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farmacotecnica_homeopatica_e_controle_de_qualidade

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Brasília-DF. 
Farmacotécnica Homeopática e 
controle de Qualidade
Elaboração
Carolina Montovam Monteiro
Produção
Equipe Técnica de Avaliação, Revisão Linguística e Editoração
Sumário
APRESENTAÇÃO ................................................................................................................................. 4
ORGANIZAÇÃO DO CADERNO DE ESTUDOS E PESQUISA .................................................................... 5
INTRODUÇÃO.................................................................................................................................... 7
UNIDADE I
MÉTODOS E ESCALAS DE PREPARAÇÃO ................................................................................................. 9
CAPÍTULO 1
TINTURAS HOMEOPÁTICAS ........................................................................................................ 9
CAPÍTULO 2
FORMAS FARMACÊUTICAS DERIVADAS ................................................................................... 23
UNIDADE II
INSUMOS INERTES E EMBALAGENS ....................................................................................................... 73
CAPÍTULO 1
EXCIPIENTES E VEÍCULOS ........................................................................................................ 73
CAPÍTULO 2
MATERIAL DE ACONDICIONAMENTO, EMBALAGEM E ROTULAGEM .......................................... 78
UNIDADE III
FORMAS FARMACÊUTICAS HOMEOPÁTICAS ......................................................................................... 83
CAPÍTULO 1
FORMAS FARMACÊUTICAS HOMEOPÁTICAS DE USO INTERNO ................................................. 83
CAPÍTULO 2
FORMAS FARMACÊUTICAS HOMEOPÁTICAS DE USO EXTERNO ................................................ 92
CAPÍTULO 3
RECEITUÁRIO HOMEOPÁTICO .............................................................................................. 102
UNIDADE IV
GARANTIA E CONTROLE DE QUALIDADE ............................................................................................ 113
CAPÍTULO 1
BOAS PRÁTICAS FARMACÊUTICAS EM HOMEOPATIA .............................................................. 114
CAPÍTULO 2
CONTROLE DE QUALIDADE EM HOMEOPATIA ...................................................................... 122
REFERÊNCIAS ............................................................................................................................... 130
4
Apresentação
Caro aluno
A proposta editorial deste Caderno de Estudos e Pesquisa reúne elementos que se 
entendem necessários para o desenvolvimento do estudo com segurança e qualidade. 
Caracteriza-se pela atualidade, dinâmica e pertinência de seu conteúdo, bem como pela 
interatividade e modernidade de sua estrutura formal, adequadas à metodologia da 
Educação a Distância – EaD.
Pretende-se, com este material, levá-lo à reflexão e à compreensão da pluralidade 
dos conhecimentos a serem oferecidos, possibilitando-lhe ampliar conceitos 
específicos da área e atuar de forma competente e conscienciosa, como convém 
ao profissional que busca a formação continuada para vencer os desafios que a 
evolução científico-tecnológica impõe ao mundo contemporâneo.
Elaborou-se a presente publicação com a intenção de torná-la subsídio valioso, de modo 
a facilitar sua caminhada na trajetória a ser percorrida tanto na vida pessoal quanto na 
profissional. Utilize-a como instrumento para seu sucesso na carreira.
Conselho Editorial
5
Organização do Caderno 
de Estudos e Pesquisa
Para facilitar seu estudo, os conteúdos são organizados em unidades, subdivididas em 
capítulos, de forma didática, objetiva e coerente. Eles serão abordados por meio de textos 
básicos, com questões para reflexão, entre outros recursos editoriais que visam tornar 
sua leitura mais agradável. Ao final, serão indicadas, também, fontes de consulta para 
aprofundar seus estudos com leituras e pesquisas complementares.
A seguir, apresentamos uma breve descrição dos ícones utilizados na organização dos 
Cadernos de Estudos e Pesquisa.
Provocação
Textos que buscam instigar o aluno a refletir sobre determinado assunto antes 
mesmo de iniciar sua leitura ou após algum trecho pertinente para o autor 
conteudista.
Para refletir
Questões inseridas no decorrer do estudo a fim de que o aluno faça uma pausa e reflita 
sobre o conteúdo estudado ou temas que o ajudem em seu raciocínio. É importante 
que ele verifique seus conhecimentos, suas experiências e seus sentimentos. As 
reflexões são o ponto de partida para a construção de suas conclusões.
Sugestão de estudo complementar
Sugestões de leituras adicionais, filmes e sites para aprofundamento do estudo, 
discussões em fóruns ou encontros presenciais quando for o caso.
Atenção
Chamadas para alertar detalhes/tópicos importantes que contribuam para a 
síntese/conclusão do assunto abordado.
6
Saiba mais
Informações complementares para elucidar a construção das sínteses/conclusões 
sobre o assunto abordado.
Sintetizando
Trecho que busca resumir informações relevantes do conteúdo, facilitando o 
entendimento pelo aluno sobre trechos mais complexos.
Para (não) finalizar
Texto integrador, ao final do módulo, que motiva o aluno a continuar a aprendizagem 
ou estimula ponderações complementares sobre o módulo estudado.
7
Introdução
O desenvolvimento do medicamento homeopático segue uma metodologia 
farmacotécnica específica exigindo do profissional o conhecimento da fundamentação 
teórica dessa terapêutica bem como de seus conceitos que justificam os princípios 
técnicos aplicados para obtenção das diferentes formas farmacêuticas e de acordo 
com as escalas e métodos empregados, sem que fiquem esquecidas as adequações às 
normativas legais que constantemente apresentam atualizações e, que nos ajudam a 
conduzir e garantir a qualidade que deve ser acompanhada durante todo o processo, 
desde a seleção de compra de insumos de fornecedores qualificados até a dispensação 
do produto acabado, passando por todo controle durante o processo de produção do 
mesmo.
É imprescindível que os procedimentos operacionais sejam padronizados de acordo 
com as boas práticas farmacêuticas e transmitidos para toda equipe envolvida no 
processo produtivo de forma a garantir que as atividades sejam desenvolvidas da 
mesma maneira independentemente da influência da mão de obra, garantindo desse 
modo que a metodologia seja reprodutível e rastreável por intermédio de registros que 
devem ser arquivados seguindo as normas da legislação vigente.
Esse módulo aborda a farmacotécnica e o controle de qualidade aplicados na elaboração 
de medicamentos homeopáticos e está dividido em quatro unidades para direcionar o 
estudo. 
Na primeira unidade estarão descritos os métodos e escalas reconhecidos pela 
Farmacopeia Homeopática Brasileira para obtenção da Tintura-Mãe (TM) e das Formas 
Farmacêuticas Derivadas. Veremos, no primeiro capítulo dessa unidade, quais são as 
técnicas para preparação das TM, que são obtidas a partir de drogas de origem animal 
ou vegetal. No segundo capítulo, serão esclarecidas as particularidades das três escalas 
e três métodos de preparo dos medicamentos homeopáticos. 
A segunda unidade da disciplina é marcada pela descrição dos insumos inertes, 
imprescindíveis para obtenção das formas farmacêuticas, tais como excipientes e 
veículos, alguns de uso consagrado na prática farmacêutica, outros específicos da 
terapêutica homeopática. Serão descritos ainda os materiais de acondicionamento das 
preparações e a devida rotulagem.
Já na terceira unidade, serão abordadas as técnicas específicas de preparo para cada 
uma das formas farmacêuticas, formuladas nos estados líquido, sólido e semissólido, 
8
destinadas às diversas vias de administração, de uso interno e externo, conforme 
padronização oficinal ou ainda considerando as instruções personalizadas de 
receituários provenientes de prescritores habilitados.
A quarta e última unidadedescreve como as boas práticas farmacêuticas aplicadas 
em homeopatia visam garantir a segurança e eficácia do medicamento produzido, 
englobando a qualidade a ser controlada de insumos ativos, insumos inertes, produto 
acabado e do próprio processo em si.
Portanto, vamos logo iniciar os estudos para ampliar nossos conhecimentos através 
da exclusiva e peculiar metodologia farmacotécnica de obtenção dos medicamentos 
homeopáticos! 
Objetivos
 » Desenvolver os medicamentos homeopáticos conforme os métodos e 
escalas reconhecidos oficialmente.
 » Aplicar na farmacotécnica homeopática os excipientes e veículos 
apropriados como insumos inertes, bem como as embalagens que 
preservem a estabilidade dos medicamentos.
 » Elaborar as formas farmacêuticas homeopáticas para cada via de 
administração de acordo com metodologias farmacopeicas.
 » Reconhecer e analisar a legislação para garantir e controlar a qualidade 
de insumos, processos e produto final.
9
UNIDADE I
MÉTODOS E 
ESCALAS DE 
PREPARAÇÃO
Olá! Sejam bem-vindos à Unidade I de estudo da disciplina Farmacotécnica 
Homeopática e Controle de Qualidade. 
Nesse primeiro momento o conteúdo está dividido em 3 capítulos, nos quais serão 
abordados os métodos Hahnemanniano, Korsakoviano e de Fluxo Contínuo, englobando 
as escalas Decimal, Centesimal e Cinquenta-milesimal. 
Iniciaremos pelos modos de obtenção da forma farmacêutica básica, denominada 
Tintura-Mãe de acordo com a proveniência da droga e seu estado, no instante da 
preparação. Em seguida estarão descritas as técnicas empregadas para o preparo das 
formas farmacêuticas derivada. Vamos começar? 
CAPÍTULO 1
Tinturas homeopáticas
Conforme a edição vigente da Farmacopeia Homeopática Brasileira (BRASIL, 2011a) 
a Tintura-Mãe é considerada a forma farmacêutica básica e apresenta-se na forma 
líquida, sendo preparada através de um processo extrativo no qual um determinado 
líquido extrator permanece em contato com a droga específica em uma concentração 
definida e durante um certo período de tempo. 
A Tintura-mãe, cuja abreviatura é Tint. Mãe e os símbolos que a representam são φ e 
TM, pode ser obtida partindo de uma droga tanto de origem animal como de origem 
vegetal. O preparo de cada uma dessas TM apresenta variações conforme a droga de 
origem. Vamos conhecer essas especificidades?
Preparação de tintura-mãe de origem animal
O reino animal é fonte de matéria prima para a obtenção de medicamentos homeopáticos, 
sendo que os exemplares utilizados devem ser jovens, completamente desenvolvidos e 
sadios, identificados e classificados zoologicamente, podendo estar vivos, sacrificados 
10
UNIDADE I │ MÉTODOS E ESCALAS DE PREPARAÇÃO
recentemente ou dessecados; inteiros, apenas algumas partes ou órgãos e secreções 
fisiológicas ou patológicas, conforme mencionado na monografia da droga e sendo 
obedecidos os preceitos técnico-científicos e de higiene (BRASIL, 2011a).
O preparo da TM deverá ocorrer em ambiente protegido da ação direta da luz e calor. 
De acordo com a respectiva monografia, a droga animal deverá ser fragmentada se 
necessário, e mantida em contato com o líquido extrator em volume 20 vezes superior à 
sua massa, que será equivalente ao volume final da TM a ser obtida, durante pelo menos 
15 dias ou 20 dias a depender do insumo inerte, com agitação diária. Após finalizado o 
período de contato, a preparação deverá ser filtrada, porém sem que o conteúdo sólido 
sofra expressão. O líquido extraído deverá permanecer em repouso por mais 48 horas, 
e somente então ser filtrado e devidamente armazenado em recipiente de vidro âmbar, 
bem fechado, protegido do calor e da luz direta.
Tintura-mãe de origem animal
 » Droga: animal vivo, recém sacrificado ou dessecado. 
 » Parte empregada: animal inteiro, parte ou secreção (fisiológica ou 
patológica). 
 » Concentração percentual da droga: 5% (p/v).
 » Relação insumo ativo:insumo inerte = 1:20 (p/v). 
 » Líquido extrator: etanol 65% a 70% (v/v); água e glicerina (1:1); etanol 
e glicerina (1:1); etanol, água e glicerina (1:1:1), ou outro conforme 
especificação da monografia. 
 » Método de extração: maceração.
 » Tempo de contato: mínimo de 15 dias se o líquido extrator for alcoólico 
ou 20 dias caso o líquido extrator seja glicerinado.
Dessa forma, podemos simplificar, através do esquema a seguir ilustrado na Figura 1, a 
descrição do preparo da TM por maceração partindo de droga de origem animal:
Figura 1. Esquema simplificado de extração por maceração de TM de origem animal.
Droga Animal 
(1 parte)
Líquido Extrator 
(20 partes)
Filtrar 
(sem prensar o resíduo)
Repouso de 48h
15 a 20 dias. Agitação diária. 
Longe de fontes de luz e calor.
Filtrar e Armazenar +
Fonte: Acervo pessoal.
11
MÉTODOS E ESCALAS DE PREPARAÇÃO │ UNIDADE I
Ok! E agora? Na prática, como deveremos proceder para preparar a TM de origem 
animal?
Vamos tomar como exemplo, a TM de Apis mellifica que é preparada, conforme 
descrito em sua monografia farmacopeica, a partir de abelhas vivas da espécie 
Apis mellifica L. colocadas em frasco de vidro utilizando como líquido extrator o 
etanol a 65% (v/v).
Partindo dessas informações oficinais e unindo aos conhecimentos gerais 
adquiridos sobre preparo de TM de origem animal podemos concluir que:
Para preparar 100ml da TM de Apis mellifica serão necessários 5g de abelhas, 
pois sabemos que a proporção de insumo ativo em relação ao insumo inerte é 
de 1:20 ou 5% (p/v). 
Agora, basta manter os 5g de abelhas em contato com 100ml de etanol 65%, no 
mínimo por 15 dias, pois o insumo inerte é alcoólico. Lembre-se que é necessária 
agitação diária, favorecendo dessa forma a extração! 
Terminado o período de 15 dias, a preparação será filtrada, sem que o resíduo 
sólido seja prensado. 
Estamos quase no fim... O líquido extraído permanecerá por mais 48 horas em 
repouso e, finalmente será filtrado, armazenado e rotulado como TM. Agora sim, 
pronto!
Uma última observação: como as abelhas estarão vivas e, portanto, inteiras, pode 
ser que não consigamos pesar exatamente 5g como exemplificado e, nesse caso, 
o volume final da TM a ser obtido também deverá ser ajustado conforme a massa 
de partida. Tudo bem?
Veja como é simples: supondo que a massa de abelhas obtida seja de 4,816g, 
qual será o volume de líquido extrator a ser utilizado? 
Podemos calcular através da aplicação da regra de Razão e Proporção, na qual 
a massa de 4,816g de abelhas representa os 5% de insumo ativo da preparação 
de TM, cujo volume total a ser obtido será a incógnita correspondente a 100%:
4,816 --------- 5 5 . x = 481,6
x --------- 100 x = 96,32
O volume a ser utilizado de insumo inerte será, portanto, de 96,32ml. 
12
UNIDADE I │ MÉTODOS E ESCALAS DE PREPARAÇÃO
Esse valor também pode ser calculado através da simples multiplicação da massa 
de insumo ativo por 20, uma vez que a proporção da TM de origem animal é de 1 
parte de insumo ativo para 20 partes de insumo inerte. Veja:
4,816.20 = 96,32
Exatamente! Será empregado o volume de 96,3ml de etanol 65% para o preparo 
da TM de Apis mellifica partindo de 4,816g de abelhas, de acordo com as 
especificações farmacopeicas.
Conheça uma aplicação terapêutica, na prática clínica, do medicamento 
homeopático Apis mellifica.
Leia o artigo de Palma, Pustiglione e Florentino (2016) que relatam o caso de 
uma paciente portadora de urticária crônica e angioedema há mais de 18 anos, 
que obteve a cura após ser tratada com esse medicamento.
Acesse através do link disponível em: 
<http://revista.aph.org.br/index.php/aph/article/view/378>.
Preparação de tintura-mãe de origem vegetal
A maior fonte de matérias-primas para a preparação de medicamentos homeopáticos 
é sem dúvida proveniente do reino vegetal. A droga dessa origem pode ser utilizada em 
partes, na sua totalidade, ou ainda, somente seus produtos provenientes de extração ou 
de transformação. Conforme indicado na monografia, o vegetal poderá estar no estado 
fresco ou dessecado,e sempre devem ser coletados em épocas adequadas seguindo 
condições específicas, sendo identificados por especialistas habilitados antes de serem 
utilizados (BRASIL, 2011a).
Tintura-Mãe de Origem Vegetal
 » Droga: vegetal fresco ou dessecado. 
 » Parte empregada: vegetal inteiro, parte, produtos extrativos ou de 
transformação. 
 » Concentração percentual da droga (resíduo sólido): 10% (p/v).
 » Relação entre o resíduo sólido e o volume final de TM = 1:10 (p/v). 
 » Líquido extrator: etanol 60% (v/v) ou conforme especificação da 
monografia. No final da extração o teor alcoólico da TM deverá estar 
situado entre 55% (v/v) e 65% (v/v).
13
MÉTODOS E ESCALAS DE PREPARAÇÃO │ UNIDADE I
 » Método de extração para drogas vegetais dessecadas: percolação ou 
maceração.
 » Método de extração para drogas vegetais frescas: maceração.
O preparo da TM de origem vegetal poderá ser realizado por dois métodos de extração 
diferentes: percolação ou maceração. 
Vamos verificar as particularidades de cada um deles?
Preparação de tintura-mãe de origem vegetal por 
percolação
O método de extração por percolação é aplicado somente para vegetais que estejam 
dessecados. 
A droga em pó deverá ter seu tamanho reduzido e ser tamisada, para então ser misturada 
em quantidade suficiente (q.s.) de líquido extrator, que irá umedecer o pó e permanecer 
em contato durante 4 horas. 
Após esse período, transferir para percolador e acrescentar q.s. de líquido extrator para 
obtenção da quantidade desejada de TM. 
Aguardar 24 horas e somente então regular a torneira para percolar à velocidade de 
8 gotas por minuto para cada 100g da droga, adicionando insumo inerte até que seja 
atingido o volume previsto de TM. 
Manter o líquido extraído em repouso por 48 horas, filtrar e armazenar em recipiente 
de vidro âmbar, bem fechado, protegido do calor e da luz direta.
O esquema a seguir, ilustrado na Figura 2, apresenta de forma simplificada a descrição 
do preparo da TM por percolação partindo de droga dessecada de origem vegetal:
Figura 2. Esquema simplificado de extração por percolação de TM a partir de vegetal dessecado.
Vegetal Seco - 
Pó Tamisado
Líquido Extrator 
(q.s. umedecer)
PERCOLADOR
Líquido Extrator 
(q.s. para obter 
volume TM)
Percolar (velocidade 
8gts/min cada 
100g)
Filtrar e 
Armazenar
Repouso de 48hRepouso de 24hRepouso de 4h
+ +
Fonte: Acervo pessoal.
Repouso de 24h
14
UNIDADE I │ MÉTODOS E ESCALAS DE PREPARAÇÃO
Preparação de tintura-mãe de origem vegetal por 
maceração
A extração por maceração pode ser aplicada para vegetais que estejam no estado fresco 
ou dessecado, e seguem uma metodologia muito semelhante a já estuda para obtenção 
das TM de origem animal. 
Inicialmente vamos descrever a metodologia de maceração para vegetais dessecados, 
que devem ter seu tamanho de partícula reduzido, para então serem misturados ao 
volume total de líquido extrator, que irão permanecer em um recipiente, por no mínimo 
15 dias, sem contato com luz e calor, sendo agitados diariamente. 
Após terminado esse período, o líquido extraído será filtrado e o resíduo deverá ser 
prensado. 
O filtrado permanecerá em repouso por 48 horas, e então será novamente filtrado e por 
fim armazenado em recipiente de vidro âmbar, bem fechado, protegido do calor e da 
luz direta. 
Um esquema simplificado do preparo da TM por maceração partindo de droga dessecada 
de origem vegetal está ilustrado na Figura 3.
Figura 3. Esquema simplificado de extração por maceração de TM de origem vegetal dessecado.
Droga Vegetal em pó reduzido 
(1 parte) 
Líquido Extrator (10 partes) Filtrar e Prensar o resíduo Filtrar e Armazenar
Repouso de 48h
15 dias. Agitação diária. 
Longe de fontes de luz e calor. 
+
Fonte: Acervo pessoal.
Ao contrário dos vegetais dessecados que podem passar por qualquer dos dois processos 
extrativos, as TM obtidas a partir de vegetais frescos são preparadas exclusivamente 
por maceração. 
Primeiramente, é necessária a determinação do resíduo sólido do vegetal fresco (r.sol.). 
Com esse valor, será possível calcular o volume total da TM a ser obtido, assim como o 
volume e o teor de etanol a ser adicionado. 
Conhecendo cada um desses valores, pode-se iniciar o processo extrativo que seguirá a 
mesma metodologia descrita anteriormente. Mas, vamos por partes... 
A determinação do r.sol. é realizada a partir da tomada de uma amostra de massa 
conhecida do vegetal fresco. A mesma deve ser fracionada em fragmentos menores 
15
MÉTODOS E ESCALAS DE PREPARAÇÃO │ UNIDADE I
e levada à estufa regulada em temperatura entre 100°C e 105°C, até peso constante, 
exceto se houver outra especificação na monografia. Ao descobrir a massa perdida por 
evaporação, basta calcular a porcentagem do r.sol. 
Observe na Figura 4 o passo a passo para determinação do r.sol.
Figura 4. Esquema simplificado para determinação do resíduo sólido do vegetal fresco (r.sol.).
Amostra fragmentada do Vegetal 
Fresco 
(massa conhecida)
Estufa 100°C a 105°C 
(até peso contante)
Verificar perda de massa e Calcular 
% r.sol.
Fonte: Acervo pessoal.
Se aplicarmos esse conceito em um exemplo fica mais fácil de compreender! 
Vamos supor que 10g de vegetal fresco foi levado à estufa regulada a 100°C e após 1h, 
apresentou peso de 7g. Novamente foi levada à estufa e após mais 30 minutos, estava 
pesando 5g. Depois de mais 30 minutos na estufa, apresentou peso de 4,5g e após 
repetir o processo, continuou a apresentar o mesmo peso de 4,5g. 
Portanto, podemos constatar que atingiu o peso constante e não haverá mais perda. 
Isso significa que essa massa obtida após a dessecação, representa o r.sol da amostra 
e o valor perdido representa a quantidade de água do vegetal, que nesse exemplo é de 
5,5ml para cada 10g do vegetal fresco.
Para determinar a porcentagem de r.sol., aplicar na fórmula de Razão e Proporção ou 
Regra de Três: se para 10g de vegetal temos 4,5g de r.sol., então para 100g (que representa 
100%) teremos X. Como o produto dos meios é igual ao produto dos extremos, temos 
que X = 70%.
4,5 --------- 10 10 . x = 450
x --------- 100 x = 45%
Sabendo a porcentagem de r.sol. de um determinado vegetal fresco, para preparar a TM 
teremos que calcular o peso total do r.sol. contido na quantidade total de vegetal fresco 
a ser utilizado. 
Ou seja, voltando ao nosso exemplo, no qual o vegetal fresco apresenta r.sol. de 45%; 
se formos utilizar 1kg de vegetal fresco para preparar a TM, aplicamos a porcentagem 
sobre a quantidade total de vegetal fresco a ser utilizada. 
1 . 45% = 0,45kg = 450g
16
UNIDADE I │ MÉTODOS E ESCALAS DE PREPARAÇÃO
Encontramos, desta forma, que o r.sol. para 1kg desse vegetal fresco é de 450g e a 
quantidade de água será de quanto?
1000g – 450g = 550g
A quantidade de água obtida a partir da subtração do total do vegetal fresco pelo seu 
conteúdo de r.sol. será de 550ml, considerando a densidade igual a 1g/ml.
Para se calcular o volume final (VF) de TM a ser obtido, o valor do r.sol. deve ser 
multiplicado por dez (10), isso porque a relação insumo ativo : insumo inerte é igual 
1:10 ou 10%. 
VF = 450 . 10 VF = 4500ml
No caso do nosso exemplo, o VF de TM será de 4.500ml.
Nesse ponto é importante ressaltar que vegetais muito suculentos apresentam um teor 
de água muito alto e podem apresentar r.sol. muito baixo. 
Caso o r.sol. seja inferior a 20%, a título de cálculo, deverá ser considerado igual a 20% 
para que se utilize um volume suficiente de veículo extrator para obtenção da TM.
E por falar em volume de veículo extrator, esse será o próximo passo! 
Como o vegetal fresco possui água em sua composição, o cálculo do volume do líquido 
extrator será feito subtraindo o VF da TM pela quantidade de água do vegetal. 
4500ml – 550ml = 3950ml
Em nosso exemplo, cujo VF da TM = 4.500ml, iremos subtrair 550ml de água contida, 
obtendo o volume de 3.950ml a ser utilizado de líquido extrator.
Lembre-se: é fundamental que se considere o r.sol.igual a 20% para vegetais 
frescos cujo teor de água seja muito elevado e que apresentem um r.sol. abaixo 
de 20%. Dessa forma, será possível prosseguir com os cálculos e obter um 
volume adequado para utilização no processo extrativo.
E qual líquido extrator deverá ser usado? 
Conforme a edição vigente da Farmacopeia Brasileira Homeopática, o veículo será uma 
solução hidroalcoólica de teor etanólico variável, a depender da porcentagem de r.sol. 
Veja a seguir no quadro: 
17
MÉTODOS E ESCALAS DE PREPARAÇÃO │ UNIDADE I
Quadro 1. Teor etanólico do líquido extrator conforme resíduo sólido do vegetal fresco.
RESÍDUO SÓLIDO LÍQUIDO EXTRATOR
Acima de 40% (plantas com baixo teor de água). Etanol 70% (v/v)
Entre 30% e 39% (plantas com médio teor de água). Etanol 80% (v/v)
Até 29% (plantas com alto teor de água). Etanol 90% (p/p)
Fonte: Adaptado da 3ª edição da Farmacopeia Homeopática Brasileira (BRASIL, 2011a).
Aplicando no exemplo, será utilizado o volume de 3.950ml de etanol 70% (v/v) como 
líquido extrator para preparar 4.500ml da TM.
Agora que já calculamos todas as variáveis, é possível preparar a TM utilizando o vegetal 
fresco por meio da técnica de maceração. 
Figura 5. Esquema simplificado de extração por maceração de TM de origem vegetal fresco.
Repouso de 48h
15 dias. Agitação diária. 
Longe de fontes de luz e calor. 
Droga Vegetal Fresca de r.sol. 
conhecido 
(1 parte) 
Líquido Extrator (10 partes) 
em relação ao r.sol. (descontar 
água)
Filtrar e Prensar o resíduo Filtrar e Armazenar +
Fonte: Acervo pessoal.
Ao final da extração, a água contida no vegetal estará diluída no veículo, influenciando 
no grau alcoólico da TM obtida, que certamente será inferior ao teor do líquido extrator. 
Podemos utilizar a fórmula de Diluição de Concentração na qual o produto da 
concentração e do volume da solução diluída será igual ao produto da concentração e 
volume da solução de partida, ou seja, C1.V1 = C2.V2
No exemplo, utilizamos 3.950ml de líquido extrator com teor etanólico de 70% para 
obter um volume total de TM de 4.500ml. 
Como temos o volume final da TM, que representa a solução diluída (V1), e temos a 
concentração (C2) e o volume (V2) da solução de partida, é possível encontrar o teor 
etanólico final da TM (C1), aplicando os valores na fórmula da seguinte maneira: 
C1 . 4500 = 70 . 3950
C1 = 61,44%
Concluindo: foram preparados 4,5L de TM, na proporção 1:10, partindo de 1 kg de vegetal 
fresco cujo r.sol. era de 45% e apresentava, portanto, 450g de r.sol. e 550ml de água. 
A matéria prima dividida foi misturada com 3,95L de etanol 70%(v/v), permanecendo 
18
UNIDADE I │ MÉTODOS E ESCALAS DE PREPARAÇÃO
num recipiente, por no mínimo 15 dias, sem contato com luz e calor, com agitação 
diária. Em seguida, o líquido extraído foi filtrado e o resíduo prensado, permanecendo 
em repouso por 48 horas, e novamente filtrado para ser armazenado. A TM obtida 
apresenta um teor etanólico de 61,44% devido a água contida no vegetal fresco. 
Chegou o momento de verificar esse aprendizado! Como deveremos proceder para 
preparar a TM de origem vegetal?
Deveremos preparar duas TM, uma delas será a TM de Arnica e a outra TM de Tuia.
A TM de Arnica é preparada, conforme descrito em sua monografia farmacopeica, a 
partir da planta inteira da espécie Arnica montana L. no estado dessecado, de forma 
que o teor etanólico durante e ao final da extração seja de 45%(v/v). 
Já a TM de Tuia é preparada, conforme descrito em sua monografia farmacopeica, a 
partir de ramos jovens de Thuya Occidentalis L. no estado fresco, de forma que o teor 
etanólico final esteja entre 60 e 70%(v/v).
Você lembra qual ou quais processos extrativos poderão ser utilizados para cada uma 
delas, considerando o estado fresco ou dessecado da droga? 
Ótimo! Agora para desenvolver o raciocínio vamos supor que temos 100g de Arnica 
em pó. Qual volume de TM poderá ser obtido? E qual o líquido extrator será utilizado? 
Descreva o passo a passo das possíveis metodologias empregadas.
E o preparo da TM de Tuia? 
Como ela está no estado fresco, serão necessárias mais informações, como a determinação 
do r.sol. 
Hipoteticamente, vamos utilizar 100g de ramos jovens e frescos de Thuya occidentalis 
L. Sabendo que seu r.sol. é de 60%, vamos determinar a massa de r.sol. nos 100g de 
vegetal a ser utilizado e qual o volume de água nele contido. 
100 . 60% = 60g
100g – 60g = 40g = 40ml
Calculamos que em 100g de ramos de Thuya há 60g de r.sol. e 40ml de água.
Em seguida, podemos descobrir o volume final (VF) de TM que será obtido:
VF = 60 . 10 VF = 600ml
19
MÉTODOS E ESCALAS DE PREPARAÇÃO │ UNIDADE I
Descobrimos que com 100g de ramos de Thuya com 60% de r.sol. será possível obter 
600ml de TM ao fim do preparo.
Agora, para saber o teor alcoólico do líquido extrator a ser utilizado, consultamos a 
tabela da Farmacopeia Homeopática Brasileira e verificamos que para o r.sol. de 60% é 
empregado etanol 70%. 
Entretanto, se observarmos atentamente a monografia desse ativo, que está descrita 
nessa mesma Farmacopeia, há a especificação de utilização de etanol 65%(v/v) como 
líquido extrator para essa droga. 
Então, nesses casos, devemos sempre seguir prioritariamente as exigências específicas 
da monografia farmacopeica! 
Fica definido, portanto, que o líquido extrator terá grau alcoólico de 65%. E quanto ao 
volume a ser utilizado dele?
600ml – 40ml = 560ml
Ao subtrair a quantidade de água do vegetal fresco do volume final a ser obtido de TM, 
chegamos à conclusão que será utilizado o volume de 560ml de etanol 65%. 
Esse teor alcoólico do líquido extrator, irá se misturar com a água contida no vegetal, 
gerando uma TM de teor etanólico diferente. Vamos calcular qual será a concentração 
de etanol na preparação final da TM?
C1 . 600 = 65 . 560
C1 = 60,67%
Chegamos, através do cálculo de diluição de concentração, que o teor etanólico da TM 
obtida no final será de 60,67%. 
Se conferirmos com a especificação farmacopeica, veremos que está dentro da faixa de 
recomentação, que está compreendida entre 60 e 70% (v/v).
Você já consultou a última edição da Farmacopeia Homeopática Brasileira?
Confira as especificações mencionadas, e observe a de outros ativos!
Acesse-a através do link disponível em:
<http://portal.anvisa.gov.br/documents/33832/259147/3a_edicao.pdf/
cb9d5888-6b7c-447b-be3c-af51aaae7ea8>.
20
UNIDADE I │ MÉTODOS E ESCALAS DE PREPARAÇÃO
Você observou que para obtenção da TM de origem animal é usada uma única 
metodologia para extração, independentemente se o animal utilizado estiver 
vivo, recém sacrificado ou dessecado? 
O método aqui empregado é a maceração, que também pode ser aplicado para 
produção de TM de origem vegetal, que estejam tanto no estado fresco como 
dessecado. 
Entretanto, há outro método empregado para extração de drogas vegetais, que 
estejam exclusivamente na forma dessecada – é a percolação. 
Já as drogas vegetais frescas só podem ser extraídas por maceração para 
obtenção de TM. 
Concluindo e simplificando:
 » Maceração: método de extração para preparo de TM de origem 
animal e vegetal, para matérias primas em qualquer estado, fresco ou 
dessecado.
 » Percolação: método de extração para preparo de TM somente de 
origem vegetal e exclusivamente para matérias primas dessecadas. 
Você se lembra que há uma exceção à proporção usada de insumo inerte em relação ao 
r.sol. quando na utilização de vegetais frescos muito suculentos?
Vamos entender o porquê disso através do seguinte exemplo demonstrativo:
Supondo que partimos de 1,5kg de determinado vegetal fresco, cuja porcentagem de 
r.sol. é desconhecida.
O primeiro passo, quando não sabemos qual a quantidade de r.sol., é realizarmos a sua 
determinação. Para tanto, uma amostra de 9,850g foi levada à estufa regulada entre 
100 a 105ºC, obtendo o peso constante de 1,184g.
Para determinar a porcentagem do r.sol., basta calcular a quantidade referente a 100%, 
seguindo a proporção encontrada na amostra:9,850 --------- 1,184 9,850 . x = 118,4
100 --------- x x = 12,02%
21
MÉTODOS E ESCALAS DE PREPARAÇÃO │ UNIDADE I
Através do cálculo chegamos à conclusão que o r.sol. desse vegetal fresco é de 12,02%. 
Seguindo a regra, devemos considerar o r.sol. igual a 20% para qualquer vegetal fresco 
que apresente um r.sol. abaixo de 20%. 
Dessa forma, devemos calcular 20% sobre os 1.500g do vegetal fresco correspondentes 
ao ponto de partida, obtendo 300g de r.sol. 
Iremos considerar, apenas a título de cálculo, para esses 1.500g de droga de partida um 
r.sol. de 300g, apesar de sabermos que na verdade há apenas 180,3g de r.sol. devido a 
porcentagem real de r.sol. dessa planta suculenta.
Isso porque, o volume final da TM a ser obtido é 10 vezes a quantidade de r.sol., e o 
volume de líquido extrator será esse volume final de TM subtraído da quantidade de 
água contida no vegetal fresco.
Se utilizarmos os valores reais de r.sol. dos vegetais suculentos, não será possível realizar 
uma adequada extração, devido ao baixo volume líquido extrator a ser empregado. Veja 
como ficaria:
Considerando o valor real de 180,3g de r.sol. em 1.500g do vegetal exemplificado, 
significa que ele contém de água a diferença entre esses dois valores, correspondente à 
1.319,70ml.
O volume final de TM a ser preparada seria 10 vezes 180,3 – equivalente à 1.803ml.
E a quantidade de líquido extrator seria 1.803 – 1.319,70 = 483,3ml. Esse volume sobre 
1,5kg de vegetal fresco mal dá para umedecer, impossibilitando a extração e obtenção 
do volume calculado.
Portanto, utilizamos para prosseguir com os cálculos a porcentagem de 20% de r.sol. 
Aplicando no exemplo, será empregado o valor de 300g de r.sol. sobre 1,5kg do vegetal 
fresco suculento.
Continuando os cálculos, obteremos uma suposta quantidade de água equivalente à 
1.500 – 300 = 1.200ml.
Será possível obter ao fim do preparo, o volume de TM igual a 10 vezes 300, isto é, 
3.000ml.
Já a quantidade de líquido extrator será mais adequada e suficiente ao processo 
extrativo, sendo calculada como 3.000 – 1.200 = 1.800ml. 
22
UNIDADE I │ MÉTODOS E ESCALAS DE PREPARAÇÃO
O líquido extrator deverá possuir 90% de teor alcoólico. E o concentração calculada de 
teor etanólico da TM final será de 54%. Veja a descrição desse cálculo:
C1 . 3000 = 90 . 1800
C1 = 54%
Fica clara a importância de se aplicar o valor mínimo de 20% de r.sol. nos cálculos do 
processo extrativo de TM utilizando vegetais frescos muito suculentos!
23
CAPÍTULO 2
Formas farmacêuticas derivadas
As formas farmacêuticas derivadas representam as preparações resultantes da 
farmacotécnica homeopática na qual o insumo ativo é diluído em insumo inerte 
adequado e em seguida é aplicada uma ação mecânica, através de sucussões ou 
triturações sucessivas.
A esse processo de diluição seguido de agitação ou trituração é dado o nome de 
dinamização. 
Sendo a trituração efetuada para o estado sólido e a sucussão para o estado líquido. 
A ação mecânica denominada sucussão, consiste em executar 100 vezes o movimento 
vigoroso e ritmado do frasco que contém o insumo ativo previamente dissolvido no 
insumo inerte, podendo ser realizada de forma automatizada ou manual. 
O símbolo ↑↓ é utilizado para designar a execução dessas cem sucussões (FONTES et 
al., 2012a). 
Para execução das sucussões, o conteúdo líquido deverá ocupar entre metade e dois terços 
da capacidade do frasco, permanecendo um espaço livre no mesmo, correspondente a 
metade ou um terço, permitindo a ocorrência de movimentação e troca energética entre 
as partículas contidas.
De acordo com a Farmacopeia Homeopática Brasileira (BRASIL, 2011a) as formas 
farmacêuticas derivadas podem ser preparadas em três diferentes métodos 
(Hahnemanniano, Korsakoviano ou Fluxo Contínuo) e em três escalas diferentes 
(Decimal, Centesimal e Cinquenta Milesimal). 
No entanto, dos três métodos, apenas um deles apresenta escalas. 
E todas essas três escalas são pertencentes ao mesmo método, no caso, estamos falando 
do método Hahnemanniano. 
Os outros dois métodos são classificados com escala indefinida. 
Para esclarecimento, entende-se por escala a proporção entre insumo ativo e insumo 
inerte utilizada para preparar a dinamização. 
Embora exista uma correlação de mesma concentração de ativos entre as escalas, não 
é permitida a troca ou conversão matemática dessas escalas. Inclusive há, considerada 
em normativa (BRASIL, 2007b), uma tabela de equivalência entre as concentrações 
24
UNIDADE I │ MÉTODOS E ESCALAS DE PREPARAÇÃO
das dinamizações nas escalas decimal e centesimal a título somente de simplificar a 
aplicação da instrução. 
Ou seja, nenhuma das escalas, nem mesmo os métodos, apresentam correspondência 
entre si e, portanto, é proibida, pela Farmacopeia Homeopática Brasileira, qualquer 
interconversão entre eles, devendo cada método e escala, serem preparados conforme 
instruções farmacotécnicas específicas conforme veremos a seguir.
Escala decimal do método hahnemanniano
O Método Hahnemaniano (H) é assim denominado por ter sido criado por Hahnemann, 
o fundador da homeopatia. A escala decimal (D) foi criada por Hering, discípulo de 
Hahnemann nos Estados Unidos (FONTES et al., 2012a).
Segundo a Farmacopeia Homeopática Brasileira (BRASIL, 2011a) utiliza-se a 
abreviatura DH para representar a escala decimal de Hering preparada segundo o 
método Hahnemanniano.
Há ainda outros símbolos empregados em diversos países, sendo a escala decimal 
do método Hahnemanniano identificada por DH, simplesmente D ou ainda X, que 
na verdade representa o número dez em algarismo romano (FONTES et al., 2012a), 
podendo ser referenciada a 1ª potência na escala decimal das seguintes formas: 1DH, 
D1, 1D ou 1X.
A proporção empregada é de 1/10, ou seja, uma parte do insumo ativo diluída em nove 
partes de insumo inerte, totalizando 10 partes.
A cada dinamização realizada será obtida uma potência, indicada de forma quantitativa 
junto ao nome do medicamento homeopático e o respectivo método e escala empregados. 
Para cada etapa de dinamização será utilizado um frasco diferente.
Observe na Figura 6 o esquema de obtenção da 1ª dinamização da escala decimal do 
método Hahnemanniano partindo de TM ou diluição de drogas solúveis:
Figura 6. Esquema de obtenção da 1ª dinamização DH partindo de TM ou drogas solúveis.
1 parte de insumo ativo (TM 
ou Droga Solúvel)
9 partes de insumo inerte
(Água ou Etanol)
100 sucussões (↑↓) 
1ª dinamização
(1DH)
+ =
Fonte: Acervo pessoal.
25
MÉTODOS E ESCALAS DE PREPARAÇÃO │ UNIDADE I
Considerando uma TM como ponto de partida, o processo de obtenção da 1ª dinamização 
poderá ser representado de forma simplificada da seguinte maneira:
 » 1 parte da TM + 9 partes do Insumo Inerte + ↑↓ = 10 partes da Potência 
1DH.
Nas demais dinamizações, será utilizado como insumo ativo sempre a potência anterior 
à que se deseja obter. Veja:
 » 1 parte da Potência 1DH + 9 partes do Insumo Inerte + ↑↓ = 10 partes 
da Potência 2DH.
 » 1 parte da Potência 2DH + 9 partes do Insumo Inerte + ↑↓ = 10 partes 
da Potência 3DH.
E assim sucessivamente...
Em relação ao insumo inerte a ser utilizado, a Farmacopeia Homeopática Brasileira 
(BRASIL, 2011a) preconiza que nas seis primeiras dinamizações para a escala decimal 
Hahnemanniana, deverá ser empregado o etanol com o mesmo teor alcoólico da TM. 
Portanto, desde a Potência 1DH até a 6DH, será empregado como insumo inerte um 
álcool de teor etanólico igual ao da TM utilizada no ponto de partida. 
Da Potência 7DH em diante, o insumo inerte poderá ser o etanol com concentração 
maior ou igual a 77% (v/v), caso seja uma dinamização intermediária ou poderá ser 
utilizado o etanol a 30% (v/v), para preparar o medicamento a ser dispensado para 
administração da forma farmacêutica líquida ao paciente.
Dependendo do teor etanólico utilizado, o preparado terá um prazo de validade 
diferente. Graus alcoólicos mais elevados manterão por mais tempo a estabilidade doinsumo ativo. Por outro lado, o oposto deverá ser levado em consideração, tendo os 
medicamentos para dispensação, uma data de validade mais curta em comparação com 
as matrizes de estoque.
As dinamizações intermediárias, que poderão ser estocadas durante um prazo maior, 
por estarem em uma graduação alcoólica mais elevada, passam a serem chamadas de 
matrizes. 
A definição de matriz se refere à preparação contendo insumo ativo para ser 
armazenada em estoque e destinada à preparação de formas farmacêuticas derivadas 
ou medicamentos homeopáticos (BRASIL, 2011a).
26
UNIDADE I │ MÉTODOS E ESCALAS DE PREPARAÇÃO
Acompanhe como seria o processo para obtenção da Potência 10DH para dispensação, 
partindo da forma farmacêutica básica TM:
 » 1 parte TM + 9 partes Etanol mesmo teor alcoólico da TM + ↑↓ = Potência 
1DH.
 » 1 parte Potência 1DH + 9 partes Etanol mesmo teor alcoólico da TM + ↑↓ 
= Potência 2DH.
 » 1 parte Potência 2DH + 9 partes Etanol mesmo teor alcoólico da TM + ↑↓ 
= Potência 3DH.
 » 1 parte Potência 3DH + 9 partes Etanol mesmo teor alcoólico da TM + ↑↓ 
= Potência 4DH.
 » 1 parte Potência 4DH + 9 partes Etanol mesmo teor alcoólico da TM + ↑↓ 
= Potência 5DH.
 » 1 parte Potência 5DH + 9 partes Etanol mesmo teor alcoólico da TM + ↑↓ 
= Potência 6DH.
 » 1 parte Potência 6DH + 9 partes Etanol ≥77% + ↑↓ = Potência 7DH 
(estocar).
 » 1 parte Potência 7DH + 9 partes Etanol ≥77% + ↑↓ = Potência 8DH 
(estocar).
 » 1 parte Potência 8DH + 9 partes Etanol ≥77% + ↑↓ = Potência 9DH 
(estocar).
 » 1 parte Potência 8DH + 9 partes Etanol 30% + ↑↓ = Potência 10DH 
(dispensar).
As dinamizações intermediárias ou matrizes, preparadas em etanol com teor alcoólico 
igual ou superior a 77%, poderão ser estocadas e empregadas futuramente para 
originar as próximas dinamizações derivadas ou ainda para impregnação das formas 
farmacêuticas sólidas, cuja farmacotécnica de preparo será vista detalhadamente mais 
adiante na Unidade III.
Vamos aos nossos exemplos?
Ao dinamizar a TM de Apis mellifica preparada no capítulo anterior, iremos obter 
a 1ª potência ou 1ª dinamização. 
27
MÉTODOS E ESCALAS DE PREPARAÇÃO │ UNIDADE I
Em termos mais práticos, veja como é o preparo de 20ml da forma farmacêutica 
derivada Apis mellifica 1DH:
1 parte de insumo ativo + 9 partes de insumo inerte + cem sucussões = 1ª dinamização
 2ml de TM de Apis mellifica + 18ml de Etanol 65% + ↑↓ = 20ml Apis mellifica 1DH
Essa é a 1ª potência, mas como preparamos as demais potências? 
Através de dinamizações subsequentes utilizando como insumo ativo a 
potência obtida na etapa anterior, ou seja, serão necessárias diluições seguidas 
de sucussões para alcançar as próximas potências. 
Veja a seguir o passo a passo para obtenção da potência 12DH:
 » 2ml de TM de Apis mellifica + 18ml de Etanol 65% + ↑↓ = 20ml Apis 
mellifica 1DH.
 » 2ml de Apis mellifica 1DH + 18ml de Etanol 65% + ↑↓ = 20ml Apis 
mellifica 2DH.
 » 2ml de Apis mellifica 2DH + 18ml de Etanol 65% + ↑↓ = 20ml Apis 
mellifica 3DH.
 » 2ml de Apis mellifica 3DH + 18ml de Etanol 65% + ↑↓ = 20ml Apis 
mellifica 4DH.
 » 2ml de Apis mellifica 4DH + 18ml de Etanol 65% + ↑↓ = 20ml Apis 
mellifica 5DH.
 » 2ml de Apis mellifica 5DH + 18ml de Etanol 65% + ↑↓ = 20ml Apis 
mellifica 6DH.
 » 2ml de Apis mellifica 6DH + 18ml de Etanol 77% + ↑↓ = 20ml Apis 
mellifica 7DH.
 » 2ml de Apis mellifica 7DH + 18ml de Etanol 77% + ↑↓ = 20ml Apis 
mellifica 8DH.
 » 2ml de Apis mellifica 8DH + 18ml de Etanol 77% + ↑↓ = 20ml Apis 
mellifica 9DH.
 » 2ml de Apis mellifica 9DH + 18ml de Etanol 77% + ↑↓ = 20ml Apis 
mellifica 10DH.
28
UNIDADE I │ MÉTODOS E ESCALAS DE PREPARAÇÃO
 » 2ml de Apis mellifica 10DH + 18ml de Etanol 77% + ↑↓ = 20ml Apis 
mellifica 11DH.
 » 2ml de Apis mellifica 11DH + 18ml de Etanol 30% + ↑↓ = 20ml Apis 
mellifica 12DH.
Observaram que o insumo ativo vai mudando a cada etapa de dinamização, 
originando uma potência superior àquela da qual foi proveniente? 
E em relação ao insumo inerte, o que é possível constatar? 
Em nosso exemplo foram utilizadas 3 graduações alcoólicas diferentes de etanol 
como insumo inerte. Para o preparo das potências 1DH até 6DH foi empregado 
o etanol 65%, para se obter as potências 7DH até 11DH foi usado o etanol 77% e 
para a potência 12DH, o etanol utilizado foi o de teor 30%.
Já nas dinamizações intermediárias será utilizado o etanol a 77% (v/v) ou 
de concentração superior. Ao preparar a potência a ser dispensada para 
administração ao paciente, deve-se empregar o etanol a 30% (v/v).
Em nosso exemplo foi empregado o etanol 65% para preparar as potências 1DH 
até 6DH, pois a TM de Apis mellifica apresentava esse teor etanólico. Podemos 
afirmar que as potências 7DH até 11DH foram preparadas com etanol 77%, pois 
serão estocadas, enquanto a potência 12DH dinamizada em etanol 30%, foi 
preparada com esse grau alcoólico porque será dispensada ao paciente.
Considerando que os medicamentos usados em homeopatia se originam dos diversos 
reinos da natureza, animal, vegetal e mineral, dos produtos químico-farmacêuticos, 
das substâncias e/ou materiais biológicos (patológicos ou não), e também de outros 
recursos de natureza diferente das descritas anteriormente (BRASIL, 2011a), nem 
sempre as formas farmacêuticas derivadas serão provenientes de TM. 
Nesses casos, deverão ser empregados outros insumos inertes conforme sua procedência 
e solubilidade referenciada na respectiva monografia da droga. 
São utilizados como insumo inerte a água purificada e o etanol em diferentes 
graduações, respeitando sempre o mesmo princípio já descrito, de utilizar nas seis 
primeiras dinamizações, para a escala decimal, o etanol com o mesmo teor da TM ou, 
água purificada ou solução alcoólica que solubilize o insumo ativo.
Se considerarmos como ponto de partida uma droga classificada em sua monografia 
como solúvel, o processo de obtenção da 1ª dinamização poderá ser representado de 
modo simplificado da seguinte forma:
29
MÉTODOS E ESCALAS DE PREPARAÇÃO │ UNIDADE I
 » 1a parte da Droga Solúvel + 9 partes do Insumo Inerte + ↑↓ = 10 partes 
da Potência 1DH.
Para o preparo das demais dinamizações, o insumo ativo a ser empregado será a 
potência anterior à que se deseja obter, tal como visto anteriormente, quando o ponto 
de partida era a TM. Observe como fica idêntico o preparo daqui em diante:
 » 1a parte da Potência 1DH + 9 partes do Insumo Inerte + ↑↓ = 10 partes 
da Potência 2DH.
 » 1a parte da Potência 2DH + 9 partes do Insumo Inerte + ↑↓ = 10 partes 
da Potência 3DH.
E assim sucessivamente...
O que muda, nesses casos, quando o ponto de partida é uma droga solúvel e não uma 
TM, é que o insumo inerte a ser empregado será a água purificada ou o etanol em 
igual teor alcoólico ao utilizado para solubilizar o insumo ativo na primeira etapa de 
dinamização. 
Esse insumo inerte considerado capaz de dissolver o insumo ativo, conforme informado 
na monografia do mesmo, será empregado em cada uma das seis etapas de dinamização 
na escala decimal. 
Dessa forma, o insumo inerte a ser utilizado para obtenção da Potência 1DH até a 6DH 
partindo de droga solúvel, será o solvente com as mesmas especificações farmacopeicas 
para dissolver apropriadamente desde o ponto de partida. 
Igualmente, ao já mencionado para as preparações derivadas de TM, a partir da Potência 
7DH, o insumo inerte empregado para preparações provenientes de drogas solúveis, 
poderá ser tanto o etanol a 30% (v/v) para dispensação ou o etanol a 77% (v/v) ou de 
maior teor alcoólico para estocagem.
Verifique, comparando ao método anterior, como seria o processo para preparação 
da Potência 10DH para dispensação, agora partindo de uma droga solúvel em água 
purificada:
 » 1a parte da Droga Solúvel + 9 partes Água Purificada + ↑↓ = Potência 
1DH.
 » 1a parte Potência 1DH + 9 partes Água Purificada + ↑↓ = Potência 2DH.
 » 1a parte Potência 2DH + 9 partesÁgua Purificada + ↑↓ = Potência 3DH.
30
UNIDADE I │ MÉTODOS E ESCALAS DE PREPARAÇÃO
 » 1a parte Potência 3DH + 9 partes Água Purificada + ↑↓ = Potência 4DH.
 » 1a parte Potência 4DH + 9 partes Água Purificada + ↑↓ = Potência 5DH.
 » 1a parte Potência 5DH + 9 partes Água Purificada + ↑↓ = Potência 6DH.
 » 1a parte Potência 6DH + 9 partes Etanol ≥77% + ↑↓ = Potência 7DH 
(estocar).
 » 1a parte Potência 7DH + 9 partes Etanol ≥77% + ↑↓ = Potência 8DH 
(estocar).
 » 1a parte Potência 8DH + 9 partes Etanol ≥77% + ↑↓ = Potência 9DH 
(estocar).
 » 1a parte Potência 8DH + 9 partes Etanol 30% + ↑↓ = Potência 10DH 
(dispensar).
Note que, exceto a variação do insumo inerte e a proveniência do insumo ativo, 
a metodologia empregada é muito semelhante, inclusive nos materiais a serem 
empregados. Embora, uma balança seja dispensável para medição da TM, enquanto 
será necessária ao se trabalhar com a droga sólida, para que seja executada a pesagem 
da mesma antes de proceder a solubilização e prosseguir com as demais diluições e 
sucussões. 
Por exemplo, para o preparo do medicamento Iodum, cuja droga de partida é 
o iodo metálico, utiliza-se etanol 96% (v/v) como insumo inerte, conforme sua 
monografia, nas seis primeiras dinamizações decimais. 
Veja como seria a obtenção de 15ml do medicamento Iodum na potência 10DH 
para dispensação na forma líquida:
 » 1,5g de Iodo metálico + 13,5ml de Etanol 96% + ↑↓ = 15ml Iodum 
1DH.
 » 1,5ml de Iodum 1DH + 13,5ml de Etanol 96% + ↑↓ = 15ml Iodum 
2DH.
 » 1,5ml de Iodum 2DH + 13,5ml de Etanol 96% + ↑↓ = 15ml Iodum 
3DH.
 » 1,5ml de Iodum 3DH + 13,5ml de Etanol 96% + ↑↓ = 15ml Iodum 
4DH.
31
MÉTODOS E ESCALAS DE PREPARAÇÃO │ UNIDADE I
 » 1,5ml de Iodum 4DH + 13,5ml de Etanol 96% + ↑↓ = 15ml Iodum 
5DH.
 » 1,5ml de Iodum 5DH + 13,5ml de Etanol 96% + ↑↓ = 15ml Iodum 
6DH.
 » 1,5ml de Iodum 6DH + 13,5ml de Etanol 77% + ↑↓ = 15ml Iodum 
7DH.
 » 1,5ml de Iodum 7DH + 13,5ml de Etanol 77% + ↑↓ = 15ml Iodum 
8DH.
 » 1,5ml de Iodum 8DH + 13,5ml de Etanol 77% + ↑↓ = 15ml Iodum 
9DH.
 » 1,5ml de Iodum 9DH + 13,5ml de Etanol 30% + ↑↓ = 15ml Iodum 
10DH.
Já para a obtenção do medicamento homeopático Kali muriaticum, a droga de 
partida é o cloreto de potássio, solúvel em água; solvente esse a ser utilizado 
como insumo inerte para dinamização até a potência 6DH.
Acompanhe como seria o processo de obtenção de 10ml do medicamento Kali 
muriaticum na potência 8DH para dispensação na forma líquida:
 » 1g de Cloreto de Potássio + 9ml de Água Purificada + ↑↓ = 10ml Kali 
muriaticum 1DH.
 » 1ml de Kali muriaticum 1DH + 9ml Água Purificada + ↑↓ = 10ml 
Kali muriaticum 2DH.
 » 1ml de Kali muriaticum 2DH + 9ml Água Purificada + ↑↓ = 10ml 
Kali muriaticum 3DH.
 » 1ml de Kali muriaticum 3DH + 9ml Água Purificada + ↑↓ = 10ml 
Kali muriaticum 4DH.
 » 1ml de Kali muriaticum 4DH + 9ml Água Purificada + ↑↓ = 10ml 
Kali muriaticum 5DH.
 » 1ml de Kali muriaticum 5DH + 9ml Água Purificada + ↑↓ = 10ml 
Kali muriaticum 6DH.
32
UNIDADE I │ MÉTODOS E ESCALAS DE PREPARAÇÃO
 » 1ml de Kali muriaticum 6DH + 9ml de Etanol 77% + ↑↓ = 10ml Kali 
muriaticum 7DH.
 » 1ml de Kali muriaticum 7DH + 9ml de Etanol 30% + ↑↓ = 10ml Kali 
muriaticum 8DH.
A preparação das potências 7DH em diante, seja para o Iodum ou Kali muriaticum 
será feita empregando o etanol a 77% (v/v) ou de concentração superior para as 
matrizes de estoque ou etanol a 30% (v/v) para a potência a ser dispensada para 
administração ao paciente na forma líquida.
Os exemplos aqui fornecidos para auxiliar o raciocínio e compreensão da 
metodologia, foram de duas drogas solúveis em solventes diferentes, sendo que 
as regras se aplicam a qualquer outro insumo ativo solúvel no seu respectivo 
insumo inerte tal qual mencionado na Farmacopeia.
E se um determinado paciente receber a prescrição de um medicamento a ser dispensado 
em uma potência inferior a 6DH? Como devemos proceder?
Inicialmente será necessário verificar se não há nenhuma restrição de dispensação de 
baixas potências. 
Esse cuidado é essencial principalmente para as substâncias tóxicas! 
Consulte sempre a literatura científica para se certificar da potência mínima de uso 
interno e externo dos medicamentos homeopáticos. 
Antes de optar pela não aviação do receituário, contate o profissional prescritor e avaliem 
de forma conjunta quais as implicações da utilização de tal potência, considerando 
a possibilidade de alteração da dinamização de forma a garantir maior segurança ao 
paciente. 
Por exemplo, Fontes et al. (2012a) aconselham o uso do medicamento Cuprum 
sulfuricum a partir das potências 2DH e 1CH para uso interno e, a partir da potência 
2DH para uso externo. Para o medicamento Lachesis muta, cuja droga de partida é 
proveniente do veneno da cobra Lachesis muta muta L. popularmente conhecida como 
Surucucu, é sugerida pelos autores, a utilização a partir das potências 8DH e 4CH, 
tanto para uso interno quanto para o uso externo. 
A Instrução Normativa no 5 de 2007 da ANVISA (BRASIL, 2007b) pode ser 
uma referência auxiliar ao profissional farmacêutico que produz o medicamento 
homeopático, uma vez que ela estabelece os limites de potência para registro e 
notificação de medicamentos dinamizados em função de sua segurança toxicológica. 
33
MÉTODOS E ESCALAS DE PREPARAÇÃO │ UNIDADE I
Apesar dessa normativa ser direcionada à indústria homeopática, serve como base de 
direcionamento para conhecimento das potências mínimas aceitas de forma segura 
para comercialização dos medicamentos dinamizados sem prescrição médica. 
O farmacêutico e o prescritor devem se assegurar que a prescrição abaixo do limite 
mínimo decretado na IN 5/2007 seja segura do ponto de vista toxicológico e não ofereça 
riscos ao usuário do medicamento. 
É importante que fique claro que a preparação dessas baixas potências não é proibida, 
no entanto, elas devem ser cautelosamente estudadas e sua aplicação cuidadosamente 
avaliada, garantindo a segurança de utilização pelo paciente.
Tanto que a potência mínima especificada na referida normativa para o medicamento 
Lachesis muta é a mesma aconselhada por Fontes et al (2012a). 
O mesmo não ocorre para o medicamento Cuprum sulfuricum, pois a IN 5/2007 é mais 
restritiva, estabelecendo como potências mínimas para dispensação sem prescrição, a 
partir das potências 3DH e 1CH. 
Mesmo respeitando as potências mínimas de dispensação, pode acontecer de um 
receituário ser prescrito em uma potência cujo insumo inerte utilizado é diferente do 
etanol 30%, que comumente é empregado na dispensação. Como proceder nesses casos?
Nunca deveremos alterar o insumo inerte de preparação, seguindo sempre as 
recomendações farmacopeicas de utilizar até a sexta dinamização decimal o 
mesmo insumo inerte empregado na TM ou na solubilização de drogas solúveis. 
Portanto, o que pode ser feito é alertar para o usuário antes de tomar o medicamento, 
que o mesmo deve ser diluído no caso de preparações com teor alcoólico acima de 30% 
e, para as preparações de teor alcoólico inferior a 30% ou mesmo em água, o prazo de 
validade deve ser reduzido.
A Farmacopeia Homeopática Brasileira traz ainda a recomendação de colocar no 
medicamento a observação que “deverá ser administrado diluído em água na hora do 
uso” quando o produto for dispensado no mesmo teor alcoólico do ponto de partida 
(BRASIL, 2011a, p.63).
Sabendo que o ponto de partida para o preparo do medicamento Terebinthinum 
5DH, é a terebintina, cuja solubilidade é em etanol 90%, já deve-se imaginar 
quais cuidados deverão ser tomados na sua dispensação. Certo?
34
UNIDADE I │ MÉTODOS E ESCALAS DE PREPARAÇÃO
Para esclarecer qualquer dúvida, acompanhe a obtenção de 10ml desse 
medicamento Terebinthinum 5DH para dispensação:
 » 1g de Terebintina + 9ml de Etanol 90% + ↑↓ = 10ml de Terebinthinum 
1DH.
 » 1ml Terebinthinum 1DH + 9ml de Etanol 90% + ↑↓ = 10ml de 
Terebinthinum2DH.
 » 1ml Terebinthinum 2DH + 9ml de Etanol 90% + ↑↓ = 10ml de 
Terebinthinum 3DH.
 » 1ml Terebinthinum 3DH + 9ml de Etanol 90% + ↑↓ = 10ml de 
Terebinthinum 4DH.
 » 1ml Terebinthinum 4DH + 9ml de Etanol 90% + ↑↓ = 10ml de 
Terebinthinum 5DH.
Como devemos seguir as instruções farmacopeicas de utilizar o mesmo 
insumo inerte para dissolução da droga de partida até a potência 6DH, não 
podemos preparar a dinamização em etanol 30% e no caso da dispensação de 
Terebinthinum 5DH preparado em etanol 90%, o mesmo deve vir acompanhado 
da orientação de diluir previamente antes da ingestão.
Uma situação parecida irá ocorrer na dispensação do medicamento Tarentula 
hispanica 6DH. 
Sabendo que o ponto de partida é a TM de Tarentula hispanica de teor alcoólico 
entre 60 e 70%, cuja obtenção se dá a partir do animal inteiro vivo da espécie 
Tarentula hispanica Büch, obviamente a potência 6DH desse medicamento será 
obtida em insumo inerte de elevado grau etanólico, tal qual a TM.
Existe ainda uma outra observação nesse caso, pois deve-se considerar que há 
na literatura a recomendação de dispensação a partir das potências 7DH e 4CH 
(BRASIL, 2007b; FONTES et al., 2012a). 
Certamente, tal potência desse medicamento deverá ser aviada somente sob 
prescrição médica e cautelosamente deve-se conhecer a segurança toxicológica 
dessa preparação.
Outro exemplo pertinente é do medicamento Magnesii sulphas 3DH 20ml 
prescrito para um determinado paciente. Sua preparação se dará a partir do 
35
MÉTODOS E ESCALAS DE PREPARAÇÃO │ UNIDADE I
sulfato de magnésio heptahidratado, de fórmula química MgSO4.7H20, cuja 
solubilidade é em água. 
Seguindo os passos para sua obtenção teremos:
 » 2g de MgSO4.7H20 + 18ml de Água Purificada + ↑↓ = 20ml Magnesii 
sulphas 1DH.
 » 2ml Magnesii sulphas 1DH + 18ml Água Purificada + ↑↓ = 20ml 
Magnesii sulphas 2DH.
 » 2ml Magnesii sulphas 2DH + 18ml Água Purificada + ↑↓ = 20ml 
Magnesii sulphas 3DH.
Aqui nessa preparação não há elevado grau etanólico para se preocupar. Na 
verdade, a preocupação é por não se ter nada de álcool na composição desse 
medicamento, ficando o mesmo sem ação conservante. 
Na rotulagem do produto deve-se adicionar que o insumo inerte da preparação 
é água purificada e no momento da dispensação, mesmo estando especificado 
no rótulo, o cliente deve ser alertado verbalmente do prazo curto de validade 
devido o veículo utilizado na preparação. 
Já vimos as dinamizações de preparações provenientes de TM animal e vegetal, bem 
como as advindas de drogas solúveis. 
Mas, e quando o ponto de partida é uma droga considerada insolúvel? Qual procedimento 
será empregado?
Vamos descrever como é o processo de dinamização para drogas insolúveis, no qual 
utiliza-se como insumo inerte a lactose e emprega-se a técnica de trituração.
Veja a seguir, na Figura 7 um esquema simplificado de obtenção da 1ª dinamização na 
escala decimal do método Hahnemanniano para drogas insolúveis:
Figura 7. Esquema de obtenção da 1ª dinamização DH para drogas insolúveis.
1 parte de insumo ativo
(Droga Insolúvel)
9 partes de insumo inerte
(Lactose)
Técnica de Trituração
(60 minutos)
1ª dinamização
(1DH trit.)
+ =
Fonte: Acervo pessoal.
36
UNIDADE I │ MÉTODOS E ESCALAS DE PREPARAÇÃO
Após calculada e aplicada a escala decimal, considerando 1 parte de insumo ativo para 
9 partes de insumo inerte, a técnica de trituração homeopática inicia-se com a divisão 
da quantidade total de lactose a ser utilizada em três partes iguais. 
A primeira parte da lactose é colocada em gral de porcelana e triturada para tapar os 
poros do mesmo. Sobre ela, coloca-se todo o insumo ativo a ser triturado. 
Tritura-se, vigorosamente, durante 6 minutos. Com espátula de porcelana ou 
de aço inox, raspa-se o triturado aderido ao gral e ao pistilo, durante 4 minutos, 
homogeneizando-o. Novamente, tritura vigorosamente, por 6 minutos, e raspa durante 
4 minutos, totalizando 20 minutos. 
Acrescenta-se a segunda parte de lactose. Tritura-se, vigorosamente, durante 6 minutos. 
Raspa-se o triturado durante 4 minutos. Novamente, tritura vigorosamente, durante 6 
minutos e raspa por 4 minutos, totalizando 40 minutos. 
Acrescentar o último terço de lactose. Tritura-se, vigorosamente, durante 6 minutos. 
Raspa-se o triturado durante 4 minutos. Novamente, tritura vigorosamente, por 
6 minutos e raspa por 4 minutos, totalizando 60 minutos e finalizando a primeira 
dinamização. 
Acondicionar em recipiente bem fechado e protegido da luz, recebendo o respectivo 
nome homeopático e a designação de primeiro triturado: 1DH trit. 
Para os medicamentos cujo ponto de partida é uma droga insolúvel será utilizada a 
lactose como insumo inerte nas seis primeiras etapas de dinamização, por intermédio 
da técnica de trituração empregada para sólidos.
Para facilitar o entendimento, usaremos como exemplo o medicamento homeopático 
Ferrum, no qual se emprega como insumo ativo de partida, o ferro metálico, uma droga 
de origem mineral, considerada insolúvel e que, portanto, deverá passar por triturações 
sucessivas conforme a farmacotécnica específica até atingir a sexta dinamização.
Acompanhe o esquema de preparo de 20g de Ferrum 1DH trit.:
1 parte de insumo ativo + 9 partes de insumo inerte + técnica de trituração = 1ª potência
 2g de Ferro metálico + 18g de Lactose + técnica de trituração = 20g de Ferrum 1DH trit. 
Aplicando a técnica de trituração no nosso exemplo, o esquema detalhado de preparo 
de 20g de Ferrum 1DH trit. 
Lembrando que os 18g de Lactose serão divididos igualmente em 3 porções de 6g cada 
antes dar início à técnica de trituração.
37
MÉTODOS E ESCALAS DE PREPARAÇÃO │ UNIDADE I
Figura 8. Esquema exemplificando a trituração partindo de droga insolúvel até 1ª dinamização. DH.
6g de Lactose em Gral 
de Porcelana
2g de Ferro metálico 
Tritura 6 minutos 
Raspa 4 minutos 
Tritura 6 minutos 
Raspa 4 minutos
6g Lactose+ +
+20g de Ferrum 1DH trit.
Tritura 6 minutos 
Raspa 4 minutos 
Tritura 6 minutos 
Raspa 4 minutos
6g Lactose
Tritura 6 minutos 
Raspa 4 minutos 
Tritura 6 minutos 
Raspa 4 minutos
=
Fonte: Acervo pessoal.
Para obter as triturações subsequentes na escala decimal, o procedimento detalhado 
anteriormente deve ser repetido até a obtenção da 6ª dinamização, substituindo 
obviamente, o insumo ativo que será sempre a potência anterior à desejada.
Isto é, para preparar a 2DH trit, o insumo ativo será a 1DH trit., para preparar a 3DH 
trit. o insumo ativo será a 2DH trit., e assim sucessivamente até atingir a 6DH trit. 
obtida a partir da trituração homeopática da 5DH trit. 
A partir da 7DH será possível solubilizar o triturado. Mas, não é com qualquer insumo 
inerte, não!
Para isso deve-se aquecer água purificada a temperatura entre 40°C e 45°C, mantendo 
a proporção de 1 parte de insumo ativo, no caso a potência 6DH trit. para 10 partes do 
insumo inerte, ou seja, a água aquecida; homogeneizar até completa dissolução. 
Observe que somente nesse ponto, serão empregadas 10 partes de insumo 
inerte e não 9 partes como em todas as demais etapas vistas da escala decimal. 
Aguardar o resfriamento e sucussionar 100 vezes, obtendo a potência 7DH, que não 
poderá ser estocada, devido à instabilidade do veículo. 
Preparamos então a potência seguinte, 8DH, através da diluição de 1 parte da 7DH em 
9 partes de insumo inerte, que pode ser etanol maior ou igual a 77% (v/v) para matrizes 
de estoque ou etanol a 30% (v/v) para dispensação ao paciente. 
As demais potências, 9DH em diante, serão obtidas por diluições seguidas de sucussões, 
em insumo inerte adequado para armazenamento ou dispensação, tal como já visto 
anteriormente para preparações líquidas.
38
UNIDADE I │ MÉTODOS E ESCALAS DE PREPARAÇÃO
Figura 9. Esquema de solubilização da 6DH trit. para obtenção da 7DH e 8DH.
1 parte de insumo ativo
(6DH trit.)
10 partes de insumo inerte
(Água 40-45ºC)
Após resfriamento:
 100 sucussões (↑↓)
Potência 7DH
(Não Estocar)+ =
+
8DH 
(Dispensarou Estocar 
conforme teor etanólico)
100 sucussões (↑↓)
9 partes de insumo inerte
(Etanol 30% ou ≥77%)
1 parte de insumo ativo
(7DH)=
Fonte: Acervo pessoal.
Vamos exemplificar? 
Veja o esquema detalhado da solubilização de Ferrum 6DH trit. para obtenção de 20ml 
de Ferrum 8DH para estocagem.
Figura 10. Esquema exemplificado de solubilização da 6DH trit. para obtenção da 7DH e 8DH.
2g de Ferrum 6DH trit. 20mL de Água 40-45ºC
Após resfriamento: 
100 sucussões (↑↓)
Ferrum 7DH
(Não Estocar)+ =
+Ferrum 8DH
(Estocar)
100 sucussões (↑↓) 18mL de Etanol ≥77%
2mL de Ferrum
7DH=
Fonte: Acervo pessoal.
Importantíssimo reforçar que para realização das dinamizações, o líquido deverá 
ocupar entre metade e dois terços da capacidade do frasco, permanecendo um 
espaço livre equivalente à metade até um terço para que ocorra efetivamente 
agitação das partículas durante as sucussões. 
Portanto, para o preparo de 20ml será necessário utilizar um frasco de 40ml, no 
qual terá metade de sua capacidade ocupada e a outra metade livre; ou ainda, 
empregar um frasco de 30ml, que terá dois terços de sua capacidade ocupado 
pelo líquido, e um terço de espaço livre.
Pode haver a necessidade de dispensação de medicamentos provenientes de drogas 
insolúveis em potências inferiores àquelas de possível preparação na forma líquida. 
Nesses casos, será necessária a preparação de uma forma farmacêutica sólida de 
dispensação, lembrando também de tomar a precaução de não dispensar potências 
39
MÉTODOS E ESCALAS DE PREPARAÇÃO │ UNIDADE I
baixas de medicamentos provenientes de drogas consideradas tóxicas, como por 
exemplo o cianeto de mercúrio II, de fórmula química Hg(CN)2, que representa o ponto 
de partida de obtenção do medicamento homeopático Mercurius cyanatus que só deve 
ser dispensado a partir da potência 8DH e 4CH conforme recomendado por Fontes et al. 
(2012a) e instruções de venda sob prescrição médica conforme a IN 5/2007 (BRASIL, 
2007b).
Vamos acompanhar a descrição de cada etapa de dinamização para obtenção 
de 10ml do medicamento Alumina 11DH, sabendo que o ponto de partida é a 
droga insolúvel a base de óxido de alumínio de fórmula química Al2O3?
Para isso, devemos refletir, antes de iniciar, sobre os seguintes pontos:
 » Qual técnica de dinamização será empregada?
 » Quais insumos, ativos e inertes, serão utilizados em cada etapa? 
 » E em quais quantidades?
A técnica empregada para drogas insolúveis será a de trituração.
Nessa técnica será empregada, até a potência 6 da escala decimal 
Hahnemanniana, a lactose como insumo inerte. A potência 7DH será dissolvida 
em água purificada. Para as próximas etapas intermediárias, entre as potências 
8DH e 10DH serão empregados etanol a 77% e na última potência 11DH será 
utilizado o etanol 30% para dispensação. 
Já o insumo ativo será constituído pela droga de partida Óxido de Alumínio para 
obter a primeira dinamização e Alumina na potência anterior à desejada para as 
próximas etapas de dinamização.
As quantidades de insumo ativo a serem utilizadas em cada etapa de dinamização 
para obtenção de 10ml de preparado serão: 1g de Óxido de Alumínio na primeira 
dinamização, 1g de Alumina 1DH, 1g de Alumina 2DH, 1g de Alumina 3DH, 1g 
de Alumina 4DH, 1g de Alumina 5DH, 1g de Alumina 6DH, 1ml de Alumina 7DH, 
1ml de Alumina 8DH, 1ml de Alumina 9DH e 1ml de Alumina 10H para a última 
dinamização.
As quantidades de insumo inerte a serem utilizadas em cada etapa de 
dinamização para obtenção de 10ml de preparado serão: 9g de lactose divididas 
em 3 porções de 3g, para cada uma das seis primeiras dinamizações, totalizando 
54 de lactose; 10ml de água purificada para dissolução da 6DH e obtenção da 
40
UNIDADE I │ MÉTODOS E ESCALAS DE PREPARAÇÃO
7DH; 9ml de etanol 77% para as potências intermediárias entre 8DH e 10DH, 
totalizando 27ml de álcool 77%; e, 9ml de etanol 30% para o preparo da última 
potência a ser dispensada. 
Agora sim é possível visualizar como será processada essa preparação, não é 
mesmo?
Se preferir, esquematize o passo a passo com todos esses detalhes descritos 
anteriormente!
Escala centesimal do método hahnemanniano
A escala centesimal (C) foi criada por Hahnemann, sendo a única citada por ele nas 
primeiras cinco edições do Organon (FONTES et al., 2012a). 
Conforme a Farmacopeia Homeopática Brasileira (BRASIL, 2011a) utiliza-se a 
abreviatura CH para representar a escala centesimal preparada segundo o método 
Hahnemanniano.
Entretanto, outros símbolos também são empregados para identificar essa escala, além 
do CH, tais como, simplesmente C, ª, ou ainda nenhuma indicação após a potência 
(FONTES et al., 2012a), podendo ser referenciada a 1ª potência na escala centesimal 
das seguintes formas: 1CH, C1, 1C, 1ª ou 1.
A proporção empregada é de 1/100, ou seja, uma parte do insumo ativo diluída em 
noventa e nove partes de insumo inerte, totalizando 100 partes.
O processo de dinamização segue o mesmo método Hahnemanniano explicado no item 
anterior, variando apenas a escala utilizada. 
Observe na Figura 11 o esquema de obtenção da 1ª dinamização da escala centesimal do 
método Hahnemanniano partindo de TM ou diluição de drogas solúveis:
Figura 11. Esquema de obtenção da 1ª dinamização CH partindo de TM ou drogas solúveis.
1 parte de insumo ativo (TM 
ou Droga Solúvel)
99 partes de insumo inerte
(Água ou Etanol)
100 sucussões (↑↓) 
1ª dinamização
(1CH)+ =
Fonte: Acervo pessoal.
Considerando uma TM como ponto de partida, o processo de obtenção da 1ª dinamização 
poderá ser representado de forma simplificada da seguinte maneira:
41
MÉTODOS E ESCALAS DE PREPARAÇÃO │ UNIDADE I
 » 1 parte da TM + 99 partes do Insumo Inerte + ↑↓ = 100 partes da 
Potência 1CH.
Nas demais dinamizações, será utilizado como insumo ativo sempre a potência anterior 
à que se deseja obter. Veja:
 » 1 parte da Potência 1CH + 99 partes do Insumo Inerte + ↑↓ = 100 partes 
da Potência 2CH.
 » 1 parte da Potência 2CH + 99 partes do Insumo Inerte + ↑↓ = 100 partes 
da Potência 3CH.
E assim sucessivamente...
Em relação ao insumo inerte a ser utilizado, a última edição da Farmacopeia Homeopática 
Brasileira (BRASIL, 2011a) preconiza que nas três primeiras dinamizações para a 
escala centesimal Hahnemanniana, deverá ser empregado o etanol com o mesmo teor 
alcoólico da TM. 
Portanto, desde a Potência 1CH até a 3CH, será empregado como insumo inerte um 
álcool de teor etanólico igual ao da TM utilizada no ponto de partida. 
Da Potência 4CH em diante, o insumo inerte poderá ser o etanol com concentração 
maior ou igual a 77% (v/v), caso seja uma dinamização intermediária ou poderá ser 
utilizado o etanol a 30% (v/v), para preparar o medicamento a ser dispensado para 
administração da forma farmacêutica líquida ao paciente.
Observe como seria o processo para obtenção da Potência 6CH para dispensação, 
partindo da forma farmacêutica básica TM:
 » 1 parte TM + 99 partes Etanol mesmo teor alcoólico TM + ↑↓ = Potência 
1CH.
 » 1 parte Potência 1CH + 99 partes Etanol mesmo teor alcoólico TM + ↑↓ 
= Potência 2CH.
 » 1 parte Potência 2CH + 99 partes Etanol mesmo teor alcoólico TM + ↑↓ 
= Potência 3CH.
 » 1 parte Potência 3CH + 99 partes Etanol ≥77% + ↑↓ = Potência 4CH 
(estocar).
 » 1 parte Potência 4CH + 99 partes Etanol ≥77% + ↑↓ = Potência 5CH 
(estocar).
42
UNIDADE I │ MÉTODOS E ESCALAS DE PREPARAÇÃO
 » 1 parte Potência 5CH + 99 partes Etanol 30% + ↑↓ = Potência 6CH 
(dispensar).
Da mesma forma usada para a escala decimal Hahnemanniana, as matrizes ou 
dinamizações intermediárias, preparadas em etanol com teor alcoólico igual ou superior 
a 77%, poderão ser estocadas e empregadas futuramente para originar as próximas 
dinamizações derivadas ou ainda para impregnação das formas farmacêuticas sólidas, 
enquanto a dinamização a ser dispensada será formulada em etanol 30%.
Aplicando o conceito teórico em exemplos, ao dinamizar a TM de Arnica 
preparada no capítulo anterior com teor etanólico de 45%,iremos obter a 1ª 
potência ou 1ª dinamização. 
Ao utilizar a escala centesimal, veja como é o preparo de 10 ml da forma 
farmacêutica derivada Arnica 1CH:
1 parte de insumo ativo + 99 partes de insumo inerte + cem sucussões = 1ª dinamização 
 0,1 ml de TM de Arnica + 9,9 ml de Etanol 45% + ↑↓ = 10 ml Arnica 1CH
Tal como visto para escala decimal, para se obter as demais potências nessa 
escala centesimal também serão realizadas dinamizações subsequentes 
utilizando como insumo ativo a potência obtida na etapa anterior, ou seja, serão 
necessárias diluições seguidas de sucussões para alcançar as próximas potências. 
Veja a seguir o passo a passo para obtenção de 10ml da potência 6CH:
 » 0,1 ml de Arnica 1CH + 9,9 ml de Etanol 45% + ↑↓ = 10 ml Arnica 
2CH.
 » 0,1 ml de Arnica 2CH + 9,9 ml de Etanol 45% + ↑↓ = 10 ml Arnica 
3CH.
 » 0,1 ml de Arnica 3CH + 9,9 ml de Etanol 77% + ↑↓ = 10 ml Arnica 
4CH.
 » 0,1 ml de Arnica 4CH + 9,9 ml de Etanol 77% + ↑↓ = 10 ml Arnica 
5CH.
 » 0,1 ml de Arnica 6CH + 9,9 ml de Etanol 30% + ↑↓ = 10 ml Arnica 
6CH.
43
MÉTODOS E ESCALAS DE PREPARAÇÃO │ UNIDADE I
Vocês já devem imaginar o porquê que foram utilizado nesse exemplo três 
graduações diferentes do etanol, certo? 
Seguindo o mesmo raciocínio do exemplo preparado na escala decimal, 
utilizamos como insumo inerte o etanol a 45% para manter o mesmo teor 
etanólico da TM da droga de origem. O etanol 77% ou superior é usado para 
preparações intermediárias que serão estocadas como matrizes e o etanol 30% 
é empregado para dispensação ao paciente.
Muito bem! Espero que tenham notado também que o mesmo teor etanólico 
da TM nesse caso foi utilizado somente até a 3ª dinamização e não até a 6ª 
dinamização como na escala decimal. 
É isso mesmo! 
Enquanto para escala decimal é usada a mesma graduação alcoólica nas seis 
primeiras dinamizações e, portanto, até a 6DH, a Farmacopeia Homeopática 
Brasileira (BRASIL, 2011a) preconiza para a escala centesimal que nas três 
primeiras dinamizações e, isto é, até a 3CH, seja empregado como insumo inerte 
o etanol de mesmo teor alcoólico que a TM. 
O mesmo ocorre para as drogas de outras origens, que não seja animal ou vegetal, e 
apresentam solubilidade em água, diversas graduações de álcool ou ainda, outro solvente 
especificado em sua monografia, devendo ser utilizado tal solvente como insumo inerte 
até a potência 3CH.
Representamos o processo de obtenção da primeira dinamização para drogas solúveis, 
conforme a classificação em sua monografia farmacopeica, da seguinte maneira:
 » 1 parte da Droga Solúvel + 99 partes do Insumo Inerte + ↑↓ = 100 partes 
da Potência 1CH.
Para o preparo das demais dinamizações, o insumo ativo a ser empregado será a potência 
anterior à que se deseja obter. Observe como a técnica de preparo é idêntica ao preparo 
quando o ponto de partida é a TM, e também parecida à escala decimal:
 » 1 parte da Potência 1CH + 99 partes do Insumo Inerte + ↑↓ = 100 partes 
da Potência 2CH.
 » 1 parte da Potência 2CH + 99 partes do Insumo Inerte + ↑↓ = 100 partes 
da Potência 3CH.
E assim sucessivamente...
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UNIDADE I │ MÉTODOS E ESCALAS DE PREPARAÇÃO
Em relação à escala decimal, o que muda, é a proporção empregada de 1 parte de insumo 
ativo para 99 partes de insumo inerte na escala centesimal. 
Quando o ponto de partida é uma droga solúvel e não uma TM, deve-se alterar o 
insumo inerte a ser empregado, podendo ser a água purificada ou o etanol em igual teor 
alcoólico ao utilizado para solubilizar o insumo ativo na primeira etapa de dinamização 
de acordo com as especificações farmacopeicas.
Esse insumo inerte será empregado em cada uma das três etapas de dinamização na 
escala centesimal, sendo, dessa forma, utilizado para obtenção da Potência 1CH até a 
3CH partindo de droga solúvel. 
A partir da Potência 4CH, o insumo inerte empregado para preparações provenientes 
de drogas solúveis, poderá ser tanto o etanol a 30% (v/v) para dispensação ou o etanol 
a 77% (v/v) ou de maior teor alcoólico para estocagem.
Acompanhe avaliando comparativamente ao método de obtenção de TM e também 
à escala decimal, como seria o processo para preparação da Potência 6CH para 
dispensação, agora partindo de uma droga solúvel em água purificada:
 » 1a parte da Droga Solúvel + 99 partes Água Purificada + ↑↓ = Potência 
1CH.
 » 1a parte Potência 1CH + 99 partes Água Purificada + ↑↓ = Potência 2CH.
 » 1a parte Potência 2CH + 99 partes Água Purificada + ↑↓ = Potência 3CH.
 » 1a parte Potência 3CH + 99 partes Etanol ≥77% + ↑↓ = Potência 4CH 
(estocar).
 » 1a parte Potência 4CH + 99 partes Etanol ≥77% + ↑↓ = Potência 5CH 
(estocar).
 » 1a parte Potência 5CH + 99 partes Etanol 30% + ↑↓ = Potência 6CH 
(dispensar).
Note que, exceto a variação do insumo inerte, a proveniência do insumo ativo e a 
proporção da escala, a metodologia empregada é muito semelhante, inclusive nos 
materiais a serem empregados. 
Vejamos por exemplo, o Kali bromatum, cuja droga de partida é o brometo de 
potássio, de fórmula química KBr, que apresenta solubilidade em água, devendo 
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MÉTODOS E ESCALAS DE PREPARAÇÃO │ UNIDADE I
ser utilizada como insumo inerte para o preparo das três primeiras dinamizações 
da escala centesimal ou das seis primeiras potências decimais. 
Como seria a obtenção de 15ml do medicamento Kali bromatum na potência 
8CH para dispensação na forma líquida? Acompanhe:
 » 0,15g de KBr + 14,85ml de Água Purificada + ↑↓ = 15ml Kali bromatum 
1CH.
 » 0,15ml Kali bromatum 1CH + 14,85ml Água Purificada + ↑↓ = 15ml Kali 
bromatum 2CH.
 » 0,15ml Kali bromatum 2CH + 14,85ml Água Purificada + ↑↓ = 15ml Kali 
bromatum 3CH.
 » 0,15ml Kali bromatum 3CH + 14,85ml de Etanol 77% + ↑↓ = 15ml Kali 
bromatum 4CH.
 » 0,15ml Kali bromatum 4CH + 14,85ml de Etanol 77% + ↑↓ = 15ml Kali 
bromatum 5CH.
 » 0,15ml Kali bromatum 5CH + 14,85ml de Etanol 77% + ↑↓ = 15ml Kali 
bromatum 6CH.
 » 0,15ml Kali bromatum 6CH + 14,85ml de Etanol 77% + ↑↓ = 15ml Kali 
bromatum 7CH.
 » 0,15ml Kali bromatum 7CH + 14,85ml de Etanol 30% + ↑↓ = 15ml Kali 
bromatum 8CH.
Se fosse necessária a dispensação de uma das três primeiras dinamizações 
preparadas em água purificada, o prazo de validade do medicamento deveria 
ser reduzido e o paciente comunicado. 
Outro exemplo de droga solúvel é a Baryta iodata, na qual utiliza-se como ponto 
de partida o iodeto de bário di-hidratado, com fórmula química BaI2.2H20, sendo 
empregando como insumo inerte o etanol 70% (v/v) até a 3CH ou 6DH. 
Verifique o passo a passo da preparação de 10ml do medicamento Baryta iodata 
6CH:
 » 0,1g de BaI2.2H20 + 9,9ml de Etanol 70% + ↑↓ = 10ml Baryta iodata 
1CH.
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UNIDADE I │ MÉTODOS E ESCALAS DE PREPARAÇÃO
 » 0,1ml Baryta iodata 1CH + 9,9ml de Etanol 70% + ↑↓ = 10ml Baryta 
iodata 2CH.
 » 0,1ml Baryta iodata 2CH + 9,9ml de Etanol 70% + ↑↓ = 10ml Baryta 
iodata 3CH.
 » 0,1ml Baryta iodata 3CH + 9,9ml de Etanol 77% + ↑↓ = 10ml Baryta 
iodata 4CH.
 » 0,1ml Baryta iodata 4CH + 9,9ml de Etanol 77% + ↑↓ = 10ml Baryta 
iodata 5CH.
 » 0,1ml Baryta iodata 5CH + 9,9ml de Etanol 30% + ↑↓ = 10ml Baryta 
iodata 6CH.
Caso seja necessária a dispensação até a terceira dinamização do medicamento 
Baryta iodata, devem ser tomadas as precauções de informar o usuário para 
diluir em água potável no momento de administrar o medicamento.
Há de se precaver, na dispensação desse medicamento, sendo aconselhado para 
uso interno somente a partir das potências 3CH e 5DH (FONTES et al, 2012a). E 
considerado sob prescrição médica quando preparado em potência inferior a 
6DH, correspondente a 3CH, segundo a IN 5/2007 (BRASIL, 2007b).
Vamos descrever os passos para a obtenção de 10ml do medicamento Hamamelis 
3CH, sabendo que o ponto de partida é a TM de Hamamelis com teor etanólico 
de 52% obtida a partir de partes iguais de folhas e cascas do caule de Hamamelis 
virginiana L.
Lembre-se de, inicialmente, calcular quantos ml

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