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Avaliação- Modelo Dogmático e Ronald Dworkin

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UESPI – UNIVERSIDADE ESTADUAL DO PIAUÍ 
 
CAMPUS – DRª JOSEFINA DEMES 
 
CURSO: BACHARELADO EM DIREITO 
 
COMPONENTE CURRICULAR: HERMENÊUTICA JURÍDICA 
 
DOCENTE: PROF.DRº.JARDEL DE CARVALHO COSTA 
 
DISCENTE: JUAN PABLO ALMEIDA LOPES 
 
DATA: 29 / 07 / 2021 
 
 
 
1ª AVALIAÇÃO 
 
1 – COM BASE NO TEXTO DE RODOLFO L. VIGO, CITE E EXPLICITE ADEQUADAMENTE 3 (TRÊS) 
PROBLEMAS REFERENTES AO MODELO DOGMÁTICO. (2,5). 
De início, um problema a ser observado no modelo dogmático é a matéria da interpretação 
jurídica, na dogmática o objeto da interpretação às normas jurídicas era reduzido, o intérprete 
devia ”reproduzir o pensamento do legislador” ou “conceber pura e completamente o 
pensamento do legislador”. Essa visão unidimensional da matéria, sobre a qual se projeta a 
interpretação, resulta fortemente impugnada. Com efeito, estima-se que é possível descobrir até 
cinco dimensões da interpretação jurídica, que seriam: a propriamente jurídica ou reguladora, 
esta que a perspectiva dogmática centrava sua atenção, inclusive reduzindo-a às normas jurídicas; 
a dimensão fática, qual traz que os fatos com que se defronta o intérprete jurídico deixam de ser 
um problema esquecido ou simplesmente estudado por processualistas, para converterem em 
tema de grande interesse e significado desde a teoria geral do direito; a dimensão axiológica, o 
juridicismo do modelo dogmático impedia incorporar na teoria da interpretação jurídica a 
dimensão axiológica: é que a inclusão desta implicava a renúncia às pretensões científicas ou a 
incorporação ao reino da subjetividade, do irracional ou do voluntarismo; dimensão linguística, 
adverte-se que um complemento necessário para o funcionamento do modelo dogmático era 
sustentar uma confiança absoluta nas possibilidades da linguagem, enquanto se ignoravam os 
problemas semânticos, sintáticos e pragmáticos que o uso daquele comporta; como última das 
cinco dimensões, a dimensão lógica, a dogmática, na sua preocupação por uma ciência jurídica 
rigorosa e por confiar em resultados interpretativos plenamente previsíveis e objetivos, 
pretendeu submeter a interpretação a uma lógica própria do mundo matemático, explicitamente 
Liard reclamará na França que os artigos do Código funcionem como teoremas. Um segundo 
problema a ser observado, são os sujeitos interpretativos, no modelo dogmático, a tarefa 
interpretativa era desdobrada pelo juiz, enquanto cumpria uma função meramente teorética ou 
cognitiva, declarando o sentido outorgado pelo legislador à lei, cuja importância residia em ser o 
passo inicial ou introdutório da ciência jurídica, a interpretação ficava categoricamente 
diferenciada da criação jurídica e era assumida por um juiz preocupado em ser fiel ao legislador, 
identificando seu pensamento e habilitando com isso o caminho para que a ciência reconstruísse 
sistematicamente o direito, como o direito é uma obra coletiva que começa no constituinte mas 
culmina no juiz, quando com equidade estabelece a conduta justa, pode ser observado o 
equívoco no modelo dogmático. Como um terceiro problema, pode ser observada a importância 
da argumentação justificativa, no contexto do direito atual, não parecem sustentáveis nem o 
determinismo metodológico, nem tampouco o descricionismo metodológico, as sociedades 
democráticas impõem um esforço justificativo especial por parte daqueles que exercem o poder, 
o mero argumento de autoridade já não satisfaz no âmbito de uma cultura que desconfia do 
poder e que nutre do pluralismo, essas razões de índole política e social fortaleceram a 
necessidade de motivação que pesa sobre os juízes, mais precisamente, autores como Cappeletti 
aduzem em favor da legitimidade do Poder Judiciário, apoiando-se na responsabilidade que têm 
os juízes de justificar suas decisões, a argumentação não só abarca a necessidade de explicar ou 
descrever o caminho lógico-jurídico a que o juiz recorreu para chegar à resolução que adotou, 
mas também a necessidade de justificá-la substancialmente, uma argumentação apropriada é 
aquela que satisfaz aos seguintes requisitos: coerência, universalidade, sinceridade, eficiência, 
suficiência, controversa e contextualizada. Assim, foram abordados três problemas vistos no 
modelo dogmático, trazendo pontos e necessidades que o referido modelo não supre. 
 
 
 
2 – COM BASE NO TEXTO DE RODOLFO L. VIGO, CITE E EXPLICITE: (2,5). 
 
A) OS 7 ITENS CONSTITUTIVOS DE UMA BOA “ARGUMENTAÇÃO JUSTIFICATIVA” PARA O 
DIREITO CONTEMPORÂNEO. 
Os sete itens de uma boa argumentação justificativa para o direito contemporâneo, são: 
coerência, já que não entrará em contradição consigo mesma nem com decisões 
anteriores; ser universalizável, pois vale para o caso e para todos os iguais que possam se 
apresentar; ser sincera, já que não se apoia em mentiras ou falsidades reconhecidas; ser 
dotada de eficiência, pois se orienta a dar respaldo concretamente à decisão ou opinião 
exposta; ser suficiente, porque expressa todos os argumentos fortes que se podem aduzir 
em favor do resultado interpretativo defendido; ser controversa, pois atende aos 
argumentos do interlocutor e tenta rebatê-los racionalmente e por fim tem de se 
apresentar contextualizada, porque argumenta a partir de um certo sistema jurídico, uma 
comunidade linguística e assim por diante. 
 
B) QUE RAZÕES TORNAM OS 7 ITENS INDISPENSÁVEIS PARA O DIREITO 
CONTEMPORÂNEO. 
De ponto de partida, pode-se inferir que sem esses itens a sentença pode ser 
desqualificada, ter sua validade questionada, a falta desses itens ou requisitos abre uma 
via de desqualificação particular das sentenças judiciais nos casos em que elas incorram 
Ghirardi chama de “erros in cogitando”. A argumentação não só abarca a necessidade de 
explicar ou descrever o caminho lógico-jurídico a que o juiz recorreu para chegar à 
resolução que adotou, mas também a necessidade de justificá-la substancialmente. Dizia 
Carnelutti que a sentença que decide bem mas que raciocina mal merece ser 
desqualificada juridicamente, com o que se sublinha que por meio de uma justificação 
apropriada se legitima não só o agente que a ditou como também a norma. Autores como 
Pereleman sublinharam essa necessidade de persuasão ou convencimento das 
argumentações, enquanto se dirigem a um auditório particular ou ao auditório universal, 
as éticas do consenso, tão em voga nos dias atuais, e autores como Habermas ou Apel se 
inscrevem decididamente nessa perspectiva de sustentar a necessidade da argumentação 
na procura do consenso, porque aí reside a verdade prática. É oportuna a advertência de 
Kaufmann: consenso como fonte do direito justo, direito justo como limite do consenso. 
Em última instância, o exposto quanto às razões pelas quais os itens que legitimam a 
argumentação têm justificativa são importantes e levam por fim às funções que a tarefa 
justificativa cumpre, que seriam: legitimadora, tanto do resultado como do sujeito 
interpretativo; de controle por parte das instâncias revisoras; informativa, ao explicar 
como e por que razão se adotou tal interpretação; persuasiva, em relação aos 
destinatários diretos ou indiretos do resultado proporcionado e pedagógica, ao contribuir 
à análise e conhecimento do direito. Por todas estas razões dispostas no texto, para 
sentença ser qualificada e válida, para que as funções da interpretação argumentativa 
sejam realmente cumpridas, os sete itens, requisitos são indispensáveis para o direito 
contemporâneo e seu funcionamento. 
 
 
 
3 – LEIA ATENTAMENTE OS TEXTOS ABAIXO: (5,0). 
 
- TEXTO 01: 
 
Reforma cria trava para liberação de remédio no SUS via decisão judicial 
Desafio para contas públicas, judicialização da saúde custou para União R$ 1,4 bi 
no ano passado. 
 
 
Texto retirado do site: https://www1.folha.uol.com.br/mercado/2019/04/reforma-cria- 
trava-para-liberacao-de-remedio-no-sus-via-decisao-judicial.shtml 
https://www1.folha.uol.com.br/mercado/2019/04/reforma-cria-trava-para-liberacao-de-remedio-no-sus-via-decisao-judicial.shtmlhttps://www1.folha.uol.com.br/mercado/2019/04/reforma-cria-trava-para-liberacao-de-remedio-no-sus-via-decisao-judicial.shtml
A reforma da Previdência, se aprovada com o texto original apresentado pelo presidente Jair 
Bolsonaro (PSL), poderá reduzir a distribuição de remédios a pacientes da rede pública de saúde 
obtidos com decisão judicial. 
A PEC (Proposta de Emenda à Constituição) com novas regras para aposentadorias e pensões 
deverá limitar a judicialização da saúde. 
(…) 
A proposta de Bolsonaro e do ministro da Economia, Paulo Guedes, altera o parágrafo 5° do artigo 
195 da Constituição. O trecho trata do orçamento da seguridade social, que abrange saúde, 
Previdência e assistência social. 
“Nenhum benefício ou serviço da seguridade social poderá ser criado, majorado ou estendido por 
ato administrativo, lei ou decisão judicial, sem a correspondente fonte de custeio total”, diz a 
PEC. 
A nova redação inclui na Constituição os termos “por ato administrativo, lei ou decisão judicial”. 
Esse arranjo, segundo especialistas, poderá dificultar o acesso a remédios e tratamentos. 
“Embora tenha o apelido de ‘PEC da Previdência’, o texto abarca a judicialização da saúde”, afirma 
Roberto Dias, professor de direito constitucional da FGV-SP (Fundação Getulio Vargas de São 
Paulo). 
Para ele, esse trecho é inconstitucional. Porém, o relator da reforma na CCJ (Comissão de 
Constituição e Justiça) da Câmara, Marcelo Freitas (PSL-MG), já deu aval ao texto. 
"Ao se dizer que uma decisão judicial não pode ser proferida sem fonte de custeio, está se 
violando a possibilidade de acesso à Justiça. Essa é uma cláusula pétrea [que não poderia ser 
alterada]", afirma Dias. 
Segundo o professor, a PEC tenta conter o aumento de despesas. "A intenção é louvável, mas não 
dá para desconsiderar as reiteradas violações de direitos praticadas pelo próprio poder público", 
diz. 
O professor de direito previdenciário da USP (Universidade de São Paulo) Marcus Orione também 
vê entraves no acesso à Justiça. 
"A PEC traz problemas sérios porque impõe restrições aos direitos fundamentais, seja em ação 
individual, seja em ação coletiva", afirma. 
Texto retirado do site: https://www1.folha.uol.com.br/mercado/2019/04/reforma-cria- 
trava-para-liberacao-de-remedio-no-sus-via-decisao-judicial.shtml 
https://www1.folha.uol.com.br/mercado/2019/04/reforma-cria-trava-para-liberacao-de-remedio-no-sus-via-decisao-judicial.shtml
https://www1.folha.uol.com.br/mercado/2019/04/reforma-cria-trava-para-liberacao-de-remedio-no-sus-via-decisao-judicial.shtml
Famílias de pacientes que precisam de remédios de 
alto custo aguardam julgamento 
Enquanto STF adia julgamento que definirá se poder 
público deve custear remédios de alto custo não fornecidos 
pelo SUS, polêmica opõe gestores e vidas que dependem 
da Justiça 
- TEXTO 02: 
 
 
 
Texto retirado do site: 
https://www.em.com.br/app/noticia/gerais/2016/09/29/interna_gerais,808872/espera-por- 
julgamento-leva-angustia-a-familias-de-pacientes.shtml 
A doença de uma jovem de 17 anos vem levando muito mais do que dor a uma família de 
Santa Luzia, na Região Metropolitana de Belo Horizonte. Além do sofrimento da garota, 
pais, irmã e tios clamam por justiça. “Temos o remédio para apenas mais 20 dias, e ele 
custa muito caro. Uma caixa sai por R$ 6,6 mil”, preocupa-se o pai da estudante Isadora, 
Ronaldo Rangel, motorista afastado do trabalho por problemas de saúde. Na tarde de 
ontem, enquanto o Supremo Tribunal Federal (STF) discutia a responsabilidade dos 
estados em prestar assistência no fornecimento de medicamentos de alto custo para 
pacientes com doenças raras e graves, a família, que vive no Bairro Carreira Comprida, 
demonstrava esperança, sem esconder a aflição. 
 
Porém, ainda não foi desta vez que brasileiros com problemas semelhantes puderam saber 
como será o futuro. O ministro Teori Zavascki pediu vistas da ação (mais tempo para 
estudá-la) e com isso o STF suspendeu ontem a discussão que decidirá se o poder público 
tem obrigação de fornecer medicamentos que não constam da lista do Sistema Único de 
Saúde (SUS). E não há previsão sobre quando o julgamento será retomado. 
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Mas, para as famílias, o relógio não para. Nem o calendário. “Minha filha tem leucemia 
crônica. A médica já avisou que ela precisará tomar o remédio pelo resto da vida”, explica 
Ronaldo. A doença foi diagnosticada recentemente, e a única caixa do medicamento foi 
conseguida por meio de um convênio na empresa que Eliane da Silva, mulher de Ronaldo, 
trabalha. “Além do medicamento, precisamos do tratamento pelo SUS, por isso já fizemos 
o cadastramento na Prefeitura de Santa Luzia. Agora, é aguardar.” A tia da jovem, Marlene, 
conta que a doença, associada à falta de recursos, desestrutura todos. “Não temos recursos 
para comprar o remédio, aí, fica todo mundo tenso”, afirma. 
Certa de que a Justiça poderá ser o caminho mais seguro, a família Rangel procurou na 
cidade uma advogada para tornar a batalha mais ágil. “Acho prudente esperar a decisão do 
STF, pois se o município se negar a custear o tratamento e pagar o remédio, vamos ajuizar 
a ação. Aqui em Santa Luzia há gestão plena da saúde, então a ação será contra o 
município. Embora muitos brasileiros tenham entrado na Justiça para conseguir o 
https://www.em.com.br/app/noticia/gerais/2016/09/29/interna_gerais%2C808872/espera-por-julgamento-leva-angustia-a-familias-de-pacientes.shtml
https://www.em.com.br/app/noticia/gerais/2016/09/29/interna_gerais%2C808872/espera-por-julgamento-leva-angustia-a-familias-de-pacientes.shtml
benefício, muitos magistrados negam sentença favorável a pacientes, inclusive com câncer. 
Nesse caso, o prejuízo maior é para a saúde do cidadão”, afirma a advogada Rosa Maria de 
Jesus Werneck. No caso de Isadora, no entanto, ela ressalta a urgência da situação, já que o 
medicamento é suficiente para apenas 20 dias. 
A adolescente de Santa Luzia não está sozinha nesse triste calvário, tecnicamente 
conhecido como judicialização da saúde, quando o poder público se torna réu em processos 
para custear medicamentos ou tratamentos não disponíveis na rede. 
 
Texto Retirado do Site: 
https://www.em.com.br/app/noticia/gerais/2016/09/29/interna_gerais,808872/espera- por-
julgamento-leva-angustia-a-familias-de-pacientes.shtml 
 
- A PARTIR DOS TEXTOS ACIMA, CONSTRUA UMA FUNDAMENTAÇÃO JURÍDICA EM 
RESPOSTA AO PROBLEMA ELENCADO, TENDO COMO BASE A HERMENÊUTICA 
JURÍDICA DE RONALD DWORKIN. 
Nos casos apresentados uma semelhança a ser observada é dificultação ou negação de 
medicamentos a cidadãos, também vale observar um caso analisado como inconstitucionalidade, 
tanto na violação de direitos, ação por parte do poder público que não o cabe, demora para 
decisão tirando um tempo que pessoas podem não vir a ter, causando danos tanto a elas como às 
suas famílias, e casos até mesmo de negação. Fatos que acabam por violar os direitos 
fundamentais garantidos e os princípios do ordenamento jurídico brasileiro, haverá desencontro 
entre esses fatos ocorridos, decisões e ações tomadas pelo poder público com o trabalho e a 
interpretação, visão hermenêutica de Ronald Dworkin. De início já Dworkin detém uma forte visão 
antipositivista, se dirigindo contra suas três teses fundamentais, a separação conceitual entre 
direito e moral, as fontes sociais do direito e discricionariedade judicial, considera-se que este tem 
em “seu centro, como inspiração principal, a teoria alternativa da adjudicação, que se apresenta 
expressamente como uma alternativa à tese da discricionariedade judicial”, pode-se fazer um 
paralelo com os casos abordados, em especial, o segundo com a separação entre moral e direito 
qual Dworkin é veementemente contra. Um dos principais pontos da obra de Dworkin são os 
princípios, Dworkin não só negará o positivismo normativista, como também postulará como 
alternativa um sistema jurídico integrado poruma variedade de modelos ”que não funcionam 
como regras, mas que operam de maneira diferente, como princípios, diretrizes políticas e outros 
tipos de pauta.” A visão jurídica positivista, reduzida às regras, é ampliada desse modo àqueles 
modelos próprios do Poder Legislativo, cujo conteúdo se refere a objetivos que hão “de ser 
alcançados enquanto implicam uma melhoria no campo econômico, político ou social da 
comunidade”. Por outro lado, também se amplia, de forma privilegiada, àqueles modelos com que 
operam basicamente os juízes e juristas quando devem determinar que direitos e deveres 
correspondem aos cidadãos, os que devem ser observados, “não porque favoreçam ou assegurem 
uma situação econômica, política ou social que se considera desejável, mas porque é uma 
exigência de justiça, equidade ou alguma outra dimensão de moralidade”. Faz-se assim a denúncia 
da insuficiência e do erro dos que comparam o direito a um system of rules, de onde o seu 
https://www.em.com.br/app/noticia/gerais/2016/09/29/interna_gerais%2C808872/espera-por-julgamento-leva-angustia-a-familias-de-pacientes.shtml
https://www.em.com.br/app/noticia/gerais/2016/09/29/interna_gerais%2C808872/espera-por-julgamento-leva-angustia-a-familias-de-pacientes.shtml
https://www.em.com.br/app/noticia/gerais/2016/09/29/interna_gerais%2C808872/espera-por-julgamento-leva-angustia-a-familias-de-pacientes.shtml
esquecimento crucial e invalidante, será dos princípios, em sentido estrito. O reconhecimento dos 
princípios supõe ampliar notavelmente o âmbito das fontes, a que os juristas recorrem quando 
devem esclarecer os direitos das partes com a particularidade, pode se perceber que Dworkin 
estabelece a partir do apresentado que os princípios e devem ter papel muito forte dentro do 
direito e deveriam o pautar, no caso por exemplo seguindo os princípios constitucionais brasileiros 
deveria ocorrer a cessão dos remédios, seguindo o princípio da moralidade especificamente, seria 
imoral deixar cidadãos sofrerem para conseguir um medicamento que o poder público poderia 
ajudá-lo no processo de aquisição, ainda dessa parte já trazida de Dworkin vale inferir quando ele 
trata de particularidade, onde nos casos especiais e necessárias deveria haver a cessão. Em 
seguida, outro ponto que o filósofo traz são os direitos preexistentes, a teoria liberal alternativa 
proposta por Dworkin parte da existência de direitos anteriores a qualquer forma de legislação, a 
moral thesis ou rigth thesis de Dworkin é a tese que sustenta a possibilidade de descobrir uma 
única resposta jurídica correta, baseada em direitos morais fundamentais, então, a viabilidade da 
teoria reside em provar a existência daqueles direitos individuais preexistentes que o positivismo 
jurídico nega. Os direitos que, com tanta preocupação Dowrkin reclama sejam respeitados 
incondicionalmente, derivam do direito abstrato a igual consideração e respeito, o que “se torna 
como fundamental e axiomático”, Dworkin afirma que o fato de levar os direitos a sério implica, no 
mínimo aceitar as ideias de dignidade humana e de igualdade política, no caso os direitos 
preexistentes, fundamentais deviam aparecer e se sobrepor já que o direito à vida é um direito de 
todos e está presente no texto constitucional brasileiro: “5º Todos são iguais perante a lei, sem 
distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País, 
a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade, nos 
termos seguintes: (...). Logo o direito à vida não deveria ser preterido, como no caso da negação ao 
financiamento dos remédios à família cuja renda não pode custeá-los, e também não poderiam 
haver travas na liberação de medicamentos. Ademais, embora Dworkin não rejeite a existência de 
normas sua convicção fundamental é a de que os problemas jurídicos são, em seu cerne, 
problemas de princípios ou exigências morais e não fatos legais e de estratégia. A teoria de 
adjudicação hercúlea, graças aos princípios e às possibilidades cognitivas dos juízes, garante, por 
meio da obtenção e consagração da resposta correta, que se respeitem os direitos que têm todos 
os cidadãos. Antes do caso não parece haver um sistema jurídico completo e acabado: é 
responsabilidade do juiz elaborá-lo com vistas a obter a solução justa para aquele caso. Postula 
para o juiz a responsabilidade de escrever um capítulo inédito na novela jurídica, com faculdades 
até para invalidar leis, na esperança de descobrir uma resposta correta. A teoria da adjudicação de 
Dworkin se inscreve por diferentes vias, que gozam contemporaneamente de amplo respaldo 
doutrinário. Por fim, vendo a teoria de Dworkin e seus conceitos, pode-se ver fundamentação 
jurídica para o problema elencado e assim com respeito aos princípios e direitos preexistentes 
presentes na teoria de Dworkin, os fatos ocorridos seriam diferentes dando preferência a 
princípios como moralidade e da dignidade pessoa humana, este que também não estaria sendo 
respeitado e direitos fundamentais como o direito à vida não tendo nada negado que pudesse 
dificultar a realização do mesmo. 
	Reforma cria trava para liberação de remédio no SUS via decisão judicial

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