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Medicina SO II – Thayná Borba 1 1 - FISIOLOGIA SISTEMA ENDÓCRINO 1. EMBRIOLOGIA DE GLÂNDULAS A. Hipófise ü Origem ectodérmica (ectoderma oral – teto da cavidade oral -> forma a adeno-hipófise) ü Origem neuroectoderma (diencéfalo – neuroectoderma -> neuro-hipófise) ü Localização : sela turca ou sela túrcica do osso esfenóide ü Pedículo : região que adeno-hipófise “abraça” neuro-hipófise. B. Tireoide ü Origem endodérmica ü Consiste em lobo direito e esquerdo conectado pelo istimo ü Localizada na laringe ü Ela é formada pelos arcos faríngeos e depois se posiciona na laringe. 2. INTRODUÇÃO AO SISTEMA ENDÓCRINO ü Sistema nervoso e sistema endócrino atuam mantendo o corpo em homeostase/equilíbrio. ü Maioria das patologias do sistema endócrino são tratáveis ü Sistema endócrino começa atuar a partir da terceira semana de gestação. ü Hormônio -> mensageiro/sinalizador -> atua em células alvo constituída de receptor específico. ü Nascer sem receptor -> patologia -> não tratável (ex: nanismo) ü Locais que encontramos receptores : membrana celular, citosol, núcleo. ü Hormônios esteroides, CO2, O2 – passam livremente pela membrana por difusão simples. ü Classes hormonais : • Aminas : produzido a partir de um único aminoácido • Peptídeos : aminoácidos são necessários ( insulina, Gh ) • Esteroide : derivado de colesterol. ( hormônios sexuais – testosterona, progesterona..) ü Pró-hormônio: estoque de aminoácidos em uma glândula, que virarão hormônios independente da dieta do indivíduo. ü Hormônio peptídeo atua na MEC, sinalizando a célula. Todos os hormônios peptídeos dependem de um receptor de membrana. ü Os hormônios classificados em aminas são um pequeno grupo, classificados como hidrossolúvel e lipossolúvel. • T3 e T4 – hormônios tireoidianos – lipossolúveis; atuam em receptores citoplasmáticos • Adrenalina e noradrenalina – hidrossolúveis; atuam em receptores de membrana. ü Hormônio esteroide – melhor veículo para administração -> oleoso visto que ele é lipossolúvel. ü Principais glândulas endócrinas crânio-caudal : • Pineal • Hipófise - adeno-hipófise e neuro-hipófise (não sintetiza hormônio, apenas armazena) • Tireoide Medicina SO II – Thayná Borba 2 • Paratireoide • Pâncreas • Supra-renais (adrenal) • Testículo ou ovário. 3. HORMÔNIOS São mensageiros químicos, liberados em pequenas quantidades que exercem uma ação biológica em uma célula-alvo. Podem ser liberados por glândulas endócrinas, cérebro ou outros órgãos ( fígado, coração, tecido adiposo ) tendo por função manter a Homeostase. ü Como os hormônios circulam na corrente sanguínea ? Depende de sua solubilidade ! Hormônios hidrossolúveis circulam livremente. Hormônios lipossolúveis circulam associados à proteína. ü Hormônios que circulam associados a proteínas possuem vantagem por aumentar sua meia vida e permitir modulação de quantidade de hormônio que se ligará ao receptor. ü Globulinas são proteínas carreadoras sintetizadas no fígado. Portanto patologias hepáticas prejudicam a ação hormonal. ü Depuração humoral – eliminação de hormônio -> fígado e rim ü Taxa de depuração metabólica : quantidade de hormônio que se depurou do sangue por unidade de tempo. A. Classificação i. PEPTÍDEOS OU PROTEÍNAS Ø Constituem a maioria dos hormônios; Ø trata-se de moléculas compostas por 3 a 200 aminoácidos ( cadeias curtas ou longas ); Ø Síntese : sintetizados na forma de pré-pró-hormônios (ribossomo) e processados na forma de pró-hormônio (REG). Depois acondicionado em vesículas secretoras (complexo de Golgi) e liberado pela célula em resposta ao influxo de cálcio para o interior da célula. Ø Exemplo : insulina, Gh, glucagon, ACTH, calcitonina, ocitocina, LH, FSH, ADH, prolactina, TSH, TRH, PTH. Ø Meia-vida: 4 a 40 min Ø Receptores de membrana ii. ESTEROIDES Ø São derivados do colesterol Ø Sintetizados no córtex da supra-renal, gônadas, placenta Ø Meia-vida : 4 a 170 min Ø Receptores intracelulares iii. AMINAS Ø Derivados de aminoácidos Ø Sintetizados a partir do aminoácido tirosina e incluem as catecolaminas norepinefrina, epinefrina, dopamina e hormônios tireoidianos. Ø Meia-vida : 2 a 3 min Ø Receptores de membrana. iv. QUANTO A SOLUBILIDADE Ø Hidrossolúvel – aminas, peptídicos e hormônios eicosanoides; Medicina SO II – Thayná Borba 3 Solubilizam-se com facilidade no plasma sanguíneo e no interstício celular assim podem circular livremente. Porém há exceções : Gh e IGF circulam associado a proteína Ø Lipossolúvel – esteroides, hormônios da tireoide, e óxido nítrico Circulam ligados à proteínas plasmáticas ( globulinas- sintetizadas no fígado ) Vantagens de ser transportados com proteínas : aumento da meia vida, regulação da quantidade de hormônio que se ligará a receptor. Globulinas transportam: andrógenos, estrógenos, glicocorticóides, hormônios tireoidianos B. Receptores de hormônio ü O tipo de receptor ao qual o hormônio irá se ligar é determinado em grande parte pela estrutura química do hormônio. Eles são classificados em receptores de membrana e receptores intracelulares. ü Receptores de membrana – localizam-se dentro da dupla camada fosfolipídica das células alvo. A ligação do hormônio aos receptores formarão o complexo hormônio-receptor que irão desencadear uma cascata de sinalização no interior da célula resultando em resposta biológica. Eles podem ser divididos em canais iônicos regulados por ligantes e receptores que regulam a atividade de proteínas intracelulares. 1. Canais iônicos regulados por ligantes Receptores acoplados aos canais iônicos; o hormônio ao se ligar a esse receptor produz uma alteração conformacional que determina a abertura dos canais iônicos da membrana e íons migram para dentro da célula. Efeitos celulares produzidos em poucos segundos. 2. Receptores que regulam a atividade de proteínas intracelulares – proteínas transmembranares que enviam sinais para alvos intracelulares. Principal tipo : receptores acoplados à proteína G e receptor das tirosinocinases. A ligação do hormônio ao receptor associado à proteína, provoca sua ativação e consequentemente desencadeia uma cascata de sinalização de eventos que ativa proteínas e enzimas intracelulares, alcançando o núcleo e promovendo a transcrição e expressão de genes. Principais tipos : acoplados à proteína G e receptores de tirosinocinases. • Receptor acoplado a proteína G A ligação do hormônio ao receptor acoplado a proteína G produz uma alteração conformacional induzindo a interação do receptor com a proteína G estimulando a liberação de GDP em troca do GTP e a proteína G fica ativa. Está ativada dissocia-se do receptor, seguido de dissociação de α-βγ, e ativa seu alvo intracelular. Hormônios que utilizam essa via : TSH, ADH (vasopressina), catecolaminas ( norepinefrina, dopamina, epinefrina ) Principais enzimas que interagem com a proteína G : adenilato ciclase e fosfolipase C . • Receptores de tirosinocinases São habitualmente, proteínas transmembrana simples Homônimos que utilizam esse tipo de receptor: insulina e fator de crescimento. A ligação do hormônio a esses receptores ativa sua atividade de cinase intracelular, resultando em fosforilação dos resíduos de tirosina no domínio catalítico do próprio receptor com aumento de sua atividade de cinase. ü Receptores intracelulares – família dos receptores de esteroides. - Consistem em fatores de transcrição com locais de ligação para os hormônios e para o DNA. Medicina SO II – Thayná Borba 4 - A formação do complexo hormônio-receptor e a ligação ao DNA resultam em ativação ou repressão da transcrição gênica. - O hormônio para se ligar a esse receptor, precisa ser hidrofóbico/lipofílico – somente hormônios tireoidianos, vitamina D e hormônios esteroides preenchem esse critério. - a distribuição desses receptores se da no citosol ou no núcleo. A formação do complexo hormônio- receptor com receptorescitosólicos provoca um alteração conformacional que permite sua entrada no núcleo. - receptores não ligados, podem estar no núcleo – receptores de hormônios tireoidianos. Quando este se liga ao receptor, ativa a transcrição gênica. C. Transporte Hormonal Ø Depende das propriedades de solubilidade do hormônio Ø Os hormônios circulam pelo sangue associados a proteínas ou de forma livre. Ø O hormônio livre constitui a forma ativa do hormônio Ø A ligação de um hormônio a uma proteína de ligação, prolonga a sua meia-vida. Ø A remoção de hormônios da circulação é conhecida como taxa de depuração metabólica : volume de depuração do hormônio por unidade de tempo. Os hormônios podem ser removidos da circulação por inativação no fígado através de reações de fase I ( oxidação ) e/ou reações de fase II ( redução ) e em seguida ser excretado pelo fígado(bile) ou rim(urina). Podem ser degradados a metabólitos inativos em células-alvo por meio da internalização do receptor-hormônio e ação lisossomal. Pequena fração de hormônio produzido é excretado de modo intacto na urina e fezes. A degradação metabólica no fígado se da por : oxidação, redução, hidroxilação, descarboxilação, metilação, e entre outros. D. Efeito dos hormônios Endócrino – hormônio liberado na corrente sanguínea e transportado para exercer efeito sobre células- alvo distantes. Parácrino – hormônio liberado de uma célula exerce função biológica sobre uma célula vizinha. Autócrino – hormônio liberado produz efeito biológico sobre a mesma célula que libera Citosólicos – moléculas lipofílicas – respostas mais lentas Núcleo – moléculas lipofílicas – respostas mais lentas Membrana – moléculas hidrofílicas ou lipofóbicas – desencadeia uma respostas intracelular rápida. ( peptídeos e catecolamina ) Agonistas de receptores de hormônio são moléculas que se ligam a receptores e produzem um efeito biológico semelhante ao induzido pelo hormônio. Antagonistas são moléculas que se ligam a receptores de hormônios inibindo os efeitos biológicos de um hormônio específico. Medicina SO II – Thayná Borba 5 4. HORMÔNIO DO CRESCIMENTO GH ü Peptídeo; meia vida: 20min aprox. GHBP prolonga a meia vida do GH ü Hormônio do crescimento ( tecido ósseo, muscular e adiposo ) ü Liberado de somatotropos (tipo celular da adeno-hipófise) em quantidades abundantes 50%. Portanto o GH é sintetizado e armazenado nos somatotropos ü A maior parte da secreção é noturna; liberação em surtos pulsáteis ü Regulação da liberação de GH: dois principais reguladores hipotalâmicos da liberação de GH pela adeno-hipófise são GHRH (hormônio de liberação do Gh) e a somatostatina. o GHRH – exerce influência excitatória o Somatostatina – influência inibitória sobre os somatotropos; a liberação de GH também é inibida pelo fator de crescimento semelhante a insulina I – IGF-1, produzido no fígado em resposta a estimulação de receptores de GH, portanto o GH estimula a produção de IGF-1 que por retroalimentação negativa inibe sua secreção. o Grelina também pode estimular a secreção de GH. ü O IGF-1 circula no sangue na forma livre ou ligado à proteína (IGGBP), essas proteínas possuem ação autócrina ou parácrina; possui meia vida de cerca de 15 a 20 min ü O IGF-1 é secretado primariamente no fígado e transportado para os outros tecidos onde atua como hormônio endócrino. IGF-1 secretado por tecidos extra-hepáticos, atua localmente como hormônio parácrino. ü Hormônio de liberação do hormônio de crescimento – GHRH : ocorre aumento da transcrição de genes de GH, biossíntese e proliferação de células responsáveis pela secreção (somatotropos). GHRH liga-se a receptores acoplados à proteína G dos somatotropos, ativando adenilato ciclase. Com isso leva ao acúmulo de AMPc dentro da célula e uma série de reações acontecem até que a transcrição do gene de GH aumente. ü Somatostatina sintetizada em várias regiões do cérebro, órgãos periféricos (pâncreas). Ela exerce seu efeito fisiológico se ligando em receptores acoplados à proteína Gi, diminuindo a atividade da adenilato ciclase, AMPc, e concentrações de cálcio. ü Catecolaminas, dopamina e aminoácidos excitatórios estimulam a liberação GHRH e diminuem a de somatostatina, aumenta então a secreção de GH. ü Certos sinais metabólicos como a glicose e aminoácidos, podem afetar a liberação de GH. Em situações de hipoglicemia a secreção de GH em seres humanos é estimulada. Glicose e ácidos graxos não-estratificados diminuem a secreção de GH. Medicina SO II – Thayná Borba 6 ü Aminoácidos como a arginina aumentam a secreção de GH através da redução na liberação de somatostatina. ü GH é liberado da adeno-hipófise na circulação sistêmica. ü Meia vida do hormônio: 6 a 20 min ü Ele é degradado nos lisossomos após ligação ao receptor e internalização do complexo hormônio- receptor. ü Efeitos fisiológicos do GH: o O GH induz efeitos fisiológicos diretamente nas células alvo através da ligação a receptores, e indiretamente através da síntese e secreção de IGF-1. ü Esse hormônio estimula o crescimento longitudinal, aumentando a formação de novo osso e cartilagem. ü Os efeitos começam gradualmente durante o primeiro e segundo ano de vida atingindo o pico na puberdade e cai no envelhecimento. ü Aumenta formação óssea no adulto e em menor grau a reabsorção óssea. ü Além de seus efeitos no crescimento, o GH influencia o metabolismo das proteínas, carboidratos e gordura. ü O GH estimula a lipólise, o transporte de aminoácidos nas células, a síntese de proteínas. ü Dosagem plasmática de GH : ü Frio, estresse, hipoglicemia -> Feedback positivo na produção de GH GH Aumento do transporte de aa. p/ dentro da cél. Aumento de síntese de proteínas Diminuição do catabolismo (processo de degradação de proteínas) Aumento de ácidos graxos (mobiliza para formar glicose) Diminuição da degradação da glicose Aumento do depósito de glicogênio na célula Célula capta menos glicose Aumento de glicose no sangue Aumento na produção de insulina Medicina SO II – Thayná Borba 7 5. FISIOLOGIA DO HIPOTÁLAMO E DA HIPÓFISE ü Hipotálamo e hipófise – unidade única ü Sistema endócrino se modula com o sistema nervoso ü Hipófise está protegida pela sela túrcica; hipotálamo está acima do quiasma óptico. ü Hipófise : adeno-hipófise – glandular; neuro-hipófise – cheia de neurônio ü O hipotálamo está ligado à neuro-hipófise por neurônios, essa comunicação se dá através do pedúnculo hipofisário, e a adeno-hipófise é comandada por rede sanguínea, sistema chamado porta-hipofisário, parte mais vascularizada do organismo, vem das carótidas internas, se transforma em artérias hipofisárias superior, média, inferior. Combina-se com rede capilar (veias drenando haste) ü Adeno-hipófise recebe hormônios produzidos no hipotálamo através do sistema porta-hipofisário. O hipotálamo neuronal produz hormônio este estimula a adeno-hipófise pelo sistema porta- hipofisário a produzir outros hormônios. (2 comandos) ü Neurossecreção: secreção hormonal por neurônios (hipotálamo) Ø Núcleos hipotalâmicos para a NEURO-HIPÓFISE -> hormônio anti-diurético (ADH) ou vasopressina; ocitocina. (Hormônios são armazenados na neuro-hipófise e depois cairão na corrente sanguínea. Ø Núcleos hipotalâmicos para sistema porta-hipofisário -> Núcleo hipotalâmico – GHRH, GNRH, somatostatina, etc. Hormônios hipofisários – ACTH, TSH, GH, etc. ü Hormônios hipotalâmicos : v GHRH - estimula secreção de GH (somatotrófico) - produzido no núcleo arqueado - células somatotróficas presentes na adeno-hipófise estimuladas pelo GHRH secretarão então o GH v Somatostatina - inibe o hormônio do crescimento GH e TSH - produzida no núcleo periventricular - cai no sistema porta-hipofisário inibindo células somatotróficas e células tireotróficas - assim os níveis de TSH e GH diminuem. v TRH - secretado do núcleo paraventricular - estimulaa secreção de TSH (tireotrofina) pelas células tireotróficas v CRH - hormônio liberador da corticotrofina (ACTH) - produzido no núcleo paraventricular - estimula a secreção do ACTH através das células corticotróficas. - ACTH age no córtex da adrenal -> produção de cortisol v GnRH - Hormônio de liberação das gonadotropinas - produzido na área pré-óptica do hipotálamo - controla dois hormônios : LH e FSH - cai no sistema porta-hipofisário e estimula as células gonadotróficas a secretarem LH e FSH que irão atuar nas gônadas. v Prolactina Medicina SO II – Thayná Borba 8 - a prolactina não tem estímulo vindo do hipotálamo e sim é produzida por estímulo mecânico (sucção) ü Tipos celulares da hipófise - existe um tipo celular para cada hormônio secretado (imunocitoquímica) - estimuladas pelos hormônios do hipotálamo 1. Somatotropos: 50% - GH 2. Tireotrópos: <10% - TSH 3. Corticotrópos: 15 a 20% - ACTH 4. Gonadotrópos: 10 a 15% - LH e FSH 5. Lactotrópos: 10 a 25% - PRL ü Os hormônios são SECRETADOS pela adeno-hipófise e ARMAZENADOS pela neuro-hipófise ü Hormônios secretados pela adeno-hipófise: GH (somatotrófico); ACTH (corticotrofina); TSH (tireotrofina); FSH e LH (gonadotrofinas); prolactina. ü Hormônios secretados pela neuro-hipófise são sintetizados por corpos celulares (neurônios) do hipotálamo e armazenados na neuro-hipófise. ü Hormônios secretados pela neuro-hipófise: ADH (hormônio anti-diurético); Ocitocina. ü EFEITOS DOS HORMÔNIOS : • GH : promove crescimento linear, quando liberado pela adeno-hipófise, atua no fígado que secretará IGF-1 (somatomedina.C) mediador que promoverá o crescimento de ossos, músculos, cartilagem, tecido adiposo. GHRH (+) Somatostatina (-) -> hipotalâmicos. Excesso de GH leva ao gigantismo, deficiência -> pigmeu • ACTH : CRH é secretado, estimula células a secretarem o ACTH, está irá atuar na glândula adrenal promovendo liberação de cortisol. Situações em que há excesso de cortisol : retenção hídrica, atrofia muscular, aumenta PA, fragilidade de vasos capilares, mobilização de gorduras. – SÍNDROME DE CUSHING Situações em que há falta de cortisol : perda hídrica, diminui PA, fraqueza, desmaios – DOENÇA DE ADDISON • TSH: É regulado pelo hormônio TRH hipotalâmico, e também pelos hormônios tireoidianos T3 e T4. Estimula na tireoide : produção de hormônios, hipertrofia da tireoide, hiperplasia da tireoide. BÓCIO – excesso de TSH na tireoide, falta de iodo não produz T3 e T4 -> não ocorre Feedback negativo. HIPOTIREOIDISMO – falta de TSH. • Gonadotrofinas: LH e FSH - LH – hormônio luteinizante - FSH – hormônio foliculoestimulante - funções: ligam-se as gônadas, produção de esteróides sexuais, gametogênese. - Homens: LH: produção de testosterona, maturação de espermatozóides; FSH: maturação de espermatozóides, crescimento testicular. - Mulheres: LH: produção de estrogênio e progesterona, surto : ovulação, corpo lúteo: progesterona. FSH: desenvolvimento do folículo, secreção estrogênica. • Prolactina - efeitos : estimula a lactação, estimula crescimento mamário, estimulado pela sucção. - é difícil ficar grávida amamentando pois os níveis de FSH e LH ficam muito baixos nesses períodos. • ADH ou Vasopressina Medicina SO II – Thayná Borba 9 - funções : absorção de água nos túbulos renais (promovendo anti-diurese); aumenta osmolaridade urinária. - ADH em capilar peritubular aumenta a permeabilidade, água é reabsorvida, e urina fica mais osmótica (concentrada/hipertônica) • Ocitocina - funções : estimula a contração de células mioepiteliais importante para a ejeção do leite, estimula as contrações uterinas durante o trabalho de parto. 6. HORMÔNIO ANTI-DIURÉTICO (ADH) ü Funções : 1. Absorção de água nos túbulos contorcidos distais e ductos coletores promovendo a anti-diurese. 2. Vasoconstrição arteríolar: aumento da PA ü Efeitos fisiológicos: anti-diurese : diminui a diurese, urina mais osmótica, retenção de água; vasoconstrição: aumento de pressão arterial, diminui sudorese => ESSES EFEITOS LEVARÃO A DIMINUIÇÃO DA OSMOLARIDADE PLASMÁTICA. ü Fatores que estimulam a secreção de ADH : • aumento de osmolaridade • Diminuição de pressão arterial • Volume intersticial (desidratação) e intravascular (hemorragia) ü Fatores que inibem a secreção de ADH: • Frio (urinamos mais) • Álcool (inibe a ação do ADH) • Atividade simpática ü Caso clínico : Mulher, 42 anos, relata que há 2 meses observou aumento da diurese, aumento de sede, cefaleia frontal e diminuição de acuidade visual. AP: tabagista (10 maços-ano), etilista moderada, uso de anticoncepcional. AF: pai e mãe hipertensos. Exame físico: consciente, orientada, eupnêica, desidratada, anictérica, acianótica, afebril. PA: 90x60, FC: 110bpm, abdome: sem alterações, extremidades sem alterações, neurológico: alteração marcante de campo visual. Ao laboratório : maioria – normais, alterados – sódio : 148mEq/mL Hipernatremia. Osmolaridade urinária diminuída. Ressonância nuclear magnética crânio : tumor de hipófise comprimindo o hipotálamo Questões : 1. Diferenciar diabetes de origem central e periférica ? Origem central consiste na ausência do hormônio ADH, periférica rins produzem uma grande quantidade de urina diluída pois os túbulos renais não respondem a vasopressina. 2. O caso acima se enquadra em qual dos casos ? Diabetes de origem central. 3. Qual a meia-vida do ADH? Peptídeo, 20 min. 4. Qual a semelhança da patologia DI com o diabetes mellitus? Medicina SO II – Thayná Borba 10 7. HORMÔNIO PROLACTINA ü Função: desenvolvimento da glândula mamária durante a gravidez e estimulação da lactação no período pós parto. ü Pertence à família de somatotropina. ü Insulina : captação de glicose para produção de leite ü Hormônio : polipeptídeo ü Sintetizado e secretado por lactotrópos presentes na adeno-hipófise ü Há também fontes extra-hipofisárias de prolactina, como linfócitos, fibroblastos cutâneos, cérebro, glândula mamária, prostática, tecido adiposo. ü A liberação de prolactina encontra-se predominantemente sobre a inibição tônica através da dopamina. ü A liberação de prolactina é afetada por uma grande variedade de estímulos provenientes do ambiente e meio interno sendo o mais importante – SUCÇÃO, AUMENTO DOS NÍVEIS DE ESTRÓGENO NO OVÁRIO E O ESTRESSE ü A resposta da prolactina à sucção é mediado por diminuição na quantidade de dopamina liberada, removendo a inibição tônica dos lactotrópos. ü O estrogênio estimula o crescimento dos lactotrópos durante a gravidez. ü A prolactina através de Feedback positivo estimula o hipotálamo a secretar dopamina que como consequência inibirá sua secreção pela hipófise. (feedback de alça curta -> produto da segunda glândula -> adeno-hipófise) ü Os efeitos fisiológicos da prolactina são mediados pelo receptor desse hormônio ligado a membrana. Os receptores de prolactina são encontrados na glândula mamária e no ovário. A ativação do receptor mediada pela prolactina resulta na fosforilação da tirosina de numerosas proteínas celulares incluindo o próprio receptor. Os principais efeitos como dito acima, consistem em crescimento e desenvolvimento da glândula mamária, na síntese de leite e na manutenção de secreção do leite. Ela estimula a captação de glicose aminoácidos que serão utilizados na produção do leite. ü Os receptores estão presentes em órgãos como : fígado, glândula mamária, cérebro, sistema musculoesquelético, células do sistema imunológico, rins, suprarrenais, gônadas, pele, útero, hipófise, coração, pulmão. ü Hiperprolactinemia -> prolactina acima do fisiológico. -> acredita-se que tal quadro leve a situações de diabetes ou obesidade. ü Hormônios como estrógeno e progesterona inibem a secreção de prolactina, durante a amamentação esses hormônios se encontram em níveis baixos. ü O Feedback feito pelo leite é considerado de alça longa (produto da terceira glândula –> mamária)ü TRH, VIP, ocitocina podem estimular a secreção de prolactina. ü Somatostatina, noradrenalina, histamina, serotonina, óxido nítrico são alguns dos inibidores de sua secreção. ü 8. HORMÔNIO TIREOIDIANO Caso clínico : Paciente 46 anos, feminino, natural e procedente de campinas. Há cerca de 1 ano iniciou quadro de tristeza, angústia, dificuldade de manter relações profissionais e pessoais. Há 6 meses iniciou fraqueza intensa, Medicina SO II – Thayná Borba 11 sonolência e letargia. Conta que não consegue mais realizar atividades diárias e dorme em qualquer oportunidade do dia. QD: cansaço e fraqueza há 6 meses. AP: dificuldade de memória AF: mãe e tias com problemas na tireoide Hábitos de vida: tabagista (20 maços-ano), sem uso de medicações Exame físico : consciente, orientada, descorada (++/4+), eupnêica, anictérica, acianótica, afebril. FC: 62bpm, PA: 90x60 mmHg, FR: 12ipm. Tireóide impalpável, pele xerósica (ressecada) Ao laboratório : TSH – aumentado , T4 livre – diminuído. 1. Qual diagnóstico ? R: hipotireoidismo 2. Explique os sintomas. R: pode afetar a frequência cardíaca levando ao cansaço e fraqueza. 3. Como funciona a retroalimentação do hormônio tireoidiano ? R: os hormônios tireoidianos quando estão baixos, há um estímulo no hipotálamo para secreção de TRH, que estimulará a adeno-hipófise a secretar TSH. A. Hipotireoidismo ü Disfunção na glândula tireoide que se caracteriza pela queda na produção dos hormônios tireoidianos (T3 e T4) ü Feedback negativo : inibe hipotálamo e hipófise (alça longa e alça curta) ü Classificação : primário, secundário, terciário. ü Terciário : • Problemas no hipotálamo : tumores, traumas, isquemia, inflamação • Diminuição dos níveis de TRH, TSH, T3 e T4 ü Secundário : • Disfunção na adeno-hipófise: tumores, traumas, isquemia, inflamação, auto-imunidade, infecção. • Diminuição dos níveis de TSH, T3 e T4 • Aumento de TRH ü Primário : • Disfunção na tireoide – doenças auto-imune (Doença de Hashimoto), tiroidectomia, drogas, iatrogênico (tratamento com iodo radioativo) • Diminuição dos níveis de T3 e T4 • Aumento de TRH e TSH. (Não tem Feedback negativo) ü No hipotireoidismo há diminuição do metabolismo celular ü Sintomas : astenia, mal-estar, adinamia, hipotensão, hipotermia (frio), depressão, alteração de atenção, alteração de memória, obstipação intestinal, hiporreflexia, madarose lateral, cabelos grosseiros, secos e quebradiços, edema periorbital, pele seca. ü Inicialmente : depressão, falta de memória, falta de concentração. ü O hormônio tireoidiano é responsável pela produção de energia, no hipotireoidismo não há estímulo do apetite porém há redução no metabolismo. A obesidade pode não estar associado. ü Hormônio tireoidiano é lipossolúvel com receptor presente no núcleo celular Medicina SO II – Thayná Borba 12 ü Sintomas dermatológicos : pele seca, xerósica, mixedema : língua, corda vocal, faces, membros inferiores. ü Exame físico : Bradicardia, bradipnéia, hipotensão, hiporreflexia ü Exames laboratoriais: Aumento de TSH, diminuição de T4 livre, sódio diminuído, discreta anemia. ü Tratamento: Reposição hormonal Levotiroxina (T4) B. Hipertireoidismo ü Funções do hormônio tireoidiano : • Aumento do metabolismo – aumento de glicólise e diminuição do colesterol. • Aumento do crescimento (ósseo e cérebro) • Aumento de necessidade de vitaminas • Aumento do apetite • Sistema cardiovascular – aumento FC, DC, FR • Aumento da motilidade gastrointestinal – diarreia. • Estímulo do SNC • Insônia • Função sexual : hipertireoidismo – aumento de impotência em homens, amenorreia em mulheres Hipotireoidismo – perda de libido em homens, em mulheres oligomenorreia ü Causas do hipertireoidismo • Bócio tóxico • Tireotoxicose – aumento do estímulo da glândula • Auto-imune – Doença de Graves – produz anticorpos na tireoide (TSI) que se ligará a receptores de TSH estimulando a produção de T3 e T4. Estímulo possui duração de 12h, já o TSH possui duração de 1h. ü Sintomas : • Exoftalmia – aumento da protuberância dos olhos • Alta excitabilidade • Sudorese excessiva • Perda de peso • Intolerância ao calor • Fraqueza muscular – pelo aumento do estímulo do metabolismo. • Nervosismo • Fadiga e insônia • Tremor nas mãos. ü Diagnóstico : medir anticorpos Medicina SO II – Thayná Borba 13 9. HISTOFISIOLOGIA DA GLÂNDULA TIREOIDE ü Toda glândula endócrinas tem origem de tecido epitelial. O tecido epitelial tireoidiano é originado no endoderma embrionário. ü A tireoide é composta por vários folículos tireoidianos; é envolta por uma cápsula de tecido conjuntivo frouxo ü Hormônio tireoidiano T3 e T4 são da classe das aminas, secretado pelas células foliculares. ü A tireoide possui dois tipos diferentes de células produtoras de hormônio : • Células foliculares – epitélio cúbico; possui em seu interior tireoglobulina, T3 e T4. • Células parafoliculares ü Coloide : matriz + vesículas + T3 + T4 + tireoglobulina Coloide Células foliculares ao redor ü Células parafoliculares -> células pavimentosas estão mais relacionadas com a periferia das células foliculares; núcleo mais claro (pouco ativas); estão anexadas em tecido conjuntivo. São responsáveis por produção de calcitonina ü A calcitonina é responsável pela deposição de cálcio nos ossos, diminuindo a concentração desse íon na corrente sanguínea. Calcitonina é um hormônio da classe dos peptídeos. ü Portanto a tireoide produz hormônio T3, T4 e calcitonina. ü O epitélio de glândulas necessita de grande quantidade de capilares para circulação dos hormônios secretados. ü Hormônio -> capilar -> veia tireoidea superior drena -> veia jugular interna Hormônio -> capilar -> veia tireoidea inferior drena -> veia braquiocefálica ü Uma obstrução abaixo do ponto de drenagem da veia jugular interna pode acarretar em diminuição de T3 e T4 circulantes embora sejam produzidos de maneira normal. Como resultado pode se ter um bócio. ü Glândula possui duas limitações de tecido conjuntivo : cápsula e trabéculas. Trabéculas constitui uma invaginação da cápsula. ü Entre os coloides existem células foliculares e vasos oriundos do tecido conjuntivo fazendo irrigação e drenagem, isso explica a rede de capilares ao redor das células foliculares. Vascularização ao redor dos coloides (capilares) Medicina SO II – Thayná Borba 14 ü Morfologia da tireoide : se encontra inferior a cartilagem tireoidea; Possui lobo direito e esquerdo (4 a 6 cm de comprimento, 1,5 cm de largura e 2 a 3cm de espessura) Istimo (lobo piramidal) Posteriormente se encontra as paratireoides (4) Uma remoção completa da tireoide leva a diminuição de hormônios T3, T4, calcitonina, paratormônio. ü O tecido epitelial glandular da tireoide é oriundo de endoderma ü Hormônios tireoidianos servem para aumentar metabolismo celular (célula passa a produzir mais ATP ou calor). Em situação dê muita produção de T3 por exemplo, a célula irá captar mais glicose, aumento da expressão de bombas Na/K, mitocôndria ficará mais ativa produzindo muito ATP, UCP-1 quebrará esse ATP e liberará moléculas de calor (termogênese). ü Em situações de hipotireoidismo não há muita expressão de bombas Na/K, não retém glicose, não produz ATP suficiente, não está termorregulando. 10. GLÂNDULA ADRENAL ü Estão localizadas acima dos rins, no espaço retroperitoneal ü Formato de pirâmide achatada ü Possuem 3 a 5cm de altura, 2 a 3cm de largura, menos que 1cm de espessura, massa variando de 3,5 a 5g. ü Apresenta duas regiões: córtex e medula. ü Córtex – deriva do tecido mesodérmico; sintetiza os hormônios esteroides. Zona glomerulosa (+externa) -> sintetiza a aldosterona (mineralocorticoide) Zona fasciculada -> produz o cortisol – glicocorticóide Zona reticular -> androgênios ü Medula – sintetiza as catecolaminas adrenalina e noradrenalina. Ø ALDOSTERONA • É ummineralocorticoide • Hormônio esteróide Célula parafolicular Coloide Histologia tireoide Célula folicular Medicina SO II – Thayná Borba 15 • Receptor MR; citoplasmático; carreado sob auxílio de proteínas • A principal função desse hormônio é o controle da reabsorção renal de sódio. Regula a homeostasia de íons Na e K. • Ela se liga a receptores em células principais do túbulo distal e ducto coletor do néfron produzindo um aumento da reabsorção de sódio e na excreção de potássio. • Aumenta a atividade e a síntese de ENaCs e bombas de Na/K ENaC – canal transportador de sódio passivamente. A aldosterona aumenta a permeabilidade do Na, aumenta sua reabsorção, aumenta a síntese desses canais. Bomba de Na/K – promove a reabsorção de sódio ativa, K potássio é excretado. • Ajuda na manutenção de pressão arterial e volume sanguíneo. • Como a aldosterona promove maior reabsorção de sódio, a água também é reabsorvida por ser osmóticamente ativa. Com isso o volume sanguíneo é aumentado o que aumenta a pressão arterial. Consequentemente débito cardíaco e resistência vascular periférica aumentam. • A aldosterona se assemelha ao ADH por controlar a pressão arterial, porém o ADH promove o controle de água e não de íons. • Regulação mediada pelo ACTH, mas principalmente por fatores circulantes (sistema renina angiotensina) • Sistema Renina Angiotensina Aldosterona Angiotensinogênio (produzido pelo fígado) Renina Angiotensina I ECA (enzima conversora de angiotensina) Angiotensina II Aldosterona Medicina SO II – Thayná Borba 16 • Em situações de diminuição de sódio (hiponatremia), o volume sanguíneo reduz, diminui pressão arterial, células justaglomerulares secretam renina que juntamente com o angiotensinogênio sintetizado no fígado promove o aumento de aldosterona e todo processo é inibido. (Feedback negativo). • Caso clínico : paciente 43 anos, HAS em tratamento. PA: 180x110mmHg, FC: 80bpm, queixa de câimbra e fraqueza de membros inferiores, hiperventilando. Exames laboratoriais : Glicemia – 77/dL jejum; Na: 147mEq/L; K: 2,7mEq/L; Aldosterona: 59 no/dL; atividade da renina plasmática : 0,2 no/mL/h Questões : 1. Temos um quadro de HAS, o tratamento sugere que está controlada ? R: Não. 2. O que indica a presença de câimbras ? R: aumento de sódio e diminuição de potássio na corrente sanguínea. 3. O que mais devemos investigar ? R: Pedir exame de imagem – tumor de adrenal – síndrome de Conn – hiperaldosteronismo primário (são tumores benignos que secretam aldosterona). Nesses casos a pressão arterial está alta devido a retensão de Na e água, bem como hipopotassemia. A liberação de renina encontra-se suprimida. • No caso citado a FR alterada é decorrente das Bombas H/K, como há excreção excessiva de K, a reabsorção de prótons de H aumenta, levando a acidose e como forma de compensar o organismo hiperventila liberando CO2. 11. PÂNCREAS ENDÓCRINO : INSULINA E GLUCAGON ü Pâncreas é uma glândula mista o Parte endócrina : ilhota de Lagerhans – secretam hormônios o Parte exócrina : ácinos pancreáticos – secretam enzimas digestórias ü Ilhota de Langerhans é constituído por : o Célula delta, alfa, e a maior parte por célula Beta. o Células PP – não tem função definida – diminui o apetite e aumento da secreção do suco gástrico o Delta – secretam somatostatina – somatostatina inibe secreção de gastrina, ácido gástrico e pepsina; diminui as secreções endócrinas e exócrinas do pâncreas e reduz a secreção do homônimo do crescimento. o Alfa – secretam glucagon – degradação de glicogênio e liberar glicose o Beta – secretam insulina – metabolizar glicose para produção de energia ü INSULINA o Hormônio peptídeo produzido como qualquer outra proteína, seu transporte é livre; meia- vida : 6 minutos; degradação pelo fígado através da enzima insulinase. o Gene que codifica : INS o Gene INS -> RNAm da pré-insulina -> pré-pró-insulina (sem ação biológica) -> cadeia A + cadeia B + peptídeo C -> formação quaternária da proteína pró-insulina (peptídeo C não tem ação biológica) -> vesículas do complexo de Golgi irão clivar o peptídeo C formando a insulina -> insulina (cadeia A + cadeia B) fica armazenada em vesículas no citoplasma da célula beta -> 6 insulinas + zinco central. Medicina SO II – Thayná Borba 17 o Secreção : processo de liberação da vesícula. § Fatores estimuladores : HIPERGLICEMIA Aumento da glicose no sangue -> receptores GLUT 2 de células beta captam essa glicose -> glicólise -> aumento da produção de ATP. O aumento de ATP bloqueia os canais de K -> membrana se despolariza -> canal Ca se abre ( aumento do influxo de cálcio para dentro da célula -> liberação das vesículas com insulina. Outros fatores : Acetilcolina (aumenta Ca intracelular), glucagon, GIP, CCK, secretina, gástrica. § Fatores inibitórios : Norepinefrina, somatostatina, leptina. o Mecanismo de ação : § Receptor próprio de insulina RI – heterodímero, possui duas cadeias : alfa (extracelular) e beta (transmembrana) e são associados por ponte de sulfeto. Funciona como enzima só a cadeia beta. § Insulina se liga e ocorre mudança de conformação da subunidade beta permitindo que ela se autofosforile no aminoácido tirosina. Ao fosforilar uma proteína (substrato do receptor de insulina – IRS) outras proteínas intracelulares são ativadas (PI3-K -> AKT), uma delas é responsável por ativar GLUT4, quando ativado ele vai para a membrana da célula e aguarda a glicose para ser transmitida para dentro da célula. § Em processos inflamatórios a cadeia beta do receptor de insulina se fosforila em serina. § Função do GLUT : transportar glicose. o Funções da insulina : § Aumento da captação de glicose nas células: GLUT2 e GLUT4 § Hipoglicemia § Aumentar a formação de glicogênio § Diminuição de glicogenólise (quebra de glicogênio) – inibe fosforilase hepática § Diminuição de gliconeogênese (produção de glicose a partir de outros substratos) § Diminui lipólise – inibe lipase hormônio sensível (obs: glicose em excesso pode aumentar a produção de ácidos graxos que serão armazenados no tecido adiposo) § Aumenta síntese proteíca : aumenta captação de BCAA e ativa transcrição. § Diminui catabolismo proteico – inibe gliconeogênese § Aumento da deposição de gordura – a captação de glicose ativa a lipogênese hepática, ativa lipoproteína lipase. o Insulina – Tecido adiposo e Músculo § Em jejum : - não tem insulina suficiente para estimular a célula - diminui GLUT4 na membrana; glicogênio do músculo será utilizado para fornecer energia § Alimentado : - aumento da glicose - aumento de insulina - glicose entra na célula o Insulina – fígado § Em jejum: Medicina SO II – Thayná Borba 18 - o fígado sintetiza glicose a partir do glicogênio hepático armazenado (glicogenólise) e gliconeogênese. A glicose é transportada para a corrente sanguínea pelo transportador GLUT2. § Alimentado: - aumento da concentração de glicose e insulina - glicose migra para dentro da célula -> formação de glicogênio hepático e ATP. As enzimas responsáveis pela formação do glicogênio são : glicogênio fosforilase e glicogênio sintase (a insulina estimula essas enzimas). Quando a célula estiver saturada de glicogênio hepático a célula passa a formar ácidos graxos.. - enzimas que a insulina age : Acetil-CoA carboxilase e ácido graxo sintetase. - o ácido graxo sintetizado no fígado se transforma em triacilglicerol. - dislipidemia – o excesso de glicose leva a formação de VLDL -> IDL -> LDL (colesterol) ü GLUCAGON o Papel oposto ao da insulina o Produzido por célula alfa. o Hormônio polipeptídico o Transporte livre, meia vida baixa o Não gera várias isoformas como a insulina o Processo de sinalização : § Receptor acoplado a proteína G : glucagon se liga ao receptor e ativa proteína G, ela libera o GDP por GTP. Subunidade alfa ativa outras proteínas (adenilil ciclase).Adenilil ciclase transforma ATP em AMP cíclico (segundo mensageiro), assim o glucagon tem seu efeito biológico. o Fatores estimuladores : § Jejum : hipoglicemia estimula a produção de glucagon que irá estimular a degradação de glicogênio para reestabelecer a glicemia. § Diminuição da concentração de glicose § Aumento da concentração sanguínea de aminoácidos o Fatores inibitórios: § Insulina § Somatostatina o Funções : § Estímulo da glicogenólise (quebra de glicogênio hepático) § Estímulo da gliconeogênese (formação de glicose a partir de outro substratos) Medicina SO II – Thayná Borba 19 § Aumento da lipólise – ácidos graxos para energia – gerar corpos cetônicos. § Aumento da concentração de glicose - (quando a glicose aumenta gera feedback negativo sob o glucagon) § Aumento da concentração de cetoácidos ü Neuropatia diabética § Neurônio degrada a glicose e produz frutose -> aumento da osmolaridade -> prejudica canais Na/K e consequentemente o potencial de ação -> a pessoa deixa de ter sensibilidade; fraqueza muscular. 12. OS HORMÔNIOS E SUAS IDADES ü Crescimento ü Maturação sexual ü Reserva de energia ü Senescência ü O processo do crescimento o Existem diferentes velocidades de crescimento o Na puberdade existe um grande pico de crescimento – “estirão da puberdade” – dura +/- 4 anos. Isso acompanha a maturação sexual (preparação para reprodução) § As meninas por volta dos 12 anos – taxa de crescimento 8 a 10cm por ano § Os meninos por volta dos 14 anos – taxa de crescimento 10 a 12cm por ano § Possui magnitude de crescimento diferente. o Estirão em meninas acontece mais ou menos 2 anos antes, mas os meninos possuem amplitude maior e dura mais, logo atinge uma estatura maior. o A diferença média de altura entre homem e mulher é de mais ou menos 12cm o Quem causa tudo isso são alguns hormônios ü Endocrinologia do crescimento o Hormônio hipotalâmico – GHRH – produzido no núcleo arqueado hipotalâmico, irá estimular as células somatotróficas a produzir e secretar o Gh. Medicina SO II – Thayná Borba 20 o Gh – na infância, é o principal controlador do crescimento § Na vida fetal ele não tem grandes ações, e sim o nônio tireoidiano § Estimula o crescimento da maioria dos tecidos
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