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Representações Sociais O conceito de representações sociais chegou até nós vindo de Durkheim, porém tem em Moscovici sua primeira base teórica. Seu objetivo é explicar os fenômenos do homem a partir de uma perspectiva coletiva, sem perder de vista a individualidade. As representações sociais se constituem em um instrumento explanatório e se referem a uma classe geral de ideias, atitudes, opiniões e crenças (ciência, mito, religião, etc) São fenômenos específicos que estão relacionados com um modo particular de compreender e de se comunicar – Um modo que cria tanto a realidade como o senso comum. Percebemos o mundo tal como é, e todas nossas percepções, ideias e atribuições são respostas a estímulos do ambiente físico em que nós vivemos. Todas as interações humanas, surjam elas entre duas pessoas ou entre dois grupos, pressupõem representações. As representações não são criadas por um indivíduo isoladamente Duas funções das representações sociais: Convencionalizam os objetos, pessoas ou acontecimentos que encontram – elas lhe dão uma forma definitiva, as localizam em uma determinada categoria. Ex: Temperatura, sinal vermelho é para parar e o sinal verde é para seguir São prescritivas, isto é, elas se impõem sobre nós com uma força irresistível – essa força é uma combinação de uma estrutura que está presente antes mesmo que comecemos a pensar e de uma tradição que decreta o que deve ser pensado. Dois mecanismos de elaboração de representações sociais: Um dos mecanismos é objetivá-la, isto é, transformar algo abstrato em algo quase concreto, transferir o que está na mente em algo que exista no mundo físico Um outro é mecanismos é ancorar, assimilar ideias estranhas, reduzi-las a categorias e imagens comuns, colocá-las em um contexto familiar Processos Grupais É uma ferramenta/processo/condição para conhecer as determinações sociais que agem sobre o indivíduo, bem como a sua ação como sujeito histórico, partindo do pressuposto que toda ação transformadora da sociedade só pode ocorrer quando indivíduos se agrupam Dessas premissas decorre que todo e qualquer grupo exerce uma função histórica de manter ou transformar as relações sociais desenvolvidas em decorrência das relações de produção, e, sob este aspecto, o grupo, tanto na sua forma de organização como nas suas ações, reproduz ideologia. Dessa forma, o mundo social e institucional é visto como uma realidade objetiva, concreta, esquecendo-se que essa objetividade é produzida e construída pelo próprio homem. Cabe à Psicologia apreender como se dá esta internalização da realidade concreta e como ela faz a mediação na determinação dos comportamentos dos indivíduos Os processos psicossociais da exclusão Segregação: através de um afastamento, da manutenção de uma distância Marginalização: manutenção do indivíduo à parte de um grupo, de uma instituição ou do corpo social Discriminação: fechamento do acesso a certos bens ou recursos, certos papéis ou status, ou através de um fechamento negativo A Psicologia Social tenta compreender de que maneira as pessoas ou grupos que são objetos de uma distinção, são construídos como categoria à parte Preconceito: É um julgamento positivo ou negativo, formulado sem exame prévio a propósito de uma pessoa ou de uma coisa e que, assim, compreende vieses e esferas específicas. Estereótipo: Estrutura cognitiva que representa o conhecimento de uma pessoa acerca de outra pessoa, objeto ou situação – tende-se a enfatizar o que há de similar entre pessoas, não necessariamente, e o agir de acordo com esta percepção. Identidade A identidade do outro reflete na minha identidade Um filho quando nasce, nasce uma identidade do bebê, mas nasce também a de mãe, a de pai, a de irmão Conhecer a identidade de alguém – obter informações necessárias Supomos que as informações nos revelam a realidade Tornaria difícil conviver com outras pessoas se não houvesse a suposição compartilhada por todos nós de que, normalmente, um indivíduo é a pessoa que diz que é Diferença e igualdade – é uma primeira noção de identidade Vamos nos diferenciando e nos igualando conforme os vários grupos sociais de que fazemos parte O problema é que não podemos dissociar o estudo da identidade do indivíduo do da sociedade Psicologia Social e Saúde Pretende-se discutir, mais especificamente, o lugar da psicologia e as práticas realizadas no campo da assistência pública à saúde O SUS pode ser considerado uma das principais inovações da reforma do Estado Brasileiro. Para ter-se um profissional adequado na saúde, é preciso: Formas de intervenção flexíveis que levam em conta as necessidades e prioridades de saúde da clientela Profissional não escravizado pela técnica, pelo saber totalizante dos experts, por rituais profissionais, mas norteado por modelos de explicação ampliados acerca do complexo “promoção-saúde doença- cuidado” A psicologia social requer um olhar multidisciplinar cujos conhecimentos não estão disponíveis apenas na psicologia História Historicamente, a psicologia sempre esteve “míope” diante da realidade social, das necessidades e sofrimento da população, levando os profissionais a cometer muitas distorções teóricas, a práticas descontextualizadas, e a uma psicologização dos problemas sociais, na medida em que não são capacitados para perceber as especificidades culturais dos sujeitos. Ao longo dessa trajetória, o modelo curativo e assistencialista, voltado para o setor dos atendimentos privados foi se consolidando dentro da categoria dos psicólogos, tornando-se o paradigma hegemônico da profissão. A formação profissional veio direcionando o psicólogo para modelos de atuação bastante limitados para o setor saúde, menos flexíveis às influências do mercado e às necessidades sociais
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