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PRESSUPOSTOS PROCESSUAIS Mércya B. Feitoza Os pressupostos processuais, segundo a doutrina já consolidada, são requisitos de existência e validade da relação jurídica processual. Elementos necessários á existência válida do processo. PRESSUPOSTOS DE EXISTÊNCIA SUBJETIVOS OBJETIVOS Capacidade de ser parte Existência de um órgão investido de jurisdição Existência de uma demanda Subjetivos: há no processo quem pede e contra quem é pedida uma tutela jurisdicional, bem como um órgão ao qual é dirigida uma pretensão (juízo). Os pressupostos processuais subjetivos, portanto, dirão respeito as pessoas/agentes que deverão estar presentes para que exista o processo. Objetivos: Existência de uma demanda (é a demanda) que se consubstancia na apresentação de uma petição inicial em juízo. Nos termos do Art. 2º do novo CPC, a jurisdição só age se provocada. PRESSUPOSTOS PROCESSUAIS SUBJETIVOS E OBJETIVOS CAPACIDADE DE SER PARTE Para que o processo exista, é necessária a prévia existência de alguém capaz de pedir o provimento jurisdicional, ou seja, alguém dotado de ser parte. A capacidade de ser parte nada mais é do que a capacidade judiciária, ou seja, a aptidão conferida por lei para adquirir direitos e contrair obrigações. A capacidade de ser parte é uma noção absoluta: ou se é ou não se é capaz. Não se cogita em incapacidade relativa de ser parte. PRESSUPOSTOS DE VALIDADE SUBJETIVOS OBJETIVOS Competência do órgão jurisdicional Capacidade processual Capacidade postulatória Intrínsecos: respeito ao formalismo processual Extrínsecos: litispendência; coisa julgada; perempção; convenção de arbitragem; existência de um órgão investido de jurisdição. Mércya B. Feitoza PRESSUPOSTOS DE VALIDADE OBJETIVOS EXTRÍNSECOS A Litispendência ocorre quando duas ações que possuem as mesmas partes, as mesmas causas e os mesmos pedidos são ajuizadas, fazendo com que existam dois processos simultâneos sobre um mesmo tema. Coisa julgada a autoridade que torna imutável e indiscutível a decisão de mérito não mais sujeita a recurso. Perempção: Ocorre quando há abuso do direito de ação. Conforme previsto pelo art. 486 § 3º do Novo CPC, a parte autora que der causa, por 3 vezes, à extinção do processo por abandono, não poderá propor nova ação contra o réu. Tal como a litispendência, a perempção é um requisito processual negativo. Convenção de arbitragem = cláusula negocial feita por pessoas capazes e envolve direitos disponíveis. A convenção de arbitragem é um pacto processual celebrado por escrito dentro de negócio jurídico mais amplo ou em instrumento em separado. Existência de um órgão investido de jurisdição = presença de um juiz investido de jurisdição. O processo só existe quando seu trâmite se dá perante um órgão apto ao exercício da função jurisdicional. COMPETÊNCIA DO ÓRGÃO JURISDICIONAL A DEMARCAÇÃO DOS LIMITES EM QUE CADA JUÍZO PODE ATUAR: É A MEDIDA DA JURISDIÇÃO. A apresentação de uma petição inicial a órgão investido de jurisdição por agente capaz de ser parte dá existência ao processo. Existente o processo, cumpre discorrer acerca dos requisitos que lhe darão validade. Por questão de organização a CF e as normas infraconstitucional optaram por distribuir a função jurisdicional entre vários órgãos, levando em conta diversos critérios (valor da causa, matéria e pessoas envolvidas no processo, critério de funcionalidade e territorialidade). A essa limitação de atuação de cada órgão jurisdicional, foro, vara, tribunal, dá-se o nome de competência. CAPACIDADE PROCESSUAL. "legitimatio ad processum" Como já vimos, a capacidade de ser parte constitui requisito de existência da relação processual. A capacidade processual, a seu turno, é requisito processual de validade que se relaciona com a capacidade de estar em juízo, quer dizer com a aptidão para praticar atos processuais independentemente de assistência ou representação. A capacidade processual pressupõe a capacidade de ser parte (personalidade judiciária), mas a recíproca não é verdadeira. Nem todos aqueles que detêm personalidade judiciária gozarão de capacidade processual. (Ex. Art. 3º do CC). Mércya B. Feitoza CAPACIDADE POSTULATÓRIA Capacidade postulatória é a possibilidade de praticar atos dentro do processo, ou seja, é a aptidão para intervir em juízo, representando as partes ou postulando a defesa de direitos. A lei exige aptidão técnica especial do sujeito, sem a qual o ato é inválido. Essa aptidão técnica é a capacidade postulatória. Os advogados regulamente inscritos na OAB (advogados privados e aos vinculados a entidades públicas). Advocacia Geral da União (AGU); Defensorias Públicas; Procuradorias estaduais e Municipais; integrantes do Ministério Público. RESPEITO AO FORMALISMO PROCESSUAL Significa a formas certas e determinadas quando do procedimento, exigidos no CPC. Com o formalismo, não se procura exclusivamente organizar (burocraticamente), mas, mais que isso, disciplinar o que pode e o que não pode ser feito ao longo do seu curso, isto é, até onde podem ir seus participantes. Como bem ensina Ada “a regulamentação legal das formas representa uma garantia das partes em suas relações recíprocas e em suas relações com o juiz. É por isso que as formas do procedimento devem ser certas e determinadas” REQUISITOS PROCESSUAIS NECESSÁRIOS À ADMISSIBILIDADE DO PROCESSO Interesse processual ou interesse de agir Legitimidade para a causa Obs.: de acordo com o novo CPC, para postular em juízo é necessário ter interesse e legitimidade (Art. 17, novo CPC). A possibilidade jurídica do pedido (Art. 267, VI, CPC 1973) passa a ser tratada como matéria de mérito.
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