Buscar

Trypanosoma

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 4 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

@lebarcellosmedvet 
Introdução 
O gênero Trypanosoma é classificado dentro do Reino 
Protista, Sub-reino Protozoa, Filo Sarcomastigophora, 
Subfilo Mastigophora, Classe Zoomastigophorea, Ordem 
Kinetoplastida e Família Trypanosomatidade. 
As principais espécies desse gênero são: Trypanosoma 
cruzi, Trypanosoma evansi e Trypanosoma vivax. Essas 
espécies ainda podem ser divididas em duas seções, 
segundo o seu modo de transmissão, sendo Stercoraria, 
cuja transmissão é contaminativa e seção Salivaria, com 
transmissão inoculativa, mecânica ou direta. 
O ciclo do Trypanosoma é heteroxeno, ou seja, possui 
mais de um hospedeiro. De maneira geral, apresentam dois 
hospedeiros, sendo eles os vertebrados (reservatórios) e 
artrópodes (vetores). 
 
Fases evolutivas e morfologia 
As formas podem ser facilmente diferencias pela 
relação entre o cinetoplasto e o flagelo. 
O cinetoplasto é uma mitocôndria especial, rica em RNA 
e que promove a energia para a movimentação do flagelo. 
 
 
❖ Tripomastigota 
• Forma fusiforme – alongada. 
• Flagelo livre na extremidade posterior. 
• Presença de membrana ondulante que percorre 
todo o corpo. 
• Cinetoplasto. anterior ao núcleo. 
• É a forma infectante. 
• Hospedeiro: vertebrado. (forma sanguínea); 
hospedeiro invertebrado (forma metacíclica) 
• Extracelular. 
 
 
 
❖ Epimastigota 
• Forma fusiforme – alongada. 
• Cinetoplasto posterior ao núcleo. 
• Membrana ondulante curta. 
• Hospedeiro: invertebrado. 
• Extracelular. 
• Fase proliferativa – divisão por fissão binária. 
 
 
 
❖ Amastigota 
• Forma oval. 
• Não possui flagelo – reduzido no interior do 
corpúsculo. 
• Hospedeiro vertebrado. 
• Multiplicação por fissão binária. 
• Encontrada no tecido – intracelular. 
 
 
@lebarcellosmedvet 
Trypanosoma cruzi 
O Trypanosoma cruzi pertence a seção Stercoraria, 
caracterizada pela transmissão por meio das fezes do 
hospedeiro invertebrado. As espécies que ocorrem nessa 
seção não são consideradas muito patogênicas, com 
exceção do Trypanosoma cruzi, agente etiológico da 
doença de chagas na América do Sul, transmitido pelo 
barbeiro. 
Essa doença é frequente em locais com habitações 
precárias, uma vez que é comum a presença de ninhos de 
barbeiro nesses locais. 
Em humanos promove a hiperfunção de órgãos como 
esôfago, baço, coração e cólon, ocorrendo aumento no 
tamanho dessas estruturas. Os sintomas, a longo prazo, 
são febres e lesões nos sistemas cardíaco e digestivo. 
No local onde ocorre a picada, forma-se uma lesão, 
chamada de chagoma, e pode ainda ocorrer o sinal de 
Romanã, um edema palpebral uni ou bilateral. 
 
Já em animais, pode afetar clinicamente os domésticos, 
principalmente cães e gatos, mas, inicialmente, esses 
animais são tidos como reservatórios da doença, 
juntamente com animais silvestres, como tatu e gambá. 
 
❖ Hospedeiros: 
• Definitivos: humanos, primatas, cães, gatos e 
outros animais silvestres. 
• Intermediários: hemípteras (barbeiros). 
 
 
 
❖ Características morfológica forma tripomastigota: 
• Forma de ‘C”. 
• Extremidades pontiagudas e corpo achatado. 
• É a fase inoculada pelo hospedeiro invertebrado e 
denomina-se tripomastigota metacíclica quando contamina 
o hospedeiro definitivo. 
• Núcleo central grande e cinetoplasto grande. * 
 
 
 
❖ Ciclo biológico: 
 O barbeiro ingere as formas circulantes 
(tripomastigotas) ao picar o hospedeiro contaminado, e, no 
intestino, o protozoário transforma-se em epimastigota, 
que se multiplica e vai ao reto, onde ocorre a forma 
infectante (tripomastigota metacíclica). 
 Para infectar o hospedeiro definitivo, o barbeiro, ao se 
alimentar a noite, defeca próximo à picada. No local há 
calor e inchaço, e o hospedeiro vertebrado, ao coçar, faz 
com que as fezes contaminadas com tripomastigotas 
metacíclicas penetrem na ferida e cheguem à circulação 
sanguínea. 
 Um grande número de tripomastigotas é destruído na 
circulação, mas aqueles que escapam seguem para 
diferentes órgãos e tecidos (colón, esôfago, baço, fígado, 
coração), onde se transformam em amastigotas, 
constituindo os focos secundários e generalizados. Nesses 
focos secundários, os amastigotas, após multiplicação por 
fissão binaria simples e novas invasões teciduais, evoluem 
para a forma flagelada (tripomastigota) e voltam ao 
sangue periférico, recomeçando o ciclo. O inseto é 
infectado ao picar o animal contaminado para se alimentar. 
 
* 
@lebarcellosmedvet 
Seção Salivaria 
As espécies que ocorrem nessa seção são 
caracterizadas pela transmissão mecânica, por meio da 
picada do hospedeiro intermediário, ou direta. 
Na América do Sul, por não ter seu hospedeiro 
intermediário natural, esses tripanossomos se adaptaram 
e são transmitidos mecanicamente por tabanídeos e 
Stomaxys sp. 
Somente duas espécies pertencentes a essa seção 
são de patogênicas e de importância para a pecuária 
brasileira. São elas: Trypanosoma vivax e Trypanosoma 
evansi. 
Dentre os fatores que agravam sua ocorrência são a 
presença de vetores mecânicos., que são insetos 
hematófagos e transmissão por fômites, com o 
compartilhamento de agulhas contaminadas entre bovinos, 
onde tripomastigotas são diretamente inoculadas de um 
hospedeiro para o outros. 
 
❖ Vetores 
• Stomoxys sp. (mosca dos estábulos) e tabanídeos 
(mutucas). 
 
 
 
 
 
Trypanosoma vivax 
 
Trypanosoma vivax é um parasita originário da África, 
onde acarreta grandes restrições a produção de 
ruminantes, causando grandes perdas econômicas por 
conta de redução na produção leiteira, gastos com 
tratamento e honorários veterinários, mortes dos animais 
etc. 
Animais infectados podem apresentar-se 
assintomáticos e evoluir da fase aguda para a crônica. 
Podem apresentar resposta imune reduzida, hemorragias 
e anemias devido a uma alta e persistente parasitemia. Na 
forma aguda, os animais podem morrer em 5 semanas. 
Temperatura alta, lacrimação, diarreia e aborto são 
características dessa fase. 
 
❖ Hospedeiros: 
• Ruminantes. 
 
❖ Características morfológica forma tripomastigota: 
• Forma de foice, achatada. 
• Núcleo grande, central e arredondando. 
• Extremidade posterior arredondada. 
• Cinetoplasto grande. 
 
 
 
Trypanosoma evansi 
 
O Trypanosoma evansi é um parasita com distribuição 
geográfica extremamente ampla, ocorrendo na África, 
Índia, Malásia, indonésia, china, América Central, Filipinas, 
Rússia e América do Sul. 
Esse protozoário causa a enfermidade conhecida na 
América do Sul como mal das cadeiras, responsável por 
inúmeros surtos com mortes de equinos no Brasil. 
Animais infectados na fase aguda podem apresentar 
febre intermitente, anemia progressiva, letargia e 
alterações hemostáticas, podendo morrer dentro de 
semanas ou poucos meses. Já a fase crônica pode durar 
anos, onde esses protozoários flagelados podem invadir o 
sistema nervoso central, levando a uma lesão progressiva 
e agravamento dos sinais clínicos. Observa-se nos animais 
infectados caquexia, edema, incoordenação motora e 
paralisia de posterior. 
Em bovinos, caprinos, e ovinos a doença apresenta-se 
de forma branda. Reservatórios silvestres e domésticos 
(cães, capivaras, quatis, morcegos-vampiros) atuam como 
propagadores do ciclo. 
 
❖ Hospedeiros: 
• Cavalos, burros, bovinos, caprinos, suínos, cães, 
capivaras, entre outros. 
 
Mosca dos estábulos Mutuca 
@lebarcellosmedvet 
❖ Características morfológica forma tripomastigota: 
• Núcleo bem visível. 
• Cinetoplasto pequeno, praticamente invisível. 
• Membrana ondulante bem visível. 
• Grânulos no citoplasma. 
 
 
 
Ciclo biológico seção Salivaria 
 
O ciclo das duas espécies citadas é comum. Os 
parasitos são transferidos mecanicamente de um 
mamífero a outro por insetos hematófagos ou pode 
ocorrer também a transmissão artificial, por meio de 
agulhas contaminadas. Os tripanossomas permanecem na 
probóscide dos vetores da forma tripomastigota e a 
transmissão depende diretamente da sobrevida destes no 
aparelho bucal dos insetos.Para que a transmissão seja realizada com sucesso, a 
alimentação do vetor no hospedeiro infectado deve ser 
interrompida, fazendo com que o inseto procure outro 
hospedeiro e inocule o parasito no mesmo. Quanto menor 
a diferença de tempo entre os repastos sanguíneos, 
maior é a probabilidade de passagem do parasita para um 
novo hospedeiro. No caso do Trypanosoma evansi, ainda é 
relatado o morcego hematófago do gênero Desmondus 
como transmissor desse parasito.

Outros materiais