do governante não é suficiente para fazer 
com que a retórica política seja considerada impactante. Para isso, ela deve deixar claro 
sua sensibilidade social e institucional sobre a dimensão de indesejabilidade da conduta 
prevista na hipótese e a real possibilidade de consecução da sanção correspondente. “De 
outra forma, a linguagem política perde sua eficácia. É o caso das regras que não pegam, 
isto é, não ganham ou perdem sua legitimidade e caem em desuso.” (RANGEL, 2009, p. 
73). 
 
2.7 Linguagens de massa: 
 
 Sempre tão idolatrada ou até mesmo difamada devido a suas características tais 
como: extensa, prolixa e complexa a linguagem jurídica antes tão formal, hoje é vítima 
ou algoz de um processo de banalização. Ao se analisar de um lado encontra-se o 
profissional do direito frente a sua missão e responsabilidades e do outro os meios de 
interação comunicacional de massa que passa a transmitir de modo rasteiro, mas 
esforçado as mensagens a sociedade. 
2.7.1 Imperativos sócio inconstitucionais na formação do profissional 
 Entre os desafios existentes no ensino jurídico é evidente o afastamento do 
jurídico-produtivo para o jurídico discursivo, logo deve ser ensinado levando em conta o 
aprofundamento tanto ao incipiente profissional quanto até mesmo ao estudante em 
formação a dinâmica da flexibilidade comunicacional a fim de garantir um maior vínculo 
entre distintos grupos sociais e seus objetivos. 
 Em processo de metamorfose o próprioordenamento jurídico ratifica o esforço 
para assegurar soluções a este distanciamento então a fim de ampliar o acesso a justiça 
aplica-se métodos que priorizam a ação preventiva. Uma valorização da rapidez e da 
eficácia partindo de um pressuposto de idéias inovadoras que aperfeiçoem o uso do tempo 
ações dessa esfera consolidam a interação das relações jurídicas. 
 A disseminação do comportamento preventivo na esfera do conteúdo jurídico é 
fruto de uma maior relação entre os interlocutores e o vetor desta ação são os meios de 
comunicação que tem sua era de ascensão na modernidade. No entanto de forma 
simultânea é evidente a possibilidade de uma difusão do conhecimento jurídico de forma 
esclarecedora a sociedade obtendo sucesso e eficácia ou deduções equivocadas as quais 
podem proliferar graves erros, certo preconceito diante de determinada norma ou até 
mesmo inadequação interna por parte da sociedade afinal de contas a primeira impressão 
pode ser a que fica. Então é imprescindível a existência de um processo reciclador com 
enfoque em clareza, objetivando maior interação social na comunicação do jurista esta é 
uma das soluções para que o jornalista não usurpe ou deturpe informações do direito 
frente à acessibilidade social. Em síntese cabem aos aplicadores do direito a busca de um 
equilíbrio adequando seus discursos para que desta forma mesmo prevalecendo o 
científico não deve este excluir o entendimento por parte das massas entre ações 
cautelares: 
1) Uma valorização do direito sobre uma nova ótica em favor do social, das minorias 
“revelar que o objetivo é promover-se o discurso jurídico à condição de 
instrumento do fazer, pelo qual o jurista estimula a cooperativa dinâmica entre 
sociedade e ordem jurídica;” (RANGEL, 2009, p.76). 
2) Deve haver a priorização de um maior vinculo entre o discurso jurídico e a 
sociedade partindo do pressuposto que a função do processo de comunicação é 
promover a interação entre os interlocutores independente de sua origem ou nível 
técnico - cientifico. 
3) De acordo com o proposto por Rangel (2009, p.77) exige-se uma dinâmica entre 
o social, pedagógico e jurídico para que essa comunicatividade seja eficaz dentro 
da ótica de metodologias versáteis que o direito pode utilizar. 
 
2.7.2 O direito nos meios de mídia 
 
 A cultura de massa nasce do deslocamento de camponeses pro meio 
urbano ao se dirigirem ao trabalho viam se obrigados a abandonar a sua cultura e 
sua arte “Foram submetidos a uma nova servidão: as regras do mercado capitalista 
e a ideologia da indústria cultural [...] uma cultura baseada na idéia e na pratica 
do consumo [...]” (CHAUÍ, 2010, p.361) 
 Quanto ao direito diante da situação apresentada ratifica a celebre frase 
do filosofo Bacon “Conhecimento é Poder” e partindo do pressuposto que se tem 
uma quantidade significa da parcela social vulnerável a exploração devido ao 
ínfimo conhecimento cientifico aprofundado é então função do direito estabelecer 
um vínculo de aparato social através do discurso jurídico firmando a identificação 
das massas com o direito, assegurando a representatividade do direito de todos e 
também garantindo eficácia, vigência social, ou seja, ações que legitimem o 
direito por parte da sociedade devem ser iniciadas no dialogo entre as partes, pois 
a comunicação é primordial para todo e qualquer argumento. ”E, então, emerge o 
que denominamos de retórica do entendimento. Sua finalidade não é técnica - 
cientifica, mas cientifico - educacional, socioemancipativa.” (RANGEL, 2009, 
p.78) 
 Da mesma forma que se espera uma reforma por parte dos profissionais 
do direito para que se obtenha maior interação com a sociedade. Deve se cobrar 
determinadas adequações por parte dos profissionais midiáticos tais como o 
exercício pleno da profissão baseado na pedagogia midiática vislumbrando 
valores que já são domínio do jurista tais como: o domínio no âmbito técnico 
aplicando uma distinção entre moralidade e moralismo e também deve se 
privilegiar a lógica material e valores presentes na sociedade além de recorrer à 
retórica do entretenimento a fim de estimular o desenvolvimento crítico do 
intelecto social. 
 A principal tática para o crescimento social passa pela educação. No 
entanto é preciso um cuidado com os processos para obtenção de sucesso. ”Educar 
será, assim, um conjunto de procedimentos de indução do indivíduo a que 
descubra sua espontaneidade e desta deduza o melhor caminho para, aproveitando 
os conhecimentos a ele transferidos, conviver no meio social” (RANGEL, 2009, 
p.78). 
 “O verdadeiro processo educacional somente é eficaz se respeitar a 
espontaneidade do indivíduo [...]” (RANGEL, 2009, p.79). 
 Logo é evidente a importância do processo educacional na sociedade, pois os 
efeitos se alastram por diversos campus da sociedade inclusive no jurídico como uma 
ação preventiva a ponto de ser desnecessária a aplicação das sanções. Então não se pode 
restringir o conhecimento de regras há apenas uma transmissão irresponsável sem 
preocupações técnicas como ocorre quando a mídia tenta usurpar a função do jurista. 
 E a disseminação da mídia em assuntos jurídicos vem se ampliando na 
atualidade prova disso é a repercussão de programas de audiência e qualidade duvidosa 
que vem banalizando a dignidade humana e a ciência jurídica frente à grande massa. Para 
se evitar a proliferação das arenas de gladiadores modernas que é a reprodução midiática 
que se faz de casos jurídicos a solução é uma cultura culta que só é possível através da 
educação. ”O jurista, pelo entretenimento, proporciona, nos meios de comunicação de 
massa, que a sociedade civil possa desempenhar seu papel [...]” (RANGEL, 2009, p.86). 
 Logo é imprescindível a preocupação quando se trata da disseminação da 
linguagem jurídica para que essa não se distancie da sociedade, mas seja fonte usada pelas 
massas. Para isso se conta com reformulações aos vetores do discurso jurídico sejam esses 
juristas, professores que forma os aplicadores do direito ou até mesmo os que não 
possuem formação técnica em direito, mas vinculam notícias e são presentes na vida da 
sociedade como formadores de opinião. ”O papel dos operadores jurídicos em qualquer 
de suas profissões, está no, em favor da efetividade dessa ciência, ousar.” (RANGEL, 
2009, p.87). 
 O direito não se reduz as leis com suas regras e seus princípios. Por isso, a 
argumentação jurídica não se reduz a mera argumentação sobre o direito, assim como não 
se desenvolve exclusivamente por juristas. Argumentação jurídica consiste em um 
complexo que extrapola mecanismos jurídicos onde a pluralidade é fundamental para 
qualquer indivíduo que transite pelo campo jurídico seja profissional do direito, ministro 
do STF, estagiários ou indivíduos que necessariamente não guardam relação direta mas 
tangencial como professores, políticos, comentaristas televisivos. Esses atores permitem 
uma verdadeira dinamicidade dos processos argumentativos que se desenvolvem ao longo 
de todo desenvolvimento judicial e extrajudicial do direito, mobilizam argumentos 
oxigenam as concepções nos diversos assuntos, apontando para uma ideia de construção 
plural de saberes teóricos e práticos. 
 
 
3. Considerações Finais 
 
 A lógica Jurídica pela argumentatividade, desde a premissa maior, na finalização 
do procedimento hermenêutico, até chegar na dialética conclusiva. 
O jurista deve se afastar do risco de, no procedimento dialógico, utilizar de 
recursos de sedução, para optar pelo convencimento; deixar-se o constrangimento, para 
restringir-se á dialética, largando a comoção, para usar a persuasão em sentido próprio. 
Definir o raciocínio jurídico como lógica da argumentação não e apenas dramatização do 
fato, mas, oferecer ao discursojurídico elementos da moralidade, para poder ter uma 
aplicação do direito de forma justa. 
Não se pode estudar o direito partindo apenas da hermenêutica. Deve-se, antes, 
interdisciplinarmente o caso concreto como prioritariamente pertencendo á esfera da 
autonomia individual, privada ou publica 
 
 
 
Referências 
 
RANGEL JUNIOR, Hamilton. Manual de Lógica Jurídica Aplicada. São Paulo: Atlas, 
2013. 
CHAUÍ, Marilena. Convite á Filosofia. São Paulo: Ática, 2010

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