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1 Leishmania sp. Classificação: Filo: Euglenozoa Classe: Kinetoplasta Ordem: Trypanosomatida Família: Trypanosomatidae Espécies: L. infantum (leishmaniose visceral), L. amazonenses, L. guyanensi, L. brazilensis (leishmaniose tegumentar); Morfologia: organismos ovoides com cinetoplasto em formato de bastão, associado a um flagelo rudimentar; Ciclo biológico: o hospedeiro invertebrado não infectado pica um indivíduo infectado e ingere macrófagos contendo formas amastigotas. No organismo do hospedeiro invertebrado, as formas amastigotas se transformam em formas promastigotas e, ao picar outra pessoa, o mosquito injeta as formas promastigotas no vertebrado, cujos macrófagos irão fagocitar as promastigotas, que se transformarão em formas amastigotas e o ciclo recomeça; Transmissão: flebotomíneos, principalmente do gênero Lutzomyia sp.; Monoxeno ou heteroxeno: heteróxeno; Patogenia/sintomas/órgão afetado: encontra-se Leishmania nos macrófagos, em outras células do sistema reticuloendotelial, na pele, baço, fígado, medula óssea, linfonodos e membranas mucosas; Hospedeiro: humanos, cães e gatos, principalmente; Trypanosoma sp. Filo: Euglenozoa Classe: Kinetoplasta Ordem: Trypanosomatida Família: Trypanosomatidae Espécies: T. vivax, T. congolense, T. brucei, T. evansi (grupo salivaria) e T. cruzi (grupo estercoralia); Morfologia: em geral, caracterizam-se por possuírem formato de folha, com cinetoplasto, núcleo, flagelo e membrana ondulante (que ajuda no desenvolvimento); Ciclo: T. vivax: as moscas contém em suas probóscidas as formas tripomastigotas metacíclicas e injetam essas formas no hospedeiro vertebrado, onde estas se transformam em formas epimastigotas; T. evansi: semelhante ao anterior; Conteúdo disponibilizado gratuitamente por @isabella.medvet - Proibida venda 2 T. cruzi: os barbeiros picam o hospedeiro vertebrado contaminado, do qual ingerem as formas tripomastigotas, nos invertebrados as formas tripomastigotas se diferenciam em amastigotas, que se multiplicam e se transformam em tripomastigotas metacíclicas ou epimastigotas. As epimastigotas se multiplicam adicionalmente e chegam ao reto, onde se transformam em tripomastigotas metacíclicos e são excretados nas fezes, que penetram ativamente na mucosa ou na pele do hospedeiro após a picada. Transmissão: T. vivax: principalmente por compartilhamento de agulhas contaminadas, mas na África o vetor biológico são as moscas do gênero Glossina sp. Nas Américas, as moscas Tabanus sp., Stomoxys calcitrans e Haematobia irritans atuam como vetores mecânicos. Também pode ocorrer transmissão iatrogênica e transplacentária; T. evansi: as moscas Tabanus sp., Stomoxys calcitrans e Haematobia irritans, morcegos hematófagos, via transplacentária, iatrogênica e por carnivorismo; T. cruzi: triatomíneos dos gêneros Triatoma sp., Panstrongylus sp. e Rhodnius sp.; Monoxeno ou heteroxeno: heteroxeno; Patogenia/sintomas/órgão afetado: a patogenia relaciona-se, principalmente, com o fato de movimentarem-se contra o fluxo sanguíneo. São encontrados na corrente sanguínea e nos tecidos dos vertebrados. T. evansi causa “surra, mal das cadeiras” em equídeos; Hospedeiro: T. vivax: afeta, principalmente, bovinos de leite. T. evansi: animais domésticos, equídeos são mais susceptíveis; T. cruzi: humanos, primatas, cães e gatos; Tritrichomonas sp.: Filo: Parabasalia Classe: Trichomonadea Ordem: Trichomonadida Família: Trichomonadidae Espécies: T. foetus; Morfologia: apresentam 3 flagelos anteriores e um flagelo posterior. T. foetus apresenta formato piriforme e um único núcleo; Ciclo: direto; Transmissão: através do coito; Monoxeno ou heteroxeno: monóxeno; Patogenia/sintomas/órgão afetado: macho: prepúcio, fêmea: vagina. Causam aborto, corrimento associado a nódulos, pode causar endometrite purulenta por retenção de placenta; Hospedeiro: bovinos Conteúdo disponibilizado gratuitamente por @isabella.medvet - Proibida venda 3 Histomonas sp. Filo: Parabasalia Classe: Trichomonadea Ordem: Trichomonadida Família: Dientamoebidae Espécies: H. meleagridis; Morfologia: morfologia depende da localização no órgão e estágio da doença. No ceco, é redondo ou oval, ameboide e possui um único flagelo, que parece se perder quando em tecido de membrana mucosa ou fígado; Ciclo: as aves se infectam após a ingestão de ovos de Heterakis gallinarum, sendo o flagelado transportado na larva não eclodida. Quando o ovo eclode, as histomonas são liberadas e penetram na mucosa do ceco, provocando ulceração e necrose. Os parasitas alcançam o fígado, via sistema porta e colonizam o parênquima, ocasionando focos necróticos circulares, cujos tamanhos aumentam à medida que o parasita se multiplica na periferia da lesão. Acredita- se que Heterakis se infecte com histomonas presentes no ceco pela ingestão e, em seguida, alcançam o ovário do verme, liberando ovos de Heterakis contaminados com Histomonas. Transmissão: através da ingestão de ovos embrionados de Heterakis gallinarum; Monoxeno ou heteroxeno: heteroxeno; Patogenia/sintomas/órgão afetado: ceco, fígado. Causam enterro-hepatite ou “doença da cabeça negra”; Hospedeiro: aves; Giardia sp. Filo: Metamonada Classe: Trepomanadea Ordem: Giardiida Família: Giardiidae Espécies: G. duodenalis; Morfologia: as trofozoítas apresentam corpo piriforma a elipsoidal, simétrico, com dois núcleos anteriores 8 flagelos em quatro pares; Ciclo: ciclo simples e direto, o estágio trofozoíta se multiplica e produz novos trofozoítas. De forma intermitente, os trofozoítas se encistam e originam estágios de cistos resistentes que são excretados pelo hospedeiro nas fezes e podem ser ingeridos através de água (veiculação hídrica) ou alimentos contaminados por outros hospedeiros; Transmissão: contágio por água ou alimentos contaminados com cistos nas fezes (NÃO É OOCISTO! É CISTO!), os cistos ingeridos liberam 2 trofozoítos que começam a multiplicação; Monoxeno ou heteroxeno: monoxeno; Patogenia/sintomas/órgão afetado: intestino delgado. Pode haver portadores assintomáticos. Os sinais clínicos são diarreia intensa (pode matar indivíduos em condições precárias), esteatorreia (fezes com gordura e muco) e dor abdominal muito forte. Causa lesões nas vilosidades, diminuição da capacidade absortiva e enterite; Conteúdo disponibilizado gratuitamente por @isabella.medvet - Proibida venda 4 Hospedeiro: humanos, primatas, cães, gatos, animais pecuários, roedores e mamíferos selvagens; Eimeria sp. Filo: Apicomplexa Classe: Conoidasida Ordem: Eucoccidiorida Família: Eimeriidae Espécies: muitas!!!, mais de 1000; Morfologia: oocistos com 4 esporocistos contendo 2 esporozoítos, protozoários coccídeos – passam pelo menos uma vez, durante seu ciclo, pelo TGI; Ciclo: OOCISTOS NÃO ESPORULADOS são liberados nas fezes e são ingeridos pelo hospedeiro definitivo, ao esporularem, se rompem, liberando TROFOZOÍTOS que crescem e passam a se chamar ESQUIZONTES – onde ocorre o processo de esquizogonia e forma MEROZOÍTOS – que formam GAMETAS que passam pelo processo de gametogonia, formando MACROGAMETAS (♀) e MICROGAMETAS (♂), que se fundem e geram ZIGOTOS, que se tornam OOCISTOS NÃO ESPORULADOS e o ciclo recomeça. Resumo: oocistos não esporulados (ingeridos) > esporulam > rompem > liberação de trofozoítos > crescem > formação de esquizontes > esquizogonia > merozoítos > gametas > gametogonia > macrogametas e microgametas > fusão > zigotos > oocistos não esporulados; Transmissão: hídrica; Monoxeno ou heteroxeno: monoxeno; Patogenia/sintomas/órgão afetado: intestino delgado e grosso. Destroem as células intestinais, causam enterite, formação de nódulos, hematoquezia; Hospedeiro: aves, bovinos, suínos, bubalinos, equinos, caprinos, ovinos, ruminantes silvestres, etc.;Conteúdo disponibilizado gratuitamente por @isabella.medvet - Proibida venda 5 Isospora sp. sin Cystoisospora sp. Filo: Apicomplexa Classe: Conoidasida Ordem: Eucoccidiorida Família: Eimeriidae Espécies: Cystoisospora canis, C. ohioensis, C. elis, C. rivolta, Isospora suis (suínos); Morfologia: oocisto com 2 esporocistos contendo 4 esporozoítos; Ciclo: Transmissão: infecção se dá pela ingestão de oocistos esporulados, sendo comum a ingestão de roedores como hospedeiros paratênicos; Monoxeno ou heteroxeno: monoxeno, mas comumente com presença de hospedeiro paratênico; Patogenia/sintomas/órgão afetado: intestino delgado. Leva a quadros de diarreia, dor abdominal, anorexia, perda de peso. Pode causar fibrose após sucessivas fases de desenvolvimento, levando a um quadro de constipação por perda de tecido conjuntivo funcional; Hospedeiro: cães, gatos, suínos, principalmente. A criação intensiva de suínos leva os animais a grande estresse, gerando imunossupressão que os deixa bastante susceptíveis; Cryptosporidium sp. Filo: Apicomplexa Classe: Conoidasida Ordem: Eucoccidiorida Família: Cryptosporidiidae Espécies: C. parvum, C. hominis, C. meleagridis, C. canis, C. felis., C. bovis; Morfologia: oocisto com 4 esporocistos LIVRES (diferente dos demais). Ciclo: hospedeiros eliminam oocistos nas fezes, que contaminam superfícies aquosas e se espalham, contaminando outros hospedeiros. O ciclo dentro do hospedeiro é semelhante ao de Eimeria, com a diferença morfológica do oocisto. *grande parte dos mananciais superficiais existentes no mundo estão contaminados com oocistos de Cryptosporidium sp.; Transmissão: contaminação ocorre pela ingestão de água ou alimentos contaminados (veiculação hídrica); Monoxeno ou heteroxeno: monoxeno, podendo haver transmissão entre diferentes espécies de hospedeiros; Patogenia/sintomas/órgão afetado: tipicamente intestino delgado, mas em infestações agudas pode se espalhar por todo o corpo, atingindo principalmente os pulmões. Alguns animais podem ser portadores assintomáticos e liberar oocistos nas fezes sem apresentar sintomas. A patogenia não é totalmente esclarecida, mas provoca atrofia das Conteúdo disponibilizado gratuitamente por @isabella.medvet - Proibida venda 6 vilosidades intestinais, diminuindo a capacidade absortiva do intestino e podendo causar constipação, diarreia, vômitos e desidratação; Hospedeiro: afeta humanos, animais domésticos e silvestres, sendo mais comum em bovinos jovens (adultos geralmente desenvolvem resposta imunológica); Sarcocystis sp. Filo: Apicomplexa Classe: Conoidasida Ordem: Eucoccidiorida Família: Sarcocystiidae Espécies: S. neurona – principal espécie, S. bovicanis, S. ovicanis, S. ovifelis, S. bovifelis, S. bovihominis; Morfologia: merontes ficam no citoplasma de células nervosas, de leucócitos e de células da substância cinzenta e branca do cérebro e medula espinhal, contendo de 4 a 40 merozoítos quando maduros; Ciclo: detalhes não totalmente conhecidos, acredita-se que o gambá da América do Norte seja um hospedeiro definitivo, com transmissão aos equinos por meio de esporocistos nas fezes. O ciclo pode, também, envolver gambás que reviram carcaças de aves que albergam um microrganismo idêntico, S. falcatula, parasita de muitas aves da América do Norte. Nesta condição, os equinos atuam como hospedeiro aberrante anormal; Transmissão: ingestão de fezes hospedeiros intermediários – gambás (no caso de S. neurona) – contendo oocistos. Também pode ocorrer transmissão pela ingestão de carne – carnivorismo pelo HD. Monoxeno ou heteroxeno: heteroxeno; Patogenia/sintomas/órgão afetado: cérebro e medula espinhal. Causa EPM – mieloencefalite protozoária equina. Causa atrofia de grupos de músculos – de forma que o animal não consegue se apoiar ou mastigar por fraqueza muscular, perdem a sensibilidade e propriocepção, ataxia, paralisia, problemas neurológios e pode levar a óbito; Hospedeiro: S. neurona > equinos; Neospora sp. Filo: Apicomplexa Classe: Conoidasida Ordem: Eucoccidiorida Família: Sarcocystiidae Espécies: N. hughesi, N. caninum; Morfologia: oocistos contendo 2 esporocistos com 4 esporozoítos, taquizoítos, bradizoítos e cistos teciduais (forma de resistência); Conteúdo disponibilizado gratuitamente por @isabella.medvet - Proibida venda 7 Ciclo: foi esclarecido apenas recentemente. Os oocistos são excretados nas fezes do hospedeiro definitivo (cão) de 8 a 23 dias após a infecção. Quando ingeridos por hospedeiros intermediários, como bovinos, estes se tornam permanentemente infectados e formam cistos teciduais. A prenhez ativa os cistos e pode ocorrer aborto espontâneo. Caso o feto e a placenta abortados sejam consumidos pelo canídeo por carnivorismo, este se infecta pela ingestão de oocistos esporulados e o ciclo se completa; Transmissão: ingestão de carne contaminada pelos HD e de alimentos/água contaminados pelos HI; Monoxeno ou heteroxeno: heteroxeno; Patogenia/sintomas/órgão afetado: cérebro, coração, placenta, fígado. Neospora era muito confundido com Toxoplasma – um dos maiores problemas causados é o abortamento em vacas, do 3º ao 9º mês de gestação, sendo mais frequente entre o 5º e o 6º mês. O feto pode morrer no útero, ser reabsorvido, mumificado, autolisado, natimorto, nascer vivo e doente ou, ainda, nascer clinicamente bem, mas cronicamente afetado. A doença causa danos musculares por problemas no SNC, que impedem a contração das fibras musculares por danos nervosos e também pela formação e cistos nos músculos; Hospedeiro: N. hughesi: equinos, N. caninum: HD canídeos, HI bovinos. Há suspeita de que canídeos eliminem N. hughesi nas fees, atuando como HI; Toxoplasma sp. Filo: Apicomplexa Classe: Conoidasida Ordem: Eucoccidiorida Família: Sarcocystiidae Espécies: Toxoplasma gondii; Morfologia: oocisto contendo 2 esporocistos contendo 4 esporozoítos; Ciclo: o gato é o hospedeiro final, no qual ocorre gametogonia. Vários mamíferos e aves atuam como HI, nos quais o ciclo é extraintestinal e resulta na produção de taquizoítos e bradizoítos – as únicas formas encontradas em hospedeiros não felinos. Em geral, a infecção se instala após a ingestão de oocistos esporulados. O esporozoíto liberado penetra rapidamente na parede intestinal e se dissemina via hematógena. Esse estágio é invasivo e proliferativo, por isso as formas são chamadas de taquizoítos. Quando se acumulam de 8 a 16 taquizoítos na célula, ela se rompe e novas células são infectadas. Essa é a fase aguda da toxoplasmose. Na maior parte dos casos, o hospedeiro sobrevive e produz anticorpos, o que limita a invasão de taquizoítos, resultando na formação de cistos contendo milhares de microrganismos que passam a bradizoítos, devido à sua lentidão. O cisto contendo bradizoítos é a forma latente e sua multiplicação é refreada pela imunidade adquirida do hospedeiro. Se ela diminui, o cisto pode se romper e o hospedeiro volta a eliminar bradizoítos, que se tornam ativos e retornam às características invasivas dos taquizoítos; Transmissão: ocorre das mais diferentes maneiras, podendo ser: ingestão de oocistos esporulados (mais rara) que seria a ingestão das fezes de gatos, ingestão de cistos em tecidos (mais comum), congênita (infecção aguda na gestação), pelas lágrimas (fase aguda), machos podem transmitir pelo sêmen na fase aguda, fêmeas pelo leite. Veiculação hídrica; Conteúdo disponibilizado gratuitamente por @isabella.medvet - Proibida venda 8 Monoxeno ou heteroxeno: heteroxeno; Patogenia/sintomas/órgão afetado: músculos, pulmões, fígado, sistema reprodutor, sistema nervoso central (invadem tudo, exceto hemácias). Provoca alterações neurológicas no hospedeiro, lesões intestinais e na retina. Os danos mais comuns em fetos humanos são retardo mental severo e problemas de visão. Acredita-se que oprotozoário, para continuar o ciclo, provoque alterações neurológicas em ratos, que se tornam mais “corajosos”, aumentando a chance de predação. Há estudos que comprovam que pessoas contaminadas possuem mais tendências suicidas e violentas e são mais propensas a desenvolver esquizofrenia; Hospedeiro: HD: felídeos – principalmente gatos, HI: mais de 200 espécies descritas, dentre elas: répteis, anfíbios, mamíferos e peixes; Hepatozoon sp. Filo: Apicomplexa Classe: Conoidasida Ordem: Eucoccidiorida Família: Hepatozoidae Espécies: mais de 300 conhecidas mundialmente, sendo as mais importantes H. caninum e H. americanum (comum nos EUA, de alta virulência – não ocorre no Brasil); Morfologia: oocistos contendo centenas de esporocistos com 1 ou 2 esporozoítos; Ciclo: O ciclo evolutivo envolve dois hospedeiros. O carrapato é um hospedeiro final, no qual ocorre singamia, e o cão é um hospedeiro intermediário, no qual ocorre a reprodução assexuada. Ninfas de carrapatos engurgitam-se com leucócitos infectados por gametócitos, em um cão infectado. Após a ingestão, os gametócitos são liberados dos leucócitos, associados em pares, e se transformam em gametas masculino e feminino, originando zigotos e oocistos. Cada oocisto maduro contém vários esporocistos, cada um com 10 a 26 esporozoítas. Após as mudas do carrapato os oocistos são encontrados na hemocele e cada carrapato pode carrear milhares de esporozoítas infectantes. Como os esporozoítas permanecem na cavidade corporal, parece que o cão é infectado após a ingestão do carrapato. Uma vez ingeridos, os esporozoítas são liberados dos oocistos, penetram na parede intestinal e são transportados aos tecidos e órgãos-alvo, pelo sangue e pela linfa. Eles infectam principalmente o baço, os linfonodos e a medula óssea, onde ocorre merogonia nos macrófagos e nas células endoteliais. Duas formas de merontes são encontradas nos tecidos infectados; uma delas contém 2 a 4 macromerozoítas e a outra contém 20 micromerozoítas alongadas. Quando os merontes amadurecem e se rompem as merozoítas são liberadas e penetram nos neutrófilos circulantes, nos quais se desenvolvem em gametócitos que circulam no sangue periférico. O ciclo se completa quando o carrapato se alimenta do sangue. O período de desenvolvimento no cão, desde a contaminação até o aparecimento dos gametócitos, é de, aproximadamente, 28 dias. Transmissão: ingestão de carrapatos ou de hospedeiros paratênicos infectados; Monoxeno ou heteroxeno: heteroxeno; Patogenia/sintomas/órgão afetado: sangue, fígado, rins. Hospedeiro: cães (HI), Rhipicephalus sanguineus (HD de H. canis) e Amblyomma sp. (HD de H. americanum); Figura 2: Gamonte de Hepatozoon canis (seta) identificado em neutrófilo de sangue periférico de cão (Cortesia M.V. Fabio Novelli Martorelli – UNISA) Conteúdo disponibilizado gratuitamente por @isabella.medvet - Proibida venda 9 Plasmodium sp. Filo: Apicomplexa Classe: Aconoidasida Ordem: Haemospororida Família: Plasmodiidae Espécies: P. vivax e P. falciparum (forma mais grave); Morfologia: no hospedeiro vertebrado: esporozoíto, trofozoíto, esquizonte, merozoíto, gametócitos (micro e macro). No hospedeiro invertebrado: micro/macrogameta, zigoto, oocineto, oocisto, esporozoíto (forma infectante); Ciclo: *olhar acima* Transmissão: pela picada de dípteros nematoceros do gênero Anopheles. O controle pode ser feito pelo controle do mosquito vetor, sendo difícil o controle de adultos, pois localizam-se em regiões de mata e controle de larvas, uso de repelentes (por turistas), telas em portas, janelas, cortinado nas camas. Tentam desenvolver vacinas há mais de 100 anos, mas o protozoário é evasivo – muda sua superfície antigênica sempre que o organismo desenvolve resposta imune; Monoxeno ou heteroxeno: heteroxeno; Patogenia/sintomas/órgão afetado: é um parasita intraeritrocitário, causador da malária. De forma geral, causa rompimento de hemácias, afetando diversos órgãos que são afetados pela falta de oxigênio, desenvolvendo focos de necrose. Causa hepatomegalia – pois é o principal órgão afetado pelos esporozoítos e esplenomegalia – o baço entra em hiperplasia, pois grande parte das hemácias parasitadas são fagocitadas por macrófagos do baço. É uma doença de alta letalidade. *Pessoas com anemia falciforme não são afetadas por Plasmodium sp. – isso selecionou geneticamente indivíduos na população africana, aumentando a quantidade de pessoas com anemia falciforme; Hospedeiro: humanos; Babesia sp. Filo: Apicomplexa Classe: Aconoiasida Ordem: Piroplasmorida Família: Babesiidae Espécies: B. bovis, B. bigemina, B. canis, B. microti, B. divergens; Morfologia: esporozoítos (infectantes), merozoítos (ingeridos pelos carrapatos). B. bovis e B. divergens são consideradas pequenas babesias, enquanto B. bigemina e B. canis são consideradas grandes babesias; Ciclo: esporozoítas infectantes presentes no carrapato são inoculados no hospedeiro, junto com a saliva, quando o carrapato se alimenta. A multiplicação no hospedeiro vertebrado acontece nos eritrócitos origina merozoítos. Os Conteúdo disponibilizado gratuitamente por @isabella.medvet - Proibida venda 10 eritrócitos se rompem durante os repetidos ciclos de merogonia, com liberação de merozoítos que invadem outros eritrócitos. Nas infecções crônicas, os parasitas são sequestrados parede de capilares do baço, do fígado e de outros órgãos, a partir de onde são liberados periodicamente na circulação. Após a ingestão pelo carrapato estas formas tornam-se vermiformes e penetram na cavidade corporal e, em seguida, no ovário e nos ovos, onde se agregam e se dividem para formar pequenos microrganismos redondos. Quando os carrapatos sofrem mudas de estágio larvário para o estágio de ninfa, o parasita alcança a glândula salivar, sofre uma série de divisões binárias e penetra nas células da glândula salivar. Eles se multiplicam até que as células hospedeiras sejam preenchidas com milhares de parasitas minúsculos. Estes se tornam vermiformes, danificam a célula hospedeira, se instalam no lúmen da glândula e são inoculados no mamífero hospedeiro quando o carrapato se alimenta. Transmissão: vetorial – Rhipicephalus microplus, Rhipicephalus sanguineus, Dermacentor reticulatus, entre outros – e por sangue contaminado (transfusão, compartilhamento de agulhas). Ocorre transmissão transovariana entre os carrapatos; Monoxeno ou heteroxeno: heteroxeno; Patogenia/sintomas/órgão afetado: o gênero Babesia inclui parasitas intraeritrocíticos de animais domésticos, transmitidos por carrapatos, que são contaminados pelo protozoário por via transovariana, através dos ovos e de uma geração de carrapatos para a outra. A doença, babesiose, é particularmente grave em animais sem contato prévio com o parasita, introduzidos em áreas endêmicas; é uma enfermidade que ocasiona considerável restrição ao desenvolvimento dos rebanhos, em muitas partes do mundo. Os sinais clínicos em bovinos parasitados são caracterizados por febre, anemia, hemoglobinemia, hemoglobinúria e, em muitos casos, morte. Em cães, as manifestações clínicas variam de doença subclínica, doença hiperaguda, aguda e crônica sendo que os cães jovens são mais sensíveis e freqüentemente apresentam formas mais graves da doença. A fase hiperaguda e aguda da infecção resultam em anemia e febre que evolui para mucosas pálidas, perda de apetite, depressão. Icterícia, petéquias e hepatoesplenomegalia estão presentes em alguns cães, dependendo do estágio de infecção. Na forma crônica ocorre febre intermitente, anorexia, perda de peso, edema, fraqueza, esplenomegalia e mais raramente hemoglobinúria e icterícia. Hospedeiro: bovinos, cães, equinos, humanos...; Theileria sp. Filo: Apicomplexa Classe: Aconoiasida Ordem: Piroplasmorida Família: Theileridae Espécies: T. equi e T. parva; Morfologia:Ciclo: o ciclo evolutivo de Theileria spp. envolve merozoítaseritrocíticas, que são ingeridas por um carrapato hospedeiro intermediário e originam macrogametócitos e microgametócitos para a produção de zigotos. Estes se desenvolvem e alcançam a hemolinfa, onde se tornam cinetos, e, em seguida, penetram nas glândulas salivares e se transformam em corpúsculos de fissão. Nos carrapatos adultos, os corpúsculos de fissão primários resultam em corpúsculos secundários (esporoblastos primários) e terciários (esporoblastos secundários) e produzem esporozoítas que são liberados na saliva. Os animais são infectados quando os carrapatos sugam o sangue. As espécies deste gênero sofrem merogonia exoeritrocítica nos linfócitos, nos histiócitos, nos eritroblastos e em outras células de órgãos internos. Os leucócitos preenchidos com merontes (esquizontes) são denominados corpúsculos de Koch. Ocorrem ambos, macromerontes e micromerontes, que produzem micromerozoítas que penetram nos eritrócitos, onde Conteúdo disponibilizado gratuitamente por @isabella.medvet - Proibida venda 11 geralmente acontece outra série de divisões, produzindo uma geração de merozoítas que, por sua vez, infectam novos eritrócitos. A multiplicação nos eritrócitos resulta em quatro merozoítas (raramente duas) que formam tétrades características (cruz de Malta). Algumas espécies (T. parva) não se multiplicam nos eritrócitos e a divisão assexuada se limita aos linfócitos. Gametogonia ocorre no intestino dos carrapatos vetores e esporogonia acontece nas glândulas salivares. Transmissão: vetorial por carrapatos Rhipicephalus microplus, Amblyomma sculptum, Rhipicephalus appendiculatus. Não ocorre transmissão transovariana entre os carrapatos; Monoxeno ou heteroxeno: heteroxeno; Patogenia/sintomas/órgão afetado: as doenças causadas por muitas espécies de Theileria representam séria restrição ao desenvolvimento de rebanhos na África, na Ásia e no Oriente Médio. Os parasitas, transmitidos por carrapatos, sofrem repetidos ciclos de esquizogonia nos linfócitos e, por fim, liberam pequenas merozoítas que penetram nos eritrócitos e se transformam em piroplasmas. Espécies de Theileria estão amplamente disseminadas em bovinos e ovinos na África, na Ásia, na Europa e na Austrália, e há uma variedade de carrapatos vetores; estão associadas com infecções que variam desde clinicamente inaparente a rapidamente fatal. T. parva é conhecida como febre da costa oriental em bovinos africanos e T. equi como piroplasmose equina. Animais infectados podem apresentar sinais clínicos de febre, anemia, icterícia, hemoglobinúria, fraqueza e morte ou mesmo infecções subclínicas; Hospedeiro: equinos e bovinos; Conteúdo disponibilizado gratuitamente por @isabella.medvet - Proibida venda
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