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Medicina SO II – Thayná Borba 1 2 - FISIOLOGIA DO SISTEMA DIGESTÓRIO 1. FISIOLOGIA DA MASTIGAÇÃO E DA DEGLUTIÇÃO ü Sistema nervoso central, principalmente na região do encéfalo, existem alguns nervos que se projetam, esses são chamados de nervos cranianos. Esses nervos, possuem funções interessantes: nervos sensoriais, motores e mistos. o Nervos sensorial (nervo aferente) – capta informação e leva para o processamento. (Visão, olfato, paladar) o Nervo motor – movimento de musculatura estriada esquelética ou atividade visceral o Nervo misto – axônio aferente e eferente (faz as duas vias de informação); por esse nervo a informação pode migrar da periferia para o SNC, ou do SNC para a periferia. ü Deglutição – processo que ocorre modulado por pressões, essas pressões irão ajudar no transporte (cavidade oral até o estômago) o Existe interação de músculos e nervos o Ela é dividida funcionalmente em diversas fases: três fases são muito bem definidas 1. Fase oral (voluntária) 2. Fase faríngea 3. Fase esofágica ü Existe fora a parte da deglutição, quatro fases que a literatura usa : fase preparatória, oral, faríngea e esofágica ü Fase oral o Prepara o alimento para que ele seja deglutido de forma segura : mastigação o Sincronismo de estruturas: músculos da mastigação, lábios, língua, dentes o Dentes: anteriores (incisivos) cortam; posteriores (molares) trituram o Função dos movimentos da língua: compactar o alimento o Músculos da mastigação: (superiores e mediais) § Masseter § Temporal § Pterigóideo medial § Pterigóideo lateral § Esses músculos vão produzir forças de mordida e oclusão dos lábios que controlem os movimentos da mandíbula. § Nervo craniano que passa informação para esses músculos: ramo motor do nervo trigêmeo (esse nervo faz a inervação para cada músculo envolvido na mastigação) § A perda de função desse nervo, leva a alterações na deglutição. § Músculo é inserido em região óssea, onde ele se inicia chama-se origem. Sempre o músculo irá se mover de inserção para origem. A origem é uma região fixa, não se move. § Músculos supra-hióideos, músculos digástrico, M. Milo-hióideo, M. Gênio-hióideo, M. Estilo-hióideo, mm. Infra-hióideos, M. Esterno-hióideo, M. omo-hióideo, M. Esternotireóideo, M. Tíreo-hióideo. – músculos com grande relação ao sistema respiratório. Eles não são inervados pelo nervo trigêmeo, e sim pelo nervo facial. Esses músculos inferiores irão ajudar a abaixar mandíbula, fechamento rápido da mandíbula Essas fases são formadas pelo local onde se encontra o bolo alimentar e musculatura Medicina SO II – Thayná Borba 2 causando esmagamento, e vão ajudar também em pequenos movimentos de lateralização de mandíbula. o Mastigação – desenvolvimento § A mastigação tem seu início exatamente após a erupção dos primeiros dentes. (Necessidade de estímulos de alimentos mais consistentes para exercitar e amadurecer o padrão mastigatório) § 5 a 6 meses – movimentos verticais: língua amassa os alimentos contra o palato § 7 meses – início dos movimentos de lateralização § 1 ano a 1,6 – mandíbula inicia movimentos rotatórios, a mastigação já tem condições de ser bilateral e os lábios ficam selados. o Processo mastigatório § Via motora eferente : Córtex cerebral (processador das informações que vai levar ativação de todos os músculos envolvidos no processo mastigatório) -> núcleo motor do músculo trigêmeo -> recruta músculos abaixadores da mandíbula -> abertura correta da boca -> entrada do alimento -> ativação dos músculos elevadores da mandíbula -> fechamento correto de boca. Com isso tem-se uma sequência rítmica de abaixamento, elevação e lateralização de boca, dente e língua – sequência regulada pelo tronco encefálico. Após essa sequência – processo de mastigação. o Funções da mastigação § Fragmentação de alimentos para preparação da deglutição e digestão § fundamental para digestão de frutas e vegetais que estão cru (quebra da membrana externa de celulose indigerível por seres humanos) § Promove ação bacteriana, quando fragmentados os alimentos para formar o bolo § Proporcionar força e função para o desenvolvimento normal da mandíbula e maxila § Manutenção dos arcos dentais, com a estabilidade da oclusão. o Grelina sinaliza que preciso me alimentar; leptina – hormônio da saciedade; mascar chiclete acaba gerando leptina -> aumento de secreção ácida. (preparação do estômago para digestão) o Mastigação – 3 comportamentos bem definidos: § Incisão § Trituração § Pulverização o Incisão § Mandíbula eleva-se em profusão e apreende o alimento entre as bordas incisais. Aumenta a intensidade da contração muscular elevadora da mandíbula. Há posicionamento do alimento entre as superfícies oclusão pré-molares e molares levados por movimentos coordenados da língua e bochechas. o Trituração § Transformação dos alimentos em partículas menores pelos pré-molares o Pulverização § Tritura ainda mais as partículas já trituradas. Atividade de glândula salivar, mantém o bolo hidratado, enzimas salivares possui grande atividade nesse momento. A pulverização é importante para evitar lesões nas mucosas por onde o bolo alimentar for passar. o Mastigação – acessórios § Lábios devem estar em oclusão § Alguns músculos irão ajudar o alimento a passar entre língua e dentes Medicina SO II – Thayná Borba 3 § Palato duro : auxilia com a língua esmagar o alimento; possui vias aferentes que contribuem para sensação de textura e temperatura. § Durante a fase de mastigação, faringe e laringe estão em repouso § Proteção durante essa fase, para o alimento não passar para região de faringe e laringe antes da deglutição ser produzida: músculo palatoglosso, faz um abaixamento do palato mole isolando cavidade oral de faringe e laringe. NX (Décimo nervo de par craniano chamado nervo vago – irá inervar o palatoglosso) § Durante a mastigação, respiração nasal continua normalmente, a respiração cessa quando ocorre a deglutição. o Mastigação – atividade parafuncional § Bruxismo – ranger e apertar dentes, que pode ocorrer durante a noite ou durante o dia. Disfunção de causa desconhecida, sem cura definitiva, que aumenta drasticamente com o aumento da tensão e provoca danos devido aos movimentos desordenados e atrito entre os dentes. Pessoas com alta ansiedade podem sofrer desse problema, causa muita dor, desgaste nos dentes. o Atos involuntários na mastigação § Salivação – glândula salivares são estimuladas por sistema nervoso central e pelo próprio contato do alimento com mucosa oral. § Deglutição de saliva é um ato involuntário § Nervo intermediário está junto com nervo facial e estimula a salivação. o Para passar o alimento de boca para faringe precisa-se dê força propulsora ü Fase faríngea o Grande parte é involuntária o Palato mole deve se elevar e posteriorizar evitando que o bolo vá para nasofaringe. (Portanto a função do palato mole é fechar por um curto espaço de tempo parte nasal da faringe) o Nervo trigêmeo e glossofaríngeo ü Fase esofageal de deglutição o No primeira terço do esôfago tem-se musculatura estriada esquelética o Nos outros dois terços tem-se musculatura lisa o As duas musculaturas controladas pelo SNC -> SNP vão permitir movimento peristáltico (garante movimento unidirecional do alimento); quanto mais peristaltismo maior será a compactação do bolo alimentar, mais fácil a condução do esôfago para o estômago. o Maioria das vezes peristaltismo é modulado por sistema nervoso periférico parassimpático. ü Caso clínico – DISFAGIA o Paciente, 23 anos, sexo masculino, vem ao consultório médico referindo dificuldade para engolir progressivamente nos últimos 3 meses. Primeiro ele não conseguia engolir sólido, depois semi- pastoso, depois semi-líquido, atualmente então consegue ingerir nem líquido. Conta ainda que vem perdendo peso (perda ponderal), atualmente está muito emagrecido. AP: Etilista crônico (1 garrafa/dia),tabagista (40 maços/ano – deve fumar 4 maços por dia durante 10 anos da vida dele), pai morreu de neoplasia de cólon (costumam ser genéticas). Exame físico: REG, consciente, orientado, descorado (+/4+), desidratado (+/4+), eupneico, anictérica, acianótico, afebril, emagrecido, RPP (regular perfusão periférica). PA: 120x80 mmHg; FC: 84bpm (pode estar relacionado a desidratação), FR: 12ipm. Murmúrio vesicular presente bilateralmente sem Ruídos adventícios; bulhas normofonéticas sem sopros; Abdome: escavado emagrecido, sem viceromegalias (VMG), DB-, RHA+ (movimentação intestinal normal). Pulsos presentes, sem edemas. Medicina SO II – Thayná Borba 4 Exames laboratoriais – não tem muita alteração. Exames de imagem Endoscopia - lesão infiltrativa, circunferencial no esôfago; Obstrução. Diagnóstico – neoplasia de esôfago (não existe tumor de esôfago benigno) § Disfagia – definida como qualquer dificuldade de deglutição § Sintoma esofágico comum; aproximadamente um em cada cinco pacientes com mais de 50 anos referem esse sintoma em estudos epidemiológicos. A maioria das vezes é benigno § É um sintoma de alarme, indicando necessidade imediata de investigação para definição da causa e planejamento de tratamento. § Causas o Obstrução mecânica – cujo pior diagnóstico é o tumor, mas algum alimento pode ficar parado e causar a obstrução o Distúrbios da mobilidade: músculo da cavidade oral, músculos da faringe, músculo do esôfago. § Disfagia orofaríngea – alteração da fase oral e faríngea da deglutição o Doenças neurológicas o Causa mais comum de disfagia orofaringe é acidente vascular encefálico (AVE). Nesses pacientes a dificuldade de deglutição ocorre predominantemente para líquidos em relação a sólidos. (Toda vez que se tem contração é porque ocorreu uma distensão; no caso do líquido não gera tanta distinção, não terá tanta contração, causando a dificuldade maior para deglutir líquidos, indivíduo perde a sensibilidade, a despolarização é prejudicada; ) o Realiza-se histórica clínica, exame físico, exame complementar. o Videodeglutograma (observação pelo contraste a forma que o paciente deglute) e a videofluoroscopia § Disfagia esofágica o Mais frequentemente devida a uma obstrução mecânica o A idade avançada, tabagismo, etilismo, são fatores de risco frequentes para neoplasias de esôfago que caracteristicamente são causas destes tipos de disfagia, entre outros. § Disfagia cardíaca o Obstrução extrínseca o A área cardíaca aumentada comprime o esôfago comprometendo a deglutição. (ICC) 2. EMBRIOLOGIA SISTEMA DIGESTÓRIO ü Intestino primitivo – origem: endoderma do saco vitelínico (teto) o Aberturas: extremidade cranial = estomodeu | extremidade caudal = proctodeu o Extremidade cranial e caudal -> epitélio = ectoderma ü Ectoderma e mesoderma -> indução (TGF/FGF ) -> endoderma = tubo (intestino primitivo) Mesoderma lateral esplâncnico -> mesênquima -> tecido conjuntivo e tecido muscular. Resumo: o revestimento epitelial + os derivados do epitélio possui origem endodérmica (toda estrutura epitelial do intestino é formada pelo endoderma, ex glândulas). O restante é mesoderma passando pelo mesênquima. ü Intestino primitivo divido em três porções: anterior, médio e posterior ü O limite do intestino anterior para o médio é a vascularização do trono celíaco, e o limite do médio para o posterior é a artéria mesentérica inferior. Medicina SO II – Thayná Borba 5 ü Derivados do intestino ANTERIOR o Faringe primitiva e seus derivados (cavidade oral/ língua/ tonsilas/ glândulas salivares/ vias aéreas superiores) o Sistema respiratório inferior o Esôfago e estômago o Duodeno (porção proximal à abertura do ducto biliar) o Fígado/ ductos hepáticos o Vesícula biliar / ducto biliar o Pâncreas ü Epitélio e glândulas = endoderma ü Elementos conjuntivos = mesênquima esplâncnico ü Músculo estriado esquelético = mesênquima (arcos faríngeos) – porção inicial do esôfago ü Músculo liso = mesênquima esplâncnico ü Esôfago – origem do intestino anterior -> caudal a faringe o Malformações congênitas § Atresia esofágica – resulta da obstrução na luz do esôfago § Estenose esofágica – resulta da diminuição na luz do esôfago § Fístula traqueoesofágica – abertura entre a traqueia e o esôfago ü Estômago – origem intestino anterior -> porção final Medicina SO II – Thayná Borba 6 o Crescimento diferencial é responsável pela formação das curvaturas. o Nosso estômago sofre um processo de rotação resultando em mudança de posição. o Durante a formação do estômago tem-se uma rotação de 90° no sentido horário; face ventral desloca-se para a direita e face dorsal para a esquerda. ü Duodeno o Origem – porção caudal do intestino anterior; porção cranial do intestino médio o Se forma do meio do mesênquima esplâncnico o Durante a formação do duodeno ele sofre também movimento rotacional e leva as estruturas juntas. o Conforme o duodeno se forma e se movimenta ele encaixa o pâncreas em baixo do estômago o Tronco celíaco faz vascularização do duodeno e de parte do estômago Medicina SO II – Thayná Borba 7 o A mesentérica superior cresce para dentro da alça intestinal formando o duodeno, jejuno, íleo e parte do intestino grosso. Essa alça será projetada para dentro do cordão umbilical. Se por ventura a parede abdominal não se fecha, tem-se o que se chama de hérnia umbilical. A hérnia fisiológica é normal, mas a hérnia umbilical é patológica. o Malformações congênitas duodeno – estenose duodenal : diminuição da luz do duodeno; atresia duodenal: oclusão completa da luz do duodeno. ü Derivados do intestino MÉDIO o Intestino delgado, incluindo restante do duodeno. o Ceco o Apêndice cecal o Colo ascendente o Colo transverso (metade a dois terços) ü Alça intestinal primária – hérnia umbilical fisiológica o Retorno : regressão do rim mesonéfrico, redução do crescimento hepático, aumento da cavidade abdominal. Por volta da 8 a 7ª semana. ü Derivados do intestino POSTERIOR o Terço esquerdo até a metade do colo transverso o Colo descendente o Colo sigmoide o Reto o Parte superior do canal anal o Epitélio da bexiga urinária o Parte da uretra ü Fígado o Intestino anterior Medicina SO II – Thayná Borba 8 § Brotamento -> divertículo hepático que se divide em duas partes: cranial e caudal. A parte cranial (maior) formará o fígado. A parte caudal (menor) formará vesícula biliar e ducto cístico. Esse brotamento cresce dentro do septo transverso. o Mesênquima do septo transverso § Tecido conjuntivo § Células hematopoiéticas § Células de Küpffer ü Pâncreas o Intestino anterior § Formação de dois brotos: broto dorsal e broto ventral o Rotação do duodeno § Deslocamento do broto ventral § Fusão dos brotos o Malformações congênitas § Pâncreas anular = resulta na formação de um pâncreas em anel ao redor do duodeno. Apesar de o pâncreas anular ser raro, o defeito justifica a descrição porque ele pode causar obstrução duodenal. 3. VASCULARIZAÇÃO, INERVAÇÃO BOCA, FARINGE E ESÔFAGO ü Cavidade oral – vestíbulo da boca e cavidade propriamente dita. ü BOCA o Vascularização da boca -> carótida externa -> artéria facial -> artéria labial superior e inferior o Drenagem linfática : Medicina SO II – Thayná Borba 9 § parte superior e lateral do lábio inferior – linfonodos submandibulares § Parte medial do lábio inferior – linfonodos submentonianos § Linf.submandibulares -> linf. Submentonianos -> linf cervicais superficiais -> linf cervicais profundos -> linf. Supraclaviculares (sitiados ao longo do trajeto da artéria cervical transversa) -> tronco jugular -> ducto torácico, ducto linfático direito. o Inervação: § Sensitiva : nervo trigêmeo § Motora : nervo facial ü PALATO o Vascularização: A. Carótida externa -> A. Maxilar -> A. Palatina descendente -> aa. Palatinas maior e menor o A veias do palato são tributárias doplexo pterigóideo, o qual pode ser tributário tanto da veia jugular externa quanto da interna. o Drenagem linfática – linfonodos submandibulares, linfonodo retrofaríngeos, linfonodos júgulo-digástricos. § Linf. Submandibulares, linf. Retrofaringeo, linf. Jugulo-digástrico -> linfonodos cervicais superficiais e linfonodos cervicais profundos -> linfonodos supraclaviculares -> tronco jugular -> ducto torácico e ducto linfático direito. o Inervação: § Sensitiva – nervo trigêmeo com o ramo maxilar § Nervo nasopalatino supre 1/3 anterior do palato duro § Nervo palatino maior supre 2/3 posteriores do palato duro § Nervo palatino menor supre o palato mole. ü LÍNGUA o Irrigação: A. carótida externa -> A. Língual -> aa. Dorsais e profundas da língua o As veias dorsais são satélites da A. Lingual enquanto que as veias profundas da língua unem-se na região do frênulo formando a veia sublingual. A absorção sublingual de drogas se da através desses vasos. o Drenagem linfática – § 1/3 posterior da língua para os linfonodos cervicais profundos superiores. § Parte medial anterior aos linfonodos cervicais profundos inferiores § Parte lateral dos 2/3 anteriores: linfonodos submandibulares. § Ápice e frênulo: linfonodos submentuais. 4. REGULAÇÃO NEUROENDÓCRINA DO TGI ü Glândulas difusas do sistema digestório – células espalhadas por todo o TGI (mucosa e submucosa) liberam pequenas substâncias, mediadores químicos que vão atuar como se fossem hormônios. Estão presentes desde estômago até intestino grosso, fígado e pâncreas não são levados em conta Medicina SO II – Thayná Borba 10 ü Ação Neurócrina – neurotransmissores liberados de forma difusa ou em sinapses, nas varicosidades (especialização que ocorre nos axônios do SNP na qual não se vê botão ou terminal sináptico, mas sim, pequenas bolinhas durante o trajeto do axônio com centenas de neurotransmissores, elas possuem contato direto com musculatura lisa) ü Ação parácrina – células da própria mucosa vão liberar pequenas substâncias que vão agir em regiões próximas à sua secreção. (Comunicação local entre células) ü Ação endócrina – hormônios produzidos pela mucosa (célula entero-endócrina), mas que caem na corrente sanguínea e atuam em células distantes, incluindo SNC ü Comunicação parácrina irá ocorrer em maior quantidade. ü Controle da motilidade do TGI o Camada muscular mais externa existe atividade neural grande envolvida em contrações o Tipos de contração do músculo liso § Contrações fásicas – pequenas contrações seguidas por um período de relaxamento; são muito ligadas ao movimento peristáltico. Na ausência de peristaltismo, pode ocorrer inflamação, torção de alças intestinais. § Contrações tônicas – trabalho de esfíncter (involuntários); contrações constantes moduladas por SNC e que não deveria perder esta característica. Primeira queixa do paciente que possui esfíncter que não consegue manter contração tônica, é refluxo. o O que que o sistema nervoso simpático e parassimpático (adrenalina e acetilcolina) fazem nessas contrações ? § A estimulação parassimpática aumenta a atividade do SNEntérico e intensifica a atividade da maioria das funções gastrointestinais. § A estimulação simpática inibe a atividade do TGI, diretamente na musculatura lisa do trato intestinal e sobre o os neurônios de todo SNEntérico. § Musculatura externa do TGI, contém células conhecidas como marca-passo. Elas são chamadas de células intersticiais de Cajal. Medicina SO II – Thayná Borba 11 § A função dessas células consiste em manter o ritmo em todo o processo de despolarização, repolarização, repouso no tecido muscular. São elas que vão garantir a atividade do tecido, seja em contrações fásicas ou tônicas. § Elas estão próximas às varicosidades. Se ocorre uma ação parassimpática ( acetilcolina ) nesse local, haverá maior entrada de sódio na fibra muscular, contraindo a musculatura em um ritmo mais constante. § Dependendo da descarga simpática, o peristaltismo é inibido, podendo ocorrer diarréia, dor de barriga. § SNC e SNP vão atuar de maneira constante no peristaltismo, secreção de hormônios § O ato de gerar peristaltismo não depende somente de mastigação, mas o ato de cheirar, pensar, são capazes de estimular. ü Funções hormonais : Secreções do aparelho gastrointestinal são grandes marcadores, acabam informando para o corpo em qual momento da digestão se encontra. São capazes de indicar quantidade de alimento que foi ingerido. Conseguem indicar também para o corpo se estamos em período de jejum ou em período pós-prandial. o Fase gástrica da digestão (região de estômago) § Célula G • pode ser estimulada por presença de aminoácidos, peptídeos e estiramento de região antropilórica. • Peptídeo gastrina é liberado, este sinaliza diversas estruturas. • A função principal da gastrina produzida pelas células G é a produção de suco gástrico (HCl) • Uma parte da gastrina irá atuar de forma parácrina em células parietais -> H+ liberado para a luz do lúmen da mucosa gástrica. Uma outra parte cai na corrente sanguínea e é distribuída por toda a mucosa gástrica, essa parte estimula células ECL. • Alguns medicamentos para gastrite acabam bloqueando atividade de células G ou atividade de acetilcolina. • Menor atividade de célula G -> menor acidez de suco gástrico. § Célula ECL • presente em toda mucosa gástrica • A gastrina para chegar nesta célula irá cair na circulação, mesmo que a célula ECL faz parte de região de estômago. • Células ECL produzem e secretam histamina, que possui papel de estimular células parietais a recaptação de H+, fornecer H+ por toda a mucosa gástrica. • Acetilcolina pode ter ação direta sobre as células parietais ou podem aumentar a ação de células ECL. Medicina SO II – Thayná Borba 12 § Células D • Também reside na região do antro • Libera somatostatina (no pâncreas, lida com atividade de célula beta e célula alfa) • Ela é ativada exatamente quando tem-se uma grande quantidade de alimentos passando pelo trato gástrico. • Fragmentos de alimentos extremante ácidos e glicose irão estimular célula D. • A ação de célula D é endócrina • Somatostatina irá inibir célula G e célula ECL, consequentemente irá reduzir drasticamente a liberação de íon H+ • Célula D irá reduzir atividade gástrica de digestão. o Fase intestinal (marcadores de duodeno, intestino delgado, intestino grosso) § Células I (região de duodeno e jejuno) Medicina SO II – Thayná Borba 13 • Produzem colecistoquinina (CCK) • CCK irá modular atividade de células do ácino pancreático (estimula secreção de enzimas pancreáticas) – ação endócrina • CCK também estimula contração de vesícula biliar – ação endócrina • CCK relaxa esfíncter de Oddi (esse esfíncter permite que suco pancreático e bile vão para região de duodeno; fechado: não permite que cheguem ao duodeno e vice versa. Momentos de jejum, eles estão completamente fechados). – ação parácrina • CCK inibe esvaziamento gástrico (contração do esfíncter piloro, pois precisa-se de um tempo para ação enzimática) • CCK também consegue indicar para hipotálamo saciedade (mas CCK exógeno não sinaliza hipotálamo) § Célula S (duodeno e jejuno) • Produz secretina • Secretina estimula liberação de água das células – ação autócrina • Estimula a ação da enzima anidrase carbônica a sintetizar bicarbonato (bicarbonato garante que a bile continue sendo uma substância alcalina); tamponamento em casos de hiperacidez • Secretina tem ação inibitória em região de estômago (inibe gastrina e reduz peristaltismo) – ação endócrina. • Ação autócrina, parácrina e endócrina § Células K (duodeno e jejuno) • Produz GIP (Polipeptídeo inibidor gástrico) • Inibe o ácido clorídrico e a secreção de pepsina – diminui motilidade gástrica • Estimula secreção de insulina pelas células beta (hiperglicemia) • Muito bem produzido na presença de glicose. • Não age diretamenteno duodeno e jejuno, portanto sua ação é endócrina Medicina SO II – Thayná Borba 14 5. HISTOLOGIA DO ESTÔMAGO E INTESTINO ü Sistema digestório possui camadas. Mais interna – mucosa e mais externa – serosa ü Mucosa – consiste em epitélio de revestimento, tecido conjuntivo subjacente (lâmina própria), e a muscular da mucosa, composta de músculo liso. ü Submucosa – consiste em tecido conjuntivo denso não modelado. ü Muscular externa – consiste em sua maior parte em duas camadas de músculo liso. ü Serosa – consiste em epitélio simples pavimentoso, o mesotélio, e em uma pequena quantidade de tecido conjuntivo subjacente. A adventícia, constituída apenas de tecido conjuntivo, é encontrada nos locais em que a parede do tubo está diretamente aderida a estruturas adjacentes. ü Estômago – histologia o Dividido em três regiões histologicamente: § Região cárdica (cárdia): contém as glândulas cárdicas; § Região pilórica (piloro): contém as glândulas pilóricas; § Região fúndica: maior parte do estômago (corpo + fundo gástrico), contém as glândulas gástricas ou fúndicas o Região fúndica § Mucosa gástrica – • pregas gástricas (macroscopicamente); • Microscopicamente: áreas mamilares com aberturas na superfície: fovéolas ou criptas gástricas (cada área mamilar, tem-se várias glândulas fúndicas) • Tipo de epitélio da glândula fúndica: colunar simples; secretoras de mucinogênio (proteção celular) • Local de contato próximo com o alimento. • Glândulas fúndicas ou glândulas gástricas secretam suco gástrico (2L/dia) • Suco gástrico é feito de ácido clorídrico (torna o meio ácido – pH entre 1 e 2; tornar o ambiente favorável para ação de algumas enzimas como a pepsina por exemplo; converte pepsinogênio em pepsina); pepsina; muco (protege o epitélio – barreira fisiológica); fator intrínseco (glicoproteína que se liga a vitamina B12); gastrina e outros hormônios. Medicina SO II – Thayná Borba 15 • Istimo – maior grupamento de células indiferenciadas. (Células – tronco) • Colo (região localizada inferiormente ao istimo) pode terminar em um fundo único ou ramificado. • Região do fundo possui células já diferenciadas. • Células que compõem essas glândulas : o Células-tronco adultas indiferenciadas o Células mucosas do cólon – revestem toda a mucosa do estômago o Células principais – produzem o pepsinogênio que será convertido posteriormente em pepsina. Em menor quantidade produz lipase (digere lipídeos) o Células parietais (células oxínticas) o Células enteroendócrinas (fechada e aberta – diferem quanto a comunicação com o ambiente estomacal, a forma que serão ativadas para secretar seu produto na corrente sanguínea) – produtos celulares serão jogados na corrente sanguínea. Célula enteroendócrina fechada precisa de um outro hormônio para ativar e fazer com que ela secrete seu hormônio. Já a célula enteroendócrina aberta possui contato com a cavidade do estômago, logo vai ser ativada e secretará seu hormônio na corrente sanguínea diante da presença de algum componente alimentar, alteração de pH, presença de alguma proteína que esteja no interior do estômago. Medicina SO II – Thayná Borba 16 o Substâncias produzidas por célula enteroendócrinas : o Região cárdica § Presença de glândulas cárdicas – secretoras de muco Medicina SO II – Thayná Borba 17 § Além das fovéolas há também as glândulas cárdicas o Região pilórica § Glândulas pilóricas: estão localizadas no antro pilórico § Secretoras de muco (objetivo não é proteger contra atrito mas sim a neutralizar o pH ácido do estômago, pois o duodeno e todo o intestino não vai ter o preparo protetor contra acidez) o Lâmina própria § Relativamente escassa no estômago Medicina SO II – Thayná Borba 18 § Rica em fibras reticulares, fibroblastos, células musculares lisas, linfócitos, plasmócitos, macrófagos e alguns eosinófilos. § Contém nódulos linfáticos § Muscular da mucosa: composta de duas camadas (camada circular interna e camada longitudinal externa) o Submucosa § Composta de tecido conjuntivo denso § Quantidade variável de tecido adiposo, vasos sanguíneos, fibras nervosas e células ganglionares (plexo submucoso de Meissner – auxilia na contração das células musculares) o Muscular externa gástrica § Camada longitudinal externa § Camada circular média § Camada oblíqua interna § Células ganglionares e feixes de fibras nervosas não mielinizadas formando o plexo mioentérico (de Auerbach), que fornece inervação para as camadas musculares. § As fibras em diferentes sentidos se devem a necessidade do estômago misturar o alimento, garantindo diversos movimentos. ü Intestino delgado o Componente mais longo do TGI: mais de 6m o Duodeno (25cm) o Jejuno (2,5m) o Íleo (3,5m) o Digestão dos alimentos e absorção dos produtos da digestão. o Mucosa e submucosa intestinal § Pregas circulares § Vilosidades – são estruturas compostas por um epitélio colunar simples; no seu interior possui irrigação sanguínea e linfática (lactífero) § Microvilosidades (borda estriada) – enterócitos Medicina SO II – Thayná Borba 19 § Epitélio simples colunar + tecido conjuntivo frouxo § Glândulas intestinais (criptas de Lieberkuhn): tubulares simples, que se estendem da muscular e se abrem na base das vilosidades intestinais. Tem por função a produção de muco, e para isso possui células associadas a elas. Possui vários tipos celulares : caliciformes, enteroendócrinas, células de paneth Medicina SO II – Thayná Borba 20 § Mucosa – células • Enterócitos – absorção (células absortivas) • Células caliciformes – glândulas unicelulares secretoras de mucina • Células enteroendócrinas – hormônio parácrinos (somatostatina e estatina) e endócrinos (colecistocinina (CCK), secretina, polipeptídeo inibidor gástrico (GIP) e motilina. • Célula de Paneth: manter a imunidade inata da mucosa por meio da secreção de substâncias antimicrobianas. o Submucosa § Tecido conjuntivo denso com células adiposas § No duodeno existe glândulas submucosas (glândulas de Brunner): secreção altamente alcalina que neutraliza o quimo (ácido) – protege a mucosa duodenal; torna o pH ideal para a ação das enzimas pancreáticas. Quando se tem disfunção nessas glândulas de tem quadro de duodenite. o Muscular externa § Camada interna de células musculares lisas de disposição circular e em uma camada externa de células musculares lisas dispostas longitudinalmente. § Plexo mioentérico (plexo de Auerbach) estão localizado entre essas duas camadas. § Tipos de contração muscular: de mistura (segmentar) e peristáltico. ü Intestino grosso o Mucosa § Superfície “lisa” desprovida de pregas e vilosidades § Numerosas glândulas intestinais tubulares retas (criptas de Lieberkühn) Medicina SO II – Thayná Borba 21 § Epitélio simples colunar § Absorção de eletrólitos e água e na eliminação dos alimentos e resíduos não digeridos § Células absortivas e células caliciformes. o Muscular externa – COLOS § Camada externa da muscular externa: faixas longitudinais (tênias dos colos) § Camada circular interna: circunferência do cólon § Contrações – segmentar e peristaltismo (modo infrequente – 1vez/dia) o Reto § Existência de pregas (pregas transversas do reto) o Canal anal § Pregas longitudinais (colunas anais) § Esfíncter anal: m. Estriado 6. ESTRUTURA E FUNÇÃO DO FÍGADO ü Fígado está localizado no quadrante superior direito ü Funções do fígado: secretar bile, remove moléculas de glicose do sangue formando o glicogênio, armazena ferro, sintetiza proteínas, destrói hemácias. – metabolismo corpóreo e produção/secreção/ armazenamento de bile. ü Toda bile produzida é armazenada na vesícula biliar e liberada no duodeno. ü Fígado é dividido em lobos: direito, esquerdo, caudado, quadrado ü Face diafragmática (anterior) e face visceral (posterior) ü Área nua – diafragma recobrindo o fígado, não há tecido conjuntivonessa região. ü Divisão funcional do fígado – direito e esquerdo; ponto de referência é a veia hepática média. o Linha de Cantlie Medicina SO II – Thayná Borba 22 ü Fígado dividido em segmentos : o Cada segmento possui uma tríade: veia porta, artéria hepática, ducto biliar. o Divisão em direito, esquerdo, posterior e anterior. o DIREITO – § Segmento anterior lateral direito § Segmento posterior lateral direito § Segmento posterior medial direito § Segmento anterior medial direito o ESQUERDO – § Segmento posterior lateral esquerdo § Segmento anterior lateral esquerdo § Parte superior § Parte inferior Divisão funcional Medicina SO II – Thayná Borba 23 Medicina SO II – Thayná Borba 24 ü Drenagem linfática profunda do fígado: o Linfonodos hepáticos -> drenam para os linfonodos celíacos ü Drenagem linfática superficial do fígado: o Linfonodos frênicos -> linfonodos mediastinais -> ducto torácico ü Inervação do fígado: o Parassimpática – tronco vagal anterior e posterior o Simpática – plexo hepático (derivado do plexo celíaco) ü Vesícula biliar o Fígado produz a bile, ela passa pelo ducto hepático direito e esquerdo, ducto comum o Ducto comum + ducto cístico -> forma ducto colédoco que se junta com o ducto pancreático e forma ampola hepatopancreática. o Está localizada no lobo quadrado o Possui comprimento de 7-10cm; capacidade de 50ml; o Função: armazena e concentra a bile o Ducto cístico possui de 3-4cm, prega espiral: válvula mantém o ducto cístico aberto. o Depois da ampola hepatopancreática tem-se o esfíncter de Oddi, onde o conteúdo é liberado no duodeno. o Ducto colédoco – formado pelo ducto cístico e ducto hepático comum. Possui comprimento de 5- 15cm, conduz a bile do ducto cístico ao duodeno. Se junta ao ducto pancreático e forma a ampola que se abre na papila maior. o Colelitíase – formação de cálculo na vesícula ou nos ducto biliares (dentro e fora do fígado) § São formados por colesterol (90%) e bilirrubina (10%) § Mais frequente em mulheres § Podem ser assintomáticos ou causar desconforto após refeição gordurosa. § Complicação: pancreatite. 7. SÍNDROMES DISPÉPTICAS ü Caso clínico de dispepsia o Paciente feminina, 23 anos, dor epigástrica há 4 meses. Em queimação, ora mais intensa, ora menos intensa, quase que diária, não relacionada aos horários de alimentação. Nega plenitude epigástrica pós-prandial (sente que o estômago enche muito mais do que se comeu), saciedade precoce, precoce, náuseas e vômitos. Nega ter sido despertada a noite pela dor. Não tem emagrecimento, não tem icterícia, não tem mudança do hábito intestinal, não há pirose (queimação), regurgitação, odinofagia (dor ao engolir) e vômitos. o Corada, hidratada, sem edemas, acianótica, anictérica, FR 17ipm, PA 112/67mmHg, FC 74bpm. Pulmonar – sons respiratórios normais; cardiológico – ritmo cardíaco regular em dois tempos, sem sopros, com bulhas normofonéticas; abdome – plano, normotenso, indolor, sem massas ou visceromegalias, RHA+ ü Dispepsia – síndrome clínica caracterizada por um ou mais dos seguintes sintomas: o Plenitude pós-prandial – sensação de empachamento. o Saciedade precoce – começou comer acabou a fome o Dor ou queimação epigástrica. ü Epidemiologia – ao longo de um ano estima-se que 25% da população mundial irá apresentar um quadro dispéptico, embora a maioria não busque auxílio médico. Aumenta com a idade. ü Etiologia o AGA – classificação etiológica proposta: Medicina SO II – Thayná Borba 25 1) Dispepsias Orgânicas – encontra substrato orgânico – ex: úlcera 2) Dispepsias funcionais – apresenta sintomas mas na endoscopia não se encontra substrato patológico. (Grande maioria das dispepsias são funcionais) 3) Dispepsias não-investigadas – paciente possui toda sintomatologia mas ainda não foi investigado (não se sabe se é orgânica ou funcional). ü Dispepsia orgânica (ácidas) o Possui substrato ácido o Processo ácido que leva a intolerância alimentar que em geral é um quadro agudo e auto- limitado. o Associado com “comer muito”/ “comer rapidamente” o Comer em situações estressantes, Comer alimentos gordurosos -> aumenta a produção de ácido o que leva a dispepsia orgânica. o Abuso de álcool e café (substâncias específicas que provocam a dispepsia ácida) – estimulam muito a secreção ácida. o O álcool relaxa o esfíncter esofagiano inferior -> refluxo esofágico (conteúdo gástrico acaba voltando para o esôfago, tendo queimação) o Quais são? Gastrite e úlcera. o Gastrite § Inflamação do revestimento do estômago (mucosa); § Pode ser aguda ou crônica § Aguda: • Aparecimento súbito • Evolução rápida • Associada a um agente agressor: medicamentos (AINES; AAS); alimentos contaminados. § Crônica • Após se alimentar, em 2h está passando mal • Não cura; trata os sintomas. • é cíclica (vai e volta) • Possui muitos fatores, passar muito estresse estimula a secreção ácida. § Sintomas • Dor na parte superior do abdômen • Pode ter náuseas e vômitos • Sensação de empachamento (desconforto) • Perda de apetite (emagrecimento) • Azia (queimação) • Assintomático algumas vezes. § Causas • Acidez – tem papel importante • Café • Medicamentos (AINES, AAS) • Tabaco – cigarro estimula a acidez gástrica. • Infecção pelo H. Pylori o Úlcera péptica § Lesão ulcerada na mucosa gástrica ou duodenal. § Pode chegar na submucosa, muscular, serosa e até perfurar. Medicina SO II – Thayná Borba 26 § Pode gerar complicações que a gastrite não faz. § Tem papel ácido também, mas é uma lesão muito mais grave. § Causas: mesmas da gastrite § Mecanismo da secreção ácida: • Estômago possui várias células, entre elas a célula G que produz gastrina. A gastrina vai em outra célula (célula parietal) presente também no estômago, se encaixa em um receptor e da origem a um funcionamento mais intenso de uma bomba - H+/K+ATPase, essa bomba estimula a saída de ácido (H+) para dentro do estômago, que se junta com Cl- e forma o ácido clorídrico. A gastrina também estimula as células ECL a produzir histamina, que também encontram receptor na célula parietal e estimula a bomba H+/K+ATPase, o que estimula a secreção de ácido no estômago. Nervo vago secreta acetilcolina, que também irá estimular célula parietal a secretar ácido no estômago. Esse nervo está associado a descargas neuropsíquicas (pessoa tensa o tempo todo, ela fica estimulando a secreção de acetilcolina aumentando a acidez). O pH muito baixo, estimula célula D, que irá secretar somatostatina que é um grande inibidor de célula G, está não consegue produzir gastrina mais, não estimula célula parietal, não há estímulo de bomba e assim não há secreção ácida. Assim o pH assim as células G são novamente estimuladas. § Sintomas • Hipersecreção ácida onde não há alimento (na mucosa como um todo),mas é na úlcera que sente dor por estar mais sensível. • Dor entre as refeições • Melhora com antiácido Medicina SO II – Thayná Borba 27 • Melhora com alimentação (leite -> básico; porém ele possui muito cálcio que é um grande estimulador da secreção ácida, com isso na hora ele pode até melhorar a dor mas pode causar mais agressão a úlcera) • Durante a noite (“Clocking” da úlcera) – indivíduo acorda com dor (durante a noite a secreção ácida é maior -> ao dormir secretamos mais acetilcolina que estimula a secreção ácida -> aumenta acidez). § Complicações • Hemorragias – sangramento que vai tudo para o intestino, é digerido, chamado de melena – hemorragia digestiva alta (acima do do ângulo de Treitz - região entre duodeno e jejuno). • Perfurações – conteúdo gástrico pode cair no peritônio e causar abdome agudo • Tumor – úlcera pode virar um tumor (não é muito comum) o DRGE (Doença do Refluxo Gastro-esofágico) § Afecção crônica § Decorrente do fluxo retrógrado do conteúdo gastroduodenal para o esôfago. § Acarreta uma variável enorme de sintomas, desdede queimação no peito (pirose), pigarro, tosse, disfonia, calor noturno. § Sintomas • Dor torácica • Sensação de “globus faríngeo” – sensação e bola no pescoço • Manifestações extra-esofágicas: tosse matinal, asma brônquica, disfonia, pigarro. ü O problema do H. Pylori o Bactéria espiralada o Flagelada o Gram-negativo o Microaerófila o Vivem muito bem no ambiente ácido do estômago e duodeno. o Ácido gástrico possui muita ureia, com isso essa bactéria aproveita disso secretando urease, que irá quebrar a ureia do ácido gástrico transformando em amônia e CO2. A amônia é muito básica e eleva o pH do estômago. o Quando provoca essa basificação do estômago, inibe a célula D, não se tem mais somatostatina, assim a célula G produz gastrina em grande quantidade estimulando alta produção de ácido pelas células parietais. o No final há liberação descontrolada de gastrina pois não há inibição de célula G. o Vale a pena tratar todos os pacientes ? Pode ser que sim. § A prevalência nos doentes é a mesma que na população em geral: 20 a 50% § Paciente com gastrite, úlcera e possui H.pylori. Tratasse primeiro a gastrite, úlcera, se não melhorar aí sim trata o H.pylori. § Tratamento: metronidazol, claritromicina, amoxicilina o Quais medicamentos são prejudiciais para o estômago? AINES e AAS; antibióticos : metronidazol, azitromicina, claritromiocina; metformina (tratamento do DM); corticoides (prednisona); anti-inflamatórios estimulam a secreção ácida ü Dispepsias Funcionais (DF) o Dor e/ou desconforto em região central e epigástrica o Recorrente ou persistente (ao menos 3 meses) o Afeta 20 a 40% da população geral – portanto é a causa mais comum entre as dispepsias. o Não tem substrato anatômico. Medicina SO II – Thayná Borba 28 o Completa Ausência de anormalidades: estruturais, metabólicas, bioquímicas. o Em idosos se vê muito. o Sintomas surgem de uma interação complexa: § Sensibilidade visceral aumentada (afecções anteriores) § Diminuição do esvaziamento gástrico – motilidade diminui, com isso o alimento bate na parede do estômago com mais frequência causando plenitude. § Acomodação gástrica inadequada (bolo alimentar) § Agentes estressores psico-sociais. o Sintomas são recorrentes o Difíceis de tratar (dar antiácido, remédio que aumente a motilidade gástrica) o Diagnóstico: § História clínica bem feita e exame físico. § Propedêutica armada (usar algum tipo de exame) precisa ser individualizada. • Protoparasitológico de fezes (PPF) • Endoscopia digestiva alta • Ultrassom de abdome o Tratamento § Procinéticos – domperidona, Bromoprida § Inibidores da bomba de próton – omeprazol, pantoprazol, esomeprazol § Bloqueadores de H2 – Ranitidina § Antidepressivos – fluoxetina, paroxetina. § Boa dieta 8. ESTRUTURA E FUNÇÃO DO DUODENO ü Intestino delgado ü Duodeno (25cm); jejuno (1m); íleo (2m) ü Duodeno possui pregas circulares (promove aumento da superfície de contato; possibilita distinção do órgão) ü Funções: 1. Digestão (recebe o suco pancreático); 2. Absorção de nutrientes. ü Movimentos segmentares (misturam o quimo com sucos pancreáticos e entérico) e movimentos de propulsão (peristaltismo) (impulsionar o quimo até o intestino grosso) ü Duodeno está posterior a vesícula biliar e fígado ü Canal pilórico não faz parte do duodeno ü Ampola bulboduoedenal – não possui pregas circulares ü Papila menor – ducto pancreático acessório ü Papila maior – ducto colédoco (bile), ducto pancreático (suco pancreático) ü Parte ascendente do duodeno – flexura duodenojejunal -> início do jejuno. ü Esfíncter de Oddi – encontrado na parte descendente na papila maior. o Função: regula a entrada de bile e do suco pancreático. ü Ampola hepatopancreática – ducto colédoco + ducto pancreático principal + esfíncter de Oddi ü Duodeno é dividido em quatro camadas: mucosa, submucosa, muscular, serosa Medicina SO II – Thayná Borba 29 9. ESTRUTURA E FUNÇÃO DO PÂNCREAS ü Glândula com função endócrina e exócrina. ü Parte endócrina possui ilhotas pancreáticas e ácinos. ü Secreção exócrina (98% do órgão) : suco pancreático, rico em enzimas, secretado pelas células acinares via ductos pancreáticos principal e acessório para o duodeno (cerca de 2L por dia) ü Secreção endócrina corresponde a 2% do órgão, constituído pelas ilhotas pancreáticas, secreta insulina (células B – 80% das células das ilhotas) e glucagon (célula A – 20% das células da ilhota), além de outros hormônios, diretamente no sangue. ü Pâncreas é uma glândula retroperitoneal – dividido em cabeça, corpo e cauda ü Localiza em nível de L1 e L2. ü Face posterior é desprovida de peritônio ü Posterior ao estômago ü Fica ao lado esquerdo do abdome ü Processo uncinado – projeção da parte inferior da cabeça, posterior aos vasos mesentéricos superiores ü Ducto pancreático principal (de wirsung) – começa na cauda e atravessa toda a glândula até se unir ao ducto colédoco formando a ampola hepatopancreática (de vater) que se abre na papila maior do duodeno. Em ¼ dos casos os ductos podem abrir-se separadamente. ü Esfíncter de Oddi controla o fluxo de suco pancreático e bile para o duodeno. Composto por musculatura lisa. ü Ducto pancreático acessório se abre na papila menor do duodeno em 60% dos casos se comunica com o ducto pancreático principal. ü Irrigação e drenagem o Irrigação feita pelas artérias pancreáticas elas são Ramos da artéria esplênica (supre o corpo e cauda) e da artéria gastroduodenal e mesentérica superior (supre a cabeça). o Veias acompanham as artérias. ü Drenagem ü Câncer de pâncreas – podem ser do corpo e cauda ou da cabeça (mais frequentes, causam icterícia por obstrução das vias biliares); maior incidência em homens e fumantes; maior causa de obstrução extra- hepática dos ductos biliares; sobrevida de 2-3meses pós-diagnóstico) ü Inervação o Parassimpática: tronco vagal anterior e posterior o Simpática: plexo celíaco e plexo mesentérica superior. 10. VIAS BILIARES ü Vias biliares são todas as estruturas envolvidas na condução, no armazenamento e na liberação da bile para o sistema digestório. ü Tecido hepático é subdividido em lóbulos hepáticos de aspecto hexagonal. ü Cada lóbulo é formado pelos hepatócitos e contém uma veia central ü Entre os lóbulos encontram-se as tríades portais (ducto biliar, artéria hepática e veia porta) ü Artéria hepática (traz sangue oxigenado) veia porta (traz sangue venosos com muitos nutrientes que foram absorvidos nas vilosidades do intestino delgado) – portanto as duas juntas tem por função fazer nutrição além da irrigação. ü A veia central, fica responsável pela drenagem. ü Ductos biliares – recebem a bile e vão converter em ducto hepático direito ou esquerdo. ü Hepatócitos formam cordão de hepatócitos. Medicina SO II – Thayná Borba 30 ü Glicogênio hepático está armazenado entre os hepatócitos ü Um dos jeitos de diagnosticar doença hepática é analisar histologia. ü Tríade portal : ü Estruturas organizadas parecendo um colar são denominados por ductos biliares. ü Vias biliares o 1ª estrutura que irá captar bile e sais biliares (menor estrutura) -> canalículos biliares (estão entre os hepatócitos e são eles que vão começar conduzir a bile em direção a vesícula biliar ou em direção ao duodeno) o Os canalículos se fundem formando dúctulos biliares o Ductos biliares – convergência de ductúlos biliares. o Ducto hepático direito e esquerdo (convergência de ductos biliares) o Ducto hepático comum o Ducto cístico – conduzir bile para estocar na vesícula biliar ou conduzir para o ducto colédoco em situações de digestão. o Ducto colédoco – faz a ligação entre as vias biliares e a segunda porção do duodeno. Medicina SO II – Thayná Borba 31 ü Vesícula biliar o 3 regiões: fundo, corpo, colo o Suporta 50ml de bile o Função aspirativa o Prega espiral está próxima de ducto cístico. Mesmo em pressão negativa, ela não permitefechamento do ducto cístico. (Mantém sempre aberto) o Recebe inervação do SNA parassimpático pelo nervo vago o Pode receber estímulo do SNA simpático pelo plexo celíaco o Nervo frênico (via aferente somática) o O que é a bile ? § Solução não enzimática formada por sais biliares (esteroides, aminoácidos e íons como Na+, K+, Mg2+, Ca2+), pigmentos biliares e colesterol § Sais biliares também são conhecidos como ácidos biliares. § Os sais biliares são frutos do metabolismo dos hepatócitos. § Os sais biliares ajudarão a emulsificar gorduras § Colesterol provém da circulação (artéria hepática ou veia porta) § Pigmentos biliares : • Hemácias (120 dias tempo de vida) -> fagocitadas por macrófagos quando envelhecem -> Hemoglobina libera globina e o grupo heme -> grupo heme vai ser quebrado e uma parte dele vai ser associado a albumina (proteína) formando Medicina SO II – Thayná Borba 32 a bilirrubina livre (hidrofóbica) -> fígado -> UDP glicorunitrasnferase (associar o ácido glicurônico tornando a bilirrubina livre hidrofílica) -> bilirrubina conjugada -> intestino -> ação bacteriana e enzimática -> perde o ácido glicurônico -> urobilinogênio -> sistema digestório -> fezes (estercobilina) Urobilinogênio -> reabsorvido no intestino -> sofre oxidação nos rins -> urina (urobilina) § Em recém nascidos a ausência ou redução de UDP é o que pode causar a icterícia. ü ESTUDO DE CASO o Mulher, 45 anos, Dor em cólica em HCD há mais ou menos 6h o Ingestão de alimentos gordurosos, náusea e vômito, febre. o Cólica toda vez que ingere comida gordurosa o Icterícia (+/4+) o FC: 86bpm o PA: 120X80 mmHg o T: 38 o Dor a palpação superficial e profunda o DB negativo (aparentemente não tem uma irritação peritoneal) Medicina SO II – Thayná Borba 33 o Ruído hidroaéreo positivo. ü Colecistopatias: cólicas biliares o Crônica e aguda 1. Colecistopatia crônica calculosa (CCC): § Sais biliares precipitam e formam cálculos § Assintomática § Cólica HCD e epigástrio: ingesta de alimentos gordurosos (2h) -> contração da vesícula biliar para liberação de sais biliares. § Melhora espontaneamente § Cólica – qualquer contração de uma víscera oca causando dor comum em mulher gordinha, acima dos 40 anos. § Comum nas 4Fs: forty, ferty, Fat, female § Não possui obstrução, apenas cólica. 2. Colecistite aguda § Calculo pode obstruir o ducto colédoco causando dor intensa, em HCD e epigástrio. Pode irradiar para ombro direito e dorso. § Pode levar a infecção (obstruções levam a infecções) § Febre, náuseas, vômitos -> por conta da má digestão e dor § Icterícia -> bilirrubina vai para o plasma devido o acúmulo dentro da vesícula causado pela obstrução do cálculo. § Sais biliares e bilirrubina extravasam para o plasma. Pele fica ictérica, a urina fica colúrica; porém não cai no sistema digestório, ficando as fezes hipocorada (acolia fecal) § Somente na colecistite aguda ocorre acolia fecal. § Colecistite crônica pode evoluir para aguda. § Na palpação tem-se dor em RCD – inspiração profunda – Sinal de Murphy § Diagnóstico – ultrassom § Tratamento : Cirúrgico Tratamento clínico (analgésico, antibiótico) Medicina SO II – Thayná Borba 34 11. SISTEMA PORTA-HEPÁTICO ü Circulação sistêmica – coração -> artéria -> arteríola -> capilar -> vênula -> veia -> coração ü Sistema porta – conexão de duas redes capilares por uma veia ü Sistema porta-hepático liga os capilares do TGI com os capilares do fígado via veia porta do fígado ü Função do fígado: metabolização de substância, produção de hormônios ü Artéria hepática também irriga o fígado, este sangue é rico em oxigênio; veia porta traz nutrientes para metabolização. ü Todas substâncias que são absorvidas pelo TGI são levadas para o fígado para metabolização. ü A partir das ramificações da veia porta o sangue rico em nutriente passa pelos sinusóides entregando os nutrientes aos hepatócitos, depois da metabolização o sangue volta para os sinusóides e chega na veia central. Este sangue é pobre em oxigênio e com nutrientes já metabolizados, chega na veia hepática, passa pela veia cava inferior, átrio direito, ventrículo direito, pulmões, hematose, sangue oxigenado e volta para a circulação sistêmica. ü O sangue oxigenado chega aos hepatócitos pelas ramificações da artéria hepática. ü Veia porta possui ramificações que são chamadas de veias tributárias, são elas: veia mesentérica superior, veia esplênica, veia mesentérica inferior. – elas drenam o sangue das estruturas do TGI até a chegada a veia porta. ü Veia mesentérica superior (drenagem do cólon ascendente, ceco, apêndice, íleo e jejuno, pâncreas e duodeno) principais tributárias -> veia pancreático duodenal; veia cólica direita; veia cólica média; veia íleocólica; veias jejunais e ileais. ü Veia esplênica (drenagem do estômago, pâncreas, omento maior e indiretamente cólon descendente, sigmoide e reto a partir de suas ramificações) -> tributárias -> veia gástrica curta, veia pancreática, veia gastromental esquerda, veia mesentérica inferior. ü Mesentérica inferior (drena sangue do cólon descendente, cólon sigmoide, reto e parte do cólon transverso) -> tributárias -> veia cólica esquerda, veia sigmóidea, veia retal superior. ü Veia tributária e veia porta não possuem válvulas ! (Válvulas são responsáveis por impedir o retorno de sangue por conta da gravidade) ü Causas de varizes: válvulas não funcionam do jeito que deveriam funcionar permitindo o retorno do sangue venoso. Com o retorno do sangue venoso, ocorre um quadro inflamatório, as veias vão se Medicina SO II – Thayná Borba 35 afrouxando e se distendendo; outra causa também é alteração na parede das veias, tornando menos resistentes. ü Obstrução de alguma veia do sistema porta hepático, o sangue consegue retornar e cair na circulação sistêmica, isso ocorre porque em alguns locais do nosso organismo ocorre o que se chama de anastomoses (união de dois ou mais vasos sanguíneos). ü As anastomoses podem ocorrer entre artérias, veias, arteríolas e vênulas. Elas proporcionam uma circulação colateral em casos de obstrução. Mas se a obstrução permanece por muito tempo e também está associada ao quadro de hipertensão, isso pode gerar quadro de varizes. ü Nosso organismo possui aproximadamente quatro anastomoses. ü A primeira localizado no esôfago, ocorre entre as veias esofágicas que drenam para veia ázigo (circulação sistêmica) ou para a veia gástrica esquerda (sistema porta). ü A segunda anastomose ocorre na porção retal; está entre a veia retal inferior (circulação sistêmica) e a veia retal superior (sistema porta-hepático). ü 12. ESTRUTURA E FUNÇÃO DO INTESTINO DELGADO ü Dividido em duodeno, jejuno e íleo. ü Duodeno – digestão; significa doze dedos (cerca de 25cm), sua primeira porção chamada de ampola, primeira parte, que é a parte superior do duodeno, consiste em 5cm, mais larga e fixa, possui mesentério. O duodeno recebe o quimo do estômago, a bile e suco pancreático. Duodeno é parcialmente retroperitoneal. ü Parte descendente é longa de 7 a 10 cm, encontram-se as papilas, papila duodenal maior e menor. Forma um “c” em volta da cabeça do pâncreas. ü Parte horizontal, parte longa de 6 a 8 cm, ü Parte ascendente é curta, de 5 cm, termina no jejuno formando a junção duodenojejunal – ligamento de Treitz. Antes do ligamento classifica-se em trato digestivo alto, e posterior ao ligamento, denomina-se trato digestivo baixo. ü Drenagem : linfonodos pancreáticos duodenais – mesentéricos superiores – lombares ü Jejuno : responsável pela absorção, possui vilosidades responsável pelo aumento da superfície de absorção. Cada vilosidade possui um vaso lácteo, uma veia e artéria. Toda parte de jejuno e íleo é intraperitoneal. Em relação a cor o jejuno é um vermelho vivo, íleo é mais claro. Parede mais espessa em relação ao íleo, maior vascularização, pregas mais altas, são algumas diferenças que podemos diferenciaro jejuno e íleo. ü Drenagem : linfonodos justaintestinais -> linfonodos mesentéricos -> linfonodos lombares. ü Vascularização : pancreático duodenal superior( originada de troco celíaco e gastroduodenal ) e pancreático duodenal inferior (originado de mesentérica superior ) - Irrigação de duodeno. ü Irrigação de Jejuno e íleo – artérias jejuais e ileais ( origem mesentérica superior ) elas enviam de 15 a 18 Ramos ao jejuno e vão se formar em arcos arteriais, formando os vasos retos. A drenagem ocorre pela veia mesentérica superior que se une a esplênica e formará a veia porta. ü Inervação : nervos esplâncnicos maior e menor. 13. MUCOSA DO INTESTINO GROSSO ü Região do ceco, colo ascendente, colo transverso, colo descendente, colo sigmoide, reto e canal anal. ü Absorção de água e eletrólitos, excreção do que não foi absorvido Medicina SO II – Thayná Borba 36 ü Não possui vilosidades, mas tenho microvilosidades. O intestino delgado apresenta vilosidades. ü Possui glândulas intestinais (presentes também no intestino delgado), essas glândulas são compostas por células denominas por colonócitos e células caliciformes. ü Saculações ou Haustras – regiões enrugadas do intestino grosso ü Possui duas camadas musculares (circular e longitudinal); camada longitudinal (tênia do colo) ü Canal anal é composto por dois esfíncteres (interno – músculo liso, externo – músculo esquelético)- contração tônica nos dois esfíncteres. ü Colonócitos possuem também microvilosidades aumentando a superfície de contato ü Dividido em túnica mucosa, submucosa, muscular e serosa ü Mucosa – formada por glândulas intestinais, irrigação sanguínea e linfática ü Submucosa – tecido conjuntivo frouxo, vasos sanguíneos e linfáticos, plexo submucoso (promove secreção e vasoconstrição). ü Muscular – camada circular (mais interna), camada longitudinal (mais externa) – formação das tênias do colo, elas possuem contração tônica que formará as haustras. ü Células absortivas ou colonócitos e células caliciformes (células que produzem muco) ü Função do muco : proteção mecânica, meio adesivo para o material fecal, barreira contra ácidos formados nas fezes. ü Células absortivas possuem canais de absorção de eletrólitos e água. Transportador antiporte (enquanto absorve um íon ele excreta outro). Além de muco tem-se secreção de bicarbonato e absorção de íons cloreto pelas células absortivas. A água é absorvida por osmose. ü Túnica serosa : tecido conjuntivo + camada de células pavimentosas ü Toda mucosa é formada por epitélio + lâmina própria + muscular da mucosa. Epitélio do intestino grosso (epitélio colunar simples). ü Entre as camadas musculares possuem o plexo mioentérico – motilidade do intestino ü Comparação entre os intestinos : 1. Intestino delgado e grosso possui epitélio colunar simples 14. ESTRUTURA E FUNCAO INTESTINO GROSSO ü Mede cerca de 1,5m ü Inicia na papila ileal e termina no anus ü Função: absorção de água e íons ü Presença de microrganismos simbióticos produzem vitamina K e B e os gases de hidrogênio ü Camadas : serosa, muscular e submucosa ü Calibre maior na região do ceco ü Algumas partes apenas são fixadas pelo mesentério ü Apêndices omentais do colo – projeções que contém gordura ü Tênias do colo : faixas espessas de músculo liso da camada longitudinal: mesocólica, omental e livre; irá formar as saculações; ela vai desde o ceco até o reto, no reto elas se fundem. São mais curtas do que o comprimento do intestino ü Pregas semilunares formam a haustras junto com a musculatura ü Ceco é contínuo ao íleo terminal (junção ileocecal) - Lábio ileocolico (superior) e e ileocecal (inferior) ao redor do óstio ileal formam a papila ileal ü Apêndice vermiforme – órgão vestigial, contém tecido linfoide, possui mesentério, 6-10cm, normalmente ele é retrocecal Ponto de McBurney – traçar uma linha até o umbigo da crista ilíaca, o centro é o ponto de McBurney Medicina SO II – Thayná Borba 37 ü Colo ascendente: Alojado no sulco paracólico direito e termina na flexura cólica direita, coberto por peritônio anteriormente e lateralmente ü Colo transverso: cerca de 45cm, estende-se da flexura cólica direita até a flexura cólica esquerda ü Colo descendente: alojado do sulco paracólico esquerdo ü Colo sigmoide: ü Drenagem linfática – linfonodos epicólicos, paracólicos e cólicos intermediários ü Irrigação parte da mesentérica superior e inferior; arcada de Riolan (comunicação entre as duas artérias) ü Arco justacólico – ficam grudadas ao intestino ü Reto: mesentérica superior e artéria retal ü Os movimentos misturam e propelem as fezes em direção ao reto – ocorre contração dos músculos; movimentos em massa ü Reto não possui tênias, apêndices omentais, saculações e pregas 15. DIGESTÃO E ABSORÇÃO DE CARBOIDRATOS, PROTEÍNAS E LIPÍDEOS ü Carboidratos o Da quebra dessa molécula a menor porção que pode ser absorvida é a glicose o Fórmula química : CH2O o Eles são capazes de gerar energia para o nosso corpo, cada carboidrato 4kcal/g, nosso sistema nervoso consome uma grande parte da nossa glicemia o Armazenamento: forma de glicogênio no fígado como glicogênio hepático (60-110g) e nos músculos como glicogênio muscular (320-400g) o 45-60% do consumo tem quebrei baseado em carboidrato (está presente nas massas, em alguns legumes e vegetais, produtos industrializados, produtos produzidos pela natureza como o mel) o VCT (valor do consumo total – baseado no que você precisa) o Carboidratos ajudam a formar elementos de sustenção e estrutura de vários organismos: Ex: ácido hialurônico, quitina, celulose, peptídoglicano o Fonte de carbono para biossíntese de moléculas como ácido graxos, colesterol, aminoácidos o Integram sistemas de defesa o Os carboidratos são classificados pelas suas unidades – monossacarídeo (carboidrato simples, menor molécula mais fácil passa nas vilosidades do intestino delgado, ex: glicose, frutose e galactose); oligossacarídeo (dois a dez monossacarídeos, ex: sacarose, lactose, maltose, chance do nosso corpo absorver é quase zero); polissacarídeos (moléculas formadas por mais de dez monossacarídeo, ex : amido, celulose, quando ele começa a ser digerido irá formar vários oligossacarídeos que também não conseguem ser absorvidos, esses serão quebrados em monossacarídeos e aí sim serão absorvidos). Medicina SO II – Thayná Borba 38 ü Digestão é o processo no qual uma molécula terá seu tamanho reduzido. Ela pode ser mecânica (trituração pela mastigação) ou química. 1. Boca o A digestão química dos carboidratos começa na boca; na boca temos a enzima alfa- amilase (especializada em quebrar o amido; só consequência atuar nas ligações entre o carbono 1 e o carbono 4 das moléculas de glicose), da quebra do amido resultam maltose e oligossacarídeos. o A alfa-amilase tem maior atividade em pH neutro (pH da boca). o Somente 5% dos amigos são hidrolisados na boca. 2. Estômago o Enquanto o bolo alimentar estiver no fundo do estômago, a amilase salivar estará agindo (40% de digestão do amido no estômago) Medicina SO II – Thayná Borba 39 o Bolo alimentar chega no corpo do estômago – amilase não tem mais função 3. Duodeno o No primeiro terço do duodeno tem-se secreção tampão (bicarbonato) neutralizando o ácido que veio no bolo alimentar do estômago. o Na papila duodenal maior o bolo alimentar encontra-se com o sulco pancreático, o sulco pancreático possui uma outra alfa-amilase denominada por alfa-amilase-pancreática. Atua muito bem em pH alcalino, ela não se assemelha a alfa-amilase presente na boca. o Alfa-amilase-pancreática quebra ligações alfa na cadeia 1-4 e quebra na cadeia 1-6. Produtos : maltose + oligossacarídeos + isomaltose (glicose). o Ainda na região do duodeno tem-se produção de enzimas : maltase (de enzima especializada em digerir maltose) -> formando glicose Sacarase (especializada em quebrar sacarose, ela é capaz de quebrarligações do tipo alfa e beta entre o carbono 1 e 2) -> liberação de glicose e frutose Lactase (enzima especializada em digerir carboidratos presentes no leite, só quebra ligações do tipo beta) -> liberação de glicose e galactose Isomaltase (enzima especializada e específica que quebra as ligações alfa da isomaltose liberando glicose. ü Absorção o Todos serão muito bem absorvidos nas vilosidades do intestino delgado, a glicose e galactose aproveitam o transporte secundário do sódio para permear a membrana das vilosidades do intestino. A frutose tem um próprio canal de absorção intestinal (GLUT5) e sai pela vilosidade pelo GLUT2 o paciente com diarreia e vômito, desidratado e fraqueza, qual à primeira intervenção ? Tomar soro, pois o soro tem uma grande quantidade de glicose, sódio e etc. quanto mais sódio absorvido mais a glicose aproveita desse transporte. o Se a bomba de Na/K parar o que acontece com a absorção de glicose ? Demora um tempo mas o sódio atinge seu potencial de equilíbrio dentro da vilosidade, assim que ele alcança esse potencial, a absorção de glicose será zerada. o Quem pode prejudicar a absorção de frutose ? Em difusão facilitada há um momento de saturação de dos canais, portanto ela só poderá ser prejudicada pela velocidade de difusão. o Do capilar a molécula absorvida vai para uma vênula -> veia porta -> fígado ü Oligossacarídeos e polissacarídeos: não digeríveis o São chamados de fibras alimentares – qualquer material comestível que não seja hidrolisado pelas enzimas endógenas do trato gastrointestinal humano. Ex: chia, quinoa. o Diminuição do tempo de trânsito intestinal e aumento do volume fecal (quanto mais distende-se uma víscera o reflexo dela é contrair o Fermentação pela microbiota dos intestinos o Redução dos níveis sanguíneos de colesterol total ou de LDL (elas conseguem atrair moléculas lipossolúveis) o Redução dos níveis pós-prandiais da glicose e/ou insulina. ü Proteína o Estrutura química formada por aminoácidos o Fórmula : CHON (grupo NH2) o Não fica estocada como glicogênio hepático e muscular o Função: dão origem a hormônio, pequenas enzimas, podem ajudar em estruturas (tecido epitelial), podem trabalhar como estruturas contratareis, ajudam no transporte de membrana Medicina SO II – Thayná Borba 40 o Recomendações : 10-35% VCT diário o A maioria da fonte proteica é de origem animal o Se eu digerir uma proteína o produto final é um aminoácido. o A formação de proteína possui ligações específicas, aminoácidos estão ligados por ligações peptídica (ligação interna). A proteína é começada a ser digerida pela quebra dessas ligações e posteriormente a quebra das ligações terminais. ü Digestão o Enzimas chamadas de proteases. Elas quebram ligações internas. Essa enzima pode ser chamada também de endopeptidase o Atuação nas terminações – grupo de enzimas chamadas de exopeptidase – digerem as ligações peptídicas terminais. Ex: aminopeptidase e carboxipeptidase 1. Estômago Momento em que o bolo alimentar está ao corpo do estômago. CONTINUAR VER A AULA ! (Digestão de proteínas está incompleto) ü Digestão de lipídeos • Começa na boca – enzima chamada lipase lingual, tem ativação em pH neutro. Alimento será deglutido pela lipase e amilase, bolo alimentar passa para o fundo do estômago. Quantidade pequena de lipídeos sofre essa digestão (10%) ao sair do fundo do estômago a digestão de lipídio é reduzida, bolo alimentar segue para para o duodeno, • Duodeno – primeiro momento o alimento será tamponado e em segundo momento bolo alimentar tem contato com suco pancreático (lipase pancreática – pH alcalino) + bile (bile não é enzima). Sais biliares vão emulsificar gordura (transformar molécula de gordura em pequenas moléculas). A digestão dos lipídeos ocorrerá dentro da gotícula. ü Absorção • Sais biliares liberados no duodeno irão emulsificar as moléculas de gordura. Assim a lipase entra em ação formando em ácido graxo livre e monoacilgliceróis, pode formar colesterol. Elas serão trazidas até a vilosidade onde ocorrerá o processo de absorção. REL e complexo de Golgi irão envelopar essas moléculas transformando-as em quilomicron. Quilomicron é hidrofóbico. Será captado por capilares linfáticos, sobe até a veia braquiocefálica e gotejam no sistema circulatório. Se uma pessoa fizer drenagem linfática posso pensar que chegará mais quilomicron na minha circulação, essa gordura irá para nosso metabolismo podendo virar energia, hormônios esteroidais, ou até acumular-se no tecido adiposo. Sem sais biliares a digestão de gordura não seria emulsificada logo grande quantidade de gordura saindo nas fezes (esteatorréia). ü CASO CLÍNICO • INTOLERÂNCIA ALIMENTAR Paciente 47 anos de idade, há um ano vem sentindo diarreia, flatulência, distensão abdominal. Contam que episódios ocorriam 30 min a 4h após refeição. Relata que fica melhor pela manhã, quando come começa ficar mal. Um jejum de 8h melhora tudo. Relata ter osteoporose, em tratamento com medicação (vit D) e indicação da aumento da ingestão de cálcio (leite). Exame físico: abdômen doía a palpação, distendido. Medicina SO II – Thayná Borba 41 Laboratório: discreta anemia (fazia tempo que não comia), o restante está normal. • Intolerância lactose – é um distúrbio digestivo associado a baixa ou nenhuma produção de lactase pelo intestino delgado. § Os sintomas irão variar com a maior ou menor quantidade de leite e derivados digeridos. E também varia muito de indivíduo para indivíduo. § Tudo isso de acordo com a quantidade e atividade de lactase de cada um. § Os sintomas também aumentam com a idade § Ela acontece quando o organismo não consegue digerir a lactose § Lactose é extremamente osmótica, atrai água para o intestino grosso, ela se acumula no intestino, é fermentada pelas bactérias que fabricam ácido lático e gases, gerando muita cólica, distensão, gases. Fezes ficam ácidas. § Ela é restrita ao intestino § Diagnóstico diferencial: 1) Alergia a proteína do leite (reação imunológica) 2) Alergia a gordura do leite (reação imunológica) 3) Dispepsia (acidez pelo excesso de cálcio do leite) 4) Verminoses 5) Outras intercidades intestinais § Por que isso acontece ? Homem primitivo possuía dieta baseada em carne de carniça, tubérculos, raízes, frutas. Agricultura e domesticação permitiu introdução de novos alimentos como grãos, frutas domésticas, mel, leite. Houve tempo de adaptação parcialmente. § Epidemiologia: pesquisas mostram que 70% dos brasileiros apresentam algum grau de intolerância à lactose, que pode ser leve, moderado ou grave. A maioria é assintomático: depende da quantidade de leite ingerida e da atividade e quantidade de lactase que possui. Negros, asiáticos possuem mais. § Tipos de intolerância 1) Deficiência congênita – por um problema genético a criança nasce sem produzir lactase 2) Deficiência primária – diminuição natural e progressiva na produção de lactase a partir da adolescência e até o fim da vida; forma mais comum 3) Deficiência secundária – a produção de lactase é afetada por doenças intestinais, como diarreia, síndrome do intestino irritável, doença de Crohn, doença celíaca, ou alergia a proteína do leite, por exemplo. Nesses casos a intolerância pode ser temporária e desaparecer sobre o controle da base. § Sintomas : dor abdominal, diarreia, distensão abdominal, gases, as vezes da náusea, dor anal e assadura pela presença de fezes ácidas. Costumam surgir minutos ou horas depois da ingestão de leite e derivados. § Crianças pequenas e bebes portadores não crescem direito e emagrecem § Mulheres estão mais suscetíveis a desenvolver § Complicações : doença óssea e dentária (deficiência do cálcio); desnutrição. § Diagnóstico Boa anamnese; exame físico. Medicina SO II – Thayná Borba 42 § Exame – teste de intolerância à lactose (prova de absorção) Oferecido pelo SUS gratuitamente, paciente recebe uma dose de lactoseem jejum, depois de algumas horas, colhe amostras de sangue para medir os níveis de glicose, que permanecem inalterados nos portadores do distúrbio. Esse indivíduo não consegue absorver lactose com isso a glicose não aumenta. Se não subir 20mg/dl em qualquer tempo significa que a lactose não foi hidrolisada indicando uma deficiência de lactase. § Teste de hidrogênio na respiração – considera o nível de hidrogênio eliminado na expiração depois de o paciente ter ingerido doses altas de lactose (pela fermentação bacteriana). § Teste de acidez no exame de fezes § Tratamento Pode ser controlada com dieta e medicamento. De início Suspender a ingestão de leite e derivados da dieta a fim de promover o alívio dos sintomas. Depois esses alimentos devem ser introduzidos aos poucos até identificar a quantidade máxima que o organismo suporta. Conduta com objetivo de manter a oferta de cálcio. Suplementos com lactase (lactosil); leites modificados com baixo teor de lactose mantém o aporte de cálcio. Na medida do possível o leite não deve ser abolido da dieta. Remédios podem conter lactose em sua composição, tomar cuidado. Leite de soja, arroz, aveia não contém lactose porém não tem boa quantidade de cálcio. 16. ABSORÇÃO DE VITAMINAS, ÁGUA E ELETRÓLITOS ü Vitaminas : o que são ? Micronutriente orgânicos essenciais para a vida. O organismo é incapaz de sintetizar vitaminas, a alimentação é a principal fonte. ü Classificação : agrupadas em dois grupos ü Lipossolúveis – ADEK, são solúveis em lipídeos e compostos orgânicos. 17. REGULAÇÃO DO METABOLISMO ENERGÉTICO ü Regulação do peso corporal é baseada em dois pontos : ingestão alimentar e gasto energético. ü Gasto energético é composto por diversos fatores: biológicos e relacionados ao estilo de vida. o Taxa de metabolismo basal – é o quando nosso organismo consome de energia para manter funções vitais. (Sono, atividade cerebral, contração cerebral..). Ela corresponde a 60% do nosso gasto energético total. o Gasto energético total (GET)= taxa de metabolismo basal (60%) + atividade sem exercício (7% do nosso gasto energético total) + atividade física intencional (exercício físico)(25%) + efeito térmico dos alimentos (8%). o Padrão ouro para saber a taxa de metabolismo basal é a calorimetria. o Calorimetria direta – câmara onde o indivíduo passa o dia lá, assim a taxa é calculada pelo consumo de oxigênio. o Calorimetria indireta – aparelho pequeno. Utiliza o consumo de oxigênio para o cálculo. ü Fatores que podem interferir na taxa de metabolismo basal são: o os hormônios (testosterona, Gh, T3 e catecolaminas). Medicina SO II – Thayná Borba 43 o Quando maior a quantidade de massa muscular (20-30% da taxa de metabolismo basal) o Temperatura do ambiente (10-20%), no frio nosso gasto é maior o Sono: redução da TMB de 10-15% o Desnutrição: redução de 20-30% da TBM o Temperatura corporal ü O consumo de carboidratos e lipídeos – 4% a mais da taxa de metabólitos basal ü Proteínas – até 30% a mais da taxa de metabolismo basal (ela é mais lenta para ser digerida); além de elevar a taxa de metabolismo basal, a pretinha permite um feito duradouro (1h-12h após refeição). ü Carboidratos fornecem: 4kcal/g ü Proteínas: 4kcal/g ü Lipídeos: 9kcal/g ü Álcool: 7kcal/g ü Excesso de macronutrientes podem gerar acúmulo de tecido adiposo ü Ingestão alimentar § Definição: fenômeno voluntário, controlado através de sensações conscientes misturadas com estados afetivos que elevam a procura de alimento ou a sua rejeição. § Saciedade: sensação consciente da cessação de fome § Fome: conjunto de sensações devido a necessidade energética ou biológica § Apetite: desejo físico emocional de determinado alimento § Obesidade metabólica: desregulação no centro da fome § Obesidade hedônica: obesidade gerada por questões emocionais. § O indivíduo pode ter as duas. § No cérebro na região do hipotálamo possuímos o centro da fome e o centro da saciedade: o Centro da fome: região ventrolateral o Centro da saciedade: região ventromedial § No período pré-prandial já tenho o controle da ingestão alimentar, pela ativação do sistema nervoso central através do olfato, visão, estômago (grelina) ativa o centro da fome. § Indivíduo ingere o alimento; § Período pós-prandial: período pré-absortivo e período pós-absortivo o Período pré-absortivo: mecanorreceptores presentes na boca são ativados com processo de mastigação vão emitir sinais para o SNC centro da saciedade; receptores de distensão no estômago (sopa causa saciedade maior durante a refeição por distender o estômago rapidamente) esses receptores emitem sinais para o centro da saciedade. Intestino: CCK, GLP-1, PYY (emitem sinais para o SNC) o Período pós-absortivas: nutrientes (fígado), insulina (pâncreas), leptina (tecido adiposo) regulam o centro da fome e da saciedade. ü Mecanismos 18. PARATORMÔNIO, VITAMINA D, CALCITONINA – METABOLISMO ÓSSEO ü Células do tecido ósseo § Osteócito – manutenção de matriz óssea § Osteoblasto – sintetiza matriz óssea § Osteoclasto – reabsorção da matriz óssea ü A maior parte de absorção de cálcio ocorre em jejuno, por transporte Medicina SO II – Thayná Borba 44 ü Cálcio é um grande íon, utilizado em diversas funções do nosso corpo como formação da matriz óssea, sinalizador de mitose, meiose e hipertrofia, faz parte das cascatas de coagulação, essencial para contração muscular (músculo cardíaco e estriado esquelético). ü Absorção de cálcio -> LEC -> pode ir para o LIC ou pode ser reabsorvido nos ossos. ü Os compartimentos que possuem cálcio estão em constante retroalimentação. (LIC, LEC, osso) ü Homeostase do cálcio plasmático : 8,2 a 10 mg/dL (níveis plasmáticos de cálcio – eles irão controlar o feedback de cálcio) ü Regulação da homeostasia do cálcio § Formas sanguíneas do cálcio : § Cálcio fixado a albumina (40%) – não cai no processo de filtração renal (cápsula de Bowman) § Cálcio ultrafiltrável (60%) – constantemente passa pelo processo de filtração, reabsorção e excreção. § Na absorção intestinal do cálcio existe a atividade da vitamina D ativa; no processo de formação da matriz óssea atua a calcitonina; no processo de reabsorção da matriz óssea – PTH e calcitriol (vit D ativa); nos túbulos renais (cascatas – inibir ou aumentar a excreção do cálcio na urina); ü Paratormônio § Produzido e liberado pelas glândulas paratiróides § Hormônio que causa hipercalcemia (alto nível plasmático de cálcio) § Ele é um peptídeo, caminham dissolvidos no plasma, atuam em receptor de membrana -> ativação de via do AMPc § Possui produção contínua e pouco armazenado § Meia vida: menos de 20 min (pequena) § Paratireoide será estimulada a produzir PTH em momentos que o cálcio plasmático se encontra baixo. § Insuficiência renal; baixa ingestão de cálcio; fatores que contribuem para diminuição do cálcio plasmático § PTH atua em três tecidos principalmente: rins, ossos, intestino § Baixa concentração de cálcio -> ativa cascatas -> exocitose dos grânulos que contém PTH (leva a produção e liberação do PTH) § Ação do PTH o Rim v PTH -> se liga a receptor de membrana -> ativação de segundo mensageiro -> ativa cascata modulada pelo sistema adenilil ciclase -> AMPc -> cascata de fosforilação de cinase -> maior permeabilidade de cálcio v PTH elevado – redução na excreção de cálcio v Cálcio, sódio e fosfato são reabsorvidos; sódio e fosfato por simporte v Se uma pessoa nascer com problema no receptor de PTH – pode ter problema em manter os níveis plasmáticos de cálcio. o Osso v PTH vai modular a reabsorção da matriz inorgânica, a grande parte dessa reabsorção ocorre em esqueleto apendicular (membros superiores e inferiores) – nesse esqueleto boa parte dos ossos como matriz inorgânica. Medicina SO II – Thayná Borba 45 v A matriz óssea varia com as fases da vida v A origem de osteoclasto e macrófago é da mesma célula tronco hematopoiética
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