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COLETA DE MATERIAL BIOLÓGICO, ARMAZENAMENTO E TRANSPORTE AO LABORATÓRIO: A responsabilidade da orientação da amostra, do diagnóstico e do tratamento é do médico/clínico. Microbiologia só faz 2 exames (os diretos e cultura + antibiograma): ● Bacterioscopia direta: identificação de bactérias; ● Micológico direto: identificação de fungos; ● Doenças virais são por biologia molecular (imuno), não conseguimos visualizar vírus nos microscópios disponíveis, apenas nos microscópios eletrônicos; ● Cultura de bactérias: deixar as bactérias crescerem em um meio para identificá-las; ● Antibiograma: testagem dos antibióticos para saber se as bactérias são sensíveis aos antibióticos. Febre (reação imune inata): toda vez que um macrófago fagocita uma bactéria ele libera a interleucina-1 que libera prostaglandinas e seu excesso faz um reajuste do termostato hipotalâmico (temperatura corporal). A febre serve para paralisar o crescimento das bactérias e quando falta essa resposta imune é preciso usar antibióticos. ● A temperatura alta acelera toda a fisiologia do corpo por isso é importante controlar a febre, ela é só um aviso de que há um microorganismo no corpo; ● É importante que a coleta de material seja feita antes de receitar o antibiótico, mas se não acontecer é melhor receitar um e esperar o antibiograma para saber se a bactéria é ou não sensível, se não for é necessário receitar outro antibiótico. Evitar erros: ● Instruir claramente o paciente; ● Usar frascos (estéreis) e meios de transportes adequados; ● Amostra colhida antes da antibioticoterapia; ● Observar a antissepsia antes de realizar a coleta; ● Coletar o material do local onde o microrganismo suspeito possa ter mais chance de ser isolado; ● Identificar claramente a amostra coletada com todos os dados necessários; ● Enviar o material o mais rápido possível ao laboratório; ● Swab + Stuart = evita que o microorganismo morra. URINA (urocultura): 1. Mulheres: ● 1º urina da manhã -> é a urina que desce com a maior carga bacteriana; ● Higiene com água e sabão -> porque as bactérias da região perianal ficam “andando” pela região e é preciso identificar as bactérias que estão na bexiga; ● Secar com gaze estéril; ● Afastar os pequenos e os grandes lábios; ● Colher o jato médio -> o primeiro jato vem com bactérias do canal uretral e o jato final a urina já está diluída; ● É importante evitar que a infecção de urina, que se inicia na bexiga (cistite), vire uma infecção de órgãos altos, já que as bactérias sobem pelos ureteres até chegar nos rins (pielonefrites) e depois progrida para uma sepse, pois os rins são órgãos muito irrigados por onde passam muitos vasos sanguíneos e a qualquer momento essa bactéria pode entrar em algum desses vasos e causar uma bacteremia (infecção do sangue) e se instalar em outros órgãos e causar uma sepse -> bexiga é um ÓRGÃO ESTÉRIL. 2. Crianças: ● Saco coletor (trocar a cada 30 minutos). 3. Pacientes cateterizados (hospitalizados): ● Punção do cateter na proximidade da junção com o tubo de drenagem -> coleta de urina nova; ● Sonda vesical. 4. Punção supra-púbica: ● Drenagem vesical supra-púbica -> procedimento invasivo; ● Crianças, ou suspeita de infecção por anaeróbios -> Metronidazol (antiparasitário) + Clindamicina. FEZES (coprocultura): ● Frasco coletor estéril -> fornecido pelo laboratório; ● Colher 1g ou menos da metade do frasco; ● + de 1h -> 4ºC; ● + de 2h -> cary blair; solução salina glicerinada tamponada; ● Coleta de swab retal -> usado quando a pessoa não defeca; ● Diarréia -> resposta imune -> reposição de eletrólitos com soro. SECREÇÃO DE OROFARINGE: ● Ideal: pela manhã; ● Sem higiene prévia -> pasta de dente e enxaguante bucal tem antibiótico e evitar salivar/conversar (SALIVA TEM LISOZIMA (ENZIMA) -> MATA BACTÉRIAS); ● Sentar o paciente; ● “Hã” -> evita a vontade de vomitar; ● Abaixador de língua -> swab nas regiões inflamada; ● Enviar imediatamente ao laboratório para evitar a secagem do material ou colher com meio stuart; ● Secreção obtida das amígdalas e garganta -> esfregar com força. NASOFARINGE: ● Swab através do nariz para chegar na nasofaringe; ● Suspeita de corona (imuno-PCR). LINFA: ● Coleta de material no lóbulo auricular para baciloscopia -> aperta o lóbulo até ficar “branco” e faz um furinho; ● Suspeita de hanseníase (contato contínuo para pegar). OLHO (conjuntivite): ● Fundo do saco inferior ou do canto interno com swab; ● Passar swab com soro para esfregar um pouquinho -> doer menos. OUVIDO (otite): ● Swab no canal auditivo; ● Ideal: aspirado de membrana timpânica (otorrino). ESCARRO (inspirar - expirar - tossir): ● 1º escarro da manhã; ● Escovar os dentes com água e fazer gargarejos com água -> o escarro tem cor e vem do pulmão, por isso pode higienizar a boca; ● Posicionar a borda do frasco abaixo do lábio inferior da boca; ● Respirar fundo -> tossir profundamente; ● Enviar ao laboratório o mais rápido possível; ● Tratamento supervisionado pelo Ministério da Saúde; ● Suspeita de tuberculose (contato imediato para pegar) -> pedir ao paciente tossir no momento da suspeita, então é ideal abrir janelas e portas e acender a luz já que essa bactéria é fotossensível (embrulhar a amostra para evitar que a bactéria morra); ● O escarro não serve para diagnóstico de pneumonia, pois muitas das bactérias das pneumonias vivem na boca. FERIDAS (casquinha), ABCESSOS (bolha), EXSUDATOS (derramar pus): ● Descontaminação: álcool 70%, povidine (tem iodo); ● Nova limpeza com solução fisiológica; ● Punção: seringa + agulha -> abcesso + ferida; ● Punção: exsudatos é só limpar. SECREÇÃO URETRAL: ● Retenção urinária de 3 a 6h; ● Higienização; ● Meato uretral com salina; ● Swab + meio stuart; ● Mulher não tem uretrite -> só homem -> IST. HEMOCULTURA: ● Picos febris regulares: coleta antes do pico, pois tem mais bactérias; ● Antissepsia da pele -> álcool 70% por 10 min + iodo 2% por 2 min; ● Coleta (braço esquerdo e direito); ● Remover o iodo com álcool 70%; ● Anticoagulante: polianetol sulfonato de sódio (PES) -> evitar que o sangue coagule antes de chegar no laboratório. COLETA DE LÍQUOR: ● Não é qualquer médico que faz -> majoritariamente anestesistas; ● Diagnóstico de meningite; ● Cor do líquor diferença entre meningite bacteriana e viral; - Bacteriana: liquor com cor de água suja/turva -> paciente com esse tipo de meningite precisa ser isolado; - Viral: parece água, é bem limpa -> mais “tranquila” que a bacteriana. DOENÇAS FÚNGICAS: ● Pele: raspagem com lâmina de bisturi; ● Unhas: raspagem com lâmina de bisturi ou levar um pedaço da unha; ● Pelos: retirada de pelo -> lâmina, raspagem com lâmina de bisturi ou pinça. SECREÇÃO VAGINAL: ● Sem higienização prévia - 18 a 24 horas; ● Adultas: posição ginecológica -> introdução do espéculo vaginal: coleta tríplice (em baixo, no meio e dentro do útero) + espátula de madeira + brush (escovinha) - em mulheres virgens não há a introdução do espéculo; ● Crianças: posição ginecológica -> material flui espontaneamente; ● Esse exame é conhecido como papanicolau, preventivo ou citologia oncótica (nome correto). CULTURA IN VITRO: ● O sucesso dos métodos de cultura depende de vários fatores: - Sítio de infecção; - Biologia do micróbio; - Resposta imune do paciente à infecção; - Qualidade dos meios de cultura (coleta adequada, materiais e métodos corretos, etc). ● Tipos de meio de cultura: - Meios não-seletivos de enriquecimento; - Meios seletivos e diferenciais; - Ágar. ● Cultura de células: - Usada para obter o crescimento de alguns germes (vírus, bactérias intracelulares obrigatórias, etc); - Preditor de boa prática laboratorial e de maior qualidade. DIAGNÓSTICO MOLECULAR: ● Infecções: os germes deixam vestígios/evidências (fragmentos do DNA, RNA, proteínas, etc) dentro dos hospedeiros; ● Objetivo: detecção desses vestígios nas amostras; ● Vantagens: sensibilidade, especificidade e segurança; ● Importância: certas cepas são resistentes à fármacos antimicrobianos. DETECÇÃO DE MATERIAL GENÉTICO MICROBIANO: ● Análise deDNA por eletroforese: - Os germes possuem estruturas genéticas particulares; - Diferenciação genética é realizada pela mobilidade das partículas por eletroforese. ● Sondas genéticas: - Ferramentas usadas para localizar e quantificar sequências específicas de DNA microbiano; - Vantagens: independe da replicação e crescimento dos patógenos; - Usam nucleotídeos radioativos ou quimicamente modificados (biotina) nas sondas de DNA; - Reação em cadeia de polimerase (PCR). DIAGNÓSTICO SOROLÓGICO: ● Usados para detectar, identificar e quantificar antígenos (e anticorpos) em amostras clínicas -> especificidade; ● Avaliar a resposta de anticorpos à infecções; ● Fornecem resultados qualitativos (positivo ou negativo) ou quantitativos (títulos); ● Anticorpos: - Usados para detectar, identificar e quantificar antígenos de micróbios: ferramentas de alta sensibilidade e especificidade; - Anticorpos policlonais: são anticorpos heterogêneos que reconhecem muitos epítopos em um único antígeno; - Anticorpos monoclonais: reconhecem epítopos individuais em um antígeno; ● Métodos de detecção: - Sorologia: 1. Usada para identificar o agente infeccioso; 2. Avaliar o curso ou determinar a natureza da infecção; 3. Analisa o tipo de anticorpo, o título e a especificidade antigênica; 4. Vantagem: identificar vírus e outros agentes infecciosos difíceis de isolar e de crescer em cultura; 5. Valores quantitativos -> título de um soro; 6. Máxima diluição na qual um teste continua dando reação positiva; - Técnicas de precipitação e imunodifusão 1. Os anticorpos formam uma rede com os antígenos; - Imunoensaios para Antígenos Associados à Células (Imuno-histologia): ● Identificação dos antígenos na superfície celular ou dentro da célula: 1. Imunofluorescência; 2. Imunoensaio enzimático (EIA); ● Uso: análises de tecidos, material de biopsia, células sanguíneas e cultura de tecidos; - Imunoensaios para Anticorpos e Antígenos Solúveis: 1. Ensaio imunoabsorvente ligado à enzimas (ELISA): uso de um antígeno imobilizado em uma superfície; ● Uso: teste rápido de gravidez -> hCG. 2. Técnica de Western-blot: ● Uso: confirmar suspeitos de HIV.
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