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PáginaLista de Exercícios 1 - Gramática TEMÁTICAS - FEUDALIZAÇÃO/ CRISE FEUDAL/ EXPAN- SÃO MARÍTIMA E COMERCIAL/ “DESCOBRIMENTO”/ CO- LONIZAÇÃO DAS AMÉRICAS/ BRASIL COLÔNIA 01. Possuímos demasiadas coisas supérfluas. Contentemo-nos com o que Deus nos deu e tomemos só aquilo de que necessitamos para viver. Porque o necessário é obra de Deus e o supérfluo obra da cobiça humana. O supérfluo dos ricos é o necessário dos pobres. Quem possui um bem supérfluo possui um bem que lhe não pertence. Santo Agostinho. A cidade de Deus, (escrito 413-426). Esse texto, extraído da obra A cidade de Deus, teve grande influência sobre o pensamento religioso na Idade Média e: A) Afirma que os cristãos não devem ver o lucro como um fim em si, mas como remuneração do trabalho. B) Define a posição dos cristãos em relação à posse de bens materiais. C) Estabelece a doutrina cristã sobre o empréstimo a juro. D) Condena a prática do comércio, segundo os doutores da Igreja. E) Discute porque os cristãos devem considerar a prática de usura como sendo em si injusta. 02. Como o rei, cada um dos sires (senhores) sente-se encar- regado de manter em nome de Deus a paz e a justiça, e toda a rede de direitos que lhe permite cumprir esse ofício converge para seu castelo. A torre, antigamente símbolo da cidade soberana, da majestade real […] aparece agora como símbolo de um poder pessoal. Georges Duby. No tempo das catedrais: a arte e a sociedade (980-1420). Lisboa: Imprensa Universitária, 1979. P. 44. Sobre as relações e as atribuições sociais no século XI, período de plenitude do Feudalismo no Ocidente Europeu, é correto afirmar que: A) As cidades simbolizavam o poder dos senhores feudais e submetiam a nobreza à sua legislação centralizadora. B) Os senhores encarnavam o poder de governo, impon- do a sua força armada e controlando a administração da justiça e a cobrança de impostos. C) Submetidos ao regime de escravidão, os servos eram impedidos de ter acesso às terras comunais. D) A nobreza, sem função definida, passou por acelerado processo de desestruturação, que levou à sua substi- tuição pelo clero na sociedade feudal. E) A reação contra o pagamento dos impostos senhoriais gerou grande contingente de camponeses desenraiza- dos, que se organizavam em bandos armados a servi- ço dos nobres contrários ao processo de feudalização. 03. O senhorio era a unidade básica de produção do Feudalis- mo e o traço característico desse sistema. Entretanto, em certas condições, o senhorio podia transformar-se em feu- do. Isso ocorria quando um grande senhor, proprietário de um vasto domínio, concedia um senhorio a outro senhor. Dentre as obrigações dos suseranos medievais, podemos destacar a: A) Prestação de obrigações como a corveia, a talha e a banalidade. B) Concessão do Benefício, no momento em que recebia a Homenagem. C) Prestação de serviço militar ao seu senhor em determi- nado período do ano. D) Contribuição para o dote das filhas de um vassalo, quando elas fossem casar. E) Fortificação das defesas do castelo do seu senhor feu- dal. 04. Tripla é pois a casa de Deus que se crê una: embaixo (quer dizer, na Terra), uns rezam, outros combatem, outros ainda trabalham; os três grupos estão juntos e não suportam ser separados; de forma que sobre a função de um repousam os trabalhos dos outros dois, todos por sua vez entre aju- dando-se”. (ADALBERÃO, In MICELI, p. 31) Indique a proposição ou proposições que revelam ideias presentes no texto, associadas aos seus conhecimentos sobre sociedade feudal. (__) A configuração de um sistema social baseado numa economia urbana e caracterizado pela centralização político-administrativa. (__) A proposta de superação das diferenças sociais atra- vés do advento de uma sociedade de classes. (__) A ideologia da Igreja Medieval, a partir da existência de uma sociedade de ordens, imobilista e hierarquiza- da. (__) A projeção de uma sociedade tripartite, a partir da analogia com a Trindade Cristã: Pai, Filho e Espírito Santo. (__) A intenção da Igreja em defesa dos seus próprios in- teresses, objetivando a manutenção dos privilégios feudais. (__) O reconhecimento da desigualdade social e a propos- ta de sua superação através de um confronto entre as classes. (__) A expressão das relações feudo-vassálicas que con- sistia numa troca de favores e obrigações em níveis hierarquicamente superpostos. 05. “Ouro, Grandeza e Glória” (Arcebispo de Canterbury) A frase do arcebispo resume os princípios do mercantilis- mo, pautados na A) acumulação de ouro e prata pela burguesia, o que le- vou os reis absolutistas a se oporem ao processo de expansão marítima, temerosos do fortalecimento do poder dos comerciantes. B) exploração das minas de ouro e prata na Europa, como prioridade dos Estados absolutistas, em detrimento da exploração das matérias-primas coloniais. Aluno(a): __________________________________________________________ Data: ___ /____/ 2019 Professor: Jorge France Turma: Site Assunto: Lista de ExercíciosPágina2 C) livre concorrência como pressuposto para o desenvol- vimento industrial, enriquecimento e fortalecimento do poder real na Europa. D) utilização do ouro para o embelezamento das cidades, como fortalecimento do orgulho nacional e minimização dos problemas sociais. E) intervenção do Estado na economia, objetivando a acu- mulação de metais preciosos e o fortalecimento do Es- tado absolutista. 06. A região indicada, no mapa, pela letra A A) pertenceu à Espanha por força da Bula Inter-Coetera. B) dominou os países índicos por todo o século XIX. C) permaneceu sob o domínio inglês até os anos 80 do século atual. D) atuou como o centro administrativo do comércio orien- tal português até o século XVII. E) tem sido instrumento da dominação americana na re- gião, até os dias atuais. 07. A letra B indica a área A) que foi disputada, nos séculos XVI e XVII, por interes- ses mercantis portugueses, franceses e holandeses. B) onde prevaleceu, do século XVII ao XVIII, o trabalho assalariado sobre o trabalho servil. C) que se destacou pelo predomínio do minifúndio na pro- dução agrícola. D) onde se registraram as sangrentas guerras de religião no século XVI. E) de convivência pacífica entre índios e colonizadores. 08. A letra C registra uma área que, no apogeu do antigo siste- ma colonial, se destacou A) pela disputa entre portugueses e espanhóis no controle da exploração do marfim e do ouro. B) pela maior concentração do tráfico de escravos em di- reção ao Brasil e ao Caribe. C) pela incessante exportação de escravos para a Europa e o Oriente Médio. D) pela presença marcante de traficantes indianos no mer- cado local. E) pelo cultivo de cereais destinados ao mercado euro- peu. 09. Em D, do século XVIII ao XIX, registrou-se a concorrência com a produção brasileira A) do charque concentrado na região Sul. B) de “drogas do sertão” retiradas da Amazônia. C) do cacau cultivado no litoral sul da Bahia. D) do petróleo e seus derivados no Recôncavo Baiano. E) do açúcar produzido no Nordeste e no Recôncavo Baiano. 10. O trabalho da Companhia de Jesus foi um dos elemen- tos que contribuiu para colonização do território brasileiro. Sobre a participação dos padres jesuítas nesse processo, assinale a alternativa correta. A) Os jesuítas destacaram-se na ocupação da região nor- te do território brasileiro, que assumiu, no século XVII, o papel de área central do pacto colonial. B) Os jesuítas, através de sua ação missionária, colabo- raram para a consolidação do controle da Coroa Portu- guesa sobre as áreas coloniais. C) Graças à atuação do Marquês de pombal, e por meio da aliança do Estado com a Companhia de Jesus, fo- ram criadas as condições políticas para a ação dos je- suítas. D) Os índios, os jesuítas e os bandeirantes coexistiram deforma harmônica, consolidando e ampliando a domina- ção portuguesa sobre os territórios do Paraguai e do Uruguai. E) A catequese converteu o indígena em mão-de-obra disponível e majoritária, na agricultura de exportação durante o período colonial. 11. Entre as funções desempenhadas pela Igreja Católica no período colonial, destaca-se: A) o incentivo à escravização dos nativos, pelos colonos, por meio da qualificação de todos os índios como cria- turas sem alma. B) A tentativa de restringir a utilização de mão-de-obra escrava indígena, apenas aos serviços agrícolas nas áreas de extração do ouro e da prata. C) A orientação da educação indígena, no sentido de es- timular a formação, na colônia, de uma elite intelectual católica. D) A imposição dos princípios cristãos por meio da cate- quese, favorecendo o avanço do processo colonizador. E) A promoção da plena alfabetização com a conversão de todos os índios e negros á fé católica. 12. E TODO DIA ERA DIA DE ÍNDIO...” Sobre as questões históricas e atuais das comunidades na- tivas do continente americano não é possível afirmar que: A) Os índios da América Central como os maias e os aste- cas possuíam uma forte estrutura estatal, burocrática e religiosa. B) No Brasil as comunidades indígenas praticavam a coope- ração entre as diferentes tribos, gerando um processo de comunismo primitivo. C) As doenças e a pólvora mataram milhões de índios em todo continente americano. D) A antropofagia era um ritual realizado pelos índios que estava inserido no universo cultural e mítico da guerra e da coragem. E) A moralidade católica/jesuítica introduziu nos índios brasileiros o medo de Deus e a vergonha do corpo. PáginaLista de Exercícios 3 13. O casamento não é objeto de nenhuma cerimônia, e a ace- lerada circulação matrimonial dos jovens faz dele um negó- cio corriqueiro. No entanto, sempre que uma união se torna pública com a mudança de domicílio de alguém, produz-se uma sutil comoção na aldeia. O novo casal começa ime- diatamente a ser visitado por outros casais, seu pátio é o mais alegre e bulhento à noite; ali se brinca, os homens se abraçam, as mulheres cochicham e riem. Dentro de alguns dias, nota-se uma associação frequente entre o recém-ca- sado e um outro homem, bem como entre sua mulher e a mulher deste. Os dois casais começam a sair juntos à mata, a pintar-se e decorar-se no pátio do casal mais novo. Está criada a relação deapihi-pihã. Fonte: Instituto Socioambiental. Disponível em: <http://pib.socioambiental. org/pt/povo/arawete/106> Acesso em 13 dez. 2012. O texto descreve como se constroem as alianças matri- moniais e as relações de amizade entre os Araweté, grupo indígena que vive atualmente no estado do Pará. Com base no texto, conclui-se que A) o casamento deve ser sempre constituído por pessoas de sexos opostos. B) o casamento, por ser uma construção social, pode exis- tir de formas diversas. C) o casamento existe somente na sociedade ocidental. D) todo casamento pressupõe um rito de passagem. E) o casamento é desejado somente pelas mulheres. 14. Considere o ato de conceber uma criança no pensamento dos índios Tupi, do Brasil Central. “Para estes, a criança depende exclusivamente do pai. Ela existe anteriormen- te como uma espécie de semente no interior do homem, muito tempo mesmo antes do ato sexual que a transferirá para o ventre da mulher. No interior desta, a criança se de- senvolve sem estabelecer nenhuma relação consanguínea com a esposa do pai. A mulher não passa, então, de um recipiente próprio para o desenvolvimento do novo ser.” (Laraia 1986:93). Para essa teoria Tupi, é permitido I. o matrimônio entre jovens que tenham a mesma mãe, mas pais diferentes. II. o matrimônio entre jovens que tenham o mesmo pai, mas mães diferentes. III. em qualquer caso, o matrimônio entre jovens meio ir- mãos. Está correto apenas o que se afirma em A) II e III. B) III. C) I. D) I e II. E) I,II e III. “Folga, nego, branco não vem cá; Se vier, o diabo há de levar. Samba, nego, branco não vem cá; Se vier, pau há de levar.” Cantiga de Quilombo, dança folclórica alagoana 15. Sobre a utilização do trabalho escravo, podemos afirmar que: A) a Igreja católica condenava a imposição da escravidão aos africanos e estimulava as fugas, em protesto contra as práticas cruéis. B) a habilidade dos africanos em atividades como a cria- ção de animais e a agricultura era uma das vantagens oferecidas, apesar de os africanos serem menos resis- tentes às epidemias. C) a utilização dos escravos africanos permitia aumentar o lucro gerado pelo tráfico intercontinental, apesar de os africanos resistirem à dominação, organizando-se em quilombos. D) a submissão dos indígenas foi eficiente, pois eles não ofereciam resistência à dominação, já que eram fami- liarizados com o meio ambiente. E) a escravização dos indígenas não foi satisfatória, pela oposição das ordens religiosas, apesar do apoio da le- gislação oficial à utilização desses indivíduos. 16. Em 1585, os colonos de São Vicente, São Paulo e Santos enviaram uma petição ao capitão-mor de São Vicente na qual solicitaram uma autorização para organizar uma ex- pedição de guerra contra uma tribo indígena, justificando “(...) que Sua Mercê com a gente desta dita capitania faça guerra campal aos índios denominados carijós, os quais a têm há muitos anos merecida por terem mortos de qua- renta anos a esta parte mais de cento e cinqüenta homens brancos (...)”. O contexto no qual essa petição foi elaborada nos permite afirmar que: A) não ocorreram conflitos intertribais entre os nativos, o que dificultava a ação das expedições de apresamento indígena, que constantemente enfrentavam o perigo e a morte para realizar a captura de mão-de-obra. B) para descumprir as ordens, vindas da Coroa, de proibi- ção à escravização dos nativos, os colonos alegavam motivos relacionados a sua segurança pessoal e à mo- ralização dos costumes, haja vista os inúmeros casa- mentos mistos realizados nessa região. C) a escravidão indígena foi usada em toda a colônia, como solução econômica secundária para a falta ou escassez de escravos africanos, mas fracassou, dentro do contexto de exploração colonial, como solução prin- cipal para o problema da mão-de-obra. D) a utilização da mão-de-obra indígena se fazia neces- sária nesse momento pela falta de braços africanos, já que essa região era uma importante fonte de renda para a Metrópole. E) a escravidão indígena foi a solução adotada principal- mente nas áreas mais prósperas, como Pernambuco e Bahia, onde a exportação açucareira exigia um elevado contingente humano para a realização do trabalho. 17. Escrevendo sobre fatores que contribuíram para a adoção do trabalho escravo no Brasil colonial, um importante his- toriador brasileiro indagava: Por que se apelou para uma relação de trabalho odiosa a nossos olhos, que parecia semi-morta, exatamente na época chamada pomposamente de aurora dos tempos modernos? Das proposições abaixo, quais se combinam para respon- der corretamente à indagação feita? I. Não havia, na Metrópole, contingente suficientes de trabalhadores dispostos a emigrar para a colônia, onde pudessem trabalhar em regime de semi-dependência ou assalariamento, nem esse regime se ajustava ao caráter mercantilista da exploração colonial. II. O comércio de escravos africanos representou, desde seu início, no século XV, uma atraente fonte de lucros para os comerciantes metropolitanos e, indiretamente, para a própria Coroa. Lista de ExercíciosPágina4 III. Os colonizadores europeus perceberam a inexistência de uma inclinação natural dos africanos à liberdade, o que facilitava sua acomodação rápida ao regime de tra- balho compulsório. IV. Em Portugal, nem a Coroa nem a Igreja Católica le- vantaram impedimentos jurídicos ou religiososcontra a escravidão de nativos comprados ou aprisionados na África. A) II, III e IV B) I, III e IV C) I, II, III e IV D) I, II e III E) I, II e IV 18. Com relação ao período colonial, tanto na América Por- tuguesa quanto na América Espanhola, considere as se- guintes afirmações: 1. a mão-de-obra escrava africana, empregada nas ativi- dades econômicas, era a predominante. 2. as Coroas controlavam as economias por intermédio de monopólios e privilégios. 3. os nascidos nas Américas não sofriam restrições para ascender nas administrações civis e religiosas. 4. a alta hierarquia da Igreja Católica mantinha fortes la- ços políticos com as Coroas. 5. as rebeliões manifestavam as insatisfações políticas de diferentes grupos sociais. Das afirmações acima, são verdadeiras apenas A) 3, 4 e 5 B) 1, 3 e 4 C) 2, 4 e 5 D) 1, 2 e 3 E) 2, 3 e 5 19. “Eu, el-rei D. João III, faço saber a vós, Tomé de Sousa, fidalgo da minha casa que ordenei mandar fazer nas terras do Brasil uma fortaleza e povoação grande e forte na Baía de Todos os Santos. (...) Tenho por bem enviar-vos por go- vernador das ditas terras do Brasil.” Regimento de Tomé de Sousa, 1549 As determinações do rei de Portugal estavam relacionadas A) a um projeto que abrangia conjuntamente a exploração agrícola, a colonização e a defesa do território. B) aos projetos administrativos da nobreza palaciana vi- sando à criação de fortes e feitorias para atrair missio- nários e militares ao Brasil. C) ao plano de inserir o Brasil no processo de colonização escravista semelhante ao desenvolvido na África e no Oriente. D) à necessidade de colonizar e povoar o Brasil para com- pensar a perda das demais colônias agrícolas Portu- guesas do Oriente e da África. E) aos planos de defesa militar do império português para garantir as rotas para a Índia, Indonésia, Timor, Japão e China. 20. A Idade Moderna foi um período de transição caracteriza- do pelo desaparecimento das estruturas feudais e o surgi- mento das estruturas que iriam caracterizar o capitalismo. Dentre os elementos que contribuíram para essa transição, pode-se citar A) o Renascimento, cujo antropocentrismo criticou violen- tamente a crença em Deus, consolidando uma mentali- dade racionalista e atéia na Europa moderna. B) a Reforma Protestante, que, ao defender o fato e que toda atividade feita com honestidade agrada a Deus, justificou a prática do comércio e os interesses burgue- ses. C) o Mercantilismo, que, com sua teoria de que a riqueza provinha da liberdade de produção e do trabalho, cri- ticou as obrigações feudais que limitavam as práticas comerciais. D) a Expansão Marítima e Comercial, que, ao enriquecer os burgueses e enfraquecer o poder real, contribuiu para a tomada do poder pela burguesia. E) o Sistema Colonial, que, ao propiciar o surgimento de uma forte burguesia nativa colonial, minou o poder da Igreja, possuidora da maioria das terras européias e co- loniais. 21. Considere o texto abaixo. (...) o sistema feudal não se mostrou incompatível com o comércio e a indústria. Ao contrário, desde os primórdios do período medieval, comerciantes e artesãos assegura- ram, ainda que em bases precárias, a produção e circu- lação de bens entre os domínios senhoriais. Essas pes- soas habitavam os burgos (...) O estilo de vida burguesa mostrava-se bem diferente daquela que ocorria dentro do feudo (...) (Myriam B. Mota e Patrícia R Braick. História: das cavernas ao terceiro milênio. São Paulo: Moderna, 1997. p. 87) A partir do texto e dos conhecimentos históricos pode-se afirmar que os burgos A) impulsionaram a retomada da vida urbana na Europa ocidental. B) limitavam as exportações de manufaturas das cidades feudais. C) controlavam o abastecimento de produtos agrícolas na Europa feudal. D) exportavam o excedente de produção gerado na Euro- pa ocidental E) eram centros administrativos locais de resistência ao poder feudal. 22. Assinale a proposição ou proposições que apresentam pontos comuns entre as diferentes práticas mercantilis- tas adotadas pelos Estados europeus nos séculos XVII e XVIII. (__) O trabalho, em geral, constituía a verdadeira fonte de riqueza da sociedade. (__) A moeda ou os metais preciosos eram considerados como a mais importante fonte de riqueza do pais. (__) A balança de pagamentos favorável era um recurso para evitar a saída de moedas do país. (__) O Estado tinha a função de proteger a economia na- cional, intervindo no mercado, estimulando a exporta- ção e restringindo a importação. (__) O Estado forte era condição necessária para viabili- zar uma política mercantilista, tanto no plano interno quanto no externo. (__) A terra era a única fonte de riqueza, por isso o comér- cio deveria ser subordinado à agricultura. (__) O combate ao absolutismo monárquico sob todas as formas era um meio de defender governos represen- tativos, constitucionais e parlamentares. PáginaLista de Exercícios 5 I. II. 23. A análise dos mapas e os conhecimentos sobre as rotas comerciais terrestres e marítimas, na Idade Média (I) e no início da Idade Moderna (II), permitem afirmar: (__) O desconhecimento dos europeus, na Baixa Ida- de Média, sobre as terras do Extremo Oriente e do Oriente Médio impedia as trocas comerciais de sedas e especiarias na bacia do Mediterrâneo. (__) O norte da África constituiu uma região de importância considerável na economia da Europa da Baixa Idade Média, uma vez que os comerciantes árabes faziam chegar à Europa, através daquela região, mercado- rias vindas do interior do continente. (__) O conhecimento adquirido, no século XV, pelos gran- des navegadores portugueses, sobre a trajetória da corrente fria do Labrador e sobre o mecanismo dos alíseos de sudeste no Atlântico Norte, foi decisivo para que todos aqueles que se deslocassem das ter- ras lusitanas, no Oriente, pudessem alcançar a Amé- rica, no Ocidente. (__) A Europa passou a consumir produtos orientais (espe- ciarias, sedas e armas), na sua vida cotidiana, somen- te após a abertura daqueles mercados pelos navega- dores portugueses, que lá chegaram entre os séculos XV e XVI. (__) A posição estratégica do mar Mediterrâneo explica o grau de relações políticas, militares e comerciais estabelecidas entre a África do Norte e os europeus, desde a Antiguidade até a Baixa Idade Média. (__) Os principais portos comerciais da África Oriental, do sul da Arábia, da Índia e do Sudeste Asiático constituí- ram fator de disputa entre os interesses dos árabes, já estabelecidos, e os dos portugueses, que chegavam com o objetivo de conquistá-los. (__) O estabelecimento, pelos ibéricos, de rotas comer- ciais no Oceano Atlântico, fortaleceu as antigas rotas terrestres e marítimas que alimentavam o comércio entre o Ocidente e o Oriente. 24. (...) a descoberta da América, ou melhor, a dos ameri- canos, é sem dúvida o encontro mais surpreendente de nossa história. Na “descoberta” dos outros continentes e dos outros homens não existe, realmente, este sentimento radical de estranheza. Os europeus nunca ignoraram to- talmente a existência da África, ou da Índia, ou da China, sua lembrança esteve sempre presente, desde as origens. (...) No início do século XVI, os índios da América estão ali, bem presentes, mas deles nada se sabe, ainda que, como é de se esperar, sejam projetadas sobre os seres recente- mente descobertos imagens e idéias relacionadas a outras populações distantes. O encontro nunca mais atingirá tal intensidade, se é que esta é a palavra adequada. O sécu- lo XVI veria perpetrar-se o maior genocídio da história da humanidade. (TODOROV, p. 4-6) A análise do texto e os conhecimentos sobre o encontro entre as culturas indígenas, negro-africanas e européias, no Novo Mundo, permitem afirmar: ( ) O caráter“surpreendente” do descobrimento, referido no texto, influiu, no Período Colonial, as políticas de aproximação, de catequese e de exploração do euro- peu em relação ao homem americano. ( ) O homem americano encontrado pelos europeus apresentava um grau considerável de diversidade cultural, que variava do estágio neolítico de povos da América do Sul, ao estágio de complexidade econô- mica e social de povos da América Central. ( ) O genocídio referido no texto incidiu, preponderante- mente, sobre as populações das ilhas do Caribe, visto que as outras regiões foram protegidas pelas bulas decretadas pela Igreja. ( ) Os interesses comerciais presentes no tráfico de africanos escravizados entre os séculos XVI e XIX levaram à predominância demográfica e cultural das etnias africanas em certas áreas do Novo Mundo, em detrimento da influência indígena nesse mesmo perí- odo. ( ) O equilíbrio entre os padrões culturais europeus e afro-indígenas, no Novo Mundo, está associado à ação catequética e pedagógica de ordens religiosas, instituições eclesiásticas e associações missionárias que atuaram no Período Colonial. ( ) A baixa fecundidade dos negros e mestiços, na Amé- rica Latina, explica o aumento do contingente popula- cional de brancos nesse continente. 25. Em fins da Idade Média, no decorrer do século XV, verificou-se na Europa ocidental o processo de esfacelamento do regime feudal que foi gradualmente substituído por Estados dinásti- cos de governo absoluto. Sob essa forma de governo: A) A fundação de impérios coloniais trouxe grandes rique- zas, dando aos monarcas poder para armar exércitos mercenários e substituir as obrigações feudais pelo pa- gamento de um imposto nacional único. B) A expansão dos negócios dos mercadores, banqueiros e manufatureiros levou-os a apoiarem os soberanos contra a classe de cavaleiros que prejudicava o desen- volvimento e impedia o mercantilismo. C) O soberano não permitia que seus ministros encarce- rassem, sem julgamento, pessoas suspeitas de desle- aldade, reunia as cortes para a aprovação de seus de- cretos e dispensava iguais favores a todos os súditos. D) Os soberanos reduziam os nobres feudais ao nível dos cortesões, consideravam seus ministros como simples funcionários, fiscalizavam pessoalmente todos os ne- gócios do Estado e possuíam exércitos permanentes. E) O soberano, esclarecido pelos filósofos da época, go- vernava apoiando-se no povo contra o clero, aristocra- tas, industriais e grandes e pequenos proprietários de terras. 26. Renascimento, Expansão Marítima e Comercial Européia, Estado Nacional, Reforma são assuntos que necessaria- mente devem ser relacionados, pois o processo histórico que envolve a Europa Ocidental na época é globalizante e os fatos se interpenetram.” Lista de ExercíciosPágina6 A afirmativa acima pode ser considerada A) verdadeira – pois os fenômenos históricos da época, para a região assinalada, não podem ser tomados em separado, sob pena de não entendimento do processo histórico do Ocidente. B) falsa – pois o Renascimento foi um movimento intelec- tual, artístico, sem nenhuma relação com o processo da evolução comercial, política ou religiosa européia. C) falsa – pois o Estado Nacional teve seus fundamen- tos em etapa posterior, principalmente no século XVIII, com a Revolução Francesa, enquanto os demais movi- mentos indicados são do século XVI. D) verdadeira – se entendermos Renascimento e Expan- são Marítima e Comercial Européia como um só fato, o do Renascimento Comercial no Ocidente Mediter- râneo. E) falsa – pois o movimento comercial europeu estava li- gado exclusivamente ao fechamento do Mediterrâneo pelos turcos, em nada se relacionando com o Renasci- mento ou a Reforma, que são de fundo religioso. 27. O quadro abaixo apresenta algumas características da co- lonização da América pelos ingleses, espanhóis e portu- gueses. Os números I, II e III representam, respectivamente, a co- lonização: A) portuguesa, espanhola, inglesa; B) espanhola, inglesa, portuguesa; C) inglesa, espanhola, portuguesa; D) portuguesa, inglesa, espanhola; E) inglesa, portuguesa, espanhola. 28. “Criar grandes companhias, obrigar os mercadores a par- ticipar delas, conceder-lhes grandes privilégios”. Assim se expressava o Cardeal Richelieu em 1627, revelando nes- tes princípios alguns aspectos das concepções econômi- cas vigentes à época do Mercantilismo. Posteriormente, estas práticas foram contestadas pelos economistas clás- sicos que/num sentido inverso advogavam a necessidade: A) de diminuir o número de companhias comerciais e de ampliar as corporações de ofício; B) das relações econômicas serem regidas pelos princí- pios da livre-empresa, livre-concorrência e livre-cam- bismo; C) de estabelecer barreiras alfandegárias contra produtos de outros países; D) do Estado intervir no processo econômico no sentido de promover a produção manufatureira; E) de promoção dos investimentos na agricultura, consi- derada como a atividade mais rentável do país. 29. A Europa, no século XVI, apresentou rápido crescimento econômico e um dos traços marcantes da economia dessa época foi: A) A expansão do crédito, sobretudo a partir de 1560, quando os grandes banqueiros, como os Fuggers e os Medicis, passaram a atuar mais intensamente. B) O aumento do nível geral dos preços em decorrência da expansão da colonização da América. C) O desenvolvimento do comércio das especiarias no Mediterrâneo, após a abertura da rota do Cabo da Boa Esperança, por Vasco da Gama, em 1498. D) A liberdade de comércio, especialmente depois que Es- panha e Portugal renunciaram ao monopólio comercial exercido pela Casa de Contratacion e a Casa da Índia, respectivamente. E) A concentração dos grandes centros de produção in- dustrial na Europa Ocidental, face à decadência da Hansa como organização mercantil. 30. Exploração de metais preciosos encontrados na América Portuguesa, no final do século XVII, trouxe importantes conseqüências tanto para a colônia quanto para metrópo- le. Entre elas A) o intervencionismo regulador metropolitano na região das Minas, o desaparecimento da produção açucareira do nordeste e a instalação do Tribunal da Inquisição na capitania B) a solução temporária de problemas financeiros em Por- tugal, alguma articulção entre áreas distintas da Colô- nia e o deslocamento de seu eixo administrativo para o centro-sul. C) A separação e autonomia da capitania das minas Ge- rais, a concessão do monopólio da extração dos metais aos paulistas e a proliferação da profissão de ourives. D) A proibição do ingresso de ordens religiosas em Minas Gerais, o enriquecimento generalizado da população e o êxito no controle do contrabando. E) O incentivo da Coroa à produção das artes, o afrouxa- mento do sistema de arrecadação de impostos e a im- portação dos produtos para a subsistência diretamente da metrópole INSTRUÇÕES: As questões de 31 a 33 referem-se ao texto abaixo. Leia todo o texto antes de resolver as ques- tões. Ao responder, volte ao texto sempre que necessário. “Os primeiros 150 anos da presença espanhola nas Amé- ricas foram marcados por grandes êxitos econômicos para a Coroa e para a minoria espanhola que participou diretamente da conquista (...) e pela articulação de vastas regiões em torno de pólos dinâmicos, cuja principal função era produzir um ex- cedente sob a forma de metais preciosos, o qual se transferia para a Espanha de forma quase unilateral. Os segundos 150 anos se caracterizaram pelo declínio da produção mineira (...) e pelo enfraquecimento dos vínculos en- tre as regiões cuja interdependência se reduziu. Na América Portuguesa essas duas fases se apresentaram de certa forma invertidas. Nos primeiros 150 anos formou-se uma economia agrícola de exportação constituída de unidades isoladas, vin- culadasdiretamente com o exterior e sem qualquer articulação com outras áreas do país, exceto o interior pecuário que surgiu como dependência da economia açucareira. O primeiro terço da segunda fase de 150 anos foi marcado pela depressão eco- nômica. (...) O último século da época colonial se caracterizou pela formação do pólo produtor de ouro e diamantes, ao qual coube o duplo papel de acelerar o povoamento de origem eu- ropéia e a formação de um mercado articulador das distintas regiões do país.” PáginaLista de Exercícios 7 INSTRUÇÕES: As questões apresentam uma afirmati- va baseada no texto. Leia-as com atenção e responda: A) Se a afirmativa é uma interpretação inteiramente com- provada pelo texto. B) Se a afirmativa ultrapassa o que é apresentado no texto e não pode ser comprovada por ele. C) Se a afirmativa contradiz o que é apresentado no texto. 31. A evolução econômica da América Portuguesa indicava condições mais favoráveis à preservação de sua unidade territorial do que a da América Espanhola. 32. Nos primeiros 150 anos da presença portuguesa na Améri- ca, as atividades econômicas se caracterizaram pela articu- lação das diversas regiões em função do mercado interno. 33. Foi na América Espanhola que primeiro se descobriram metais preciosos, o que acarretou a integração da referida área durante o período de extração dessa riqueza. 34. Assinale a alternativa certa. A Revolução Comercial é o nome dado ao conjunto de trans- formações ocorridas na Europa nos séculos XV e XVI e que se caracterizou pelo desenvolvimento comercial, cujo des- dobramento levou às grandes navegações e à formação dos impérios coloniais. Podemos concluir, portanto, que: A) A Revolução Comercial foi diretamente responsável pe- las grandes navegações B) A Revolução Comercial foi um fenômeno local europeu, sem resultados significativos fora da Europa C) A Revolução Comercial não contribuiu para a formação dos impérios coloniais na América, na África e na Ásia D) A Revolução Comercial foi responsável pelo caráter ru- ral da economia européia durante a Idade Média E) A Revolução Comercial não provocou a formação de grandes companhias comerciais monopolistas, que fo- ram conseqüência da Revolução Industrial. 35. A conquista das terras americanas pelos espanhóis, duran- te o séc. XVI, possibilitou a ocupação de imensos territó- rios que se estendiam da América do Norte à extremidade sul do continente. Dominando as populações indígenas, fundando núcleos urbanos, os conquistadores estabelece- ram as “haciendas”, para plantio e criação, e organizaram a exploração intensiva das minas. No mapa ao lado, compreendendo os territórios da Améri- ca espanhola, estão indicadas numericamente cinco das regiões mais importantes para o domínio espanhol, do ponto de vista histórico-geográfico, destacando-se como seus dois verdadeiros “pólos”, na verdade, as seguintes regiões: 1. A ilha de Cuba, dada sua posição estratégica nas rotas dos galeões carregados de metais preciosos e também como área exportadora; 2. A Nova Espanha (México), cujas minas de ouro e de prata forneceram durante quase três séculos uma parte considerável do “tesouro” americano; 3. Buenos Aires, no estuário do Rio da Prata, importante centro de contrabando de mercadorias vinda do Bra- sil; 4. O Peru, fatalmente associado às ricas minas do Poto- si, de valor econômico e estratégico inestimável; 5. O Istmo do Panamá, ligando o Atlântico ao Pacífico, passagem obrigatória dos produtos que iam ou vi- nham entre as Filipinas e Sevilha. Assinale: A) Se as afirmativas 1 e 3 estiverem certas. B) Se as afirmativas 2 e 5 estiverem certas. C) Se as afirmativas 2 e 4 estiverem certas. D) Se as afirmativas 3 e 4 estiverem certas. E) Se as afirmativas 1 e 5 estiverem certas. 36. Aconteceu num debate, num país europeu. Da assistên- cia, alguém me lançou a seguinte pergunta: — Para si o que é ser africano? Falava-se, inevitavelmante, de identidade versus globa- lização. Respondi com uma pergunta: — E para si o que é ser europeu? O homem gaguejou. Ele não sabia responder. Mas o inte- ressante é que, para ele, a questão da definição de uma identidade se colocava naturalmente para os africanos. Nunca para os europeus. Ele nunca tinha colocado a questão ao espelho. Mia Couto. In: Leila Leite Hernandez. A África na sala de aula. Visita à história contemporânea, 2005. Segundo o texto, o autor A) valoriza a ideia de que existe uma identidade natural entre os povos europeus, favorecendo a globalização. B) denuncia a ideia genérica, presente entre os euro- peus, de que há uma suposta identidade natural entre os africanos. C) lembra o fato de que a Europa tem uma história de tendência à globalização, em função da ausência de conflitos entre seus Estados-nação. D) defende a existência de uma essência natural do que é ser europeu e do que é ser africano. E) indica os valores culturais e nacionais europeus e afri- canos como fundadores do processo de globalização 37. O desenho do artista uruguaio Joaquín Torres-García tra- balha com uma representação diferente da usual da Améri- ca Latina. Em artigo publicado em 1941, em que apresenta a imagem e trata do assunto, Joaquín afirma: Lista de ExercíciosPágina8 Quem e com que interesse dita o que é o norte e o sul? Defendo a chamada Escola do Sul porque, na realidade, nosso norte é o Sul. Não deve haver norte, senão em opo- sição ao nosso sul. Por isso colocamos o mapa ao revés, desde já, e então teremos a justa ideia de nossa posicão, e não como querem no resto do mundo. A ponta da América assinala insistentemente o sul, nosso norte. TORRES-GARCÍA, J. Universalismo constructivo. Buenos Aires: Poseidón, 1941; com adaptações. O referido autor, no texto e imagem acima, A) privilegiou a visão dos colonizadores da América. B) questionou as noções eurocêntricas sobre o mundo. C) resgatou a imagem da América como centro do mundo. D) defendeu a Doutrina Monroe expressa no lema “Améri- ca para os americanos”. E) propôs que o sul fosse chamado de norte e vice-versa. 38. “O brilhante século XVI viu o surgimento do Antigo Sistema Colonial, das Reformas religiosas, de Estados Modernos já francamente consolidados, de uma produção artística e intelectual impressionante. (...) Os sentidos eram então fundamentalmente diversos dos nossos. No início da Época Moderna, a audição tinha importância maior do que a visão, o que parece próprio de uma sociedade iletrada e muito dependente da transmis- são oral de conhecimento. Os monstros povoavam a vida cotidiana dos europeus, e narrativas de viagens reais rela- tavam acontecimentos inverossímeis e descreviam seres fantásticos.” (SOUZA. In: FARIA et al., p. 38-9) Com base na análise do texto e nos conhecimentos a ele relacionados, pode-se afirmar: (__) O Antigo Sistema Colonial baseava-se numa relação de igualdade entre Colônia e Metrópole, conhecida como Pacto Colonial. (__) O surgimento dos Estados Modernos contou com o apoio da nobreza feudal e da burguesia que, em tro- ca, receberam do rei o direito de cobrar impostos. (__) A “produção artística e intelectual impressionante”, mencionada no texto, ficou conhecida como Renas- cimento e representou uma mudança de mentalidade que impregnou o dia-a-dia dos diversos segmentos da sociedade europeia. (__) O descompasso entre os interesses capitalistas e a ética cristã medieval, em relação ao acúmulo de ri- quezas, foi um dos fatores motivadores da Reforma. (__) A Reforma Católica rejeitou antigos métodos repres- sivos utilizados pela Igreja, como o Tribunal do Santo Ofício e a pena de excomunhão. (__) As viagens ultramarinas ocorreram a despeito do ima- ginário aterrador europeu, tornando possível a forma- ção de impérios coloniais. (__) O Brasil foi transformado em colônia de exploração, devido às possibilidades que a produçãoindígena oferecia para a empresa mercantil. 39. Na verdade, o que Portugal queria para sua colônia ameri- cana é que fosse uma simples produtora e fornecedora dos gêneros úteis ao comércio metropolitano e que se pudes- sem vender com grandes lucros nos mercados europeus. Este será o objetivo da política portuguesa até o fim da Era Colonial. E tal objetivo ela o alcançaria plenamente, embora mantivesse o Brasil, para isto, sob um rigoroso re- gime de restrições econômicas e opressão administrativa; e abafasse a maior parte das possibilidades do país.” Prado Júnior, C. -- História do Brasil Pela leitura do texto e pelos seus conhecimentos históricos e geográficos, é possível concluir que dentre as caracterís- ticas gerais do período colonial brasileiro destaca-se: (__) uma sociedade escravocrata que, apesar de estar estruturada sobre o Pacto Colonial, possuía livre co- mércio com os holandeses e ingleses devido à neces- sidade da venda do açúcar aqui produzido. (__) a utilização da mão-de-obra indígena no Brasil, até o governo de D. João VI, e a sua substituição, no perío- do joanino, pela mão-de-obra do escravo negro. (__) o trabalho dos missionários jesuítas, que consegui- ram proteger e conservar a cultura original de nossos primeiros habitantes - chamados de índios. (__) o surgimento de pequenas e médias propriedades, possibilitado pelos donatários das capitanias, para ocupar nosso extenso litoral. (__) a montagem da produção açucareira, que ocorreu de acordo com o sistema de “plantation”, originando uma sociedade patriarcal e escravista. (__) a montagem da empresa colonial obedecia aos princí- pios do mercantilismo e, nesse sentido, Lisboa preo- cupou-se em incentivar na Colônia as atividades com- plementares à economia metropolitana. 40. Das várias instituições que contribuíram para a formação e o desenvolvimento do Estado e da própria civilização do Ocidente, a Igreja se destaca como bastante influente. So- bre a formação e o papel do Catolicismo, podemos afirmar: (__) A negação dos preceitos e crenças judias fez do Cris- tianismo uma religião completamente ocidentalizada. (__) Os primeiros séculos do Cristianismo foram marcados por uma intensa perseguição por parte dos impera- dores de Roma, até sua aceitação, no século IV, e a oficialização como religião do Estado. (__) O movimento das Cruzadas, além de objetivar o do- mínio do corredor Sírio-Palestino, empreendeu uma longa guerra pela reconquista da Terra Santa, carac- terizando este movimento como exclusivamente reli- gioso. (__) As Cruzadas do Ocidente ou Guerras de Reconquista não contaram com o apoio da Igreja, pois visavam o enfraquecimento dos Bárbaros, aliados de Roma. (__) A catequese dos índios na época do Brasil Colônia se deu no contexto da Contra-Reforma destacando-se os jesuítas como baluarte da Igreja Católica, que reagia ao avanço da Reforma Protestante. PáginaLista de Exercícios 9 41. Sobre o trabalho compulsório na América Espanhola, du- rante o período colonial, é possível afirmar que o mesmo A) baseou-se na predominância da escravidão negra, como aconteceu no Brasil. A importância e a força da Igreja Católica na Espanha contribuiu para que a escra- vidão indígena fosse proibida. B) caracterizou-se pela escravidão continuada dos indí- genas, como nas culturas incas e astecas. Nestas ci- vilizações pré-agrárias a escravidão era o sustentáculo da economia. C) apoiou-se em formas diversas de exploração do tra- balho indígena e na escravidão negra. A Mita e a Encomienda foram as fórmulas encontradas para a utilização do trabalho compulsório de comunidades in- dígenas. No Caribe e norte da Colômbia foi utilizada ainda a escravidão negra. D) restringiu-se a sistemas particulares de coerção como no caso da encomienda. Essa situação fez com que os colonizadores buscassem formas alternativas para suprir a necessidade de mão-de-obra. E) manteve um sistema organizado e dirigido pelos pró- prios caciques indígenas. 42. Sobre a conquista e colonização da América, pode-se afir- mar: I. O conquistador nunca estava só, fazia parte de um grupo sob o comando de um líder com capacidade de mobilizar homens e recursos para guiá-los até a vitória na luta contra os indígenas da América. lI. O caudilho tinha de atender ás exigências dos seus fi- nanciadores, e satisfazer as expectativas do grupo não menos individualista que haviam se colocado sob seu comando. III. A Igreja garantia a sanção moral que elevava uma ex- pedição de pilhagem ao nível de cruzada, enquanto a aprovação do Estado era necessária para legitimar a aquisição de senhorio de terras. IV. Cabia ao rei, na qualidade de senhor supremo controlar a distribuição das terras conquistadas ou por conquistar. V. Cabia à Igreja ministrar a justiça a partir do tribunal da Santa Inquisição e garantir o bom governo das colônias. Estão corretas as afirmações A) I, II, apenas. D) I, II, III e V, apenas. B) I, II e III, apenas. E) I, II, III e IV, apenas. C) I, II, III, IV e V. 43. Considere os itens abaixo I. O desenvolvimento da navegação através do Oceano Atlântico possibilitou o acesso a vastíssimas regiões do globo até então desconhecidas dos europeus, tornando o comércio uma atividade, de escala mundial. lI. A descoberta das jazidas americanas assegurou o aflu- xo das grandes quantidades de metais preciosos, solu- cionando o problema de carência monetária europeia. III. A intensificação das trocas proporcionou enormes lu- cros aos grupos mercantis, que puderam aumentar continuamente seus capitais, reinvestindo-os em novos negócios. Os itens identificam: A) o conjunto de medidas econômicas criadas e pratica- das pelos governos europeus entre os séculos XIII e XVI, que induziam os agentes econômicos a procede- rem de acordo com os interesses do Estada, conhecido como mercantilismo. B) o processo de intensificação da produção de exceden- tes manufaturados para o mercado internacional, du- rante os séculos XVII e XVIII, dando início a acumula- ção primitiva de capitais, conhecido como Revolução Industrial. C) o conjunto de mudanças que se operaram na econo- mia mundial entre os século XV e XVII, consolidando de forma definitiva os alicerces do mundo capitalista, conhecido como Revolução Comercial. D) o conjunto de acontecimentos que ocorreram na Europa Ocidental durante os séculos XII e XV, promovendo a desagregação do sistema feudal e impulsionando o de- senvolvimento comercial entre o Oriente e o Ocidente, E) as condições essenciais desenvolvidas pela economia mundial entre os séculos XIV e XV, que possibilitaram de forma consolidada a formação do capitalismo tecno- lógico. 44. Os textos abaixo referem-se à integração do índio à cha- mada civilização brasileira. I - “Mais uma vez, nós, os povos indígenas, somos vítimas de um pensamento que separa e que tenta nos elimi- nar cultural, social e até fisicamente. A justificativa é a de que somos apenas 250 mil pessoas e o Brasil não pode suportar esse ônus.(...) É preciso congelar essas ideias colonizadoras, porque elas são irreais e hipócri- tas e também genocidas.(...) Nós, índios, queremos fa- lar, mas queremos ser escutados na nossa língua, nos nossos costumes.” Marcos Terena, presidente do Comitê Intertribal Articulador dos Direitos Indígenas na ONU e fundador das Nações Indígenas, Folha de S. Paulo, 31 de agosto de 1994. II - “O Brasil não terá índios no final do século XXI (...) E por que isso? Pela razão muito simples que consiste no fato de o índio brasileiro não ser distinto das demais comunidades primitivas que existiram no mundo. A his- tória não é outra coisa senão um processo civilizatório, que conduz o homem, por conta própria ou por difusão da cultura, a passar do paleolítico ao neolítico e do ne- olítico a um estágio civilizatório.” HélioJaguaribe, cientista político, Folha de S. Paulo, 2 de setembro de 1994. Pode-se afirmar, segundo os textos que A) tanto Terena quanto Jaguaribe propõem ideias inadequa- das, pois o primeiro deseja a aculturação feita pela “civili- zação branca”, e o segundo, o confinamento de tribos. B) Terena quer transformar o Brasil numa terra só de ín- dios, pois pretende mudar até mesmo a língua do país, enquanto a ideia de Jaguaribe é anticonstitucional, pois fere o direito à identidade cultural dos índios. C) Terena compreende que a melhor solução é que os bran- cos aprendam a língua tupi para entender melhor o que dizem os índios. Jaguaribe é de opinião que, até o final do século XXI, seja feita uma limpeza étnica no Brasil. D) Terena defende que a sociedade brasileira deve res- peitar a cultura dos índios e Jaguaribe acredita na ine- vitabilidade do processo de aculturação dos índios e de sua incorporação à sociedade brasileira. E) Terena propõe que a integração indígena deve ser lenta, gradativa e progressiva, e Jaguaribe propõe que essa integração resulte de decisão autônoma das comunida- des indígenas. 45. Na primeira carta disse a V.Rev. a grande perseguição que padecem os índios, pela cobiça dos portugueses em os cativarem... O modo como esses índios recebiam os por- tugueses era ordinariamente de paz... E perguntando eu Lista de ExercíciosPágina10 a um dos cabos desta entrada como se haviam com eles me respondeu com grande desabafo e paz de alma: a es- ses davámos-lhe uma carga cerrada, caíam uns, fugiam outros, entrávamos nas aldeias e tomávamos aquilo que havíamos mister... Todos estes latrocínios e homicídios se toleram em um reino tão católico como Portugal... Estas são, Padre Provincial, as notícias que posso dar a V. Rev. a desta conquista do Maranhão de onde faço esta.” (Antônio Vieira). Considerando o texto 10, Carta de Padre Antônio Vieira ao Padre Provencial dos Jesuítas, em 1635, assinale a al- ternativa que interpreta, historicamente, os interesses do Estado português, dos colonos, e dos padres jesuítas na colonização. A) O Estado português queria fazer do índio um súdito, os colonos reduzi-los ao trabalho escravo e os jesuítas convertê-los à fé cristã e utilizá-los como mão de obra. B) O Estado português desejava o extermínio da raça para que os colonos pudessem transferir populações africanas para a América e os jesuítas estimulavam a escravidão indígena. C) A coroa portuguesa aliada aos franceses iniciou o pro- cesso de aculturação e desmantelamento das nações indígenas para facilitar o trabalho dos colonos. D) Os jesuítas, cumprindo ordens da metrópole, isolaram os índios em missões, no litoral, facilitando o aprisiona- mento deles pelos colonos para quem “o índio bom era o índio morto”. E) Os colonos utilizaram os jesuítas na escravidão dos gentios e o Estado português, em compensação, dis- tribuiu sesmarias somente às ordens religiosas que ha- viam participado da conquista. 46. Sobre as questões, fundamentos históricos, contradições e perspectivas sociológicas dos sistemas educacionais, po- de-se afirmar (__) a educação ao longo da história tem sido parâmetro para a segregação social e econômica. Em pleno sé- culo XXI a educação, ainda, não é um direito de todos. (__) os jesuítas tiveram um importante papel na constru- ção da educação brasileira. Por cerca de dois séculos a educação católica-jesuítica marcou a história e a identidade do Brasil. Métodos educacionais jesuítas como a palmatória foram incorporados nas escolas do Brasil. (__) o acesso ao ensino superior no Brasil relacionava-se a critérios de cor/raça, gênero e renda. No século XIX, por exemplo, os bancos universitários, praticamente, não tinham negros, mulheres e pobres. No entanto, este quadro passou a mudar na segunda metade do século XX, pois o acesso ao ensino superior passou a se democratizar. (__) a cultura bacharelesca marca a identidade do Brasil. Ainda no século XXI ocorre uma valorização dos pro- fissionais do direito e da medicina, cursos superiores que formavam as elites do Brasil desde a chegada de Dom João VI. Em contrapartida, os cursos de licencia- tura são vistos com maus olhos pela sociedade, pela mídia e pela juventude nacional. (__) a educação é um importante fator para o salto de um país nos setores econômicos e tecnológicos. Países como Japão e tigres asiáticos como Coréia do Sul e Tailândia, se destacam nas relações internacionais, graças aos investimentos educacionais por parte do governo e ativa participação das famílias e da socie- dade no processo educacional da juventude. (__) as cotas nas universidades, fazem parte das ações afirmativas de inclusão social e racial desenvolvidas no Brasil contemporâneo. No entanto, a implantação das cotas geram polêmicas em diferentes setores do Brasil. Para alguns, as cotas representam democrati- zação e reparação, para outros, uma forma injusta e preconceituosa de ingresso nas universidades. 47. Os portugueses foram os primeiros europeus a lançarem-se no processo de expansão marítima, no século XV. Isto ocorreu devido a inúmeros fatores de ordem interna, tais como: a precoce centralização política a uma burguesia forte e uma certa experiência em navegação. Em relação a outros fatores que favoreceram a expansão marítima por- tuguesa, podemos citar: A) a necessidade de descobrir novas jazidas de metais preciosos para cunhagem de moedas e o desejo de chegar às Índias para monopolizar o comércio de espe- ciarias; B) a necessidade de descobrir novas jazidas de metais preciosos para cunhagem de moedas e a feitura de uma aliança com a Espanha, visando uma ação con- junta em relação ao descobrimento da América; C) a necessidade de descobrir novas jazidas de metais preciosos para a cunhagem de moedas e o desejo de fundar novas cidades na costa africana, levando-lhes o desenvolvimento técnico dos europeus; D) a necessidade de expandir a fé católica, bem como a necessidade de se chegar às Índias viajando para o Ocidente, a fim de divulgar os novos preceitos do Cal- vinismo; E) a necessidade de descobrir novas jazidas de metais preciosos para cunhagem de moedas e o objetivo de chegar às Índias para desenvolver a cultura de ambos países. 48. Portugal no contexto dos Grandes Descobrimentos apre- sentava elementos medievais e modernos que conduziram a um tipo peculiar de colonização. No Brasil, heranças por- tuguesas mesclaram-se àquelas provenientes da presença indígena e africana, conduzindo a um tipo específico de formação social. Baseando-se nessas considerações, as- sinale a alternativa correta de acordo com as afirmativas abaixo: I. No imaginário português, o mar apresentava-se como a morada de seres lendários e míticos; condição de pur- gatório ou paraíso para aqueles que o atravessavam. Paralelamente, a nação portuguesa apresentava-se como o símbolo da possibilidade de dominar o mar, ao criar um grande império comercial e sacralizá-lo atra- vés da disseminação do Cristianismo. II. A expansão colonial reforçou a velha prática medieval em Portugal de distribuição de privilégios para a nobre- za, fortalecendo seu parasitismo. No Brasil, tal prática realizava- se pela distribuição de cargos político-buro- cráticos, além de sesmarias, gerando as bases para a constituição de uma elite colonial. III. A ordem jurídica da sociedade portuguesa era a esta- mental, classificando os indivíduos entre nobreza, clero e povo. No Brasil, não havia diversificação na hierar- quia social. O único critério de divisão social baseava-se no estatuto jurídico: homens livres X cativos. A) Todas estão corretas. B) Somente I e II estão corretas. C) Somente II e III estão corretas. D) Somente I e III estão corretas. E) Todas estão erradas. PáginaLista de Exercícios 11 49.“Guaixará”. Esta virtude estrangeira me irrita sobremaneira. Quem a teria trazido, com os seus hábitos polidos estragando a terra inteira? (...) Quem é forte como eu? Como eu, conceituado? Sou diabo bem assado, a fama me precedeu: Guaixará sou chamado (...) Que bom costume é bailar! Adornar-se, andar pintado, tingir pernas, empenado fumar e curandeirar, andar de negro pintado. (...) Para isso com os índios convivi. Vêm os tais padres agora com regras fora de hora para que duvidem de mim. Lei de Deus que não vigora.” ANCHIETA, José de. “Auto de São Lourenço” In: Teatro de Anchieta. São Paulo, Loyola, pp.61-62. A leitura de Anchieta nos permite afirmar que a ação da Companhia de Jesus no processo da colonização do Brasil foi marcada pela(o): A) completa aceitação das práticas culturais indígenas e pela sua incondicional defesa diante da Coroa portu- guesa; B) intolerância radical com relação às comunidades indí- genas e pela defesa da escravização indiscriminada destas comunidades; C) aceitação da cultura indígena e afirmação dos seus va- lores em detrimento das bases culturais do catolicismo ocidental; D) mecanismo de apropriação da cultura indígena, utili- zando seus elementos como forma de empreender a catequese dos nativos sob os moldes católicos; E) indiferentismo em relação à cultura indígena, por ser considerada demoníaca e irrecuperável, mesmo diante dos ensinamentos cristãos. 50. O processo de colonização portuguesa sobre o Brasil tem como um de seus pressupostos básicos a manutenção do PACTO COLONIAL, que regula as relações entre Colônia e Metrópole. Este pacto pode ser definido como um: A) acordo celebrado entre os portugueses recém chega- dos ao Brasil e os nativos, com o objetivo de viabilizar a exploração de pau-brasil e a utilização da mão-de-obra indígena para a realização desse trabalho; B) acordo feito entre os proprietários de terras na colônia, os Governadores Gerais e o rei de Portugal, com o objetivo de evitar a concorrência econômica entre me- trópole e colônia, definindo-se os bens que cada parte produziria; C) instrumento de dominação e de imposição religiosa, muito utilizada pelos jesuítas em sua missão de evan- gelização e de conversão dos indígenas ao catolicismo, o que veio a facilitar a criação das Reduções, como a de São Miguel Arcanjo, no Rio Grande do Sul; D) instrumento de dominação política e econômica exerci- da pela metrópole, que se caracterizava pelo monopó- lio do comércio colonial e pela complementaridade da produção colonial em relação à metrópole, sendo proi- bida a criação de manufaturas na região colonizada; E) acordo celebrado entre Portugal, Espanha e suas res- pectivas colônias, a fim de se evitarem os conflitos ter- ritoriais e de se garantir uma maior produtividade das regiões exploradas, evitando-se a concorrência entre elas, que deveriam produzir bens complementares en- tre si. 51. “Até agora não pudemos saber se há ouro ou prata nela, ou outra coisa de metal ou ferro; nem lha vimos”. Contudo a ter- ra em si é de muito bons ares frescos e temperados como os de Entre-Douro e Minho, porque neste tempo dagora assim os achávamos como os de lá. (As) águas são muitas; infini- tas. Em tal maneira é graciosa que, querendo-a aproveitar, dar-se-á nela tudo; por causa das águas que tem! Contudo, o melhor fruto que dela se pode tirar parece-me que será salvar esta gente. E esta deve ser a principal se- mente que Vossa Alteza em ela deve lançar. E que não hou- vesse mais do que ter Vossa Alteza aqui esta pousada para essa navegação de Calicute (isso) bastava. Quanto mais, disposição para se nela cumprir e fazer o que Vossa Alteza tanto deseja, a saber, acrescentamento da nossa fé!” CAMINHA, Pero Vaz. Carta de Pero Vaz de Caminha ao Rei de Portugal, em 1º/5/1500. Seguindo a evidente preocupação de descrever ao Rei de Portugal tudo o que fora observado durante a curta esta- dia na terra denominada de Vera Cruz, o escrivão da frota cabralina menciona, na citada carta, possibilidades ofereci- das pela terra recém-conhecida aos portugueses. Dentre essas possibilidades estão: A) a extração de metais e pedras preciosas no interior do território, área não explorada então pelos portugueses; B) a pesca e a caça pela qualidade das águas e terras onde aportaram os navios portugueses; C) a extração de pau-brasil e a pecuária, de grande valor econômico naquela virada de século; D) a conversão dos indígenas ao catolicismo e a utilização da nova terra como escala nas viagens ao Oriente; E) a conquista de Calicute a partir das terras brasileiras e a cura de doenças pelos bons ares aqui encontrados. 52. Durante o chamado Período Pré-colonizador, a ocupação portuguesa, a atividade econômica básica e a mão de obra nela empregada ficaram caracterizadas, respectivamente pelas: A) feitorias, exploração do pau-brasil e a mão de obra in- dígena; B) capitanias hereditárias, cultivo da cana-de-açúcar e pelo índio sob regime de escravidão; C) feitorias, exploração do pau-brasil e mão de obra escra- va; D) capitanias hereditárias, exploração do pau-brasil e mão de obra indígena submetida à orientação dos jesuítas; E) feitorias, cultivo da cana-de-açúcar e pelo indígena pa- cificado. 53. ”Coloquemo-nos naquela Europa anterior ao século XVI isolada dos trópicos, só indireta e longinquamente acessí- veis e imaginemo-la, como de fato estava, privada quase inteiramente de produtos que se hoje, pela sua banalidade, parecem secundários, eram então prezados como requin- tes de luxo. Tome-se o caso do açúcar, que embora se cul- Lista de ExercíciosPágina12 tivasse em pequena escala na Sicília era artigo de grande raridade e muita procura; até nos enxovais de rainhas ele chegou a figurar como dote precioso e altamente prezado.” PRADO, Jr. Caio. Formação do Brasil contemporâneo. São Paulo: Brasi- liense. 1961. A colonização do Brasil, a partir do século XVI, permitiu à Co- roa Portuguesa usufruir das vantagens trazidas pelas rique- zas tropicais. Caracterizam a economia colonial brasileira: A) o monopólio comercial, a monocultura de exportação, o trabalho escravo e o predomínio das grandes proprie- dades rurais; B) o livre comércio, a indústria do vestuário, o trabalho li- vre e o predomínio das pequenas propriedades rurais; C) o liberalismo econômico, o trabalho assalariado, a mo- nocultura canavieira e o predomínio das grandes pro- priedades rurais; D) o exclusivo colonial, o trabalho escravo, a exportação de ferro e aço e o predomínio das pequenas proprieda- des rurais; E) o monopólio comercial, o trabalho assalariado, a produ- ção para o mercado interno e o predomínio das gran- des propriedades rurais. 54. A divisão do Brasil em capitanias hereditárias não seria apenas a primeira tentativa oficial de colonização portu- guesa na América, mas também a primeira vez que eu- ropeus transportaram um modelo civilizatório para o Novo Mundo. A esse respeito é correto afirmar que: A) o modelo implantado era totalmente desconhecido dos portugueses e cada donatária tinha reduzidas dimen- sões. B) representava uma experiência feudal em terras ameri- canas, sem nenhum componente econômico mercanti- lista. C) atraiu sobretudo a alta nobreza pelas possibilidades de lucros rápidos. D) a coroa com sérias dívidas transferia, para os particula- res, as despesas da colonização, temendo perder a co- lônia para os estrangeiros que ameaçavam nosso litoral. E) o sistema de capitanias fracassou e não deixou como consequências a questão fundiária e a estrutura social excludente. 55. Ao longo do século XIX, uma das discussões mais impor- tantes foi sobre a composição racial do povo brasileiro. Vi- sitantes estrangeiros e boa parte da elite nacional viam na elevada dose de “sangue” não-branco em nosso povo o grande problema do Brasil. Ainda nas primeiras décadas do século XX, para muitos,a salvação viria pelo “embran- quecimento” através de práticas eugênicas e da imigração européia. Isso nos redimiria do pecado da mistura. (CASTRO, 2006, p. 98). A análise do texto e os conhecimentos relativos à discus- são atual sobre as relações étnicas na sociedade brasileira permitem afirmar: (__) A “elevada dose de ‘sangue’ não-branco”, menciona- da no texto, influía pouco nas hierarquias sociais e nos critérios de participação política do Brasil no Perí- odo Monárquico. (__) A cordialidade que marcou a convivência cotidiana entre senhores e escravos domésticos ao longo da história da escravidão no Brasil, explica a ausência de preconceito, racismo e outros conflitos entre esses segmentos da sociedade, no Período Colonial. (__) A mestiçagem entre negros, brancos e índios regis- trada na História do Brasil gerou uma sociedade inte- grada, harmônica, na qual as diferenças de cor estão diluídas, a ponto de não interferirem nas relações so- ciais. (__) A crença sobre a existência de uma “democracia ra- cial”, na qual índios, brancos, negros e mestiços al- cançam iguais oportunidades de realização social, tem contribuído para desviar a atenção da sociedade das práticas de preconceito e de discriminação exis- tentes no Brasil. (__) A busca do “embranquecimento” pelos segmentos negros ou mestiços relaciona-se diretamente com a pobreza, com a exclusão e com o preconceito enfren- tados por eles no mercado de trabalho, na educação e na ocupação dos espaços sociais. (__) As desigualdades sociais resultantes de fatores eco- nômicos, habitacionais e educacionais, dentre outros, aprofundam as diferenças étnicas e dificultam a toma- da de consciência e de cidadania por parte de gran- des contingentes da população afro descendente no Brasil. 56. Com base na análise dos gráficos e nos conhecimentos sobre as regiões brasileiras, pode-se afirmar: (__) A ocupação da Região Sul se deu com a presença de colonos europeus, principalmente alemães e ita- lianos, que, inicialmente, enfrentaram dificuldades de adaptação e exerceram atividades econômicas dife- renciadas das demais regiões, o que concorreu para a existência de paisagens culturais diversas. (__) A predominância de mães de origem genética ame- ríndia na Região Norte tem raízes históricas no Perío- do Colonial, quando um pequeno número de homens brancos gerou filhos em grande número de mulheres índias. (__) O percentual de pais de origem genética europeia, na Região Sul, excluiu a possibilidade de formação de setores mestiços na sociedade regional, visto que sua preferência por mulheres brancas impediu o cruza- mento interétnico. (__) As colunas indicadoras da origem étnica das mães nas regiões Nordeste e Sudeste mostram a predo- minância afro descendente na população da Região Nordeste e o relativo equilíbrio entre mestiços afro descendentes e ameríndios no Sudeste. (__) A distribuição étnica do país registra a concentração diferenciada de afro descendentes, índios e brancos nas diversas regiões, apesar da predominância gené- tica de pais europeus na formação do povo brasileiro. (__) A presença marcante de japoneses e coreanos em to- das as regiões remete à sua influência na composição genética do povo brasileiro desde o século XVI, espe- cificamente nas antigas áreas produtoras de gêneros agrícolas. (__) A diversidade étnica e cultural registrada atualmente na totalidade do povo brasileiro é o resultado da mes- tiçagem entre europeus ao longo de cinco séculos. 57. Sobre os primeiros 50 anos de ocupação do Brasil, pode- mos afirmar que: PáginaLista de Exercícios 13 I. Foi um período marcado pela exploração do pau-brasil, exploração essa realizada principalmente a partir do escambo com os indígenas. II. Não havia um projeto sistemático de colonização por parte de Portugal, já que o comércio com as Índias era mais atraente. Nesse primeiro período, Portugal bus- ca ocupar o território por meio da cessão de capitanias hereditárias. III. Em 1549, com o estabelecimento do Governo-Geral, Portugal busca um controle maior e mais efetivo daque- la que já havia se tornado sua colônia mais promissora, já que os negócios orientais começavam a declinar. A) apenas I e II estão coretas B) apenas I e III estão corretas C) I, II e III estão corretas. D) apenas III está correta E) apenas II está correta 58. “A crueldade e impunidade dos participantes das entradas contra os indígenas foi denunciada pelo Pe. Antônio Vieira. ... e assim fala toda esta gente nos tiros que deram; nos que fugiram... nos que mataram, como se falassem de uma caçada e não valessem mais as vidas dos índios que a dos animais.” Carta do Pe. Antônio Vieira, 1653, Maranhão, destinada ao Padre Provincial. In: Coletânea de Documentos Históricos para o 1º Grau - 5ª à 8ª séries. SE/CENP 1979, p.25. Considerando este depoimento é correto afirmar que: A) as aldeias indígenas consolidavam a solidariedade existente as tribos. B) a população indígena, sobretudo no interior, sofreu um verdadeiro extermínio, vítima da escravidão. C) o bandeirismo contribuiu para o crescimento das vilas indígenas no atual território de São Paulo. D) a caça ao elemento indígena pelos bandeirantes foi condenada pelos senhores de terras. E) a colonização indígena sofreu uma significativa queda com o início das Missões dos Jesuítas. 59. Leia estes trechos de documentos relacionados ao Brasil Colonial, atentando para os processos históricos a que se referem: I... A grande constância de outros, desprezando as incle- mências do tempo, desatendendo ao trabalho das mar- chas, vencendo os descômodos da vida, e perdendo o temor aos assaltos, continuavam a cortar bosques, a abrir caminhos, a penetrar sertões, a combater com o gentio bárbaro, fazendo a muitos e algumas mulheres prisioneiros... II. ... Quem vir na escuridão da noite aquelas fornalhas tremendas, perpetuamente ardentes; as labaredas que estão saindo a borbotões de cada uma pelas duas bo- cas, ou ventas, por onde respiram o incêndio; os etío- pes, ou cíclopes, banhados em suor tão negros como robustos que subministram a grossa e dura matéria ao fogo (...) não poderá duvidar, ainda que tenha visto Et- nas e Vesúvios, que é uma semelhança de inferno. III. Ali ignora-se o uso da verruma, o método de conhecer o interior e as diversas camadas de terras: as ciências naturais, a mineralogia, a química, o conhecimento da mecânica, das leis do movimento e da gravidade dos corpos, tudo está ali muito na sua infância; das má- quinas hidráulicas apenas se conhece ainda muito im- perfeita, a que, pela sua figura e construção, chamam rosário... IV. ...o conde enriqueceu e ornou com edifícios vilas e ci- dades. Construiu pontes e palácios para utilidade e be- leza. Erigiu, em parte por sua munificência, um templo para a piedade e para o serviço divino. Teve consigo e favoreceu, na paz e na guerra, os mais eminentes artis- tas (...) para que eles mostrassem, vencidos, (...) os lu- gares, as terras e as cidades que ele próprio vencesse. Os trechos I, II, III e IV fazem referência, respectivamente, A) à ação dos quilombolas, aos motins coloniais, às ativi- dades agrícolas indígenas e à construção da cidade de Salvador; B) à pecuária, ao batuque dos negros, à arte naval portu- guesa e à transferência da Corte portuguesa para o Rio de Janeiro; C) ao bandeirantismo, aos engenhos de açúcar, às técni- cas de mineração e à presença holandesa no nordeste açucareiro; D) ao tráfico negreiro, aos rituais indígenas, às moendas de açúcar e à urbanização das vilas das Minas Gerais. 60. Leia as estrofes do poema “A canção do africano”. “Lá na úmida senzala, Sentado na estreita sala, Junto ao braseiro, no chão, Entoa o escravo o seu canto, E ao cantar correm-lhe em pranto Saudades do seutorrão... De uma lado, uma negra escrava Os olhos no filho crava, Que tem no colo a embalar... E à meia voz lá responde Ao canto, e o filhinho esconde, Talvez p’ra não a escutar! ´Minha terra é lá bem longe, Das barras de onde o sol vem; Esta terra é mais bonita, Mas à outra eu quero bem! ´Lá todos vivem felizes, Todos dançam no terreiro; A gente lá não se vende Como aqui, só por dinheiro. O escravo então foi deitar-se, Pois tinha de levantar-se Bem antes do sol nascer, E se tardasse coitado, Teria de ser surrado, Pois bastava escravo ser. E a cativa desgraçada Deita seu filho, calada, E põe-se triste a beijá-lo, Talvez temendo que o dono Não viesse, em meio ao sono, De seus braços arrancá-lo!” ALVES Castro, Recife, 1863. In: GOMES, Eugênio (org.) Castro Alves: obra completa. Rio de Janeiro: Nova Aguilar, 1976. As estrofes espelham a situação do africano, escraviza- do e exposto a uma nova realidade e condições de vida, diferentes daquelas a que estava habituado, restando-lhe poucas opções. Tendo como base de referência esse poema, analise as seguintes afirmações: Lista de ExercíciosPágina14 I. A opção pela escravidão do africano deveu-se, prin- cipalmente, à possibilidade de ampliação do lucrativo comércio que se estabeleceu entre a Colônia brasileira e a burguesia metropolitana portuguesa. II. Os africanos vinham para o Brasil em navios negreiros. Por se tratar de uma carga lucrativa, os traficantes ti- nham o maior cuidado em transportá-los , tomando me- didas cautelares, no que dizia respeito à alimentação e a higiene a fim de evitar a proliferação de doenças dentro das embarcações. III. A ordem geral imposta pelo proprietário era a obediên- cia do escravo e, caso não fosse cumprida, ele era sub- metido a castigos corporais cruéis. A principal reação dos escravos era fugir em busca de liberdade e para se defenderem da perseguição formavam comunidades chamadas quilombos. Está (ão) correta(s) apenas: A) I E III D) II B) II E III E) I C) III 61. Leia este trecho: De acordo com um documento de 1781, era a Capitania de Minas Gerais povoada “de mineiros, negociantes e ofi- ciais de diferentes ofícios”. Os mineiros eram os que da- vam maior lucro à Coroa, em razão dos quintos, mas eram os “mais pensionados, pelas grandes despesas que fazem em escravos, ferro, aço, pólvora e madeiras, tudo indis- pensável para a laboração de suas feitorias”. Os roceiros e fazendeiros ocupavam-se das suas culturas e da criação de gado, pagando dízimo de sua produção. Os negocian- tes, por sua vez, eram “utilíssimos”, deles redundando a “S. Majestade a utilidade do contrato das entradas”. Final- mente, “os mais povos das minas se ocupa cada um no exercício que têm, e dão a Sua Majestade a utilidade con- forme o uso de seu viver, ainda que haja muitos vadios, e pela sua vadiação, chegam a ser facinorosos e homicidas, o que não aconteceria se houvesse modo de os reprimir e conservar debaixo de uma rigorosa sujeição, porém, como nas minas têm os seus habitantes a liberdade de darem de comer a todos aqueles, que às horas o procuram, dão assim causa a muitas desordens”. Descrição Geographica, topographica, histórica e política da Capitania de Minas Geraes. Revista do Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro. 71(1908). p. 190. (Adaptado) A partir das informações contidas nesse trecho de docu- mento, é CORRETO afirmar que: A) os roceiros e fazendeiros, ocupados com suas terras de plantar e de criar, eram isentos do pagamento de impostos, o que lhes possibilitava um lucro maior que o dos mineradores. B) os segmentos da sociedade mineira dedicados a outros negócios e ofícios, além dos de minerar, plantar e criar, não geravam riquezas para Portugal, porque não paga- vam os direitos de entrada na Capitania. C) os vadios, que tendiam, em razão do seu ócio, a se tornar malfeitores, eram perseguidos pela população e duramente reprimidos pelas autoridades, que temiam a generalização das desordens nos núcleos urbanos. D) os mineradores, responsáveis por grandes investimen- tos na atividade de extração do ouro, eram aqueles que, por meio do pagamento do quinto, mais contribuí- ram para o enriquecimento do Real Erário. E) investimento de capitais estrangeiros na atividade agroexportadora açucareira, para fazer frente ao rápido processo de crescimento da mineração. 62. “As festas e as procissões religiosas contavam entre os grandes divertimentos da população, o que se harmoniza perfeitamente com o extremo apreço pelo aspecto externo do culto e da religião que, entre nós, sempre se manifestou (…). O que está sendo festejado é antes o êxito da empre- sa aurífera, do que o Santíssimo Sacramento. A festa tem uma enorme virtude congraçadora, orientando a sociedade para o evento e fazendo esquecer da sua faina cotidiana. (…). A festa seria como o rito, um momento especial cons- truído pela sociedade, situação surgida “sob a égide e o controle do sistema social” e por ele programada. A men- sagem social de riqueza e opulência para todos ganharia, com a festa, enorme clareza e força. Mas a mensagem vi- ria como cifrada: o barroco se utiliza da ilusão e do parado- xo, e assim o luxo era ostentação pura, o fausto era falso, a riqueza começava a ser pobreza, o apogeu decadência.” (Adaptado de SOUZA, Laura de Mello e. Os desclassificados do Ouro. Rio de Janeiro, Graal, 1990, pp. 20-23.) Segundo a autora do texto, a sociedade nascida da ativida- de mineradora, no Brasil do século XVIII, teria sido marca- da por um “fausto falso” porque: A) a mineração, por ter atraído um enorme contingente populacional para a região das Gerais, provocou uma crise constante de subalimentação, que dizimava so- mente os escravos, a mão-de-obra central desta ativi- dade, o que era compensado pela realização constante de festas; B) o conjunto das atividades de extração aurífera e de dia- mantes era volátil, dando àquela sociedade uma apa- rência opulenta, porém tão fugaz quanto a exploração das jazidas que rapidamente se esgotavam; C) existia um profundo contraste entre os que monopoli- zavam a grande exploração de ouro e diamantes e a grande maioria da população livre, que vivia em estado de penúria total, enfrentando, inclusive, a fome, devido à alta concentração populacional na região; D) a riqueza era a tônica dessa sociedade, sendo distri- buída por todos os que nela trabalhavam, livres e es- cravos, o que tinha como contrapartida a promoção de luxuosas cerimônias religiosas, ainda que fosse falso o poderio da Igreja nesta região; E) a luxuosa arquitetura barroca era uma forma de conven- cer a todos aqueles que buscavam viver da exploração das jazidas que o enriquecimento era fácil e a ascensão social aberta a todas as camadas daquela sociedade. 63. A exploração dos metais preciosos encontrados na Améri- ca Portuguesa, no final do século XVII, trouxe importantes consequências tanto para a colônia quanto para a metró- pole. Entre elas, A) o intervencionismo regulador metropolitano na região das Minas, o desaparecimento da produção açucareira do nordeste e a instalação do Tribunal da Inquisição na capitania. B) a solução temporária de problemas financeiros em Por- tugal, alguma articulação entre áreas distantes da Co- lônia e o deslocamento de seu eixo administrativo para o centro-sul. C) a separação e autonomia da capitania das Minas Ge- rais, a concessão do monopólio da extração dos metais aos paulistas e a proliferação da profissão de ourives. D) a proibição do ingresso de ordens religiosas em Minas Gerais, o enriquecimento generalizado da população e o êxito no controle do contrabando. E) o incentivo da Coroa à produção das artes, o afrouxa- mento do sistema de arrecadação de impostos e a im- portação dos produtos para a subsistência diretamente da metrópole. PáginaLista de Exercícios 15
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