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Heloiza Bernardes Bioética e Ética médica (parte 2) SEXOLOGIA FORENSE - Definição: Corresponde ao estudo de problemas/questões médico-legais que envolvem a sexualidade (sexo e reprodução humana). - A sexologia forense também pode ser caracterizada como o estudo de comportamentos sexuais que tenham implicações jurídicas. CRIMES SEXUAIS: A) Estupro (art. 213 do código penal): Constranger alguém utilizando violência ou grave ameaça, para se ter conjunção carnal ou permitir que com ele se pratique outro ato libidinoso. - OBS.: A partir de 2009, com uma alteração na lei, tanto o homem, quanto a mulher podem ser sujeitos ativos da prática do crime de estupro. - Bem jurídico: Diz respeito à liberdade ou dignidade sexual que se tem sob o próprio corpo, ou seja, é o direito de manter relações sexuais quando da vontade pessoal, além de procurar proteger a intimidade sexual do indivíduo. - Sujeitos deste crime: Sujeito ativo (quem pratica o crime) e sujeito passivo (é a vítima). Tanto homem, quanto mulher podem ser vítimas do crime de estupro, desde que, não seja uma vítima que tenha idade inferior a 14 anos ou que esteja, pelas circunstâncias, em situação de vulnerabilidade. - OBS.: Crimes de estupro de vulneráveis não leva em consideração o consentimento da vítima para ser caracterizado como crime. - Conduta: É o ato de constranger (forçar/coagir), utilizando violência (agressão física – vis corporis) ou grave ameaça (temor psicológico). - Conjunção carnal: Penetração do pênis na vagina. - Atos libidinosos: Qualquer ato de cunho sexual que não se encaixa em conjunção carnal. (EX.: Passadas de mão pelo corpo da vítima, felação (sexo oral da mulher no homem), cunilíngua (sexo oral do homem na mulher), coito anal. - Perícia criminal no crime de estupro: O exame pericial neste crime é fundamental para provar a sua materialidade (existência), porquanto, ele é realizado de duas formas: 1. Perícia subjetiva (avaliação psíquica): É a avaliação psicológica que é realizada na vítima, a fim de se verificar os danos e suas extensões. 2. Perícia objetiva (exame físico): É realizada em duas etapas – perícia objetiva geral e perícia objetiva específica. - A perícia objetiva geral consiste na avaliação de aspectos gerais do corpo da vítima (peso, altura, lesões corporais, etc). - A perícia objetiva específica é o exame ginecológico em que o perito irá avaliar a vítima, buscando constatar possíveis lesões e sinais de ruptura de hímen, presença de esperma na cavidade vaginal, entre outros. Além disso, podem ser realizados o exame bioquímico da fosfatase ácida (exame que indica suspeita de ejaculação) e da glicoproteína P30 (exame que dá certeza sobre ejaculação), que também buscam evidências do crime de estupro. B) Estupro de vulnerável (art. 217-A C.P.): Ter conjunção carnal ou praticar outro ato libidinoso com menor de 14 anos; - Incorre na mesma pena quem pratica as ações descritas no caput (texto acima) com alguém que, por enfermidade ou deficiência mental, não tem necessário discernimento para a prática do ato, ou que por qualquer outra causa, não pode oferecer resistência. - OBS.: Mesmo se ato for consetido pela vítima, a lei presume que houve violência nesta conduta. Bioética e Ética médica Heloiza Bernardes Bioética e Ética médica (parte 2) - Bem jurídico: Liberdade ou dignidade sexual. - Sujeito ativo: Tanto o homem, quanto a mulher pode incidir na prática do crime. - Sujeito passivo: Tanto o homem, quanto a mulher, menor de 14 anos ou que esteja em situação de comprovada vulnerabilidade. - Art. 13 do ECA Casos em que o médico presencia a suspeita ou confirmação de castigo físico, tratamento cruel ou maus-tratos contra criança ou adolescente: Deve-se realizar a comunicação ao conselho tutelar da respectiva localidade, a fim de notificar um caso de possível violência e/ou crime sexual. - Conduta: É o ato de praticar a conjunção carnal ou atos libidinosos em face da vítima, não sendo necessário para configuração do crime prova de uso de violência ou grave ameaça, nem tampouco, é necessário a prova de consentimento da vítima. C) Estelionato sexual/Fraude sexual (Art. 215 do C.P.): Ter conjunção carnal ou praticar outro ato libidinoso com alguém mediante fraude ou outro meio que impeça ou dificulte a livre manifestação de vontade da vítima. EX.: Caso do João de Deus que praticava fraude religiosa para ter conjunção carnal com as vítimas. D) Importunação sexual (Art.215-A do C.P.): Praticar contra alguém e sem a sua anuência (concordância) ato libidinoso com o objetivo de satisfazer a própria lascívia ou a de terceiro. - Frotteurismo: Agressores sexuais que se aproveitam de aglomerações para importunar (EX.: Casos de homens “encoxando” mulheres em metrôs de SP). E) Assédio sexual (Art. 216-A): Constranger alguém com intuito de obter vantagem ou favorecimento sexual, prevalecendo-se o agente da sua condição de superior hierárquico ou ascendência inerentes ao exercício de emprego, cargo ou função (significa que acontece em empresas, locais de trabalho em geral).
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