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Hemofilia: Causas, Sintomas e Tratamento

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Thalita Maria C.C. Garonci 
HEMOFILIA – APG 
 
• É uma doença hemorrágica hereditária 
ligada ao cromossomo x, caracterizada 
pela deficiência ou anormalidade da 
atividade coagulante do fator VIII 
(hemofilia A) ou do fator IX (hemofilia B). 
 
 
➢ Hereditariedade 
• É uma doença ligada ao cromossomo X, 
manifestando-se em homozigose. 
 
• Pessoa portadora x Pessoa hemofílica 
 
Carrega o gene, mas Carrega o gene e 
não manifesta a manifesta a 
doença. doença. 
 
• Pode acontecer por mutações espontâneas 
no gene (quando não há progenitores com o 
gene) em duas situações : 1.mutação na 
células germinativas do progenitores, 
persistindo em todos os descendentes. 2. 
Mutação na embriogenese do paciente afetado, 
uma célula sofre a modificação e por meio de 
mitose passa para as demais. 
 
• Homens hemofílicos terão todas as 
descendentes filhas portadoras. 
 
 
• Mulheres hemofílicas terão todos os 
descendentes masculinos hemofílicos e 
todas as descendentes femininas 
portadoras. 
 
• As mutações, normalmente, acometem o 
fator VIII e o fator IX da cascata de 
coagulação. 
 
 
 
 
 
 
 
 
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➢ Fisiopatologia da Hemofilia 
• A fisiopatologia é relacionada à falha 
na homeostase e na cascata de 
coagulação. 
 
• A primeira fase é a de iniciação em 
que o fator tecidual é expresso na 
superfície das células. A fase da 
amplificação, quem tem ação do 
FVIII, é a ativação de plaquetas e 
colágenos, resultando em um tampão 
plaquetário instável. A propagação é 
o aumento na produção de trombina 
e formação de um tampão estável na 
lesão. A finalização é a limitação da 
coagulação para evitar oclusão 
trombótica. 
 
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Thalita Maria C.C. Garonci 
• Com a alteração no fator VIII e IX vai haver 
uma interrupção na cascata e fatores co-
fatores não serão ativados. 
 
• As fases de iniciação e de amplificação da 
coagulação acontecem normais, sendo 
capazes de formar o tampão 
plaquetário inicial no sítio do 
sangramento. 
 
• O problema está na amplificação pra 
frente, em Ge rar uma quantidade de 
trombina suficiente para estabilizar o 
coágulo de fibrina na superfície das 
plaquetas. 
 
• Sem o coagulo estabilizado o sangue 
“vaza” normalmente – “não é estancado”. 
 
 
➢ Manifestações Clínicas 
• Os episódios hemorrágicos podem surgir 
espontaneamente ou após traumas. 
 
• A apresentação clínica das hemofilias A e B 
são semelhante, caracterizada por 
sangramentos intra-articulares (hemartroses 
– elemento clínico característico da 
hemofilia). 
 
• As áreas mais afetadas pelas hemartroses 
são as articulações do joelho, tornozelo, 
cotovelo, ombro e coxo-femoral. 
 
Devido o sangue permanecer fluido dentro das 
articulações, há possibilidade de formação de 
cistos hemorrágicos e danificação da membrana 
sinovial 
 
• Quando não tratadas estão associadas à 
degeneração articular, chamadas de 
artropatia hemofílica, tendo como 
conseqüência dor, deformidades articulares 
e impotência funcional grave. 
 
• Pode acontecer ainda hemorragias 
sob forma de hematúria, epistaxe, 
melena/hematêmese e sangramentos 
retroperitoniais 
 
➢ Diagnóstico 
• Deve ser pensado sempre quando há 
história de sangramento fácil após 
traumas ou espontaneamente. 
 
• É um diagnóstico clínico + laboratorial 
 
• Na avaliação clínica deve-se levar em 
consideração o histórico familiar. 
 
• O diagnóstico laboratorial é realizado 
pelo coagulograma para verificar a 
coagulação do paciente. 
 
• O exame base é o Tempo de 
Tromboplastina Parcial Ativada 
(TTPA), Tempo de Coagulação (TC) e 
dosagem dos fatores VIII e IX. (os dois 
primeiros alterados em aumento e o último 
com alteração variável) 
 
• Quando o fator deficiente é o IX não é 
preciso mais testes. 
 
 
 
Thalita Maria C.C. Garonci 
• Quando o fator deficiente é o VIII, deve-se 
dosar o fator de Von Willebrand para excluir 
a possibilidade de doença de Von 
Willebrand. 
 
➢ Tratamento 
• O principal pilar é a reposição dos fatores 
de coagulação deficientes. 
 
• O Brasil dispõe dos seguintes tratamentos: 
concentrados de F VIII e F IX; Complexo 
protrombínico (CCP); Concentrado de 
complexo protrombínico ativado (CCPA) e 
Plasma fresco congelado (PFC). 
 
• A terapêutica baseia-se, principalmente, na 
administração de fatores retirados do 
próprio sangue humano ou fabricados por 
métodos de engenharia genética e está 
fundamentada em sua administração logo 
após um sangramento, ou antes, de um 
procedimento invasivo. 
 
• O tratamento profilático: uso regular de 
concentrados de fator de coagulação a fim 
de manter os níveis de fator suficientemente 
elevados, mesmo na ausência de 
hemorragias, para prevenir os episódios de 
sangramentos. 
 
➢ Complicações da Hemofilia 
• As complicações podem ser devidas a 
doença ou o tratamento. 
 
• Artropatia hemofílica: 
− Resposta inflamatória progressiva 
e irreversível do tecido sinovial, 
bem como lesões degenerativas 
da cartilagem, desencadeada pela 
presença de sangue nas 
articulações. 
− A perda de movimentação 
articular, as contraturas fixas em 
flexão e a intensa atrofia muscular, 
secundária ao desuso, constituem 
as características mais 
proeminentes. 
• Infecções transfusionais: 
− Pacientes tratados com 
hemotransfusao e plasma 
possuem o risco de infecção por 
HIV, Hepatite B e Hepatite C. 
− à avaliação do perfil sorológico 
pelo menos a cada 12 meses. 
Esse perfil deve incluir 
minimamente os testes: anti-HCV, 
anti-HIV, perfil sorológico para 
HBV (HBsAg, anti-HBc e anti-Hbs) 
e anti-HTLV I/II 
• Anafilaxia e Síndrome nefrótica: 
− Ação de inibidores e anticorpos 
aos fatores. 
 
 
 
 
 
 
 
 
Thalita Maria C.C. Garonci 
➢ Tipos de hemofilia 
Hemofilia A 
− Mais comum das deficiências 
hereditárias de fatores de 
coagulação. 
− O defeito é a ausência ou um 
baixo nível plasmático de fator 
VIII. Cerca de metade dos 
pacientes tem mutações 
missence ou de mudança de 
moldura ou, ainda, deleções no 
gene do fator VIII. 
− Hemartroses dolorosas 
recidivantes e hematomas 
musculares dominam a 
evolução clínica de pacientes 
gravemente afetados e, se 
forem tratados 
inadequadamente, causam 
deformidades articulares 
progressivas e invalidez 
− Pressão local do hematoma em 
torno de nervo pode causar 
neuropatia ou necrose 
isquêmica. 
 
 
 
Hemofilia B 
− A herança e os aspectos 
clínicos da deficiência de fator 
IX são idênticos aos da 
hemofilia A. 
− A incidência da deficiência de 
fator IX é igual a um quinto da 
incidência da hemofilia A 
− Devido à meia-vida biológica 
mais longa, as infusões não ne- 
cessitam ser tão frequentes 
quanto as de concentrado de 
fator VIII na hemofilia A. 
 
 
 
 
 
 
Thalita Maria C.C. Garonci 
COUTO, Julio Cesar et al. COAGULAÇÃO 
SANGUÍNEA E HEMOFILIA: QUALIDADE DE 
VIDA EM PACIENTES HEMOFÍLICOS: 
BLOOD COAGULATION AND 
HAEMOPHILIA: QUALITY OF LIFE IN 
PATIENTS HEMOPHILIACS. Brazilian 
Journal of Surgery and Clinical 
Research, Brasil, v. 7, ed. 3, p. 39-45, 11 
ago. 2014. Disponível em: 
https://www.mastereditora.com.br/periodi
co/20160213_111100.pdf. Acesso em: 1 
maio 2020. 
COLOMBO, Roberta Truzzi et al. 
Hemofilias: Fisiopatologia, Diagnóstico e 
Tratamento. Infarma: Ciências 
Farmacêuticas, Paraná, v. 25, ed. 3, p. 155 - 
161, 2013. Disponível em: 
http://revistas.cff.org.br/?journal=infarma
&page=article&op=view&path%5B%5D=4
94&path%5B%5D=460. Acesso em: 30 abr. 
2020. 
Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria 
de Atenção à Saúde. Departamento de 
Atenção Especializada e Temática. 
Manual de hemofilia / Ministério da 
Saúde, Secretaria de Atenção à 
Saúde, Departamentode Atenção 
Especializada e Temática. – 2. ed., 1. 
reimpr. – Brasília : Ministério da 
Saúde, 2015. 80 p. : il. Segunda 
edição do livro Manual de tratamento 
das coagulopatias hereditárias. ISBN 
978-85-334-2282-7

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