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No Brasil, a preocupação com as pilhas e baterias levou a aprovação pelo Conselho Nacional de Meio Ambiente a Resolução do CONAMA n°257, de 30 de junho de 1999, que aborda os impactos ambientais causados pelo descarte incorreto desses resíduos, bem como sua correta disposição final (BRASIL,1999). Segundo a Associação Brasileira da Indústria Elétrica e Eletrônica (ABINEE, 2013), atualmente, no Brasil, são produzidas 800 milhões de pilhas e 17 milhões de baterias por ano, sendo 80% de pilhas secas (zinco e carbono) e 20% de pilhas alcalinas, e não há estimativas da quantidade de baterias e pilhas que são recolhidas e recicladas ou descartadas de forma correta (CONTE, A., 2016). Atualmente, as baterias de íons de lítio, em comparação com as outras do mercado, duram mais e possuem excelência em condutividade. Entretanto, o descarte dessas baterias deve ser feito como todas as outras, ou seja, em postos de coleta, e não podem ser jogadas nos lixos comuns e nem na natureza para que sejam aplicadas a logística reversa e sua correta reciclagem. Afinal, as baterias de íons de lítio possuem em sua composição metais perigosos à saúde humana e ao meio ambiente (GEORGI-MASCHLER et al., 2012). Porém, mesmo assim, são mais indicadas para utilização por apresentarem maior durabilidade, reduzindo assim o descarte pela obsolescência. No Brasil, a ABINEE (2013) iniciou a implantação do programa de logística reversa de pilhas e baterias de uso doméstico, conforme estabelecia a Resolução CONAMA nº 401 (BRASIL, 2008). O programa, que está em fase de expansão, prevê o recebimento, em todo o território nacional, de pilhas e baterias usadas, devolvidas pelo consumidor ao comércio. Seu encaminhamento é realizado por transportadoras certificadas às empresas que fazem a reciclagem desses materiais (CONTE, A., 2016). Um exemplo de programa de coleta de pilhas e baterias no Brasil é o oferecido pelo grupo empresarial Pão de Açúcar. As lojas do grupo recolheram mais de 43, 8 t de pilhas e baterias usadas, sendo 33 t em 2012, período que alcançou mais de 200% que o registrado coletado no ano 2011 (CONTE, A., 2016). Algumas companhias brasileiras fazem a reciclagem e recuperação das pilhas e baterias, no estado de São Paulo temos a Suzaquim, Umicore e a Lorene que são referências neste tipo de trabalho. As baterias de íons de lítio são atualmente utilizadas em aparelhos eletrônicos, como o celular. Isso porque o Lítio apresenta excelência em condutividade quando comparado a outros metais utilizados nas baterias tradicionais (NiCd e NiMH). É possível verificar isso a partir da observação das próprias características do Lítio. Pertencente ao grupo 1 e ao segundo período da tabela periódica, possui apenas 1 elétron em sua camada de valência. Este único elétron encontra-se afastado do núcleo, e por isso, pode ser facilmente removido, conferindo uma característica importante para as pilhas, por gerar uma intensa corrente elétrica. Como mostra na equação química a baixo: 𝐿𝑖𝑥𝐶 → 𝐿𝑖 + + 𝑒− + 𝐶 Além disso, o Lítio é um ótimo condutor elétrico, o que significa que possui uma baixa resistência a passagem de corrente elétrica (os elétrons). Podemos visualizar que a química tem papel crucial no funcionamento de pilhas e baterias. O tipo de metal a ser utilizado, bem como as reações que ocorrem nas baterias de íons de lítio, influenciam tanto na sua durabilidade, no seu uso e nos impactos ambientais causados pela sua obsolescência e descarte. O lítio é o metal que tem maior potencial eletroquímico e fornece a maior densidade de energia já utilizada em baterias. Além disso, sua manutenção é baixa e a recarga é rápida, sendo a melhor alternativa de bateria do mercado. É importante ressaltar que a aplicação da logística reversa no que se refere às pilhas e baterias, é um importante meio de redução dos impactos ambientas e de saúde pública causado por esses resíduos. REFERÊNCIAS BOCCHI, N. et al. Pilhas e baterias. Funcionamento e impacto ambiental. Disponível em: <http://qnesc.sbq.org.br/online/qnesc11/v11a01.pdf>. Acesso em: 10 de julho de 2017, às 19:33. BRASIL. Ministério do Meio Ambiente. Governo Federal. Resolução Conama Nº 257, de 30 de junho de 1999. Disponível em: <http://www.mma.gov.br/port/conama/res/res99/res25799.html>. Acesso em: 10 de julho de 2017, às 20:34. BRASIL. Ministério do Meio Ambiente. Governo Federal. Resolução Conama N° 401, de 4 de novembro de 2008. Disponível em; < http://www.mma.gov.br/port/conama/legiabre.cfm?codlegi=589>. Acesso em: 17 de agosto de 2017, às 10:31. CONTE, Andria. Ecoeficiência, logística reversa e a reciclagem de pilhas e baterias: revisão. Disponível em: < http://abes-dn.org.br/publicacoes/rbciamb/Ed39/RBCIAMB_n39_124-139.pdf>. Acesso em: 10 de junho de 2017, às 21:30. ROSOLEM, M. et al. Bateria de lítio-íon: conceitos básicos e potencialidades. Disponível em: <https://www.cpqd.com.br/cadernosdetecnologia/Vol8_N2_jul_dez_2012/pdf/artigo7.pdf>. Acesso em: 20 de julho de 2017, às 11:09.
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